domingo, 23 de dezembro de 2012

Copa Libertadores da América 2013

Mais uma edição da maior competição entre clubes da América do Sul (mais o México) está a caminho. Após o sorteio na sede da Confederação Sul-Americana de Futebol em Luque, no Paraguai, já sabemos, e dessa vez sem aquele horror de Bolívia 1, Argentina 3, Brasil 4, quais serão os grupos da primeira fase e também, obviamente, os confrontos da chamada primeira fase ou pré-Libertadores. Antes de dar meus palpites sobre quem conseguirá as vagas para a fase de grupos, destaco que será difícil para um time não-brasileiro competir com os representantes do Brasil. A diferença de poder econômico aumenta a cada ano, o Brasil cada vez mais se aproxima do poderio econômico dos clubes europeus, enquanto que, do outro lado, os times argentinos, os de maior sucesso no futebol desse continente, sofrem para conseguir repatriar veteranos e também têm muitas dificuldades de segurar seus juvenis mais talentosos. O resultado é um futebol local em decadência, sem muita qualidade técnica, repleto de veteranos e de juvenis que não duram muito mais de seis meses ou um ano nos seus clubes reveladores. Resta, claro, o infinito talento do futebol local que não cansa de revelar novos jogadores e a capacidade de disputa dos times argentinos e, também, dos uruguaios. Vale destacar alguns pontos que realmente chamam a atenção dos observadores mais atentos. O campeão da Sul-Americana anterior, antes do São Paulo, foi o Independiente. Um grande sim, mas LANTERNA do Campeonato Argentino, o mais difícil torneio nacional de clubes do planeta; esse ano quase aconteceu a mesma coisa. O Tigre, penúltimo colocado no último Torneo Inicial que conseguiu apenas uma mísera vitória contra oito empates e o mesmo número de derrotas, chegou à final. Isso mostra o poder de competitividade dos times desse país, mas claro, o que eu sempre defendo: o talento, QUASE sempre, se sobressai e, se analisamos os clubes brasileiros, vemos que a situação é completamente diferente. Devido à falta de grandes talentos, poucos saem, até porque, com a Europa em crise e considerando que se paga mais impostos por lá, os jogadores preferem ficar. Também há cada vez mais investidas por partes destes clubes em cima dos clubes argentinos, por motivos já destacados anteriormente. Para um argentino é um muito vantajoso jogar no Brasil, tanto financeiramente como pela distância dos dois países. Dito isto, primeiro destacarei os clubes grandes que participarão dessa edição da copa e, depois, os palpites para a primeira fase: Grêmio: o começo da gestão de Koff é confuso; ficou Luxemburgo, o melhor técnico brasileiro e os principais jogadores a exceção de Naldo. Falta qualidade e peças de reposição para disputar o título. Zé Roberto, até o momento, é o principal nome do time, juntamente a Moreno, de boa temporada em 2012. Kléber ficou devendo e outro atacante de velocidade deve chegar além de, no mínimo, dois zagueiros, até porque Werley foi suspenso. Olimpia: o gigante paraguaio vem de um segundo semestre abaixo do esperado e deverá reforçar-se se quer disputar a competição continental como protagonista. Os seus principais nomes são o primo de Messi, Maxi Biancuchi, o zagueiro Cáceres tem propostas de outros clubes, mas, se ficar, é um bom nome e também destaco o bom uruguaio ex-Estudiantes, Salgueiro. São Paulo: o maior clube do Brasil melhorou muito na segunda metade da temporada passada e coroou com o título da Sul-Americana conquistado de forma polêmica. Perde Lucas, seu principal jogador, mas deve investir pesado nessa volta à Libertadores. Nacional: o Bolso vem sem muitas novidades até o momento. Tem dois nomes de experiência na defesa, Lembo e Scotti e, como grande e histórico nome, ele, Recoba, ainda ativo e autor do gol do título uruguaio. Boca Juniors: o maior campeão da Libertadores dos últimos anos e atual vice-campeão está de festa e confiante depois da volta de Bianchi que não trabalha há oito anos, desde a derrota para o Once Caldas na final de 2004. Apesar da crise econômica dos times argentinos, surgem bons nomes sugeridos por Bianchi como Burrito Martínez, Cata Díaz e até Gago que pede um contrato de OITO anos para encerrar sua carreira no clube. Mas, o que gera mais especulação em Buenos Aires é a possível volta de Riquelme ao clube, tendo em vista que é amigo íntimo do novo velho treinador. O Boca é sempre favorito. Palmeiras: depois da decepção da última temporada e com a volta à segunda divisão, o clube, em crise, tem uma Libertadores pela frente, no que é, para mim, um absurdo. Times de segunda divisão não deveriam disputar uma competição internacional. Parece que o craque do time, Barcos, permanecerá. Falou-se em Riquelme e nota-se intenção de reforçar o grupo para o que vem, mas acho que dificilmente conseguirão manter o foco tendo em vista que em maio começa o maior desafio do ano para o clube, a volta à elite. Vélez Sarsfield: o clube mais regular da Argentina nos últimos anos vem, mais uma vez, como favorito. Mantém o seu técnico pelo quinto ano consecutivo e tentará, dessa vez, não esbarrar numa decisão por pênaltis ou derrotas no último minuto para conquistar o continente pela segunda vez. A base, pelo menos dessa vez, será mantida e alguns reforços pontuais devem ser trazidos. É, hoje, o melhor time argentino. Peñarol: o maior clube do continente é sempre uma grife forte dentro de qualquer competição sul-americana. Fala-se em alguns reforços que podem ajudar. Aposta-se na recuperação do veterano Pacheco, Estoyanoff segue no elenco e sempre é uma boa opção de ataque, outro veteraníssimo histórico uruguaio pode compor a dianteira do time e me refiro a Zalayeta, ex-Juventus. O paraguaio Aureliano Torres aporta experiência na metade do campo e, falando de experiência, seguem Darío Rodríguez e Olivera em atividade. Um time veterano que aposta mais na mística do que na qualidade. Corinthians: o atual campeão mundial é, sem sombra de dúvidas, um dos favoritos. Possui um excelente elenco, parece que suas principais peças ficarão e algumas contratações devem ser feitas. É forte em todos os setores do campo e tem boas figuras individuais. Fluminense: o atual campeão brasileiro ainda não anunciou reforços para a Libertadores, mas tem um elenco forte e experiente com destaques individuais de nível internacional como o goleador Fred e Deco, um craque. Já consolidado pelas últimas conquistas como um grande clube, tentará, mais uma vez, alcançar uma conquista inédita em sua história. Agora os palpites da primeira fase: Tigre x Deportivo Anzoátegui: apesar da péssima campanha do time de Vitória na última temporada no âmbito local, se falam de reforços importantes e soma-se a isso a maior tradição do futebol argentino o que me faz ir de Tigre. LDU x Grêmio: uma parada duríssima. A LDU começou um processo de renovação de seu elenco experiente e apostará mais em jogadores jovens que, em sua maioria, disputarão a primeira Libertadores de suas carreiras. 13 foram as contratações. O outro aliado dos equatorianos é a sempre temível altura de Quito. Vou de Grêmio pela maior experiência do plantel e pela manutenção da mesma base. Tolima x César Vallejo: os times peruanos têm demonstrado estar abaixo da média das últimas competições continentais. Do outro lado um Tolima que vem de boas campanhas em nível doméstico e que também proporcionou boas participações na Libertadores chegando a eliminar o Corinthians de Ronaldo há dois anos atrás. Vou de Tolima. Defensor x Olimpia: os dois clubes ainda farão contratações, mas, hoje, vejo os uruguaios mais fortes. Há de se considerar o poder econômico dos paraguaios em nível doméstico e o excesso de vendas prematuras do futebol uruguaio, mas, ainda assim, aposto nos violetas. São Paulo x Bolívar: acontecerá o óbvio: os bolivianos ganharão o jogo pela mínima diferença em seus domínios e depois serão goleados pelo poderoso paulista. León x Deportes Iquique: considerando que os mexicanos são os clubes mais ricos após os brasileiros, boas contratações deverão ser feitas. Do outro lado o contrário. Um clube pequeno do Chile que fez boa campanha e que já começou a perder seus principais destaques da campanha para o

sábado, 22 de dezembro de 2012

Madonna, Arena, Cachorros e O Hiper-Modernismo

Com certo atraso venho à tona falar do xou da Madonna em Porto Alegre e da despedida do Olímpico. Aproveito para falar também de cachorros, a paixão mundial e da nossa era que, pelo visto, seguirá após o fracasso do fim do mundo. O xou da Madonna e a destruição do estádio Olímpico e sua futura substituição pela moderna, iluminada e arrogante Arena são dois marcos da nossa sociedade. Um caso é pontual, o caso do estádio, obra de concreto, física; o outro é simplesmente psicológico, mas não menos importante. Comecemos pela Madonna, primeiro as damas e, sem pesquisar antes, acho que a Madonna é mais velha que o Olímpico, então respeito aos mais velhos. Madonna foi, durante décadas, um símbolo da cultura popular, um mito do entretenimento. Foi, assim como Michael Jackson, pioneira em muitas coisas que fez e/ou produziu. Madonna, a cada semana, chocava o mundo com seu estilo provocativo de mulher rebelde e enigmática. Michael Jackson, antes de suas polêmicas relacionadas às crianças, inovava a cada novo trabalho, mas sempre com mais evidência na sua arte; Madonna, por outro lado, era a pivô de escândalos comportamentais que sempre conseguiam se reproduzir e continuar surpreendendo a sua imensa audiência. Madonna se renovava e sempre conseguia impressionar por sua ousadia e coragem. Vocês não vão acreditar! A Madonna beijou uma MULHER na boca em pleno palco! A Madonna beijou a figura de um Jesus Cristo negro! Essas duas safadezas da vovó Madonna hoje não impressionariam nem o mais pudico dos mortais. Madonna ficou para trás. Madonna surpreende mais ninguém, o mito, não por falta de talento ou ousadia, acabou e acabou pela concorrência desleal. Madonna nunca será rebaixada ao esquecimento porque, como dizem os marqueteiros, o primeiro a fazer alguma coisa sempre será lembrado, mais até do que o que faz tal coisa melhor, mas Madonna já não exerce fascinação, pois as gerações crescem e os novos ícones do entretenimento, com mais ou menos talento, se vulgarizam cada vez mais e conquistam a atenção do grande público. Lady Gaga é a nova Madonna? Não, não acho que tenhamos uma “nova Madonna” e sim um novo estilo. Dificilmente nos deixamos, atualmente, impressionar por qualquer forma de comportamento ou qualquer forma de arte. Há algumas semanas atrás um psicopata invade uma escola e mata mais de 20 crianças entre seis e oito anos; o mundo se surpreende (cada vez menos, considerando que isso já havia acontecido 40 vezes antes apenas no Estados Unidos), mas esquecerá e o fará bem rápido. A nossa era não é fiel. Temos sentimentos fisiológicos. O que é espetacular hoje, é condenado ao ostracismo amanhã, estará, como dizem os mais afetados, “out”, temos sede de novidades e pouca fidelidade para tudo. O beijo de Madonna na boca de uma pessoa do mesmo sexo em público já está vulgarizado. Isso acontece em séries bem educadinhas como Gray`s Anatomy a cada episódio e tira o sono de ninguém, não consegue nem excitar aos mais depravados. Jogar-se em cima do público, os devaneios de festivais como Woodstock, não, nada disso chamaria mais a atenção hoje. Madonna beijou um Jesus negro? Ok, Marylin Mason É o demônio e Paris Hilton divulgou sem dó nem piedade uma noite sua de paixão na Internet para qualquer vivente ver. Não dá mais para competir. O Olímpico também não pode mais competir. Doa a quem doer, o Olímpico poderia ser considerado um vestígio de uma civilização antiga, praticamente uma pirâmide egípcia ou um coliseu romano. Era uma verdadeira vergonha que um lugar com essas condições, onde pessoas que pagam mais caro que frequentadores de cinema e teatros, sentem no chão, tomem chuva na cabeça, usem banheiros de animais e comam lixo. Vale lembrar que o Olímpico, quando construído nos anos 50, era sinônimo de avanço tecnológico e hoje eu considero absurdo que possa receber eventos dessa natureza. O Olímpico será substituído, aliás, já foi, e nada mais apropriado do que ter seu último evento com outro símbolo do passado, “construído” na mesma época e que também tende a desaparecer aos poucos. Quem chega para tomar o lugar de Madonna e dos velhos e antiquados estádios de futebol gaúchos e brasileiros são símbolos da nossa atualidade, estádios repletos de luzes, de neons, de pirotecnias; jovens artistas cheios de ideias mais mirabolantes, na maioria das vezes ideias estas que fogem do propósito da arte e se focam exclusivamente nas tentativas de deixar uma imagem marcante que dure, pelo menos, uma semana, até algum outro aparecer com algo novo, com um xou 360° ou que coma um animal vivo no palco. Madonna e Olímpico são símbolos de uma época em que cachorro era bicho, e não parte da família, onde crianças eram vítimas de ataques de cachorros e não acusados de terem provocado o pitbull que nunca havia atacado alguém, onde as mulheres ainda pensavam em constituir uma família antes de pensar em competir com o homem, colocar silicone ou tornar a sua vida profissional o ponto mais importante de suas tristes vidas. Eu não gosto da Madonna, mas a respeito por pioneira. Mais do que um símbolo homossexual repugnante, se analisamos a carreira da coroa, podemos considerá-la importante para a arte do século XX. Se então compararmos a sua produção musical com o que o mundo “pop” produz hoje, Madonna era melhor e mais versátil. Sobre o Olímpico, lá tive boas memórias, foi o primeiro estádio que eu entrei e, lá dentro, me apaixonei por um clube de futebol, algo que, se pensamos faz sentido nenhum. No entanto, Madonna e Olímpico dão adeus e cedem seus lugares ao atual, ao “in”, ao novo, efêmero e fugaz.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Ranquim Atualizado

Com o título conquistado pelo Corinthians hoje, divulgo mais uma atualização do melhor ranquim de clubes do mundo, o meu. Sobre o jogo, me surpreendeu a apatia e a péssima atuação técnica do time inglês no segundo tempo. Tudo bem que o decadente Torres errou mais um gol bizarro no final, mas, mesmo assim, o time conseguiu ser dominado por um adversário infinitamente inferior. Os únicos pontos positivos do Chelsea foram David Luiz e o primeiro tempo de Hazard que, no segundo tempo, em posição estranha, sucumbiu e não tocou na bola bem como o organizador de jogadas do time, Mata. Destaco o Niño Torres como um dos casos mais incríveis de decadência técnica de um jogador não sendo esta causada pela idade. Desde a sua lesão e dos seus áureos tempos de Liverpool, quando jogava de maneira semelhante a Suárez hoje, ou seja, isolado na frente brigando contra o Demônio e o mundo, Torres morreu. Estava entre os cinco melhores do mundo e hoje, pelo menos para mim, não deveria ter lugar no Chelsea e muito menos na seleção espanhola. Do outro lado um time apenas correto que se salvou de não ter perdido a decisão no primeiro tempo quando o Chelsea, mesmo jogando mal, desperdiçou várias chances. Destaco o goleiro Cássio que, para mim, há dois anos vem sendo o melhor do Brasil disparado e que, vale a pena destacar, foi praticamente dado de graça pelo Grêmio. Um dos seres humanos mais feios do mundo, mas é um baita goleiro. Completando, Paolo Guerrero, um verdadeiro craque que jogou parecido ao que destaquei anteriormente de Torres e Suárez no Liverpool, sozinho na frente contra todos os defensores do time londrino. Nada mais justo que o gol do título tenha sido marcado pelo peruano. Quem me decepcionou um pouco foi o carismático Sheik que foi o grande destaque corinthiano na Libertadores juntamente a dupla de volantes. Uma das piores finais mundiais que já vi, ainda mais marcante devido às lembranças do xou do Barça na final anterior numa das melhores atuações que já vi de um time enfrentando um grande clube, infinitamente inferior, mas grande. Chega de papo furado e vamos ao ranquim recém saído do forno: 1º. Bayern Münich – Alemanha 2º. Real Madrid – Espanha 3º. AC Milan – Itália 4º. Juventus – Itália 5º. Peñarol – Uruguai 6º. Boca Juniors – Argentina 7º. Manchester U – Inglaterra 8º. Ajax – Holanda 9º. Nacional – Uruguai 10º. Barcelona – Espanha 11º. Inter Milan – Itália 12º. Independiente – Argentina e Liverpool – Inglaterra 14º. Porto – Portugal 15º. River Plate – Argentina 16º. São Paulo – Brasil 17º. Benfica – Portugal 18º. PSV – Holanda 19º. Santos – Brasil 20º. Olimpia – Paraguai 21º. Estudiantes – Argentina 22º. Estrela Vermelha – Sérvia 23º. Flamengo – Brasil, Dortmund – Alemanha, Vélez Sarsfield – Argentina e Corinthians – Brasil 27º. Palmeiras – Brasil e Internacional – Brasil 29º. Dynamo Dresden – Alemanha 30º. Celtic – Escócia 31º. Grêmio – Rio Grande do Sul 32º. Feyenoord – Holanda 33º. Arsenal – Inglaterra 34º. Steua Bucarest – Romênia 35º. Colo-Colo – Chile 36º. Vasco – Brasil, Rangers – Escócia e Sparta Praga – República Tcheca 39º. Marseille – França 40º. Borussia MG – Alemanha 41º. SC Anderlecht – Bélgica e Partizan Belgrado – Sérvia 43º. Atl Madrid – Espanha 44º. América – México 45º. Hamburg – Alemanha e Chelsea – Inglaterra 47º. Cruz Azul – México 48º. Saint-Etienne – França 49º. Rosario Central – Argentina, Dinamo Zagreb – Croácia e Fluminense – Brasil Os únicos gigantes do futebol mundial que nesse momento não figuram nas principais categorias do futebol de seus países são: Dynamo Dresden e Rosario Central que militam na segunda divisão de seus países e o glorioso Rangers que, devido a problemas financeiros, acabou dissolvido e recriado e hoje está na terceira divisão escocesa. O clube com mais conquistas mundiais é o AC Milan com sete; o com mais títulos continentais é o próprio AC Milan, mas aí tem a companhia do Independiente, sete conquistas cada um. O clube com mais domínio doméstico é o Bayern Münich, com 21 títulos; Na lista completa aparecem 214 clubes de 23 países; Os países com mais times listados são Brasil e Alemanha, com 17 clubes entre os 214, seguidos pelo México com 16; Considerando apenas os clubes ranqueados entre os 50 melhores, o Brasil também é o país com mais representantes, são nove clubes, seguido por Argentina com seis e Alemanha com cinco; No ranquim brasileiro o líder é o São Paulo seguido por Santos e com Flamengo e Corinthians empatados na terceira colocação; Por fim, na análise das ligas mais competitivas e/ou difíceis, ganha a Argentina, seguida por Brasil e Itália em terceiro lugar.

domingo, 9 de dezembro de 2012

O Mensalão

Eu, como a grande maioria da população brasileira, apoio e fico feliz com a simples existência do julgamento do “mensalão petista” como é chamado pela mídia. É bom ver que figuras que fazem dano ao patrimônio público e que corrompem o sistema democrático podem vir a ser punidas. É saudável e passa uma sensação de existência de pena àqueles que pareciam, historicamente, intocáveis. No entanto, como sempre, algo que parece, visto por cima, totalmente positivo, esconde um pouco da tradicional malícia, mal caratismo, revanchismo, oportunismo e conservadorismo que reina nas almas de cidadãos brasileiros e, principalmente, da mídia desse país. Por que o nome desse circo todo é “mensalão petista”? “Mensalão” porque eram pagamentos mensais, ok, até aí vamos bem, mas por que somente “petista” quando o escândalo envolvia integrantes de toda a base governista e inclusive políticos adversários do próprio governo que, numa demonstração de “fisiologismo financeiro”, podemos chamar assim, se rendiam à situação em troca de dinheiro. O mensalão não era, então, somente petista e sim um escândalo geral coordenado sim, por membros do governo, o mais destacado de todos, o mafioso Zé Dirceu. Julgar o mensalão, colocar os criminosos na cadeia e a consequente aprovação popular é totalmente entendível. Agora, se eu questiono por que não foi respeitada a ordem “de chegada” e não se julgou o primeiro mensalão, ou pelo menos o primeiro que foi descoberto que foi o do governo do PSDB em Minas Gerais que elegeu o então governador hoje senador Eduardo Azeredo através do já não mais famoso “valerioduto” um esquema de financiamento de campanha irregular e obscuro de empresas que em seguida e obviamente, foram beneficiadas pelo governador. Quem foi o organizador dessa baixaria toda, ele, Marcos Valério, hoje condenado a quase 40 anos de prisão pelo mensalão do PT e não pelo mineiro do PSDB. Concomitantemente a isso tivemos o festival de corrupção muito mais nocivo ao Estado realizado durante os oito anos de governo de FHC e que pode ser entendido facilmente através da leitura (não dói) de um livro chamado “A Privataria Tucana”. As privatizações obscuras de empresas como a Vale do Rio Doce, caíram no esquecimento da população e foram, numericamente falando, mil vezes mais criminosas que o mensalão do Dirceu. Muitos membro da nossa mídia e direita reacionária e raivosa podem espernear e vociferar que isso é coisa de petista querendo escapar de uma punição justa. Calmem-se. Apoio o julgamento de qualquer crime contra o Estado seja esse crime cometido pelo PP ou pelo PSTU, mas apenas defendo que TODOS os crimes sejam julgados e respeitando a lógica ordem cronológica. Voltando ao julgamento, vale destacar que já tivemos inúmeros casos de julgamentos midiáticos que não deram em nada. Os “anões do orçamento”, por exemplo, não pagaram por seus crimes e hoje vendem uma imagem de cavaleiros da ética, assim como o Demóstenes. À época a desculpa era de que faltavam provas concretas para colocar esses “anões” na cadeia, assim como foi com Roberto Jeferson, Sarney, Maluf, entre outros. Essa desculpa é base de meus argumentos de crítico número um do sistema judiciário, onde se pagam altos salários e se tem pouca produtividade e ação. Mas daí eu pergunto: por que, agora no mensalão petista, os magistrados, principalmente o José Barbosa, passou por cima das leis e condenou pessoas sem as mesmas badaladas “provas concretas”? É claro que toda a população já estava de saco cheio das tais faltas de provas e por isso comemora um chute na bunda da constituição, mas por que somente agora? Será que esperamos que um negro chegasse para chutar o pau da barraca? Será que o Barbosa, se estivesse lá há mais tempo, teria também colocado e julgado de maneira brusca outros coronéis da barbárie da corrupção nacional como os já citados anteriormente? Não podemos falar de “se”, mas aposto que não. E aposto que não porque há uma grande diferença agora. A mídia e as camadas mais conservadoras da sociedade estão assustadas. Achavam, lá pelos anos 90 e 80 que o PT jamais chegaria ao poder e pensavam assim, pois confiavam no poder de manipulação da mídia e também na falta de argumentos políticos da grande maioria da população. Lula se transformou em Lulinha Paz e Amor, entendeu o significado do termo “marketing político”, a barba deixou a raiva que a cor preta lhe dava e ficou branca, começou a sorrir, fez novas amizades, algumas vezes vendeu a alma para o diabo e bang!, conseguiu. Chegou ao poder e, apesar de todo o medo dos conservadores xiitas, fez o melhor governo da história do país. Foi reeleito fazendo uso da lei criada pelo seu antecessor e depois elegeu a sua sucessora que foi praticamente “inventada” por ele, Lula, o homem que encantou o mundo pelo seu carisma e pelos resultados de seu governo, o presidente que foi considerado “o cara” pelo homem mais poderoso do mundo. Dilma assumiu e mostrou ser melhor que o seu antecessor. Lula fez vistas grossas para a corrupção em alguns setores de seu governo. Lula convidou muitas pessoas para a sua festa e muitas delas não eram confiáveis, tudo isso em troca da tão sonhada “governabilidade” que, chegou ao extremo de obsessão com o escândalo do mensalão. Dilma corta cabeças e não tolera qualquer indício de corrupção, é faca na bota. A economia, mesmo que agora pareça que já não suporta mais a agressão da crise internacional, segue firme como uma rocha e até um certo carisma é exalado dos seus cabelos laqueados e sua cara de castor poucos amigos. Até o vampiresco mordomo do Michel Temer convence. A aprovação de Dilma é a mais elevada de todas e, parece, que, quando tentar a reeleição, leva em primeiro turno. Alerta vermelho! Os vermelhos parecem que irão se perpetuar no poder! Não deveríamos mais temer a tal ameaça comunista incitada através do Plano Cohen nos dias de hoje, até porque o comunismo ruiu, a União Soviética nem existe mais, mas, de certa forma, ainda é um argumento que incomoda muita gente, tanto que a Veja destacou o comunismo de Niemeyer como uma bestialidade do revolucionário arquiteto de 104 anos. Os meios conservadores, mais precisamente a maquiavélica revista Veja, inventa dossiês, planeja “atentados terroristas” contra o governo e a classe média raivosa, aquela que não suporta ver o PT no poder, que não suporta ver “pobre” desfilando no Planalto, cegamente mete os caninos afiados na jugular de um governo que, comparado a todos os anteriores, foi infinitamente melhor, sem qualquer sombra de dúvidas. “Ah, e o mensalão?” perguntam os reacionários de condomínio. Sim, tudo leva a crer, apesar da falta de provas, que ele existiu, mas todos os governos passados também foram recheados de escândalos. O primeiro presidente foi deposto e o segundo protagonizou escândalos bilionários, ações que tornam o crime do PT insignificante. Após ter dito tudo isso, deixo uma cobrança para todos os meus cinco leitores: que mantenham essa raiva e essa sede por sangue quando e se um dia julguemos os crimes, por exemplo, do governo FHC. Lembram da mudança de câmbio noturna do valor do dólar? Lembram da Vale do Rio Doce vendida a preço de banana sendo uma das empresas públicas mais lucrativas do mundo? Não, ninguém lembra porque todo mundo escolhe o que quer lem