sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Copa 2014

Depois de 2010, uma Copa do Mundo volta a ser realizada em um país que tem uma seleção grande. Vale destacar que em 2006 a Alemanha não fez uso de sua posição de país-sede, e acho que vale a pena analisar as copas do mundo onde o país-sede era uma seleção grande. 1930 – Uruguai, campeão Uruguai; 1934 – Itália, campeão Itália; 1938 – França, campeão Itália; 1950 – Brasil, campeão Uruguai; 1966 – Inglaterra, campeão Inglaterra; 1974 – Alemanha Ocidental, campeão Alemanha Ocidental; 1978 – Argentina, campeão Argentina; 1982 – Espanha, campeão Itália; 1990 – Itália, campeão Alemanha; 1998 – França, campeão França; 2006 – Alemanha, campeão Itália. Sendo assim, de 11 copas do mundo sediadas por potências do futebol, em seis vezes o anfitrião ganhou. Acho que o fator local em uma copa do mundo é algo que faz uma grande diferença e ainda mais quando se trata de uma copa jogada na América do Sul, território tão distinto em vários fatores aos eventos realizados no continente europeu. Vejo a Alemanha como o melhor time disparado, apesar de que o Brasil, por estar em casa, leva a obrigação de favorito. Correndo atrás destaco a Argentina pelo poderio extraterrestre de Messi e por contar com um ataque brilhante; a Espanha, que pode acordar no momento em que sim é necessário jogar de olhos abertos e depois vem uma leva de seleções menores, que dificilmente irão ganhar, mas que aposto que podem oferecer bons espetáculos, e aí, nesse grupo coloco o jovem e talentoso time belga, e a Colômbia e o Chile da América do Sul. Completa o grupo dos destacados algumas outras seleções gigantes como Itália, Uruguai e Holanda. Vejo algumas outras potências como França, Inglaterra e Portugal em desvantagem, pois não vêm jogando bem, apesar de ter potencial e, quem sabe, podem surpreender como o fez a Itália em 2006 ou a própria Alemanha em 2002 quando chegou à final com a pior seleção alemã de todos os tempos e o próprio Brasil campeão em 2002. Abaixo, faço uma análise de todas as 11 seleções grandes que participarão do torneio, destacando também seus principais jogadores: Brasil: a atual seleção brasileira tem novamente, assim como o foi em 1994, 2002 e 2010, como seu maior trunfo a defesa. Dani Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo são os melhores em suas posições mundialmente falando. Esse é o maior diferencial da seleção em um momento de carência de qualidade de zagueiros pelo mundo afora. Os volantes, fatores fundamentais dos times de Scolari, também são de bom nível, mas o grande déficit do time é o meio de campo ofensivo e o ataque. Não há um companheiro para Neymar no ataque que tenha qualidade internacional e aposto que Kaká, se segue bem no AC Milan, terá que ser obrigatoriamente convocado. Com um técnico que não passa de um motivador e uma defesa forte, soma-se a isso o fator local, e o Brasil sempre é favorito. Vale pensar em um Campeonato Brasileiro onde os clubes grandes que têm estádio pra jogar, São Paulo, Santos, Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Grêmio, Vasco ou Cruzeiro, joguem todos seus jogos em casa. É quase impossível que não sejam campeões. Principal (ais) destaque (s) individual (ais): Neymar. Alemanha: para mim, a melhor seleção do planeta na atualidade. Vejo dois problemas corrigidos no time germânico: se deram conta que não são imbatíveis e que têm que respeitar todos os adversários. Digo isso porque era nítida a arrogância e o egocentrismo das últimas seleções alemãs que pareciam ganhar os jogos antes de jogá-los, o mesmo comportamento dos holandeses, esses ainda pior, porque têm apenas uma Euro, nada mais; o segundo “problema corrigido” que é relacionado ao primeiro, é a juventude. A Alemanha é uma seleção extremamente jovem, mas era ainda mais em competições passadas, obviamente. Acho que a Alemanha, assim como a Espanha, são as únicas seleções que teriam chances de títulos escalando dois times, tamanha é a quantidade de talento individual. A Alemanha tem um grande técnico, no mínimo dois ou três jogadores por posição, a exceção da defesa. Dois grandes goleiros, jogadores em grande fase, basta ver que a final da última Champions foi entre dois clubes desse país e que todos os seus representantes na atual versão da Champions classificaram. A força ofensiva, a vitalidade, o preparo físico e a técnica de seus jogadores, tudo isso somado, é o meu favorito. Principais destaques individuais: Reus, Müller, Kroos, Özil e Schweinsteiger. Itália: teria que fazer uma pesquisa maior, mas acredito que a Itália, talvez nos anos 30, mas depois disso acho que não, nunca entrou como favorita a uma Copa do Mundo. E ganhou quatro além de perder uma final nos pênaltis. Uma seleção que sempre é montada desde a defesa até o ataque, que mais especula do que ataca, agora tem uma versão um pouco menos historicamente italiana. Prandelli é um técnico que também gosta de ser protagonista e ataca mais do que o normal para padrões italianos. Um ataque potente com El Shaarawy ou Rossi e Balotelli atormenta qualquer defesa. Para mim, falta um meio-campista ofensivo que aproxime mais os bons volantes defensivos como Montolivo, Marchisio e Pirlo com o ataque. A camisa azurra é o seu grande potencial. Principal (ais) destaque (s) individual (ais): Pirlo. Espanha: é, para mim, difícil afirmar sem titubear que a Espanha está em decadência. Sim, joga menos que antes, ou seja, há uma decadência, mas é difícil mensurá-la. Acho que, tratando-se de jogadores que ganharam tudo com seus clubes e seleção, é muito difícil manter a concentração em jogos qualificatórios fáceis ou amistosos torneios de segunda importância como Copa das Confederações. Acho que, quando chegue a hora de, novamente, jogar pra valer, o futebol espanhol volta a aparecer. A quantidade de craques do meio pra frente é impressionante: Isco, Xavi, Iniesta, Matta, Silva, Negredo, Pedro, Callejón, Navas, Cazorla, Torres, Fabregas, Xavi Alonso, Busquets...e por aí vai. Para mim, pesa a visível decadência e quando digo visível digo que é enorme de Xavi e a falta (impressionante) de gols. Acho que Del Bosque peca no preciosismo estético quando deveria dar mais opções de chegadas ao gol ao seu time. A defesa, a exceção de Ramos e Piqué, é duvidosa e nem o goleiro é uma certeza já que Casillas vem sem ritmo. Principal (ais) destaque (s) individual (ais): Iniesta, Fabregas, Isco. Argentina: quando se fala de Argentina, temos que começar por Messi. Se Messi continua arrastando lesões, as chances argentinas diminuem excessivamente. Com Messi em forma, a Argentina disputa o título. A grande diferença da Argentina de 2010 para a atual não é nem o Messi afirmado na seleção que não existia em 2010 e sim o fato de ter um técnico de verdade. Maradona era um motivador, mas não passava disso. Por ser um gênio, nunca precisou de tática para jogar. Sabella é um grande técnico e um grande estudioso do futebol. Meticuloso, analisa todos os fatores que podem ser decisivos. Conhece muito de futebol e sabe que, se conseguir uma defesa no mínimo aceitável que dê tranquilidade para ele manter o tridente ofensivo com Messi, Agüero e Higuaín que é o melhor do mundo, as chances aumentam e muito. Na cabeça de Sabella não vale a pena tirar um desses três e reforçar o meio-campo defensivo. Crê Sabella que sua arma mais letal é deixá-los juntos. O goleiro é um grande problema. Sabella é teimoso e insiste em goleiros que são reservas em seus times e de temporadas fracas como Romero, que é reserva aonde vai e Andújar. Deveria apostar em Orión e acho que, se os dois primeiros não mudam seus rumos nesses seis meses que faltam, Orión assume o comando. Principal (ais) destaque (s) individual (ais): Agüero, já que Messi não conta. França: em termos de elenco e história, a França poderia fazer um bom campeonato, não digo ser campeã, mas sim ir bem. Tem Ribèry em brilhante momento, uma defesa confusa, um meio de campo com muito talento com jogadores jovens como Nasri e Pogba e um Giroud que disputa posição com um Benzema que alterna brilhantismo com apatia e até certo desinteresse em alguns momentos. Acho que falta uma unidade ao elenco e muito isso devido à questão racial, mas, se se aposta no talento, a França é uma grande equipe. Principal (ais) destaque (s) individual (ais): Ribèry. Uruguai: a seleção do grande maestro Tabárez terminou o ano em uma curva ascendente. Depois da Copa América ganhada na Argentina, os charruas vinham em decadência, jogando mal e colocando em risco sua classificação à copa que veio na repescagem. No entanto, nos últimos jogos e até mesmo na Copa das Confederações onde mereceu uma melhor sorte na disputa contra os anfitriões, jogou bem, muito bem. Assim como na Itália, sua rival de grupo, falta um meia de ligação que foi Forlán, por exemplo, na copa passada, que hoje está enterrado. Assim como seus vizinhos argentinos, conta com um ataque fulminante com Cavani e Suárez que é, depois de Messi, o melhor atacante do planeta. Também não confio no goleiro, o acho fraquíssimo, iria de Sosa, goleiro do Vélez e a idade de Lugano é outra preocupação. Principal (ais) destaque (s) individual (ais): Suárez. Inglaterra: segundo a imprensa britânica e seus principais expoentes no mundo do futebol, a seleção inglesa não tem chances nesse mundial e deve sim se preparar para a Euro 2016 ou a Copa 2018, muitos até falam em Catar 2022! Eu acho um absurdo tremendo. Evidentemente que sou crítico do time atual e ponho toda a culpa no técnico, um dos poucos remanescentes do futebol inglês antigo, de balão pra área e etc. Hodgson consegue fazer que um time que conta com Wilshere, Milner, Welbeck, Townsend, Chamberlain, Walcott, Young, Rooney, Lampard, Sturridge, Sterling, Lennon entre outros, jogue feio, jogue mal, jogue na bola aérea. Já disse outras vezes: em termos de meio-campo ofensivo e ataque, a Inglaterra é a melhor seleção do mundo junto com Espanha e Argentina. Mas a realidade é que um time que joga mal e vai de cabeça baixa ao Brasil. Uma pena porque também conta com excelentes jogadores em outras posições como Lescott, Johnson, Cole e Walker. Principal (ais) destaque (s) individual (ais): Rooney. Holanda: como já comentei quando falava sobre os alemães, a Holanda, uma seleção com muito talento e poucas conquistas, deve se preocupar mais em baixar a cabeça e jogar do que entrar achando que o jogo está ganho. Um time muito novo do meio de campo para trás, mas com bons jogadores e um ataque fulminante com Robben, de excelente fase e Van Persie, por exemplo. A grande diferença da Holanda que perdeu a final na África do Sul está no banco. Louis Van Gaal chegou para talvez cobrar maior comprometimento defensivo de um time que historicamente prioriza o ataque deixando a defesa em segundo plano o que é complicado no futebol atual. Principal (ais) destaque (s) individual (ais): Robben. Rússia: a seleção russa é um time muito duro de ser batido. Não possui jogadores tão famosos e isso acontece porque seus melhores talentos não são suficientemente brilhantes para despertarem o interesse das potências do continente, mas são sim muito bons, alguns muito talentosos e que ficam no país devido ao dinheiro das máfias corporativas que lavam dinheiro nos clubes locais. Arshavin foi uma exceção, é um craque, segue sendo chamado, mas é reserva. Principal (ais) destaque (s) individual (ais):Zhirkov. Croácia: infelizmente o técnico atual Stimac não prioriza o característico futebol técnico tradicional entre as repúblicas da ex-Iugoslávia como o fazia Bilic. Mesmo assim, os croatas contam com excelentes jogadores como Modric e Mandzukic, por exemplo, jogadores titulares de Real Madrid e Bayern Münich, nada mais e nada menos. Somam-se outros bons jogadores e aposto que a Croácia pode fazer uma boa Copa do Mundo apesar de que, com uma postura mais afeita ao seu estilo de jogo tradicional, poderia ir melhor. Principal (ais) destaque (s) individual (ais): Modric. Para finalmente terminar, aqui apresento meus palpites para desde a primeira fase até a final e o consequente campeão: GRUPO A: Brasil Croácia México Camarões GRUPO B: Espanha Holanda Chile Austrália GRUPO C: Colômbia Costa do Marfim Grécia Japão GRUPO D: Uruguai Itália Inglaterra Costa Rica GRUPO E: França Equador Suíça Honduras GRUPO F: Argentina Nigéria Bósnia Irã GRUPO G: Alemanha Estados Unidos Gana Portugal GRUPO H: Bélgica Rússia Coreia do Sul Argélia OITAVAS-DE-FINAL: Brasil x Holanda Colômbia x Itália França x Nigéria Alemanha x Rússia Espanha x Croácia Uruguai x Costa do Marfim Argentina x Equador Bélgica x Estados Unidos QUARTAS-DE-FINAL: Brasil x Colômbia França x Alemanha Espanha x Uruguai Argentina x Estados Unidos SEMIFINAIS: Colômbia x Alemanha Espanha x Argentina FINAL: Alemanha x Argentina CAMPEÃO: Alemanha VICE: Argentina