Eu sou contra o
terrorismo. Sou contra as guerras. Também sou contra a violêcia,
contra maus tratos a humanos e animais, contra beber e dirigir,
contra tortura, exploracao sexual, enfim, sou contra tudo que
qualquer pessoa normal seria, mesmo sendo de uma espécie tao
deplorável como a humana. No entanto, também sou contra a
hipocrisia que é talvez a doutrina majoritária em nossa sociedade
dita tao globalizada. Todo mundo “chorou” virtualmente as mortes
de 12 jornalistas em Paris e agora todos “choramos” as mortes de
dezenas de pessoas na mesma bela cidade, mas ao mesmo tempo ignoramos
as mortes diárias em países devastados por conflitos causados por
nós, ou seja, nós, os brancos ocidentais defensores do tal “mundo
livre”. Matamos, torturamos, bombardeamos hospitais e escolas, tudo
isso em nome de uma tal enfadonha “liberdade”. Liberdade para
quem? A única liberdade que pode literalmente lucrar com nossas
cruzadas em nome da liberdade é a poderosa liberdade econômica.
Os ataques ao metrô de
Madrid, ao de Lodres, ao Charles Hebdo, à maratona de Boston, às
torres gêmeas, a Paris, entre outros, nada sao além de respostas de
um adversário infinitamente mais fraco. O oeste há bastante tempo
vem cometendo atentados terroristas de estado que somente nao sao
chamados usando esta nomenclatura, pois sao cometidos por nós e por
seres organizados e sim respaldados por um estado, diferentemente
desse tal “estado” islâmico que nao é um estado e sim o que os
próprios dementes dizem, uma série de “califados” que têm,
como objetivo final, ser um estado e derrotar o ocidente.
Nós invadimos o Iraque
várias vezes, o Afeganistao outras tantas vezes, a Líbia, a Síria,
politicamente “invadimos” o Egito e, para tais invasoes,
cometemos atrocidades que custaram muito mais vidas que as que foram
desperdiçadas em nosso terrirório. Nao vi gente pintando sua foto
do Facebook com a bandeira da Síria depois de termos bombardeado um
hospital do grupo Médicos Sem Fronteiras. Também nao vi fotos
pintadas com as cores palestinas após nossos ataques a escolas desse
território. Morte de pobre definitivamente nao comove. Morte de
barbudo entao, muito menos.
Esse terrorismo de
estado paga um preço. Os “war pigs” como bem definiu a banda
Black Sabbath em um de seus clássicos, nao pagam o preço, pois
vivem em uma realidade que se esconde de nossa vida mundana. Quem
paga o preço sao os cidadaos comuns de nossa terra livre, gente
inocente que nao têm nada a ver com as decisoes autoritárias e
crueis de seus governantes que, em sua maioria, lucram com estes
ataques.
O mundo gira em torno
do capital. Nao há alternativa ao capitalismo, que, para os menos
atentos, significa o capital no centro do universo, nao os homens.
Vende-se a mentira de que os irlandeses lutavam com os ingleses por
discordâncias religiosas, que os árabes brigam com os judeus por
religiao e o mesmo acontecia nas colônias europeias na África,
todos se matando no que seria causado por diferenças de credo. Doce
ilusao de ingênuos. As pessoas se matam e as guerras acontecem por
puros e rasos interesses econômicos. Nao há Terra sem guerra porque
a guerra faz o 1% da populaçao que nos controla encher seus bolsos
podres de dinheiro e para isso usam nosso sistema político e
democrático. Dao migalhas de seus lucros pornográficos manchados de
sangue de inocentes, mulheres e crianças à classe política e
abarrotam bancos escusos em ilhotas caribenhas de dinheiro, vide os
300 bilhoes de dólares declarados em solo das Bermudas, na semana
passada, por mega multinacionais de 60 países. A elite capitalista
ávida por acumular o que está no centro de nosso universo, esconde
rapinamente seus pedaços de ouro onde ninguém os pode ver e se
esconde atrás da máscara do “meritocentrismo” e do livre
mercado para justificar seus atos. Na Euopa, por exemplo, foram mais
além e criaram a tal “Uniao Europeia” que nada mais é do que um
passo adiante para controlar todo este massivo mercado através de
canetaços evitando a fadiga de convencer país por país a adotar as
suas metodologias e esse novo bloco já começou a cobrar suas vidas
banais, vide a Grécia. A classe média burra se escandaliza com
esmolas dadas pelo estado aos seus cidadaos menos “meritórios”
que nao mandarao essas gorjetas para as Bermudas e sim as deixarao no
próprio estado de novo, mas nao se importa com os ratos-vampiros que
escondem seus lucros. E, considerando que a indústria da guerra é
das mais lucrativas, necessitamos bombardear terras longínquas onde
terminamos armando psicopatas ignorantes que depois incomodarao a
nossa plebe.
Rambo é um dos filmes
mais idiotas de todos os tempos, mas, em um de seus filmes, vemos os
americanos apoiando os afegaos para que estes chutem os traseiros
gelados dos soviéticos que estao em seu país em plena Guerra Fria.
Aqueles árabes simpáticos que ajudavam Rambo sao o que depois se
transformaram nos famosos talibas, hoje ofuscados pelo EI, mas ainda
assim um de nossos inimigos, armados com nossas armas, vendidas por
empresas de magnatas que patrocinaram campanhas políticas como a de
marionetes estúpidas como o cla Bush.
Nao há forma de um
grupo rudimentar e bárbaro como estes bombardear através de
modernos caças o espaço aéreo ocidental e muito menos invadir
estes rincoes usando meios tradicionais do ocidente. Qual a única
soluçao? O terrorismo. O terrorismo que nos assola e nos assombra, é
a banal resposta ao nosso terrorismo de estado, nada mais, simples
assim.
Fanatismo religioso,
ausência de perspectivas de futuro, ignorância extrema, ódio
enraizado na medula de cada um, entre outros fatores, encoraja
psicopatas a fazer exatamente o que fazemos nós através de pobres
soldados barbeados e de uniforme fashion: matar, metralhar, abater
avioes, estádios, meios de transporte, etc.
Será que os grandes
líderes mundiais nao se dao conta disso, será que sou só eu? Claro
que nao. Todos sabem, mas o nosso bizarro status-quo de guerra
constante, medo e devastacao humana e ambiental, é justificado por
bancos recheados de lingotes de ouro e de diamantes de sangue e
vivemos no CAPITALISMO, nao no antropocentrismo, ou seja, estamos no
caminho correto. Mantém-se o estado de guerra eterno e, assim,
mantém-se os 1% felizes. Consequências? Guerras e uma grotesca
invasao de bárbaros em terras europeias justificada por uma mentira
chamada “refugiados”. Quem sofre com esta invasao animalesca de
bárbaros primitivos? A pobre e babaca classe média europeia que
insiste em pegar seus cartazes e ir a estacoes dar boas-vindas a
quem, em sua maioria, querer apenas se aproveitar de tudo que lá foi
construído. A Europa é convencida pela elite representada pela
direita de que devemos ajudar os refugiados, leia-se, mao de obra
barata e mais consumidores e ao mesmo tempo é iludida pela lunática
esquerda do velho continente que ainda acredita que há santos e
demônios em nosso pobre planeta.
Toda esta balbúrdia
deixa o mundo em um estado de caos generalizado e, o pior, o deixa
embriagado em um sentimento de dúvida e desolaçao que nao se sentia
desde a Segunda Guerra Mundial. Os poucos países que conseguiram
conquistar um bom nível de vida para a maioria de sua populacao veem
seu futuro fortemente ameaçado por uma limpeza étnica que em 150
anos tornará o europeu médio uma espécie em extinçao. No entanto,
a esquerda retardada europeia segue batendo na tecla do futuro
multicultural mais brilhante da Europa.
Será entao que
deveríamos, como espécie dominante, ou seja, países ocidentais,
deixar que estes países controlados por sanguinários ditadores se
resolverem por conta própria? Será que deveríamos usar o lema do
liberalismo extremo de nossa economia também para os países
“nao-alinhados”? Há indícios de que sim. O Iraque de Saddam era
ruim e está pior sem ele; a Líbia de Khadaffi era ruim, e está um
faroeste selvagem sem ele e agora a Síria de Assad que era ruim com
este lépido e faceiro no comando e que agora está um caos com a
intervençao branca. O mundo ocidental nao precisou de intervençoes
estrangeiras para ver que vivia nas trevas durante a Idade Média. O
tempo passou e alguns guilhotinaram reis e rainhas enquanto outros
souberam colocá-los em posiçoes menos determinantes para um futuro
mais “iluminado”. Deixar que esses países jovens amadureçam por
sua conta pode ser a única soluçao e nao estaremos criando inimigos
monstruosos que irao depois se vingar explodindo lugares públicos
localizados, ironias à parte, na rua Voltaire, em Paris, por
exemplo, um dos grandes iluministas ocidentais. “Laissez faire
laissez passer” segue sendo minha filosofia para a política
internacional mundial. O nao deixar estes países se auto-gerirem faz
com que parte de sua populaçao resolva querer viver em nossas terras
e isso nao vai funcionar. O crescimento populacional dessas, pelo
menos até agora, “minorias”, é muitíssimo maior que o
crescimento da atual “maioria”. Em uma conta básica de
progressao matemática, é óbvio que os principais países da Europa
vao ser estados árabes já que estes sempre, mais cedo ou mais
tarde, como já acontece na Bélgica, França ou Austrália, irao
tentar impor suas leis e hábitos. A Europa, berço de nossa
civilizaçao, irá desaparecer aos poucos nessa nova invasao moura
que nao começou agora com o caos sírio, senao há algumas décadas
atrás.
Ainda sobre esta
convivência de minorias com maiorias, David Cameron uma vez, ao ser
questionado por um político caribenho sobre a dívida que os
ingleses têm com estes países devido ao processo de colonialismo e
exploraçao, disse que estes deveriam “move on” já que isso
aconteceu há muito tempo, o que caracteriza o outro lado da moeda.
Nao se pode simplesmente “move on”, pois somos responsáveis por
boa parte do fracasso desses países e aí Cameron nao vê que a
soluçao nao é desembocar todos os árabes e africanos na Europa,
por mais que a esquerda radical venha com aquele discursinho de que
todos somos iguais e deveremos viver juntos felizes para sempre, isso
é apenas um comentário poético e politicamente correto. Nao
vivemos bem juntos, basta deixar de ir à Disney nas férias e
penetrar nas entranhas das grandes cidades europeias e infelizmente
somos mais um mamífero qualquer, apesar de nos acharmos os reis da
cocada preta. Nenhum grupo de mamíferos na vida selvagem vive junto.
É cada um pro seu lado. Há sim, doe a quem doer, diferenças
genéticas entre as raças e soma-se a isso as abismais diferenças
culturais, ou seja, nao nascemos para viver juntos. “Imagine” de
John Lennon, que pregava, entre outras coisas um mundo sem
fronteiras, é apenas poesia. É como o comunismo. Na funciona.
Querem uma soluçao
rápida? Parar de armar delinquentes sociopatas em países que nao
representam qualquer ameaça ao nosso tal “mundo livre” e
ajudemos, aproveitemos a existência de órgaos decorativos como
Uniao Euopeia ou ONU para criar fundos de desenvolvimento de países
outrora devastados por nossas geraçoes passadas e, assim, nao
seremos obrigados a ver as cenas deploráveis de bombas explodindo em
bares e restaurantes e muito menos uma onda de pessoas invadindo e
tirado proveito do que uma outra civilizaçao foi capaz de construir.
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