O escândalo do caixa 2 da campanha que elegeu Yeda Crusius ao governo do estado em 2006 é o assunto do momento. Todas as suspeitas sobre a origem do dinheiro usado para comprar uma casa no valor de 700 mil reais voltam à tona e creio que, com exceção dos gaúchos mais inocentes do estado, todos já sabem de onde veio esse dinheiro.
Toda essa nova balbúrdia faz-me concluir algo que poucos se dão conta: todas as maracutaias do poder público, ou pelo menos a grande maioria delas, acabam desmascaradas e, invariavelmente, os pivôs dessas polêmicas são pessoas de posições curiosas em relação ao poder público: motoristas, amantes, secretárias, caseiros e, agora, temos a viúva do representante do estado em Brasília (suicidou-se? Foi assassinado?) que não pára de falar.
Assim sendo, não vejo que o nosso problema seja desmascarar os criminosos políticos e sim a maneira como os punimos, ou, melhor dizendo, o fato de não os punir.
Exemplos não faltam: Renan Calheiros foi desmascarado, mas não foi punido; a turma
do Mensalão foi desmascarada e não foi punida e tenho absoluta certeza de que Yeda sairá impune dessa e repetindo que seu governo é “transparente”.
Voltando à casa do clã Crusius, me parece incrível que não haja punição quando uma propriedade foi comprada por uma pessoa que não tem renda suficiente para tal. O que pode ter acontecido, ainda mais quando se trata de pessoas ligadas ao poder público?
Qualquer criança sabe, só a RBS que não.
As provas. Desde as primeiras acusações feitas por integrantes do PSOL, Yeda e seus defensores, e aí se inclui o grupo RBS, afirmam que não há provas! Bom, já temos conhecimento que sim, há provas! Não temos Marcelo Cavalcante à disposição pois ele apareceu boiando no lago Paranoá, mas temos a voz desse falando com Lair Ferst, outro pivô dos escândalos do governo Yeda. Isso não é prova?
A bancada gaúcha do PMDB explica sua não adesão à CPI pela falta de provas; líderes do PSDB nacional também exaltam a ausência de provas. Mais uma vez: uma gravação telefônica não é prova???
Além disso, a bancada gaúcha do PMDB afirma descaradamente e sem nem ruborizar que não quer a inclusão da Operação Solidária na CPI. Essa investigação é em cima das denúncias de corrupção nos programas de merenda escolar e também sobre superfaturamento em obras de saneamento em Canoas e que tem como um de seus mentores, Eliseu Padilha, deputado do PMDB.
Tudo isso torna ainda mais fundamental o financiamento público de campanha. Não dá mais para aceitar essa farra de doadores escusos que sempre estão fazendo o seu lóbi em tempos de campanhas. Entre os doadores da campanha de Yeda, vemos nomes fortes como os fumeiculturoes de Santa Cruz, Braskem, Ipiranga, entre outros, empresas que depois aparecerão para pedir favores e o governo estará impelido a saciá-los. Aí estão licenças ambientais facilitadas, isenção de impostos, doações de terrenos e etc.
Finalizando, todo esse escandaloso e fracassado governo Yeda só vem comprovar que essa ideia patética de que eleger mulher é a saída no combate à corrupção. E quando a mulher ainda por cima de tudo é paulista, definitivamente não dá.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Seu argumento, no fim, é que a culpa disso tudo é por ela ser mulher e paulista?
Entao se fosse homem e gaucho, como o Fogassa, tudo seria perfeito? Posso salientar que ela nao rouba sozinha, e que todos os outros acusados sao homens e gauchos?
Uma outra duvida: Se ela nao fosse paulista, mas mulher, nao teria problema? Ou se fosse um homem, mas paulista? Ou eh a soma das partes que lhe incomoda?
Tu es meu chauvinista predileto.
Postar um comentário