E mais uma Copa do Mundo se acaba. Que evento tão espetacular é a Copa do Mundo. É uma competição tão incrível que chega ao ponto de humanizar personalidades que pareciam ter sucumbido à sua posição de celebridades. Jogadores consagrados e donos de fortunas choram como crianças após uma derrota ou após um título.
Seus familiares estão nas tribunas e alguns não se contêm e distribuem sorrisos e beijos em suas direções como Maradona com suas filhas e alguns jogadores como Sergio Ramos e Fabregas na final com suas famílias.
Há reis, rainhas, atores, Mick Jagger, todos lá, sentados como qualquer um desfrutando do maior evento da Terra.
Essa Copa deixou algumas dúvidas quanto à realização de eventos dessa importância em países sem estrutura necessária. A FIFA tentou disfarçar, mas houve muitos problemas como na área de transporte, por exemplo, com muita gente não conseguindo chegar a tempo aos locais dos jogos; também houve assaltos, roubos e muitos, muitíssimos espaços vazios nos estádios, em alguns casos chegava a ser constrangedor como na partida entre Paraguai e Eslováquia. Mas até em semifinais esteve presente esse problema. No jogo entre Holanda e Uruguai podiam-se ver espaços não ocupados.
No entanto é bacana uma Copa em um lugar diferente. Sempre defendi que copas do mundo deveriam ser exclusivamente organizadas no continente europeu devido à sua infra-estrutura e tradição no esporte. Países estruturados fora da Europa como Estados Unidos, Japão ou Coreia do Sul, têm problemas diferentes como populações não sabendo quantos jogadores jogam ou então simplesmente falta de clima de Copa.
A primeira fase foi, tecnicamente, quase que insuportável, mas já era esperado. As
primeiras fases contam com times fracos e as seleções fortes jogam com medo de um tropeço que lhes pode abreviar a participação no Mundial. No entanto, era evidente que o nível, a partir das oitavas, iria subir consideravelmente e acabamos vendo uma boa Copa.
Não houve um grande destaque individual, mas muitos jogadores se destacaram e muitos times levaram muitos jovens para a competição o que é sempre saudável. Fracassos retumbantes não faltaram. O maior deles foi o da seleção francesa que foi um tremendo festival de absurdos. A Itália, atual campeão, também fez feio e abandonou sem ganhar sequer um jogo. No entanto considero a Inglaterra a maior decepção, pois foi ao Mundial com pinta de favorita e acabou sendo goleada por 4x1 pela Alemanha e seus principais jogadores não renderam o esperado.
Outro grande fracasso, o desempenho dos africanos, todos, à exceção de Gana, eliminados na primeira fase, incluindo-se nesse nefasto grupo o país organizador.
Tivemos, então, detentor do título, último vice e país-sede eliminados na primeira instância da competição.
O renascimento do Uruguai de volta aos primeiros lugares foi extremamente interessante. Inclusive teve um de seus jogadores escolhido como o melhor da competição, Diego Forlán.
A competição também puniu a mesquinhez de alguns times como Suíça e Grécia, eliminados, FELIZMENTE, na primeira fase. Houve um predomínio dos ofensivos contra os defensivos considerando que os três primeiros são times que sempre buscaram o gol.
Houve também quem exagerou na ofensividade e acabou caindo fora de maneira constrangedora, como foi o caso argentino. O melhor do mundo, Messi, não apareceu nas instâncias definitivas e acabou abandonando a África de maneira discreta e sem gols, assim como seus companheiros de artilharia Rooney e Milito que pouco jogou.
Klose chegou perto da marca histórica, mas perdeu alguns gols que não poderia perder contra a Austrália, não começou um jogo e sentiu dores nas costas que o deixaram de fora da decisão do terceiro lugar.
A Alemanha bateu o recorde de jogos disputados em copas do mundo.
Também tivemos poucas definições em cobranças de pênalti, somente duas.
Outro fato curioso foi quem a Espanha passou por oitavas, quartas, semi e final somente com vitórias pela mínima diferença e sem tomar sequer um gol.Possivelmente é o campeão com o menor número de gols marcados na histórias das copas.
Tivemos dois erros cruciais de arbitragem nas oitavas, o gol não dado à Lampard contra a Alemanha e o gol em completo impedimento de Tévez contra o México. Pela primeira vez a FIFA ameaça discutir o assunto com mais seriedade. Até o lance de Suárez contra Gana foi visto como motivo para a FIFA revisar suas centenárias regras. Sou contra. Querem deixar o futebol uma ciência exata. É entendível o argumento de que o futebol é um negócio e que muitos perdem muita coisa por erros.
Mas é um esporte. Um jogo. Tem que seguir tendo seu aspecto humano.
Classificação final da Copa:
1. Espanha
2. Holanda
3. Alemanha
4. Uruguai
5. Argentina
6. Brasil
7. Gana
8. Paraguai
9. Japão
10. Chile
11. Portugal
12. Estados Unidos
13. Inglaterra
14. México
15. Coreia do Sul
16. Eslováquia
17. Costa do Marfim
18. Eslovênia
19. Suíça
20. África do Sul
21. Austrália
22. Nova Zelândia
23. Sérvia
24. Dinamarca
25. Grécia
26. Itália
27. Nigéria
28. Argélia
29. França
30. Honduras
31. Camarões
32. Coreia do Norte
Aqui segue minha seleção da Copa no estilo 4-4-2:
1. Stekelenburg (Holanda)
2. Sergio Ramos (Espanha)
3. Friedrich (Alemanha)
4. Piqué (Espanha)
6. Capdevilla (Espanha)
5. Xabi Alonso (Espanha)
8. Xavi (Espanha)
10. Iniesta (Espanha)
11. Müller (Alemanha)
7. Forlán (Uruguai)
9. Villa (Espanha)
Bola de ouro: Forlán (Uruguai);
Bola de prata: Xavi (Espanha);
Bola de bronze: Müller (Alemanha);
Revelação: Müller (Alemanha);
Menções honrosas: Salcido (México), Suárez (Uruguai), Pérez (Uruguai), Johnson (Inglaterra), Khedira (Alemanha), Schweinsteiger (Alemanha), Özil (Alemanha), Gyan (Gana), Mathijsen (Holanda), Sneijder (Holanda), Lúcio (Brasil), Juan (Brasil) e Casillas (Espanha);
Decepções: Di Maria (Argentina), Gerrard (Inglaterra), Lampard (Inglaterra), Rooney (Inglaterra), Van Persie (Holanda), Cristiano Ronaldo (Portugal) e Torres (Espanha).
domingo, 11 de julho de 2010
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