domingo, 27 de junho de 2010

Alemáquina

Uruguai 2x1 Coreia do Sul: não vi. Que golaço marcado por Suarez! Dá-lhe Celeste!

Gana 2x1 Estados Unidos: não vi.

Alemanha 4x1 Inglaterra: um verdadeiro massacre imposto pelos alemães. A Alemanha jogou com a mesma contundência e efetividade com que jogaram na estreia contra a Austrália, passou por cima dos ingleses de maneira semelhante a como foi o jogo da Copa passada contra a Suécia.
Incrível a ironia do destino, a bola de Lampard que entrou um metro e o juiz não deu gol. Impossível não pensar na polêmica final de 1966. No entanto, apesar do grosseiro erro da arbitragem, a Alemanha foi infinitamente superior durante todo o jogo. Defesa bem postada, boa marcação em Rooney, Lahm participativo, excelente trabalho de Khedira, Podolski voltando a jogar bem, Özil sempre perigoso e Klose, o matador, o homem que abriu a goleada com um gol de centroavante. Mas o maior destaque foi Müller, de brilhante atuação. Além dos dois gols foi o homem que cadenciou o meio de campo, que organizava os contra-ataques. Também brilhante o trabalho de Schweinsteiger em sua melhor partida nessa Copa do Mundo.

Do lado inglês um time completamente aniquilado pelo volume de jogo eletrizante dos germânicos. Rooney muito isolado e a total ausência dos dois volantes Lampard e Gerrard. Com Johnson obrigado a ficar mais atrás devido ao volume ofensivo alemão, faltou alternativa de jogadas aos ingleses. Defoe esteve também isolado, somente Barry conseguiu criar alguma coisa na meia cancha britânica. Milner esteve impreciso durante todo o jogo e acabou substituído por Joe Cole que pouco participou. Pobre a atuação inglesa nesse jogo e no Mundial inteiro.

Melhor em campo: Müller (Alemanha).

Argentina 3x1 México: a primeira coisa que deve ser dita a respeito desse confronto é que o placar não diz o que foi o jogo. Em sua pior atuação na Copa, a Argentina foi dominada durante quase todo o jogo. No entanto, contou com a sorte. O primeiro gol foi em absurda posição ilegal de Tévez; o segundo, um presente de Osório, o pior em campo apesar de que vale destacar a tranquilidade e frieza de Higuaín na definição, sem jamais se precipitar.

Essa imprecisão defensiva mexicana prejudicou muito o time, mas, mesmo assim, o México seguiu dono do jogo contra um rival que jamais se impôs ou encontrou sem espaço no campo. Incrível o desperdício que foi o não aproveitamento de Messi no jogo. Messi não jogou, esteve recuado em demasia, sempre pegava na bola em seu próprio campo de defesa, faltou parceria de Verón ou Pastore. Maxi não é o homem indicado para fazer com que Messi tenha espaço. O terceiro gol que selou o destino do jogo também foi fruto de uma jogada fortuita e também méritos para o talento individual do elenco de Maradona.

Para enfrentar a Alemanha, há de se melhorar e muito. Maradona também caiu no erro de novamente demorar muito para mexer no time. Teve seu meio de campo dominado durante todo o jogo e demorou muito para colocar Verón e Pastore que entrou quando
faltavam apenas quatro minutos.

Do lado mexicano faltou a definição, faltou expressar em gols a sua superioridade em volume de jogo. Também merece destaque a imprecisão e insegurança de sua defesa. O destaque positivo foi o golaço de Hernandez e a excelente atuação de Salcido, o melhor em campo.

Análise individual:

Romero: pela primeira vez foi testado e foi seguro. Falhou ao estar adiantado em chute de longa distância que deu no poste. 7

Otamendi: fez o seu trabalho com correção mesmo tendo enfrentado um lateral extremamente ofensivo como Salcido. 6

Demichelis: sua melhor atuação, quase não cometeu falhas. Jogou mais resguardado como no Bayern Münich e foi muito bem. 7

Burdisso: assim como Demichelis, foi extremamente importante na manutenção do resultado. 7

Heinze: quase como um terceiro zagueiro, o Gringo foi peça importante no esquema defensivo argentino. 6

Mascherano: pareceu um pouco injuriado com a total derrota de seu time em seu setor. Sofreu muito vendo o México ganhar terreno. 6

Maxi Rodríguez: dominado completamente pelo volume de jogo mexicano. Não teve participação alguma no setor ofensivo e se viu em apuros durante quase todo o jogo. 5

Di María: é um jogador de uma técnica impressionante, mas, pelo menos quando joga pela seleção, ainda parece um peladeiro. Falta-lhe encontrar-se em campo. Esteve sumido durante todo o jogo, atuação semelhante ao jogo de estreia contra a Nigéria. Deveria ter sido substituído. ZERO

Messi: quase fez o seu gol no final depois de bela e característica jogada individual, mas fez seu pior jogo na Copa. Muito recuado e isolado, se viu em uma posição que seu jogo não aparece. Quase não tocou na bola. Só começou a participar mais quando entrou Verón. Deu o passe para o primeiro gol. 5

Tévez: o melhor argentino em campo. Como sempre mostrou uma dedicação comovente. Joga de zagueiro, lateral, volante, não tem bola perdida. Em um lance de insistência, fez um dos gols mais lindos da Copa. Também foi quem abriu o marcador em gol claramente irregular. 8,5

Higuaín: fez um belo gol onde mostrou estar atento, ser oportunista e ter técnica e frieza na conclusão. Perdeu um gol de cabeça que não se pode perder. No mais, algumas bolas perdidas longe da área. É o artilheiro da Copa. 7

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