terça-feira, 5 de outubro de 2010

Votos Célebres

Entre as tantas possíveis nomenclaturas que podem ser utilizadas para definir a era em que vivemos, uma delas poderia ser “A Era das Celebridades”. Muitos pensadores se referem ao nosso momento social atual como “modernidade”, outros como “pós-modernidade” e temos até a “hipermodernidade”. No entanto, todas essas definições devem ter obrigatoriamente a abordagem do fenômeno das celebridades.

Juntamente com o alto consumo de publicações de auto-ajuda, histórias de bruxinhos mágicos e de vampirinhos emos depressivos, se gasta um oceano Atlântico de tinta por ano para publicações que abordam as vidas espetaculares de celebridades, sejam essas nacionais ou internacionais. O cidadão médio e ordinário tem necessidade de sair de sua vida simples e medíocre e penetrar através do consumo de materiais desse estilo na vida glamorosa e fantástica das estrelas.

Um fenômeno que vem chamando a atenção de todos nos últimos anos é o sucesso das redes sociais, mais especificamente os saites Orkut, Facebook e Twitter, o mais novo da turma. A popularidade e a alta adesão a esses saites representam uma espécie de revolta dos seres ordinários que não mais aceitam sua condição periférica no mundo do espetáculo. Cidadãos comuns, cansados de obter prazer somente através dos órgãos genitais de famosos, resolveram criar o seu próprio ciclo do sucesso e exibem-se como celebridades em um meio em que sim são notados, vistos, comentados e bisbilhotados.

Basta cinco minutos de navegação por esses saites e veremos amostras infindáveis desse complexo de vira-lata célebre. Vemos fotos tiradas pelas próprias personagens das imagens. É comum a auto-foto ou a foto tirada em frente a um espelho por um cidadão sozinho em um recinto com seu computador que é sua porta para a fama. As mulheres chegam ao ponto de colocar uma roupa mais vibrante e tiram suas fotos para colocar no círculo da “mídia” amadora. Os homens não são menos carentes e/ou ridículos. Apostam geralmente em óculos escuros ou fotos com símbolos fálicos que revigoram sua pobre masculinidade como carros e motos. Tudo isso feito com a intenção de serem vistos, notados, adorados, serem motivo de comentários em seus micros cosmos. Nada é mais prazeroso atualmente do que ter muitos comentários em alguma foto ou, melhor ainda, ter muitos views em algum vídeo publicado no Youtube.

Via Twitter, os ex-excluídos do mundo garboso do espetáculo publicam suas ações minuto a minuto. “Estou no banho”; “Estou pensando na vida”; “Fazendo nada”; “Pensando na morte da bezerra”. Se a Lady Gaga ou a Angelina Jolie publicam algo assim na rede, seria interessante? Sim. Milhões de pessoas dedicariam pelo menos alguns segundos de suas vidas para pensar nos célebres no banheiro ou pensando na morte da bezerra. E agora, se eu, um reles mortal, publico algo assim, é interessante? SIM, agora sim, agora, via Internet, temos a democracia dos holofotes, é a rebelião dos anônimos.

Essa adesão massiva ao culto das celebridades chegou, infelizmente até os meandros da política brasileira. As eleições de 2010 poderiam ser nomeadas como a eleição das celebridades. O fenômeno demonstra a necessidade doentia que temos de sermos entretidos a todo o tempo. Necessitamos diversão, imagens e publicidade para sobreviver. A adição é tão forte que queremos esse entretenimento até na política.

Nas eleições 2010 que movimentaram mais de 130 milhões de pessoas pelo país afora, candidatos célebres foram eleitos. Para demonstrar o grau desse fanatismo idiota, os dois estados mais importantes do país tiveram como seus deputados federais mais votados, duas celebridades. O Rio de Janeiro elegeu, além de Romário, Wagner Montes que foi o favorito dos fluminenses; no entanto o mais votado entre todos, que recebeu voto de pelo menos 1% de todos os eleitores do país atingindo um número de 1,3 milhões de sufrágios, sendo, assim, o mais votado pelos paulistas foi o palhaço analfabeto Tiririca.

Por que acontece isso? Evidentemente que a ignorância é o motivo mais apontado por todos, mas há algo mais por trás. O quê os cidadãos brasileiros médios sabem sobre a vida de seus políticos? Muito pouco e não sei por quê dessa indiferença. A vida da maioria dos políticos é muito mais interessante do que a da maioria dessa figuras que citarei que, felizmente, não chegaram a serem eleitos, mas se candidataram.

Tivemos, entre outros: o pagodeiro Netinho que havia sido o deputado mais votado das últimas eleições, mas que não conseguiu a tão sonhada reeleição, talvez por ter sido flagrado desviando verba pública para sua instituição de “caridade” para consigo mesmo; Marcelinho Carioca, Vampeta, o jogador campeão do mundo que desceu rolando a rampa do Planalto bêbado depois de voltar do oriente e que pelo jeito gostou do cenário; Agnaldo Timóteo, Juca Chaves, Maguila, Popó, Simony, a musa do PCC, Joãozinho Trinta, um cidadão homossexual que ganha a vida através de uma profissão chamada “carnavalesco”, Reginaldo Rossi, Moacyr Franco, o comediante fracassado sustentado durante toda a vida pelo Silvio Santos, Rebeca Gusmão, a mulher-macho expulsa do esporte por uso de drogas, Eurico Miranda, o Al Capone ex-dono do Vasco que demonstrou que necessitava do cargo no futebol para seguir popular, Roberto Dinamite, Dinei, ex-jogador flagrado duas vezes em exames anti-dópins por cocaína, Ademir da Guia, Robgol, Túlio Maravilha e o técnico campeão do mundo pelo Grêmio Valdir Espinosa, além de alguns sertanejos, evangélicos, ex-participantes do Big Brother e esse brilhante triunvirato: Mulher Melão, Mulher Pêra e Tati Quebra Barraco. Quando abandonei esse país existia apenas a Mulher Melancia que, pelo que vejo, ou mudou de nome, ou procriou ou foi superada pela rapidez e efemeridade do mundo das celebridades local tendo seu trono arrebatado por suas seguidoras frutíferas.

Mas por que a vida privada dos políticos não atrai ao grande público? Enquanto que as celebridades são pegas com um cigarro de maconha, dirigindo bêbadas ou batendo em mulher, os políticos se envolvem em situações muito mais interessantes. Há uns flagrados colocando dinheiro nas meias e cuecas, outros que saem atrás de inimigos de moto-serra em mãos, outros governos se envolvem em assassinatos como no caso do governo Yeda, outros se besuntam em pornográficos mensalões, outros mandam a família cafona para as capitais da cafonice Miami e Las Vegas com as cotas das passagens parlamentares, outros são flagrados com modelo sem calcinha, outros violam o sigilo da conta bancária de seus porteiros, outros dão comícios acompanhados por traficantes em morros cariocas, outros são salvos pelo gongo da proibição de prisão antes das eleições por comandarem redes criminosas mesmo sendo parte do corpo da Polícia Militar, há inclusive escândalos matrimoniais como na família Suplicy que, aliás, tem um filho celebridade, há escândalos sexuais como desse candidato do norte, Pará acho, que foi acusado de acosso sexual contra suas funcionárias, outro já desfilou por Copacabana fardando apenas uma sunguinha diminuta feita de crochê, governos envolvidos com contrabandos de selos, gente ganhando 200 vezes na loteria, enfim, histórias sensacionais sobram, abundam, mas, por motivos que desconheço, não atraem tanto a atenção do grande público. Será porque os políticos são feios? Será porque o Lula é um sapo gordo sem dedo, o Renan Calheiros tem cara de madeira de mordomo assassino, o Serra cara de vampiro medieval, a Marina de ariranha desmamada precocemente, a Luciana Genro se parece com o Valderrama, será esse o mesquinho motivo pelo qual não nos interessamos pelas agitadíssimas vidas privadas de nossos políticos? Nossos políticos não deveriam ser desconhecidos do grande público já que são espetaculares.

Voltando aos célebres políticos, o Brasil elegeu além dos votadíssimos Tiririca e Wagner Montes outros brilhantes nomes como Romário e Bebeto, a dupla de ataque de 1994 e, demonstrando que nos últimos anos o futebol brasileiro começou a valorizar também o setor defensivo, elegemos Danrlei para fechar o gol; Marques também está presente para suprir a dupla de Parreira.

O que farão figuras como Romário e Tiririca no Congresso? Nem eles sabem e o segundo não cansa de repetir que não tem nem a mínima ideia de onde está se metendo. Falando nisso, impossível não destacar a participação da laranja biônica Weslian Roriz, mulher do governador cassado do Distrito Federal que buscava a reeleição, mas que foi impedido pela Lei da Ficha Limpa que, diga-se de passagem, o sistema jurídico nacional com seus profissionais com 15 salários por ano, dois meses de férias e falantes de latim está fazendo de tudo para derrubá-la, colocou a mulher no seu lugar ignorando que se trata de uma dona de casa semi analfabeta que possui o único atributo de não ruborizar de vergonha em suas participações em debates de televisão.

Falando em candidatos criminosos, sempre está Maluf que recebeu quase meio milhão de votos dos paulistas.

Santa Catarina, juntamente ao Rio Grande do Norte conseguiram eleger um candidato do DEM. Uma sigla que se não significa “demônios” deveria ser. O DEM é o partido responsável pela maioria da entrada de verdadeiros criminosos na esfera pública e ainda consegue eleger DOIS governadores.

ACM Neto, O Herdeiro, também foi eleito pelos baianos, bem como Garotinho, inventor da falcatrua de colocar a mulher laranja (nenhuma alusão às mulheres Melão, Melancia e Pêra) como engodo, atitude que lançou escola no Distrito Federal e até na Argentina e que acabou ganhando a bênção do povo carioca apesar de todos os seus crimes recentes.

Qual a solução? O mais lógico seria fazer o lógico, não eleger esse tipo de gente, mas nem sempre o mais lógico é a via mais fácil. Considerando isso, imposições legislativas deveriam existir. Se para ser médico necessitamos anos de estudo, o mesmo vale para ser engenheiro, por que para ser político não há qualquer pré-requisito? Atualmente até para ser técnico de futebol profissional exige-se um diploma, por que não adotar as mesmas regras para o mundo político? Por que não exigir um curso de gestão pública que acabaria eliminando grande parte dos oportunistas de plantão? Muitos podem dizer que haveria limitações baseadas no poder aquisitivo o que é um argumento válido, mas de solução fácil: curso gratuito com vagas ilimitadas para gestão pública. Ponto final. Todo mundo tem as mesmas chances, mas só quem tem as mínimas condições estaria apto. Assim sendo não sou contra os bons salários pagos aos políticos, mas estes devem ser profissionais capacitados para merecer tais quantias. Aliás, o exemplo já deveria ser dado pelos governos executivos que deveriam selecionar profissionais do ramo para cargos como ministros e secretários.

Todo esse assunto também poderia ser resumido com um clamor pela mais do que necessária reforma política que Lula não fez não sei por quê. Luciana Genro obteve 129 mil votos e não foi eleita enquanto que a grande votação de Manuela elegeu indiretamente um candidato com 100 mil votos a menos que Genro. Considerando o fisiologismo pornográfico de nossos partidos, essas regras só podem ser vistas como pré-históricas e absurdas bem como a divisão de senadores que não respeita a representatividade de cada estado que resulta em um senado crivado de gângsters do norte-nordeste do país.

Enquanto estamos longe da tão sonhada reforma política, temos que nos contentar e de certa forma tentar desfrutar das cenas que virão com Tiririca, Romário, Bebeto, Wagner Montes e, a melhor de todas, Weslian e seguir competindo com as celebridades por um pequeno pedaço de glória.

Falando no poder das celebridades, o livro mais vendido do mês no Brasil é a brilhante obra de Ana Maria Braga contando sobre os 10 anos do seu programa diário de televisão. Bomba atômica já!

sábado, 2 de outubro de 2010

As Ligas Mais Difíceis do Mundo

Através do meu ranquim de clubes resolvi acatar a sugestão de leitores e gente que acompanha o melhor ranquim do mundo e fiz uma lista das ligas mais disputadas do planeta.

Antes de lê-la aclaro: não estou dizendo que é uma lista de nível técnico, de forma nenhuma. É simplesmente uma lista que tenta mostrar quais são os campeonatos nacionais mais parelhos, disputados, difíceis.

A pontuação foi construída em cima de fatores como: desempenho da seleção nacional de cada país em copas do mundo; desempenho internacional dos clubes de cada país nas três competições continentais mais importantes do mundo; número de clubes que já conquistaram a competição nacional de seu respectivo país e importância de cada liga.

As 10 primeiras ligas são:

1. Argentina
2. Brasil
3. Itália
4. Alemanha
5. Inglaterra
6. Espanha
7. Uruguai
8. Holanda
9. Portugal
10. México