segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O Norueguês E Os Vândalos


Nos últimos dias basicamente três temas vem dominando os meios de comunicação internacionais: a redução da qualificação financeira americana, depois o demente norueguês que matou 69 pessoas em Oslo e em uma ilha do país e agora mais recentemente os distúrbios iniciados em Londres que já se espalham por toda a Inglaterra e até em Glasgow, na Escócia. Antes de começar a expor minhas ideias sobre a correlação dos dois últimos temas citados, vale salientar que nenhum desses fatos é mais revoltante que a desgraça no Chifre da África que vive a pior crise alimentícia da história, mas enfim, quem está morrendo são miseráveis africanos e todos nós sabemos que as 69 vidas norueguesas valem mais quando o assunto é mídia.

Ironias à parte, começo pelo atirador bizarro. É evidente que o ato em si e os métodos utilizados para espraiar suas ideias devem ser condenados. No entanto, começo o texto dizendo que concordo com muitas das ideias defendidas pelo dito cujo. Segundo o próprio atirador, ele sente uma desagradável conivência do Estado do país nórdico com o fenômeno da imigração desenfreada que atinge a Noruega. Por ser contra essa leniência governamental, ele decidiu metralhar jovens partidários de quem está no poder. Repito: a reação é condenável, brutal, desumana e incoerente com os valores de países como a Noruega; não obstante, os fatos e motivos que o levaram a tamanha demência são aceitáveis e corretos por diversas razões.

A Noruega é o país de melhor qualidade de vida do planeta e conta com uma das sociedades mais pacíficas e avançadas da Terra. Assim como outros países escandinavos, conta com um estado extremamente atuante e assistencialista. Vale destacar que toda essa direita fascista brasileira que morde os lábios quando ouve falar das bolsas petistas para amenizar a pobreza absoluta, volta maravilhada de viagens pela Europa com as histórias contadas sobre como atua um estado europeu: educação grátis para todos, seguros desemprego, bolsa-filho, bolsa-animal de estimação, ajuda a jovens casais a comprarem sua primeira casa, benefício para tudo quanto é coisa. Um cidadão dinamarquês, por exemplo, recebe mais em seu bolsa-animal de estimação do que o estado brasileiro paga mensalmente em bolsa-família. Mas não importa. Os estados europeus devem ser essas mães de coração enorme para seus cidadãos, mas aqui não. Está com fome? Espera um emprego porque assim deve ser. Estado assistencialista jamais! Ajuda somente a bancos falidos e empresas multinacionais.

Enfim, o resumo da ópera é que o estado norueguês é assim e por assim ser atrai cada vez mais imigrantes, principalmente de repúblicas miseráveis africanas dominadas por tiranos como os já citados habitantes do Chifre Africano: somalianos, etíopes, eritreus, sudaneses e etc. Atraídos por qualidade de vida e assistência a imigrantes inigualáveis, esses povos invadem anualmente a Noruega. Imediatamente tomam conhecimento das bolsas-famílias e afins norueguesas e começam a reproduzir-se como ratos. Cada filho significa mais ajuda estatal e mais um para trabalhar. A atitude não pode ser condenada, é legal, assim como o excessivo número de animais domésticos que esses imigrantes possuem...

Agora olhamos para o outro lado, para os nativos. Esses nativos pagam os impostos mais altos do mundo. E não reclamam. Por que não reclamam quando são obrigados a deixar em torno de 50% de suas ganâncias nãos mãos do Estado? Porque recebem serviços de excelente nível em troca, ou seja, vale o investimento. Quando falo em “serviços” me refiro à educação, saúde, transporte. Dificilmente um cidadão norueguês faz uso de suas “bolsas” pelo simples motivo de que não há a necessidade. Devido à alta qualidade de vida, com seu trabalho podem manter seu número normal de filhos e obviamente seu cachorro ou gato. Ou passarinho. É, para um cidadão escandinavo, vergonhoso pedir auxílio extra ao Estado mesmo sendo parte de seus direitos como cidadão.

Seguimos. Esses cidadãos então se deparam com um povo que chega, que não fala o seu idioma, que não respeita suas tradições e que, obviamente, não possui os mesmos códigos e princípios que são a base da sociedade do país, vide as ameaças provenientes de imigrantes muçulmanos na Dinamarca contra o cartunista que “desenhou/desdenhou” de Alá. Eles têm isenção de impostos, usufruem mais benefícios que os nativos e ainda têm uma população em crescimento muito mais elevado que a população local o que já faz com que o termo “minoria social” seja posto em dúvida.
Qual a reação dos europeus contra tudo isso? Passividade, aceitação, braços abertos.

É clichê dizer que os sul-americanos são mais humanos que os europeus, mais carinhosos, mais abertos e tal; mas duvido que a situação que vive a Europa seria aceita dessa maneira. São muito mais comuns os casos de racismo na Argentina contra as minorias de paraguaios e bolivianos do que casos de racismo entre escandinavos e a comunidade somali. São muito mais frequentes os casos de racismo em países europeus latinos como Itália e Espanha, do que em países nórdicos como Alemanha, Áustria ou escandinavos. No entanto, volta e meia aparece esse rancor.

Na França se acompanha com medo o crescimento de partidos de extrema direita anti-imigracão. Le Pen e agora sua filha Marie causam calafrios na sociedade passiva francesa com suas ideias chamadas de xenófobas. O mesmo acontece na Áustria, país que será eternamente acusado por ser a terra natal de Hitler (e de Schwarzenegger).

Quando algum partido austríaco manifesta o temor de perda cultural causada pela imigração, logo são acusados de quê? Neonazistas.

Cruzando a fronteira e indo da Áustria para a Alemanha, é importante ressaltar que a seguinte declaração: “a multiculturalidade na Alemanha fracassou” não foi exposta por um partido de extrema direita alemão que obviamente seria acusado de neonazista e sim por Angela Merkel, uma política de centro-esquerda.

O fato é que nos países nórdicos europeus a população é extremamente cabeça aberta com relação aos fluxos imigratórios e, por ideias contrárias serem tão combatidas, governos passam e nada é feito para controlar um fator que está transformando o berço da civilização ocidental. Há estudos que dizem que no Reino Unido, por exemplo, em menos de 10 anos terá a primeira cidade de maioria muçulmana. Essa cidade seria Leicester. Também em menos de 10 anos poderíamos ter a primeira capital europeia de maioria islâmica: Bruxelas que, para completar, é a capital da União Europeia.

Pessoalmente posso comprovar tal estudo: fui tanto à Leicester quanto à Bruxelas e sim, é impressionante o número de árabes nessas cidades. Ah, também esbanjei minha simpatia em Oslo e sim, é cheio de somalis, o psicopata tem razão.

Deixo a reação criminosa do norueguês insano e passo aos distúrbios que começaram no chamado “multicultural” bairro de Tottenham em Londres. Tudo começou com a morte de Mark Duggan pela polícia de Londres. Mark Duggan é o cidadão que aparece na foto acima. Não se precisa ter um tino muito aguçado de investigador para saber que boa coisa o senhor Mark não poderia ser. Muitos o qualificavam como um injustiçado pais de quatro filhos como se o fato de ter filhos livrasse qualquer cidadão de ser um criminoso. Agora, para completar, a polícia inglesa divulga o laudo da investigação da arma que tinha Mark quando foi assassinado e chegaram à conclusão de que jamais saiu qualquer disparo de tal arma. Isso muda alguma coisa? Para mim em nada.

Primeiro: quem tem arma na Europa é bandido porque nem a polícia comum as possui em países como o próprio Reino Unido. A Europa não é o Estados Unidos onde ter uma arma é tão comum como ter um carro. Compram-se armas antes de pagar a conta na caixa de um Wall-Mart. Na Europa não. Em dois anos vi somente os guardas do castelo de Buckingham e do parlamento levando armas, ninguém mais. Ou seja, o senhor Mark boa coisa não era. Para aumentar minhas suspeitas contra o estopim do caos, alguns vizinhos declararam: era um pai de família, bom rapaz; no entanto, se meteu em problemas com gangues de drogas. Ora, repito: boa coisa não era.

Para completar: precisa que alguém atire em um policial para que este possa reagir? Por favor, isso é um absurdo. Parte do instinto animal do Homem a autodefesa em situações em que vêem sua vida ou de seus entes queridos posta em risco. Não se pode condenar um policial que dispara em alguém que ameaça sacar uma arma. Qual seria o comportamento ideal? Esperar que o cidadão disparasse para depois, caso sobrevivesse, disparar de volta? Por favor. A vizinhança de Tottenham não gostou do ocorrido e cerca de 50 pacíficos moradores do bairro foram até a delegacia local protestar pelo ocorrido. Até aí perfeito, liberdade de expressão e de manifestação, algo que deve ser aceito em qualquer democracia. Até que, em determinado momento, outros habitantes do bairro resolveram tirar proveito da situação e, utilizando a morte de Mark como motivo, começaram uma baderna digna dos piores arruaceiros das periferias de Paris.

Evidentemente que muito europeu metido a sociólogo veio que o argumento de que era o povo reprimido vociferando por justiça social, por direito iguais; eram as minorias londrinas pedindo espaço, mostrando seus ideais, até chegaram a comparar a baderna inglesa com a Revolução do Jasmim que segue com tudo no mundo árabe e que tem o meu apoio, pois é baseada em ideais dignos. Ora, somente para acabar de uma vez por todas com essa ideologia barata de partidário de esquerdista hippie europeu: 1) com exceção dos 50 vizinhos da manifestação de repúdio pela atuação da polícia inicial, ninguém mais estava “revoltado” com a morte do dito cujo. As arruaças chegaram a Birmingham, Liverpool, Manchester e até em Glasgow! Será que em Glasgow tinha gente que tinha tantos sentimentos pelo cidadão morto ao ponto de colocar sua liberdade em cheque e ir às ruas manifestar seu dolo? 2) essas ditas “minorias” europeias, tanto os turcos na Alemanha, passando pelos árabes na França e chagando aos caribenhos, árabes e africanos na Inglaterra, todos têm sim todas as condições de conquistar seu lugar na sociedade de maneira digna e falo isso por experiência própria. Eu e muitas outras pessoas que conheci nos meus dois anos de Londres lá chegamos com um mísero visto de estudante que autorizava apenas 20 horas semanais de trabalho remunerado e assim mesmo trabalhamos, vivemos bem, pagamos nossas contas e não encontramos maiores problemas. Tudo isso com direito a nada: nem educação nem saúde. Como esses imigrantes, a maioria já estando no país a mais de uma geração, cidadãos britânicos, contando com todo o suporte do Estado, vale lembrar que muitos vivem em propriedades “emprestadas” pelo estado, algo que nunca precisei em dois anos, outros gozam de seguro-desemprego, mais uma vez destaco que, se quisesse, trabalharia 138 horas por dia, trabalho não faltava, então resumindo, por que essas “minorias” não conseguem “vencer” podendo trabalhar legalmente, falando o idioma local e ainda com acesso a todas as facilidades do estado, tanto as básicas como educação e saúde até as mordomias já citadas? Desculpem-me, mas é vagabundagem, tentativa de viver eternamente tirando benefícios do estigma falso de coitadinhos, de injustiçados, de minorias reprimidas.

Além dos argumentos de que são desprezados, reprimidos e tal, muitos usam o argumento de que os estados europeus têm contas pendentes com as ex-colônias e, consequentemente, com seus habitantes. Muitos podem até dizer que o British Museum e o Louvre, por exemplo, são o resultado de “arruaças” de europeus nas colônias e é fato, a maioria dos artigos que lá estão expostos são frutos de pilhagens europeias pelo mundo afora. Ou então podem dizer que muitos jamaicanos foram usados como escudos humanos nos frontes de batalhas europeus durante a Segunda Guerra e que nem nos filmes aparecem. Caso aceitemos esses argumentos, chegaremos ao seguinte impasse: o mundo ficará eternamente em guerra devido a essa filosofia olho por olho dente por dente. O que os países europeus fizeram no passado não pode servir de motivo para as badernas internacionais continuarem. Não é a forma correta de a sociedade internacional comportar-se em pleno século XXI. Há outras formas de reparar esses danos causados. Não podemos alimentar a revanche de pagar na mesma moeda. Os israelenses, por exemplo, utilizam o argumento de que o território onde atualmente estão instalados e de onde expulsaram os palestinos recentemente os pertence porque era deles o mesmo território na Idade Antiga. Qualquer dia chega um índio, bate na nossa porta e diz que o terreno de nossa casa era local de sua oca há séculos atrás.

Comparações bizarras ou nem tanto à parte, repito: a dívida dos estados europeus para com as ex-colônias deveria ser tratada de outra forma. Se existisse um órgão internacional decente, este deveria retirar, sem choro nem vela, verbas dos países ex-colonizadores e utilizá-los em investimentos no mundo que hoje é miserável muito devido aos saques europeus do passado. Evidentemente que nesse mundo perfeito, esses países miseráveis não seriam governados pelos tiranos que lá – ainda – estão.

A imigração simples e barata não resolve o problema e sim causa outro. É inegável a perda da cultura milenar europeia, perda da raça, do idioma. Uma amiga inglesa foi obrigada a mandar a filha de três anos a uma escola mais longe porque a escola do seu bairro era dominada por imigrantes, muito não falavam inglês, e a mãe ficou temerosa de que sua filha aprendesse um inglês que não o normal. A ideia deveria ser melhorar de fato o Terceiro Mundo e não igualar o mundo em uma mesma merda. O crápula Berlusconi, por exemplo, está desesperado tentando manter as fronteiras da bota fechadas da invasão de norte-africanos e, claro, é acusado de fascista por isso. Não há governante mais execrável na Europa do que Berlusconi, mas, nesse caso, está apenas defendendo a paz em seu país.

A população europeia contemporânea não pode pagar pelos pecados de seus ancestrais da forma em que estão pagando atualmente. Sim parte de seus impostos deveriam ir para as colônias com o objetivo já comentado de melhoramento do mundo pobre; no entanto não se pode interferir na qualidade de vida de lugares que a têm, como os países europeus. Faço uma simples metáfora. Precisamos abrigar cinco famílias de cinco membros cada. Construímos cinco casas. Uma casa é de excelente qualidade enquanto que quatro são deficientes e mal param em pé. Qual a solução simplista? Colocar os 25 na casa que está boa e abandonar as outras quatro ao relento. A solução correta? Que as pessoas que construíram a casa de alta qualidade ajudem imediatamente a corrigir os defeitos das demais casas e sigam com a manutenção até que essas outras 20 pessoas tenham condições e meios de manterem suas casas.

Enfim, sei que essas soluções não serão tomadas e dificilmente haverá um território com tamanha qualidade de vida como o são os países europeus atualmente dentro de algumas décadas. Dificilmente meus netos, caso os tenha, terão a chance de desfrutar de uma Europa civilizada. O mundo se encaminha para uma sociedade mista e pior, onde imigrantes que detestam o país para onde migram tomarão conta e formarão uma sociedade nova em que não quero estar vivo para presenciar.