segunda-feira, 31 de maio de 2010

Avatar, Oscar de Clichês

Demorei, mas acabei vendo Avatar. Não aguentaria mais de duas horas no cinema para ver uma palhaçada como essa, por isso, esperei o DVD. Com o DVD eu posso encarar filmes que são ruins e longos. Vejo em doses. Homeopáticas.

Tinha a impressão que Avatar era como Senhor dos Aneis, durava mais de três horas.

Assim sendo, preparei-me emocionalmente. Grata surpresa. Não chega nem a três horas e essa é a única grata surpresa dessa porcaria de filme.

Minto. Outra surpresa de Avatar é constatar que James Cameron conseguiu fazer algo ainda pior que Titanic, ainda mais meloso e supostamente emocional.

No entanto, o fato que mais chama atenção ao ver Avatar é a quantidade de clichês que fazem que o roteiro dessa produção seja dos mais óbvios e previsíveis dos últimos anos.

Após a primeira ida da personagem principal ao mundo azul de Avatar, pensei:

Ele vai lá à trabalho para os humanos, passará por um processo de desconfiança, aceitação, rechaço e idolatria, irá virar a casaca, irá se apaixonar pela smurfete e ambos viverão felizes para sempre; a durona Sigourney Weaver irá amolecer e deixar de ser uma cientista com pêlo no peito e vai virar espírita; eles encararão uma batalha aparentemente impossível, mas que será uma vitória retumbante; haverá um enfrentamento no final entre o “traidor” e o mais durão dos humanos, essa batalha seguirá os passos de aparente derrota por parte do smurf seguida por uma virada sensacional no final.

Junto por tudo quanto é sagrado que pensei isso. Provando minha modéstia, retiro meus méritos antes que alguns comecem a pensar que tenho poderes premonitórios. Nada disso. É simplesmente óbvio! Qualquer pessoa que vê grandes produções americanas e tem um pouco de memória pensaria isso, é o mesmo esqueminha vencedor de sempre e, como todos sabemos e os diretores hollywoodianos sabem melhor que qualquer um, em time que está ganhando ou lucrando milhões (há tanto tempo...) não se mexe.

Mas é necessário que eu diga que, ao pensar nisso e ao constatar que todas minhas previsões sucediam, parava e me indagava: não pode ser! Avatar muitos críticos afirmam que é uma representação do ser humano, da natureza e de não sei mais o quê, da destruição do nosso planeta, da ganância humana, da maldade da raça, super atual, é um filme que passa muitas mensagens, é uma lição de vida e tudo mais.

Essa bobajada não se confirmou. Avatar é mais um. É a receita ganhadora de sempre. É a jogada de cruzamento na cabeça do centroavante, a coisa mais velha e batida do mundo.

Aproveito para criticar os críticos metidos a intelectuais que têm a mania de procurar pêlo em ovo. Avatar é um filmezinho de ação, feito com alta tecnologia e seu ponto forte são as imagens que, pelo menos a mim sem óculos 3D e um quilo de pipoca no colo, não me pareceu nada de mais, cenários iguaizinhos a Senhor dos Aneis, outra bomba. No entanto, o que eu ouvi e li de teorias transcendentais sobre o filme não está no mapa. Que representa isso, que demonstra aquilo, tudo papo furado.

Como podemos respeitar um filme em que extraterrestres falam inglês? Perguntada pelo personagem principal, a mais gatinha das avatares responde: eu estudei. Ora, desde quando se estuda inglês em Marte, ou seja lá o planeta que for essa idiotice? Será possível que os americanos nunca conseguirão ler legendas num filme?

Avatar é um filme para crianças, para adolescentes nerds que ainda se surpreendem com efeitos especiais e para adultos idiotas metidos a místicos, desses que comem ervas e compram livros sobre a suposta sabedoria oriental, indiana, chinesa ou sei lá o quê e que sonham em completar o Caminho de Compostela de joelhos e, ao final da redentora caminhada, encontrar um pelo da barba do Paulo Coelho no chão.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Eleições Colômbia 2010

Nesse próximo domingo, dia 30 de maio, haverá eleições presidenciais na Colômbia. É incrível a sensação que reina por esses lados. Quase não há propagandas eleitorais.

Nas ruas, pouco se vê. Alguém mais distraído talvez nem note que as eleições estão chegando. No entanto, vale sempre lembrar que o período eleitoral em um país em guerra como a Colômbia é sempre um momento perigoso e que atrai problemas como atentados terroristas, manifestações violentas, uso da força e etc.

Mas o que mais me surpreende é a ausência do poder da publicidade política. Dizem que no apogeu dos cartéis de drogas, as propagandas políticas eram simplesmente insuportáveis devido ao seu excesso. Havia muito dinheiro proveniente do bilionário mercado da droga que era injetado em partidos e em políticos e essa bonança tornava a vida dos cidadãos colombianos insuportáveis nessas épocas eleitoreiras. Não há mais. Se há de se buscar avanços no combate às drogas nesse país, esse câmbio nas campanhas eleitorais pode ser visto como um sintoma positivo.

Desde que o atual presidente Álvaro Uribe teve sua tentativa de mudança da constituição que possibilitaria uma disputa de um terceiro mandato – vale lembrar que antes de seu primeiro mandato não era legal sequer a busca da reeleição – rechaçada, a dúvida no país era sobre quem seria o candidato governista. O escolhido foi Juan Manuel Santos, ex-ministro da defesa colombiano. Defesa, aliás, segue sendo o principal lema da turma uribista e principal argumento utilizado contra o principal oponente, Antanas Mockus, do Partido Verde.

Todo o argumento político dos uribistas se baseia nos avanços realizados pelo governo colombiano no combate às guerrilhas, sendo que a mais famosa é a FARC. Vale salientar que esse combate às guerrilhas é curioso, tendo em vista que, dentro do território colombiano, existem guerrilhas pró-Uribe, as chamadas guerrilhas de direita, sendo que a mais famosa é o ELN, o Exército de Libertação Nacional. O resumo da rusga é o seguinte: o governo com Uribe e suas guerrilhas aliadas também financiadas pelo narcotráfico e por ajudas de políticos de direita, uribistas e governo contra as guerrilhas ditas de “esquerda”. Para mim, em poucas palavras, tudo farinha do mesmo saco, tudo bando de vagabundos guerrilheiros bancados pelo dinheiro sujo da cocaína.

Antanas Mockus foi prefeito de Bogotá e é conhecido por seu eficiente e ferrenho combate à corrupção. Em um país mutilado pelas chagas da corrupção, corrupção essa que é inerente dentro do povo colombiano, qualquer atitude tomada em contra desse problema é visto com bons olhos pela sociedade, especialmente os estudantes que almejam mudanças.

Mockus é do Partido Verde. Tem aquela pinta de bicho-grilo maconheiro dos anos 70. Chegou a se declarar ateu no passado. Hoje conta com Deus para ganhar as eleições, uma jogada necessária em um país onde o catolicismo ainda é extremamente forte e importante. Mockus outrora declarou que, se um dia fosse presidente, extraditaria Uribe. Hoje nega. Alguma vez Mockus se declarou amiguinho de Hugo Chávez. Hoje não é mais, não toca mais no assunto. Mockus usa a estratégia Lula. Não há ainda o eslogam “Mockus Paz e Amor”, mas a ideia é a mesma e não o recrimino, é necessário.

As elites colombianas o detestam. Dizem que ele não tem o pulso forte do caubói Uribe. Uribe desde o princípio encarou o seu cargo de presidente da república como uma oportunidade de vingar a morte de seu pai pelas mãos das FARC. Uribe é Chuck Norris. Uribe é Rambo. Uribe é John Wayne. Encara a Colômbia como um Velho Oeste e ignora regras e leis em busca de vingança e de “justiça”. O roteiro de seus dois mandatos foi vingança pessoal a custa de muito sangue. As elites colombianas não se diferem muito da elite brasileira quando sentem o medo bater a porta. Inventam histórias, vendem teorias do medo, tentam assustar as massas dizendo que Mockus irá entregar o país ao seu amigo Hugo Chávez e irá convidar as FARC a governar juntos. Falta só a Regina Duarte dizer que tem medo do Mockus.

Outra parte da elite colombiana, a facção menos raivosa, sustenta que Mockus é um cara inteligente, reconhecem seus inúmeros títulos que o fazem um homem indiscutivelmente erudito, mas em seguida o caracterizam como incapaz de governar um país com tanta violência. Dizem que Mockus seria bom para ser presidente da Islândia, não da Colômbia.

O fato é que, em oito anos, pouco foi feito dentro do país além de combater as guerrilhas (as de esquerda, não as de direita). O país sofreu e sofre com uma corrupção endêmica e excesso de violência urbana. Mockus fala em mudança, em mais oportunidades para os jovens; os caubóis de Uribe falam em manutenção do que está sendo feito, ou seja, bala nas FARC.

Em algumas discussões uso o exemplo de George Bush. O senhor W, outro exemplo de político-caubói versão ianque venceu duas eleições com o mesmo argumento que uribistas-santistas usam na Colômbia: tem pulso forte para guerrear contra o terrorismo. Bush venceu primeiro Al Gore, um democrata preocupado com ambiente que hoje dá palestras milionárias sobre mudanças climáticas. Em 2004, em sua busca pela reeleição, bateu o patético John Kerry, outro democrata com cara de árvore, uma espécie de amigão. Qual foi o resultado? Gastos trilionários em armas, guerras por tudo quanto é lado, invasões de territórios, baixa popularidade, ojeriza internacional e, a cereja da sobremesa, a maior crise econômica da história americana desde 1929. Será que o ecologista Al Gore e o pateta Kerry seriam pior simplesmente por não terem esse estilo galo de rinha vingador?

Pois na Colômbia as elites querem isso. Preocupam-se se podem viajar com mais segurança ouvindo reggaeton pelas rodovias do país outrora em mãos das FARC; não fazem uso dos serviços públicos, não se importam com a quebra da agricultura e pecuária do país que foi entregue de lambuja por Uribe ao Estados Unidos em troca de mais afago e mais dólares para sua luta contra as FARC. Resumindo, a elite colombiana se preocupa com seu umbigo em um típico comportamento elitista.

No entanto, Mockus avança nas pesquisas apoiado pelos estudantes colombianos que mantêm um desejo de mudança, mais oportunidades e mais clareza e limpeza em um governo caracterizado pela sujeira que, como em outras tantas partes, é varrida para debaixo do tapete diariamente.

sábado, 22 de maio de 2010

Ranquim Mundial de Clubes

Como sempre faço, ao final de cada temporada divulgo o melhor ranquim de clubes do mundo: o meu. Atualizado após a vitória neroazzura na final da Champions. Ao lado de cada clube, o número de pontos. Dúvidas sobre pontuação e requerimentos para ver a lista completa (são 299 clubes), por imeiol.


1. Bayern Münich (Alemanha) 445
2. Real Madrid (Espanha) 395
3. AC Milan (Itália) 390
4. Peñarol (Uruguai) 327
5. Juventus (Itália) 315
6. Boca Juniors (Argentina) 300
7. Manchester U (Inglaterra) 290
8. Ajax (Holanda) 274
9. Liverpool (Inglaterra) e Independiente (Argentina) 265
11. Nacional (Uruguai) 263
12. Inter Milan (Itália) 245
13. Porto (Portugal) 242
14. River Plate (Argentina) 230
15. São Paulo (Brasil) 225
16. Barcelona (Espanha) 217
17. Benfica (Portugal) 184
18. PSV (Holanda) 156
19. Olimpia (Paraguai) 147
20. Santos (Brasil) 135
21. Estudiantes (Argentina) 127,5
22. Estrela Vermelha (Sérvia) 121
23. Flamengo (Brasil) 120
24. Palmeiras (Brasil) 110
25. Vélez Sarsfield (Argentina) e Dynamo Dresden (Alemanha) 105
27. Dinamo Kiev (Ucrânia) 96
28. Grêmio (Rio Grande do Sul) 95
29. Celtic (Escócia) 94
30. Feyenoord (Holanda) 93
31. Arsenal (Inglaterra), Internacional (Brasil) e Dortmund (Alemanha) 90
34. Steua Bucarest (Romênia) 88
35. Colo-Colo (Chile) 84
36. Vasco (Brasil) e Sparta Praga (República Checa) 80
38. Marseille (França) 76
39. Borussia MG (Alemanha) 75
40. SC Anderlecht (Bélgica) 72
41. Atl Madrid (Espanha) 69
42. Partizan Belgrado (Sérvia) 68
43. América (México) 67,5
44. Hamburg (Alemanha) 65
45. Cruz Azul (México) 64,5
46. Saint-Etienne (França) 64
47. Corinthians (Brasil) e Rosario Central (Argentina) 60
49. Lyon (França) 56
50. Cruzeiro (Brasil) e Nottingham Forrest (Inglaterra) 55

Estatísticas e curiosidades:

Entre os 51 grandes clubes do mundo, há três clubes que não jogam ou não jogarão a próxima edição de seus campeonatos nacionais na categoria de elite. São eles Dynamo Dresden, que milita na terceira categoria do futebol germânico; Nottingham Forrest da segunda divisão inglesa e o Rosario Central, rebaixado hoje para a segunda divisão argentina.

O país que mais representantes tem entre os 299 clubes ranqueados é a Lituânia, com 20 clubes. Brasil e México, com 17, completam o pódio.

Entre os 51 grandes clubes, há maioria de brasileiros, com nove representantes. Completam o pódio Argentina com seis e Alemanha com cinco.

Seleção Temporada 2009/2010

Após o final da Champions League, divulgo minha seleção da temporada 2009/2010 num esquema 4-4-2.

O goleiro titular da seleção brasileira não foi tão fantástico como na temporada passada, mas assim mesmo segue sendo o melhor. Daniel Alves tinha a concorrência de Johnson do Liverpool no início da temporada, mas a lesão do lateral inglês associado ao grande momento do baiano garantiu o posto à Alves. Na defesa há um momento de ausência de talento. Agger e Vermaelen, dois jovens zagueiros, foram os que mais me chamaram atenção. Walter Samuel também foi destaque. Na lateral esquerda a mesma situação de Júlio César. Evra não foi tão brilhante como na temporada passada, mas segue sendo o melhor. Decaiu juntamente com o time de Ferguson.

Xavi é indiscutível; Diaby conseguiu me surpreender mais que concorrentes ao posto como Lampard. Diaby foi o dono do time durante toda a temporada e por isso garantiu seu lugar. Iniesta, apesar da lesão que arruinou seu final de temporada e que o tirou dos jogos mais decisivos do ano, mesmo assim, devido ao brilhantismo que mostrou até o momento de sua lesão, tem seu lugar assegurado. Messi entra recuado, como uma ponta de um triângulo invertido. Segue sendo o melhor do mundo e joga no meu time mais atrás para deixar duas vagas no ataque.

Na frente, apesar da abundância de grandes nomes, Rooney não deixou margem para discussão e Milito, depois da atuação brilhante na final da Champions e de ter feito quatro gols em três finais vitoriosas de seu time, garantiu vaga deixando fora seu compatriota Higuaín.

Júlio César (Inter Milan – Brasil)

Daniel Alves (Barcelona – Brasil)
Agger (Liverpool – Dinamarca)
Vermaelen (Arsenal – Bélgica)
Evra (Manchester U – França)

Xavi (Barcelona – Espanha)
Diaby (Arsenal – França)
Iniesta (Barcelona – Espanha)
Messi (Barcelona – Argentina)

Rooney (Manchester U – Inglaterra)
Milito (Inter Milan – Argentina)

Bola de Ouro: Messi;
Bola de Prata: Milito;
Bola de Bronze: Rooney.

Menções honrosas: Higuaín (Real Madrid – Argentina), Ribéry (Bayern Münich – França), Cristiano Ronaldo (Real Madrid – Portugal), Nani (Manchester U – Portugal), Sneijder (Inter Milan – Holanda), Arshavin (Arsenal – Rússia), Drogba (Chelsea – Costa do Marfim), Robben (Bayern Münich – Holanda) e Lampard (Chelsea – Inglaterra).

Decepções: Xavi Alonso (Real Madrid – Espanha), Kaká (Real Madrid – Brasil), Benzema (Real Madrid – França), Gerrard (Liverpool – Inglaterra) e Ibrahimovic (Barcelona – Suécia).

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Os Anões de Dunga

A convocação de Dunga surpreendeu apenas a quem não acompanha futebol ou não conhece o estilo Dunga.

Todos os vagabundos ficaram de fora como já era de se esperar, a exceção de Robinho, que, não sei como, ainda mantém uma boa relação com o ditador gaúcho.

O trauma da copa passada fez com que a CBF acabasse com o clima de oba-oba tradicional que sempre rodeou a Seleção Brasileira e, então, foi instaurado o clima militar com Dunga no comando.

Essa nova atitude representou o fim da era de uma seleção dominada por marqueteiros e mafiosos como Adriano, Ronaldinho, Ronaldo e companhia. Deixou-se de lado a questão do peso dos nomes e passou-se a valorizar mais a disciplina e o futebol mostrado nos clubes.

O resultado disso é a Seleção Brasileira com menos qualidade desde que eu comecei a acompanhar copas do mundo, ou seja, desde 1994.

Analisando cada uma dessas competições, podemos comparar a questão qualidade técnica. No grupo escolhido para o mundial da África do Sul há apenas três craques: Kaká, Luís Fabiano e Dani Alves.

O melhor de todos, Kaká, vem de uma decepcionante temporada. Kaká ainda não encontrou seu lugar no circo midiático do Real Madrid, passou muito tempo lesionado e, quando jogou, pouco rendeu. Muitas vezes ficou no banco, em outras foi substituído e hoje já é visto como moeda de troca no maior time da Espanha. Vem em baixa para a Copa. No entanto, por tratar-se de um atleta exemplar e de uma pessoa com uma cabeça boa, pode reverter o mau momento e desempenhar o que se espera dele na Copa: ser o dono do time.

Luís Fabiano, apesar de jogar num time pequeno, segue fazendo gols e vem sendo o melhor atacante da Seleção Brasileira nos últimos anos. Durante toda a Era Dunga, nenhum atacante foi melhor que o ex-São Paulo.

Para completar, Dani Alves, um lateral que pode ser usado na meia devido a ausência de talento disponível nesse setor. A temporada de Alves foi excelente, foi o melhor de sua posição no mundo e joga no melhor time do planeta. Juntamente a Messi, tabela, avança, define, faz de tudo e mais um pouco. Grande arma brasileira, mas que deve estar no banco de reservas pois Maicon é o titular de Dunga na posição.

Além desses três nomes, um deserto de qualidade. Há uma excelente defesa, a melhor defesa brasileira de todos os tempos, há Nilmar que é rápido e bom definidor, mas no mais, muito pobre. Jogadores inexpressivos em nível mundial como Gilberto Silva, Josué, Felipe Melo, eleito o pior jogador do último Campeonato Italiano, entre outros. Grafite, de excelente atuação na temporada passada, mas de irregular desempenho na atual temporada foi, talvez, a única surpresa.

Em relação aos goleiros, surpreende que Dunga tenha levado Doni, reserva na Roma.

Agora começo as comparações com grupos de Copas passadas:

1994: no grupo que levantou a taça no Estados Unidos havia pelo menos cinco craques: Raí, de péssima atuação no torneio, primeiro camisa 10 brasileiro em copas a sentar no banco de reservas, Romário, Müller, que era reserva, Ronaldo, que não jogou sequer um minuto e Bebeto;

1998: Zé Roberto, Rivaldo, um dos maiores jogadores da história da seleção brasileira, Leonardo, Edmundo, Bebeto e Ronaldo;

2002: Ronaldo, Rivaldo e Kaká;

2006: Kaká, Zé Roberto, Juninho Pernambucano e Adriano.
Creio que não há dúvidas de que, analisando qualidade técnica, esse é o pior grupo desde 1994. Ao mesmo tempo há uma defesa extremamente forte e um goleiro que é o atual melhor do mundo, Júlio César.

Acredito que a principal virtude do Brasil nessa copa é sua defesa e a camiseta. O Brasil não precisa ter qualidade para vencer, pois a confiança de seus jogadores é sempre um fator extremamente poderoso e essa é uma característica que falta a seleções com muita qualidade técnica como Argentina, Inglaterra, Holanda, França e, antes da última Euro, a Espanha que parece ser, agora, depois de vencer a Euro, uma seleção madura e vencedora.

Falando em camisa, juntamente ao Brasil entra Alemanha e Itália, seleções que, por seu caráter vencedor, sempre são favoritas.

Assim sendo, divido meus favoritos a levantar a taça em dois grupos: os que têm muita qualidade e os de camisa e espírito vencedor, ou seja, de um lado os qualificados Argentina, Inglaterra, Holanda e França. Entre esses, vejo Argentina e França como os grupos mais qualificados, mas ambos sofrem com as incertezas e demências de seus técnicos; do outro Brasil, Alemanha e Itália. Desses três, vejo mais chances no combinado alemão, pois, além do caráter vencedor, há bastante qualidade, apesar da defesa frágil.

Por ser a seleção que melhor joga, a mais entrosada e por contar com talentos como Xavi, Iniesta, Torres, Fabregas, Villa, entre outros, e de estar dando a impressão que finalmente superou sua covardia do passado, a Espanha é minha seleção favorita a levantar a copa do mundo pela primeira vez em sua história. Seu pior inimigo? Lesões no final da temporada de seus principais jogadores como Xavi, Iniesta e Torres.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Convocatórias

Após a divulgação das listas de convocados, fiz as minhas listas. Tive tempo de fazer a convocação completa de Argentina e Brasil, mas também pude pelo menos organizar meus 11 titulares de algumas seleções importantes. Ao longo da semana publico mais.

ARGENTINA

Goleiros:

Sergio Romero (AZ Alkmaar, Holanda)
Mario Andújar (Catania, Itália)
Adrián Gabbarini (Independiente, Argentina)

Defensores:

Javier Zanetti (Inter Milan, Itália)
Pablo Zabaleta (Manchester City, Inglaterra)
Martín Demichelis (Bayern Münich, Alemanha)
Walter Samuel (Inter Milan, Itália)
Nicolás Burdisso (Roma, Itália)
Gabriel Milito (Barcelona, Espanha)
Federico Insúa (Liverpool, Inglaterra)
Gabriel Heinze (Marseille, França)

Meio-campistas:

Javier Mascherano (Liverpool, Inglaterra)
Esteban Cambiasso (Inter Milan, Itália)
Ángel Di María (Benfica, Portugal)
Lionel Messi (Barcelona, Espanha)
Lucho González (Marseille, França)
Ever Banega (Valencia, Espanha)
Javier Pastore (Palermo, Itália)
Jesús Dátolo (Olympiakos, Grécia)

Atacantes:

Sergio Agüero (Atl Madrid, Espanha)
Gabriel Milito (Inter Milan, Itália)
Boselli (Estudiantes, Argentina)
Gonzalo Higuaín (Real Madrid, Espanha)

BRASIL

Goleiros:

Júlio César (Inter Milan, Itália)
Victor (Grêmio, Rio Grande do Sul)
Gomes (Tottenham, Inglaterra)

Defensores:

Dani Alves (Barcelona, Espanha)
Juan (Roma, Itália)
Lúcio (Inter Milan, Itália)
Maxwell (Inter Milan, Itália)
Maicon (Inter Milan, Itália)
Miranda (São Paulo, Brasil)
Luisão (Benfica, Portugal)
Marcelo (Real Madrid, Espanha)

Meio-campistas:

Hernanes (São Paulo, Brasil)
Anderson (Manchester U, Inglaterra)
Kaká (Real Madrid, Espanha)
Tiago Ribeiro (Cruzeiro, Brasil)
Denílson (Arsenal, Inglaterra)
Ramires (Benfica, Portugal)
Diego (Juventus, Itália)
Ronaldinho (AC Milan, Itália)

Atacantes:

Nilmar (Villarreal, Espanha)
Luís Fabiano (Sevilla, Espanha)
Pato (AC Milan, Itália)
Robinho (Santos, Brasil)

ESPANHA

Casillas (Real Madrid, Espanha)
Sérgio Ramos (Real Madrid, Espanha)
Puyol (Barcelona, Espanha)
Marchena (Valencia, Espanha)
Capdevilla (Villarreal, Espanha)
Xavi (Barcelona, Espanha)
Silva (Valencia, Espanha)
Iniesta (Barcelona, Espanha)
Fabregas (Arsenal, Inglaterra)
Villa (Valencia, Espanha)
Fernando Torres (Liverpool, Inglaterra)

INGLATERRA

Robinson (Blackburn, Inglaterra)
Johnson (Liverpool, Inglaterra)
Ferdinand (Manchester U, Inglaterra)
Terry (Chelsea, Inglaterra)
Ashley Cole (Chelsea, Inglaterra)
Carrick (Manchester U, Inglaterra)
Lampard (Chelsea, Inglaterra)
Gerrard (Liverpool, Inglaterra)
Lennon (Tottenham, Inglaterra)
Milner (Aston Villa, Inglaterra)
Rooney (Manchester U, Inglaterra)

ITÁLIA

Buffon (Juventus, Itália)
Zambrotta (AC Milan, Itália)
Nesta (AC Milan, Itália)
Chielini (Juventus, Itália)
Santon (Inter Milan, Itália)
Ambrosini (AC Milan, Itália)
Marchisio (Juventus, Itália)
Pirlo (AC Milan, Itália)
De Rossi (Roma, Itália)
Miccoli (Palermo, Itália)
Pazzini (Sampdoria, Itália)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Quartas-de-final Libertadores 2010

Quartas-de-final Libertadores 2010

Depois do decepcionante desempenho de 50% de acerto quando da análise das oitavas-de-final, buscarei, antes de dar meus palpites sobre as quartas para os que ainda me seguem, explicações sobre meus erros anteriores analisando todos os confrontos das oitavas.

San Luis vs Estudiantes: a conquista da vaga por parte dos Pincharatas foi tão tranquila que na partida de ida no México o Estudiantes foi com time reserva e assim mesmo ganhou de 1x0 e ainda se deu ao luxo de desperdiçar um pênalti. Na volta, em clima de amistoso, gol aos 4 minutos, surpreendente empate dos astecas em seguida e depois pura troca de passes e construção de mais uma vitória fácil. Sem surpresas.

Chivas vs Vélez Sarsfield: o conjunto argentino de temporada irregular, entregou a vaga na partida desastrosa no México. No jogo de volta mostrou sua superioridade, amassou o Chivas desde o apito inicial, merecia ter ganho por uns 8x0, mas não conseguiram passar dos 2x0. Grande destaque o goleiro do Chivas.

Universitario vs São Paulo: uma boa defesa contra um ataque irregular, o São Paulo quase perde a vaga em casa ao não conseguir fazer um gol em mais de 180 minutos.

Flamengo vs Corinthians: não vi o jogo;

Banfield vs Internacional: um clube mediano que não soube se impor e fazer valer sua boa arrancada na série. Impossível aguentar 90 minutos sem passar do meio de campo. Depois do segundo gol do Inter começaram a jogar bola e, se tivessem jogado assim desde o início, provavelmente sairiam classificados. Melhor atuação do Inter na competição, apesar de ainda ser um time muito pobre que depende de D´Alessandro, o melhor em campo disparado, para criar qualquer coisa.

Cruzeiro vs Nacional: um verdadeiro massacre. O Nacional jamais chegou perto de conseguir alguma coisa nessa disputa que não fosse não ser ainda mais massacrado. Muito pobre tecnicamente e vulnerável defensivamente enfrentou um Cruzeiro que já é um dos meus favoritos a ficar com a taça.

Alianza Lima vs Universidad de Chile: não vi o jogo;

Once Caldas vs Libertad: não vi o jogo.

QUARTA-DE-FINAL

Flamengo vs Universidad de Chile: disputa parelha. Os chilenos levaram a melhor na primeira fase quando venceram os campeões brasileiros por 2x1 em Santiago e depois empataram em 2x2 no Maracanã, mas agora a situação é bem diferente e creio que o que virá será uma disputa muito acirrada. Se tenho que apostar em alguém, vou com os chilenos.

Chivas vs Libertad: apesar de ter agüentado bem contra o Vélez em Buenos Aires, aposto na maior força do futebol paraguaio.

São Paulo vs Cruzeiro: o São Paulo não conseguiu jogar bem sequer um jogo até agora dentro da competição e enfrentará um Cruzeiro que vem melhorando a cada jogo e que conta com um jogador em uma fase extraordinária, Tiago Ribeiro. No entanto, quando atacado, o Cruzeiro se mostra vulnerável. Aposto nos mineiros e na maldição das quartas-de-final contra times brasileiros do São Paulo.

Estudiantes vs Internacional: finalmente o Inter enfrentará um clube de tradição e que é o melhor time do continente nesse momento além de ser o atual detentor do título. Vi muito pouco no time gaúcho, nada além de D´Alessandro e de algumas investidas de Nei pela direita. Do outro lado um elenco forte que disputa duas competições ao mesmo tempo e que conta com jogadores em excelente fase como o matador Boselli e Sosa, além do maestro Verón de grande atuação contra o San Luis. Dá Pincha.

domingo, 2 de maio de 2010

Medelín - O Retorno

A rotina e a minha própria aceitação do estilo “paisa” (para quem não saiba, “paisa” é o gentílico para pessoas nascidas no departamento de Antioquia cuja capital é Medelín) de viver fizeram com que poucas coisas me chamassem a atenção ultimamente e esse é o motivo da longa ausência de textos sobre essas plagas por aqui. No entanto, finalmente creio que tenho algum material que seria interessante de compartir com meus caros e saudosos amigos-leitores.

Começo essa narrativa descrevendo algo realmente impressionante que pode ser visto também como uma amostra legítima de como as coisas funcionam aqui por esses lados do planeta.

Passados três meses de minha última viagem internacional, já não estava legalmente apto para dirigir em terras colombianas o que me obrigou a buscar informações sobre como proceder para obter uma carteira de motorista colombiana.

Após a conclusão do processo que, aliás, me reservou um inesperado último (será?) capítulo, pude observar mais um motivo pelo qual o trânsito aqui é o pior que já testemunhei juntamente ao de Nápoles. Em cerca de 20 minutos, sem passar por qualquer teste prático, teórico ou médico, já estava apto a dirigir na Colômbia.

Sim, acreditem se quiser. Poderia ser cego, epilético, doente mental, nunca ter dirigido na vida e, mesmo assim, estaria apto a conduzir um veículo por aqui.

Paguei cerca de R$242,00, passei alguns dados e ponto final. Nesse mesmo momento já estava habilitado a conduzir no sistema e, dois dias depois, já poderia ir ao mesmo recinto receber minha carteira de motorista válida ETERNAMENTE, sim, eu posso ter 102anos, ser cego, ter Alzheimer e não lembrar o meu nome e seguirei apto a dirigir.

Para tornar o absurdo ainda mais inacreditável, no momento em que confirmava que estava aplicando por uma habilitação para conduzir carros, a atendente perguntou se eu não queria outra modalidade que me deixaria apto a exercer atividade profissional com o carro, ou seja, ser taxista ou levar crianças à escola! A grande vantagem dessa modalidade era, segundo ela, que tem validade eterna. Não hesitei e aqui estou apto a ser taxista ou motorista de ônibus escolar, ou como eles dizem, de busetas escolares até a minha morte.

Confesso que após deixar o recinto onde fui fazer tais trâmites me sentia desconfiado. Isso não poderia ser verdade. Mesmo sendo Colômbia, era demais! Seria um golpe? Seria mais um caso de índio dando golpe em estrangeiro? O lugar onde fui era horroroso, sem ar condicionado ou qualquer tipo de ventilação. Uma suburbana trabalhava com um computador portátil localizado em cima de um ventilador desligado ao lado de sua mesa, pois o cabo da bateria não alcançava até a sua mesa.

Esqueci de citar, mas tive que retornar um dia depois para marcar minhas impressões digitais e, nesse dia, chegando lá, sentei e a atendente me deu uma espécie de doc bancário. Enquanto eu olhava o documento ela sacou um bolo de dinheiro de uma gaveta e me jogou uma nota de 20 mil pesos, cerca de R$22,00 e disse que eu deveria ir até determinado banco efetuar esse pagamento para poder proceder com o processo. Nesse instante a outra atendente se ofereceu para ir o que ofendeu a primeira que replicou dizendo que se quisesse ela ia. Enquanto isso eu apenas olhava as duas discutindo.

Chegando a casa após ter ido receber a carteira de motorista me dei conta de que o meu nome aparecia como “Acevedo Colonial”. Seguidamente escrevem meu nome com “c” e não com “z” o que é entendível, mas nesse caso a atendente preencheu meus dados no sistema com a minha identidade na mão e assim mesmo conseguiu se equivocar. Enfim, amanhã irei outra vez fazer a reclamação.

Agora segue a sessão de “curtas”:

Após o meu jogo de futebol das terças-feiras à noite, apenas ressaltando que é futebol masculino, ou seja, apenas homens jogam, o assunto pós-jogo não era nem futebol nem mulheres e sim novelas, a paixão nacional. Os homens aqui são tão conhecedores do assunto que discutiam sobre seus diretores de novelas favoritos.

Algum homem aí, heterossexual naturalmente, sabe o nome de pelo menos um diretor de novelas?

Há duas televisões em frente ao bar da cancha, uma passa futebol e a outra novela.

Qual vocês acham que é a mais popular entre os atletas de sexo masculino que lá estão para jogar futebol? Lamentável.

Tem um cara na minha academia que faz bronzeamento artificial. Há dias em que aparece mais laranja que a camisa da Holanda.

Há uma espécie de vendedores ambulantes aqui que é sensacional. Eles se localizam nas paradas de busetas e ficam gritando para os usuários do transporte a rota de cada buseta. Após prestar esse serviço se sentem no direito de andar grátis nas busetinhas e os motoristas aceitam sem hesitar, claro, até porque as busetas não são deles, na buseta dos outros é refresco.

Um cara me perguntou semana passada se na Inglaterra falavam inglês britânico ou americano.

Uma outra desgraçada me perguntou o que significava “Sydney” em inglês.
O embaixador colombiano em Londres não fala inglês.

Uma mulher me pediu confirmação para sua afirmação que era a seguinte: a nacionalidade de quem nasce em Portugal é brasileira?

Com minha mão sobre o livro sagrado juro que todas as informações acima são verídicas, ninguém me contou, eu mesmo, infelizmente, as vivi.

Salve-se quem puder.