terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ranquim de Clubes

Como sempre, após cada decisão de Mundial Interclubes eu divulgo o meu ranquim de clubes atualizados para quem interessar possa.

1. Bayern Münich – Alemanha
2. AC Milan – Itália
3. Real Madrid – Espanha
4. Peñarol – Uruguai
5. Juventus – Itália
6. Boca Juniors – Argentina
7. Manchester U – Inglaterra
8. Ajax – Holanda
9. Barcelona – Espanha
10. Nacional – Uruguai
11. Inter Milan – Itália
12. Independiente – Argentina
13. Liverpool – Inglaterra
14. Porto – Portugal
15. River Plate – Argentina
16. São Paulo – Brasil
17. Benfica – Portugal
18. PSV – Holanda
19. Santos – Brasil
20. Olimpia – Paraguai
21. Estudiantes – Argentina
22. Estrela Vermelha – Sérvia
23. Flamengo – Brasil
24. Vélez Sarsfield – Argentina
25. Palmeiras – Brasil e Internacional – Brasil
27. Dynamo Dresden – Alemanha e Dortmund – Alemanha
29. Grêmio – Rio Grande do Sul
30. Celtic – Escócia
31. Feyenoord – Holanda
32. Arsenal – Inglaterra
33. Steua Bucarest – Romênia
34. Colo-Colo – Chile
35. Vasco – Brasil
36. Rangers – Escócia
37. Sparta Praga – República Tcheca
38. Marseille – França
39. Corinthians – Brasil
40. Borussia MG – Alemanha
41. SC Anderlecht – Bélgica
42. Atl Madrid – Espanha
43. Partizan Belgrado – Sérvia
44. América – México
45. Hamburg – Alemanha
46. Cruz Azul – México
47. Saint-Etienne – França
48. Rosario Central – Argentina
49. LDU – Equador
50. Lyon – França

River Plate, Dynamo Dresden e Rosario Central são os três clubes entre os grandes do futebol mundial que atualmente não fazem parte da elite em seus países. Tanto o River quanto o Central estão na segunda divisão enquanto que o glorioso Dynamo se encontra na terceira divisão germânica.

O clube com mais conquistas mundiais é o AC Milan, com quatro; os clubes com mais conquistas continentais são o Independiente e o AC Milan outra vez com sete títulos cada; já o clube com o maior domínio nacional é o Bayern Münich com 21 títulos alemães.

Na lista com todos os clubes ranqueados se encontram 210 clubes de 23 países diferentes.

Os países com mais representantes em todo o ranquim são Brasil e Alemanha com 17 clubes cada seguidos pelo México com 16; considerando apenas os gigantes ranqueados até o quinquagésimo posto, os países com mais representantes são Brasil com oito, seguido de Argentina com seis e Alemanha com cinco.

No ranquim brasileiro é líder é o São Paulo seguido por Santos e depois Flamengo.

Na análise de ligas nacionais, a mais competitiva é a argentina, seguida pela brasileira e com a italiana em terceiro lugar.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Oitavas UCL

Depois de uma primeira fase recheada de surpresas, restaram 16 clubes somente que irão seguir na luta pelo mais importante torneio entre clubes do mundo. Dessa vez, muito devido às enormes zebras, acertei 10 de 16 classificados.

Antes de ir aos palpites das oitavas, vale salientar a incrível eliminação do Manchester U para o Basel na Suíça no que foi o fato mais inesperado da primeira fase. No caso do seu rival de cidade o City, a eliminação foi aceitável tratando-se do mais difícil dos grupos. Outros grandes clubes também foram embora para a casa mais prematuramente como o Ajax, que entrou praticamente classificado na última rodada, mas foi prejudicado pelo baixo nível dos croatas do Dínamo que levaram sete gols do Lyon dando a última vaga aos franceses. O Dortmund é outro grande clube que não seguirá na Champions League, teve azar de cair num grupo muito disputado com Arsenal, Olympiakos e Marseille. Para completar, o Porto, que conseguiu fracassar em um grupo bem acessível e está fora. Agora os palpites:

Lyon vs Apoel: mais surpreendente que a eliminação do poderoso Manchester U na primeira fase foi a classificação do time cipriota como primeiro do seu grupo. No entanto vale ressaltar a polêmica classificação do time francês que teve que golear o Dinamo Zagreb por 7x1 para conseguir sua vaga dada como impossível antes do início da última rodada. Aposto ainda no Lyon para seguir adiante, mais pela sua grandeza do que pelo fraco futebol que vem apresentando.

Leverkusen vs Barcelona: sem comentários.

Zenit vs Benfica: depois de uma primeira fase brilhante onde venceu um grupo que tinha o poderoso Manchester U, aposto no gigante português que, comandado pelos argentinos Aimar e Gracián tem tudo para seguir adiante e ainda dar trabalho ao Porto no campeonato nacional.

AC Milan vs Arsenal: um dos dois confrontos que envolvem dois gigantes do futebol mundial e um dos mais parelhos. O AC Milan vem sólido desde o princípio da temporada, arrancou um empate contra o Barcelona na Catalunha e, considerando que em fevereiro já terá muitos de seus lesionados de volta, é forte adversário para qualquer time. Do outro lado o Arsenal que vem em recuperação na Premier League e que apostará na sua velocidade e na fase extraordinária de Van Persie para deixar o gigante italiano pelo caminho. É duro, mas aposto no time de Ibrahimovic.

CSKA vs Real Madrid: o time russo conseguiu uma classificação inesperada na última rodada e baterá de frente contra o segundo melhor time do mundo atualmente e não deve ter chance alguma.

Napoli vs Chelsea: outro confronto de grande paridade, um jogo que é muito complicado de se escolher um favorito. O Chelsea de Villas-Boas vem oscilando muito na temporada, mas tem como seu grande trunfo a volta do monstro Drogba ao time titular e em excelente fase. O Napoli aposta em seu tridente ofensivo com Lavezzi, Cavani e Hamsik que vem dando certo. Se tiver que escolher um, fico com o time londrino.

Basel vs Bayern Münich: não acredito que o Basel terá forças e talento para mandar pra casa mais um gigante do futebol mundial. É sim um muito bom time, com alguns bons valores, mas o Bayern é um dos três melhores times da competição, um dos favoritos a chegar à final e perdê-la contra o Barcelona.

Marseille vs Inter Milan: outro confronto duro considerando a má fase do velho time milanês. O que ajuda o time de Ranieri é que o Marseille vai também mal na liga doméstica e não apresentou grande coisa na primeira fase da Champions. Aposto no time de Milão.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Barcelona, Messi E Companhia vs Ninguém

Antes de começar a falar da estapafúrdia comparação entre Messi e Neymar e do jogo entre Barcelona e Ninguém (Santos) preciso introduzir comentando sobre dois fatos, duas características desse país. O primeiro fato é apenas de se lamentar. A classe de jornalista esportivo brasileiro é a classe profissional mais incompetente desse país. Explico. Um médico especialista em cirurgias do dedão do pé direito, por mais que sua especialidade seja essa, ele saberia sim, operar um dedão do pé esquerdo e até o dedo indicador de uma mão canhota. Esse mesmo médico acompanha o que acontece no mundo de sua profissão, não somente no que ocorre no consultório do vizinho, mas em novos estudos provenientes de diferentes continentes do planeta.

No entanto, o jornalista gaúcho sabe apenas o que anda acontecendo em dois recintos: Olímpico e Aterro. Os jornalistas de São Paulo, por mais que achem que vivem numa cidade cosmopolita, sabem apenas fatos e fofocas dos quatro grandes clubes do estado e por aí vai. Evidentemente que não exijo que os cidadãos normais e comuns sejam como eu que assiste uma média de 15 jogos por semana, mas sim exijo essa atitude dos profissionais, dos jornalistas esportivos. Tiro o chapéu para os profissionais coerentes e bem informados da ESPN, mas, fora eles, nada, um deserto de profissionalismo que gera situações bizarras como é a que deu motivo para esse texto que já irei analisar mais profundamente, as comparações de Barcelona e Santos e Messi e Neymar.

A outra característica que anunciei é o ufanismo. Se o Brasil fosse um país de passado e/ou presente bélico, estaríamos em grande perigo. Excetuando-se terras pitorescas e bizarras como Líbia e Coreia do Norte (RIP Kim), por exemplo, não há país no planeta e agora me refiro ao mundo ocidental democrático, que ainda tenha uma sociedade imersa em um ufanismo nojento e que até perigoso seria em outras circunstâncias sociais. Aliás, no Pan-Americano do Rio de Janeiro eu confirmei o meu temor e vimos cenas doentias de agressões físicas a delegações adversárias que ousaram ganhar do Brasil “Ame-o ou deixe-o”. Não me esqueço das agressões contra o time de handebol argentino ou contra o grupo de judocas cubanos. Ambos cometeram um simples crime: ousar ganhar do Brasil em território tupiniquim.

Esse ufanismo galvaobuenístico somado à ignorância da mídia e ainda ao fato de que brasileiro não vê futebol que não seja do seu próprio time, gerou esse movimento débil mental que se divide em duas partes: o período pré-final do Mundial Interclubes e o de agora, essa ressaca depois da surra-treino de Yokohama.

Desde que cheguei aqui a imprensa ufanista e aí não me refiro somente à paulistada e cariocada, mas também a imprensa gaúcha que cada vez mais veste e vende a ideologia “Santos é Brasil” e afins, discutia sobre quem era melhor, Messi ou Neymar. O tema da discussão é tão estapafúrdio que fica difícil de entender como pode ser sustentado, mas sim, eu consigo entender. O futebol brasileiro estava em crise desde os princípios dos anos 70 até 1994 quando o Brasil ficou 24 anos sem ir a uma final de copa. Após a conquista, todo o mercado da bola no país se aqueceu: melhores salários, mais audiência, mais público nos estádios, tudo, relacionado ao futebol, melhorou com o título de 94. Quê conclusão se tira disso? O futebol, como mercado, depende do desempenho do Brasil em copas, não há dúvidas.

Depois de 94 o Brasil vem tendo excelentes desempenhos em copas e muitos craques foram aparecendo. No entanto, desde a lesão do Kaká, o Brasil ficou órfão de craques de nível internacional e hoje o seu único grande talento lá fora é Dani Alves, um lateral. Isso dá prejuízo quando se analisa o futebol como um produto midiático. Necessitam-se ídolos para que o futebol dê audiência e gere mais lucros e a Globo, a grande madrinha do futebol brasileiro, a responsável por muitas coisas como jogos em “horário de boate” e direitos de transmissão do campeonato sem licitação, precisa vender o produto “futebol brasileiro” e para isso precisa de ídolos. Não os há. É um momento de crise. E em momentos de crise se inventam ídolos como Massa, Barrichelo, vôlei, Popó, Robinho, Ganso, Guga, e agora, para completar e tocar o fundo do poço, os boçais do UFC. Não importa se o esporte é do gosto do povo, o que importa é ter ídolos que depois a mídia/Globo “populariza” o esporte e o vende.

Neymar é o nome da vez. Ao que parece, é um excelente jogador. Até aí tudo bem. No entanto, ser um jovem excelente jogador não vende e por isso criou-se a campanha “Neymar Melhor do Mundo”, uma das maiores campanhas propagandísticas brasileiras de mídia do século. Desde já afirmo que gosto de Neymar, acho um grande potencial, MAS ainda é jogador em formação. Não está entre os melhores, não se pode afirmar nada a respeito dele enquanto não estiver jogando entre os melhores. E a mídia seguiu. Começou a compará-lo com Messi, o maior jogador do mundo e que só pode gerar discussões sobre se ele é o maior de todos tempos, se está entre os três maiores, entre os quatro, se é melhor que Maradona e etc. Não há comparação. Nunca houve comparação. É sem sentido compará-los. Comparar o Messi com o Neymar é como dizer que a criança que é a melhor da aula de ciências na quinta série é mais genial que o prêmio Nobel de física. É outro patamar. É outra realidade. Neymar joga numa região em que o melhor time do continente não toca na bola jogando contra o melhor do continente do Messi. Não estou dizendo que o guri da quinta série craque em ciências tem nenhuma chance de ganhar um Nobel, assim como não posso afirmar que Neymar não será um craque mundial. Ambos podem vir a ser, apesar de que, opinião pessoal, isso é impossível, mas podem ser sim. Não obstante, nesse momento, a comparação é descabida, bisonha, patética, criminosa, pornográfica.

Messi joga e faz mais que Neymar jogando entre os melhores. Neymar faz menos que Messi jogando contra adversários sumamente inferiores aos que Messi enfrenta. E por que isso não é opinião de todos, só minha e de outros poucos? Porque a grande maioria da população, inclusive a classe de jornalistas esportivos viu o Barcelona jogar ao vivo pela primeira vez. Todo mundo sabia que o time era bonzinho, mas poucos o tinham visto jogar. Tratando-se da população civil, não é problema, mas inaceitável quando me refiro à mídia que não se cansava de repetir que seria um jogo entre iguais e para isso se montavam nessa teoria furada e ufanista de que aqui se joga melhor que em qualquer outro lugar. O Barcelona era visto apenas em cinco ou dez segundos em programas esportivos quando se mostra alguns gols do time e, somando-se a arrogância brasileira de se achar o melhor em tudo, o povo e os jornalistas que se igualam ao povo em conhecimento tinham a ideia de que era algo falso, enganação que aqui sim é que se joga futebol, eles fazem outra coisa.

Aí entra a segunda etapa, o pós-jogo. Todos esses ignorantes e isso não é ofensa são simplesmente pessoas que ignoravam o Barcelona jogando futebol, estão pasmas. Demoraram quase quatro anos para ver um fenômeno que não acontece todos os dias. Mais uma vez salvo os civis, mas jornalistas esportivos que pagam suas contas com o futebol demoraram QUATRO anos para ver esse time mágico jogar! Deixaram de ver mais ou menos uns 300 jogos de um time que, pelo menos para mim, é a maior formação futebolística de todos os tempos! E eles vivem disso! Azar o deles, tenho pena de quem, gostando de futebol, começou a ver essa maravilha semana passada, pena. Entendo a paixão clubística, tenho a minha, mas tenho pena de gente que gosta de ver futebol passando a vida toda vendo dupla GRE-nal jogar e afins e perdem uma chance única de encher os olhos duas vezes por semana.

O mais engraçado é que nem ruborizam agora, todos falando sem falar sobre a tal maravilha recém descoberta. Reportagens e mais reportagens sobre como o Barcelona chegou nesse patamar. Ignorantes que nem sabiam quem era o Iniesta falando sobre o trabalho e a filosofia Barcelona. Não ficam nem vermelhos.
Chega, não quero mais. Fica a lição, fica a lição de humildade e de profissionalismo.

Felizmente vou-me embora pra Pasárgada em janeiro e me livro de escutar tanta asneira e conviver com tamanha incompetência. Não posso terminar sem dar minha opinião sobre como eu, como técnico do Santos, entraria para essa decisão. Muricy errou, entrou com todo o time atrás para não perder. É erro. A atuação do Santos foi absurda. O placar é totalmente aceitável, mas a atitude e o erro de Muricy não o são. Contra o Barcelona se aperta a saída de bola enquanto há fôlego, isso dificulta. Muricy preferiu esperar e viu uma máquina imparável passar 80% do tempo em volta de sua área. O Santos não fez faltas, faltou sangue. O Estudiantes quase bateu o Barcelona fazendo faltas, parando o jogo, tentando tirar o grupo de jogadores mais concentrado e focado da história do sério. Apertou a saída. Evidentemente que iria perder igual, mas de outra forma.

Agora sim para terminar, por mais que ache que há times melhores que o Santos na América como a Universidad de Chile que é o melhor, Vasco, Boca e até o Vélez, o Santos, mal ou bem, era, pelo menos oficialmente, o melhor time do continente. E, contra o Barcelona, fiquei com a certeza de que o melhor time do continente sul-americano disputaria rebaixamento em qualquer grande liga europeia.