domingo, 27 de dezembro de 2015

O Mito da Modernidade


Recentemente escrevi um texto que meus três leitores deverão associar com este em certo aspecto. Salientava, em dito texto, sobre o fenômeno do “facilismo” cultural, se podemos chamar assim, em nossa sociedade. Todo mundo quer imagens, de preferência fáceis, humor raso, que não seja necessário pensar e, quando leem alguma coisa, que seja historinha para boi dormir, vampirinho, mágico com varetinha na mão, historieta pornô de meia tigela com texto retirado de contos eróticos de páginas pornográficas baratas, fantasmas, enfim, fácil.

O que vou comentar nesse texto não é exatamente isso, senão o que eu considero o mito moderno, ou seja, tratar a palavra “moderno” como sinônimo de “evolução” o que, na maioria dos casos, não é verdade.

Começo com as relações pessoais. O que seria uma relação moderna? Um homem que nem sempre é maduro o suficiente para administrar uma família, pois demora, em média, 45 anos para amadurecer; uma mulher que não tem como prioridade cuidar de seus filhos ou fazer da vida de seu marido uma experiência mais agradável, preocupa-se, mais do que tudo, com sua vida profissional. Sucesso é a palavra da moda. Deseja-se, em inúmeras situações, “dinheiro” e “sucesso”. Dinheiro e sucesso se tornaram os objetivos de mulheres e homens, os principais. O que é sucesso? Vale qualquer coisa para obtê-lo? Admira-se qualquer pessoa com sucesso não importando como o conseguiu? Sim, isso é moderno. Moderno é fazer uma dança ridícula e publicar nas redes sociais e se tornar famoso e, consequentemente, ter o tal “sucesso”. Não se questiona se o ato que tornou determinado cidadão famoso e exitoso é merecedor de causar reconhecimento público para tal pessoa. O que vale é aparecer, é ter milhões de “likes”. Como afirmou o suicida Guy Debord em sua obra maestra “A Sociedade do Espetáculo”, “o que aparece é bom; é bom o que aparece”. Esses são os nossos padrões atuais. Basta aparecer.

Esse desespero pelo “aparecer” é extremamente relacionado com o dinheiro. Ter, e mais do que tudo, demonstrar ter dinheiro, é mandatório em nossa sociedade espetacular. Não basta ser, temos que ter, mais e mais. Quem tem, peço perdão para me meter nos pensamentos do mestre francês, também aparece e, por lógica, é “bom”. O ser humano normal e medíocre encanta-se ao tirar fotos na frente de Ferraris estacionadas em South Beach ou em Rodeo Drive. Demonstra, de certa forma, que estamos pelo menos perto desse sucesso, somos quase “bons” e antes ser quase que nada. É, o que insistemente estudou em uma obra que dedicou 18 anos de sua vida, Georges Bataille chamava de “necessidade do dispêndio” o que é, em poucas palavras, a obrigação humana de desperdiçar recursos (excedente, foi a palavra usada pelo autor) e energia em estupidezes sem qualquer importância como Ferraris, jogos ou festas, simplesmente para demonstrar poder e obter prazer. Os romanos já o faziam em seus bacanais antológicos e construindo monumentos inúteis bem como os indígenas norte-americanos que queimavam aldeias inteiras matando milhares de pessoas somente para demonstrar que podiam se dar ao luxo de matar “mão de obra”. Hoje o nosso dispêndio é colocado em rodas mais caras que o próprio carro, fabricar os mesmos carros que podem ir de 0 a 100 em três segundos e que dispendem bastante energia através do desperdício de combustível e que não considera que, devido aos congestionamentos de nossas grandes cidades e aos limites de velocidade, esses carros andarão a uma velocidade de entre 10 e, no máximo, 60 quilômetros por hora. São, também, celulares com preços exorbitantes, joias e etc. Seguimos iguais. Não há evolução.

Todo esse desespero moderno por sucesso e fama é uma das negativas características de nossa triste modernidade. Temos, hoje, que aguentar fotos de adolescentes e de mulheres sem o senso do ridículo, tirando fotos de si mesmas fazendo caras e bocas e postando no Facebook. “Olhem para mim, eu sou bonita, apareço, existo, quero ser amada e admirada, like me, like me”. Essa mensagem é o que leio nas entrelinhas de comentários estúpidos que costumam aparecer abaixo de fotos que somente conseguem gerar em mim repulsa e depressão alheia. O que não aparece, consequentemente não existe e a série “Kardashians” é a prova cabal disso. Um programa de televisão sobre nada com protagonistas que sabem nada sobre tema algum. No entanto, aparecem, dispendem.

O resultado dessas relações pessoais cada vez menos baseadas em bons sentimentos e admiração é a nossa sociedade de alianças obscuras tanto no cenário político, por exemplo, já vimos fotos de Lula abraçado a Maluf, quanto em nossa vida regular. Temos amigos, muitas vezes, por conveniência. Essas relações também refletem nos casos “amorosos”. “Uma mulher bonita jamais estaria com um cara pobre, ele deve ter dinheiro”. É só o que se escuta hoje; e, para a tristeza geral dos que ainda pensam em uma época que pensar em público é vergonhoso - o orgulho é ser idiota - na maioria dos casos se confirma. Temos relações rasas, pouca solidez familiar no que resulta em crianças e adolescentes cada vez mais incapazes para tudo. Hoje temos que até ensinar as crianças a brincar.

Em grupos específicos de pessoas o fenômeno também pode chamar até mais a atenção. A vida dos negros no Estados Unidos na época da segregação racial era repleta de humilhações diárias e nenhum ato da época pode ser defendido. No entanto, deixando o chatíssimo politicamente correto de lado, a família normal de negros no Estados Unidos nesse período obscuro racialmente falando desse país, era incomparavelmente melhor. Existia, de fato, estrutura familiar entre os negros americanos, algo em extrema decadência nos dias de liberdade de hoje. Hoje 70% das famílias de negros americanos não tem a presença de um pai ou a criança nem sequer sabe quem é seu genitor. Há o aumento descomunal do uso de drogas e, para completar, a degradação cultural. O moderno é o negro versão hip hop o que significa uma constante verborragia ressentida onde devem mostrar todo o tempo que hoje os brancos os têm que engolir porque já não existe mais a tal segregação e que agora quem deve ditar as regras são eles. Essa é a letra de um rap nas poucas que chegam a ter uma letra. Hoje comemos mulheres brancas; hoje nós temos muito dinheiro; hoje não nos levantamos mais para branco sentar, hoje dispendemos excedentes. Não há mais o esforço que havia dentro das comunidades de afro-descendentes americanos de provar todos os dias para os demais que eles eram também pessoas, tão pessoas quanto qualquer outra raça e que eram, também, bons cidadãos. Hoje, quem se importa em passar uma boa imagem? Vestem-se da pior forma possível tantando ser o mais ameaçador que podem alcançar e todos os têm que engolir. O resultado dessa “modernidade” das relações sociais? Os negros representam 13% da população americana e ao mesmo tempo fornecem 60% de presos para o sistema prisional ianque e, para completar o dado, 4,7% de todos os negros são detentos na maior potência do planeta.

Outro grande fracasso de nossos tempos é a muito badalada “globalização”. O que é isso? Na linguagem dos românticos sonhadores e cegos, é a união de todas as raças, todas as culturas, todo mundo junto unido por um objetivo comum que é a paz mundial e uma vida justa para todos. Ok, muito bonito este pensamento, gera letras bem tocantes como em “Imagine” de John Lennon. Não obstante, essa definição não considera uma coisa fundamental: estamos falando de um mamífero chamado homo sapien sapien que JAMAIS, em toda sua história, viveu em paz. Nós, como a maioria dos animais, somos seres que não podem viver em paz, sempre, desde o ocidente atual até os indígenas americanos, vivemos em guerra, este é o nosso estado natural e eterno. Uma criança de dois anos faz cara feia e fica brabo quando tem que devolver algo que julga ser seu. Os pronomes possessivos estão entre as palavras mais repetidas por crianças dessa idade. Mesmo eles, tão pequenos, marcam seus territórios, possuem, não gostam de compartilhar; os índios americanos, muitas vezes colocados como vítimas do homem branco, o que faziam? Viviam em paz fumando cachimbos da paz? Claro que não, essa é mais uma visão idealista da extrema esquerda ou dos inocentes europeus atuais. Os indígenas se matavam em peleias que eram verdadeiras carnificinas, usavam cabeças de inimigos como troféus, muitos eram antropófagos. Os incas, coitados, exterminados pelos “inca pazes” espanhóis. Ninguém questiona quem estava nessas bandas incas antes dos incas? Pois eu respondo: eram outras etnias indígenas que foram brutalmente exterminadas pelos mesmos incas. Vale também citar a “amabilidade” dos astecas. Tinham escravos e os matavam em rituais para demonstrar seu poder e sim, ADORAVAM o poder e as riquezas e para isso escravizavam para ter cada vez mais guerreiros para conseguir mais e mais objetos de ostentação saqueando outras tribos.

Dito isso, que não nascemos para viver em paz, digo que a tal globalização o que faz é acabar com a parte boa de nossas civilizações que é justamente essa diferença. Por que ter um mundo somente com incas? Por que ter um mundo somente com espanhóis? Ou com vikings? O interessante do planeta são essas diferenças que devem existir para sempre e devem ser coordenadas cada uma delas pelos representantes dessa cultura. União Europeia? O maior golpe do capitalismo já proferido contra uma das poucas sociedades da Terra que funciona, a europeia. O poder político, marionete do poder econômico, quer um governo apenas para governar e ditar regras mais facilmente para uma massa consumidora de mais de 500 milhões de pessoas. “Somos todos iguais, somos todos europeus”. Será? O que a Romência tem a ver com a Suécia? O que a Bulgária tem a ver com a Estônia? Terão estes países as mesmas necessidades, mesmas carências, mesmos problemas? História para enganar classe média europeia boca-aberta e ingênua. A ideia da UE é dominar facilmente todo mundo e, como consequência, manipular e até chantagear quem não se comportar bem. Quebraram-se países em nome da manutenção do tal “estatus” de europeu. Se não acreditam em mim, perguntem ao Chipre e à Grécia. E, vale-se dizer, fora a Alemanha, os únicos países da Uniao que conseguiram sobreviver à crise com poucos arranhões foram o Reino Unido e os escandinavos que não adotaram a moeda europeia e, assim sendo, podem mais ou menos se auto-controlar. Coincidência?

O resultado imediato da União Europeia é, além do fracasso econômico, o fracasso social. O livre andar de pessoas, a ausência de fronteiras, faz com que o velho continente perda sua charmosa característica de apresentar países tão próximos, mas tão distintos. Mas não, imaginemos todas as pessoas vivendo em paz em um mundo sem fronteiras...ok, John Lennon, ok. Imaginemos um romeno e um sueco iguais, falando esperanto e escutando música eletrônica em um galpão escuro. Todos iguais. Modernos. Endemoniza-se qualquer ideia nacionalista. Le Pen é chamada de fascista por gostar da França. Convenceram os alemães, atá a copa de 2006, que usar a camisa de sua seleção era sinônimo de ser nazista. Ostentar a bandeira britânica, é ser nazista.

Para terminar, vale dizer que até no futebol, a grande paixão global, a globalização foi extremamente maléfica. O que temos depois do vigésimo aniversário da Lei Bosman que, para quem não sabe, foi a que passou a liberar o número de estrangeiros nos clubes? Pois essa lei simplesmente fez com que os clubes perdessem sua personalidade, algo que é um dos objetivos da União Europeia, todos iguais. Já temos uma Inter Milan jogando com onze estrangeiros ou um Arsenal e Chelsea com um ou dois ingleses, tudo em nome do xou, de aparecer, de ter sucesso. Hoje a Premier League gera capitais impensados antes da Lei Bosman, mas, mesmo assim, não consegue os resultados que conseguia antes. Nos vinte anos prévios à Lei Bosman, os ingleses, mesmo com a punição de não participar da Champions League por CINCO anos, ganharam sete títulos entre 1975 e 1995, ou seja, 35% dos torneios disputados; enquanto que levantaram apenas quatro taças entre 1995 e 2015, ou seja, 20%. Essa capitalização do futebol também trucidou grandes potências do esporte que, por não serem potências econômicas esportivas, perderam força, vide os clubes holandeses e portugueses, por exemplo. E, agora, a nova movida é tornar até as seleções um bando de estrangeiros naturalizados sem contar a já forte presença de imigrantes como na seleção da França, por exemplo, onde praticamente não jogam franceses de verdade.

No entanto, algumas coisas ditas modernas foram sim positivas. Perdeu-se um pouco o belicismo pessoal, onde o sonho de cada um era morrer por sua pátria; hoje as pessoas não caem nesse conto e preferem das suas vidas por suas famílias e entes queridos. Finalmente, resta esperar que nesse mundo moderno, com conflitos e crises migratórias em seus estágios mais avançados, possa-se pelo menos abir os olhos do mundo de que não estamos no caminho certo e usar, todos os recursos positivos que a modernidade nos trouxe, para compartilhar conhecimento e não contaminar um número cada vez maior de pessoas, com a mediocridade. O quarto disco de One Direction está nos primeiros lugares de 83 de 100 países analisados. Nos anos 60 eram os Beatles de Lennon.


sábado, 21 de novembro de 2015

Cruzadas, Barbárie E Hipocrisia

Eu sou contra o terrorismo. Sou contra as guerras. Também sou contra a violêcia, contra maus tratos a humanos e animais, contra beber e dirigir, contra tortura, exploracao sexual, enfim, sou contra tudo que qualquer pessoa normal seria, mesmo sendo de uma espécie tao deplorável como a humana. No entanto, também sou contra a hipocrisia que é talvez a doutrina majoritária em nossa sociedade dita tao globalizada. Todo mundo “chorou” virtualmente as mortes de 12 jornalistas em Paris e agora todos “choramos” as mortes de dezenas de pessoas na mesma bela cidade, mas ao mesmo tempo ignoramos as mortes diárias em países devastados por conflitos causados por nós, ou seja, nós, os brancos ocidentais defensores do tal “mundo livre”. Matamos, torturamos, bombardeamos hospitais e escolas, tudo isso em nome de uma tal enfadonha “liberdade”. Liberdade para quem? A única liberdade que pode literalmente lucrar com nossas cruzadas em nome da liberdade é a poderosa liberdade econômica.

Os ataques ao metrô de Madrid, ao de Lodres, ao Charles Hebdo, à maratona de Boston, às torres gêmeas, a Paris, entre outros, nada sao além de respostas de um adversário infinitamente mais fraco. O oeste há bastante tempo vem cometendo atentados terroristas de estado que somente nao sao chamados usando esta nomenclatura, pois sao cometidos por nós e por seres organizados e sim respaldados por um estado, diferentemente desse tal “estado” islâmico que nao é um estado e sim o que os próprios dementes dizem, uma série de “califados” que têm, como objetivo final, ser um estado e derrotar o ocidente.

Nós invadimos o Iraque várias vezes, o Afeganistao outras tantas vezes, a Líbia, a Síria, politicamente “invadimos” o Egito e, para tais invasoes, cometemos atrocidades que custaram muito mais vidas que as que foram desperdiçadas em nosso terrirório. Nao vi gente pintando sua foto do Facebook com a bandeira da Síria depois de termos bombardeado um hospital do grupo Médicos Sem Fronteiras. Também nao vi fotos pintadas com as cores palestinas após nossos ataques a escolas desse território. Morte de pobre definitivamente nao comove. Morte de barbudo entao, muito menos.

Esse terrorismo de estado paga um preço. Os “war pigs” como bem definiu a banda Black Sabbath em um de seus clássicos, nao pagam o preço, pois vivem em uma realidade que se esconde de nossa vida mundana. Quem paga o preço sao os cidadaos comuns de nossa terra livre, gente inocente que nao têm nada a ver com as decisoes autoritárias e crueis de seus governantes que, em sua maioria, lucram com estes ataques.

O mundo gira em torno do capital. Nao há alternativa ao capitalismo, que, para os menos atentos, significa o capital no centro do universo, nao os homens. Vende-se a mentira de que os irlandeses lutavam com os ingleses por discordâncias religiosas, que os árabes brigam com os judeus por religiao e o mesmo acontecia nas colônias europeias na África, todos se matando no que seria causado por diferenças de credo. Doce ilusao de ingênuos. As pessoas se matam e as guerras acontecem por puros e rasos interesses econômicos. Nao há Terra sem guerra porque a guerra faz o 1% da populaçao que nos controla encher seus bolsos podres de dinheiro e para isso usam nosso sistema político e democrático. Dao migalhas de seus lucros pornográficos manchados de sangue de inocentes, mulheres e crianças à classe política e abarrotam bancos escusos em ilhotas caribenhas de dinheiro, vide os 300 bilhoes de dólares declarados em solo das Bermudas, na semana passada, por mega multinacionais de 60 países. A elite capitalista ávida por acumular o que está no centro de nosso universo, esconde rapinamente seus pedaços de ouro onde ninguém os pode ver e se esconde atrás da máscara do “meritocentrismo” e do livre mercado para justificar seus atos. Na Euopa, por exemplo, foram mais além e criaram a tal “Uniao Europeia” que nada mais é do que um passo adiante para controlar todo este massivo mercado através de canetaços evitando a fadiga de convencer país por país a adotar as suas metodologias e esse novo bloco já começou a cobrar suas vidas banais, vide a Grécia. A classe média burra se escandaliza com esmolas dadas pelo estado aos seus cidadaos menos “meritórios” que nao mandarao essas gorjetas para as Bermudas e sim as deixarao no próprio estado de novo, mas nao se importa com os ratos-vampiros que escondem seus lucros. E, considerando que a indústria da guerra é das mais lucrativas, necessitamos bombardear terras longínquas onde terminamos armando psicopatas ignorantes que depois incomodarao a nossa plebe.

Rambo é um dos filmes mais idiotas de todos os tempos, mas, em um de seus filmes, vemos os americanos apoiando os afegaos para que estes chutem os traseiros gelados dos soviéticos que estao em seu país em plena Guerra Fria. Aqueles árabes simpáticos que ajudavam Rambo sao o que depois se transformaram nos famosos talibas, hoje ofuscados pelo EI, mas ainda assim um de nossos inimigos, armados com nossas armas, vendidas por empresas de magnatas que patrocinaram campanhas políticas como a de marionetes estúpidas como o cla Bush.

Nao há forma de um grupo rudimentar e bárbaro como estes bombardear através de modernos caças o espaço aéreo ocidental e muito menos invadir estes rincoes usando meios tradicionais do ocidente. Qual a única soluçao? O terrorismo. O terrorismo que nos assola e nos assombra, é a banal resposta ao nosso terrorismo de estado, nada mais, simples assim.

Fanatismo religioso, ausência de perspectivas de futuro, ignorância extrema, ódio enraizado na medula de cada um, entre outros fatores, encoraja psicopatas a fazer exatamente o que fazemos nós através de pobres soldados barbeados e de uniforme fashion: matar, metralhar, abater avioes, estádios, meios de transporte, etc.

Será que os grandes líderes mundiais nao se dao conta disso, será que sou só eu? Claro que nao. Todos sabem, mas o nosso bizarro status-quo de guerra constante, medo e devastacao humana e ambiental, é justificado por bancos recheados de lingotes de ouro e de diamantes de sangue e vivemos no CAPITALISMO, nao no antropocentrismo, ou seja, estamos no caminho correto. Mantém-se o estado de guerra eterno e, assim, mantém-se os 1% felizes. Consequências? Guerras e uma grotesca invasao de bárbaros em terras europeias justificada por uma mentira chamada “refugiados”. Quem sofre com esta invasao animalesca de bárbaros primitivos? A pobre e babaca classe média europeia que insiste em pegar seus cartazes e ir a estacoes dar boas-vindas a quem, em sua maioria, querer apenas se aproveitar de tudo que lá foi construído. A Europa é convencida pela elite representada pela direita de que devemos ajudar os refugiados, leia-se, mao de obra barata e mais consumidores e ao mesmo tempo é iludida pela lunática esquerda do velho continente que ainda acredita que há santos e demônios em nosso pobre planeta.

Toda esta balbúrdia deixa o mundo em um estado de caos generalizado e, o pior, o deixa embriagado em um sentimento de dúvida e desolaçao que nao se sentia desde a Segunda Guerra Mundial. Os poucos países que conseguiram conquistar um bom nível de vida para a maioria de sua populacao veem seu futuro fortemente ameaçado por uma limpeza étnica que em 150 anos tornará o europeu médio uma espécie em extinçao. No entanto, a esquerda retardada europeia segue batendo na tecla do futuro multicultural mais brilhante da Europa.

Será entao que deveríamos, como espécie dominante, ou seja, países ocidentais, deixar que estes países controlados por sanguinários ditadores se resolverem por conta própria? Será que deveríamos usar o lema do liberalismo extremo de nossa economia também para os países “nao-alinhados”? Há indícios de que sim. O Iraque de Saddam era ruim e está pior sem ele; a Líbia de Khadaffi era ruim, e está um faroeste selvagem sem ele e agora a Síria de Assad que era ruim com este lépido e faceiro no comando e que agora está um caos com a intervençao branca. O mundo ocidental nao precisou de intervençoes estrangeiras para ver que vivia nas trevas durante a Idade Média. O tempo passou e alguns guilhotinaram reis e rainhas enquanto outros souberam colocá-los em posiçoes menos determinantes para um futuro mais “iluminado”. Deixar que esses países jovens amadureçam por sua conta pode ser a única soluçao e nao estaremos criando inimigos monstruosos que irao depois se vingar explodindo lugares públicos localizados, ironias à parte, na rua Voltaire, em Paris, por exemplo, um dos grandes iluministas ocidentais. “Laissez faire laissez passer” segue sendo minha filosofia para a política internacional mundial. O nao deixar estes países se auto-gerirem faz com que parte de sua populaçao resolva querer viver em nossas terras e isso nao vai funcionar. O crescimento populacional dessas, pelo menos até agora, “minorias”, é muitíssimo maior que o crescimento da atual “maioria”. Em uma conta básica de progressao matemática, é óbvio que os principais países da Europa vao ser estados árabes já que estes sempre, mais cedo ou mais tarde, como já acontece na Bélgica, França ou Austrália, irao tentar impor suas leis e hábitos. A Europa, berço de nossa civilizaçao, irá desaparecer aos poucos nessa nova invasao moura que nao começou agora com o caos sírio, senao há algumas décadas atrás.

Ainda sobre esta convivência de minorias com maiorias, David Cameron uma vez, ao ser questionado por um político caribenho sobre a dívida que os ingleses têm com estes países devido ao processo de colonialismo e exploraçao, disse que estes deveriam “move on” já que isso aconteceu há muito tempo, o que caracteriza o outro lado da moeda. Nao se pode simplesmente “move on”, pois somos responsáveis por boa parte do fracasso desses países e aí Cameron nao vê que a soluçao nao é desembocar todos os árabes e africanos na Europa, por mais que a esquerda radical venha com aquele discursinho de que todos somos iguais e deveremos viver juntos felizes para sempre, isso é apenas um comentário poético e politicamente correto. Nao vivemos bem juntos, basta deixar de ir à Disney nas férias e penetrar nas entranhas das grandes cidades europeias e infelizmente somos mais um mamífero qualquer, apesar de nos acharmos os reis da cocada preta. Nenhum grupo de mamíferos na vida selvagem vive junto. É cada um pro seu lado. Há sim, doe a quem doer, diferenças genéticas entre as raças e soma-se a isso as abismais diferenças culturais, ou seja, nao nascemos para viver juntos. “Imagine” de John Lennon, que pregava, entre outras coisas um mundo sem fronteiras, é apenas poesia. É como o comunismo. Na funciona.


Querem uma soluçao rápida? Parar de armar delinquentes sociopatas em países que nao representam qualquer ameaça ao nosso tal “mundo livre” e ajudemos, aproveitemos a existência de órgaos decorativos como Uniao Euopeia ou ONU para criar fundos de desenvolvimento de países outrora devastados por nossas geraçoes passadas e, assim, nao seremos obrigados a ver as cenas deploráveis de bombas explodindo em bares e restaurantes e muito menos uma onda de pessoas invadindo e tirado proveito do que uma outra civilizaçao foi capaz de construir.

sábado, 7 de novembro de 2015

Quando nos tornamos tao idiotas?

Jamais tratei animais domésticos como pessoas. Para mim um ser humano é um ser humano enquanto que um cachorro é um cachorro e por isso nao deve entrar em casa ou usar roupas. Esta consideraçao não significa que tenha o ser humano como um ser melhor que qualquer outro, pelo contrário, somos das poucas espécies que planeja o mal e somos os que menos sabem viver em sociedade. Temos tantos defeitos que não cabe nem começar a citar e fazemos um péssimo uso da inteligência superior que nos foi dada. Ao mesmo tempo em que criamos máquinas incríveis, criamos, por exemplo, uma arma que pode matar a maioria dos seres viventes do planeta, o que pode ser, talvez, é o maior exemplo de nossa ilimitada estupidez.

Infelizmente não sou tao velho como gostaria, mas já vivi o suficiente para poder notar a degradaçao do comportamento humano em açoes do seu dia-a-dia. Nao vou abordar aqui temas mais profundos como a indústria bélica, mas atos corriqueiros de nossa vida moderna atual que comprovam que estamos cada vez mais estúpidos e, um dos avanços que demonstra nosso brilhantismo, a Internet, torna pública toda a estupidez internacional de nossa pobre raça.

Poderia começar falando de música. Na década de 60, entre as bandas que apareciam nos primeiros lugares dos charts, estavam os Beatles, os Rolling Stones, Bob Dylan e Led Zeppelin, entre outros. Nos anos 70, estrelavam os mesmos Beatles e Led Zeppelin, acompanhados por nomes como Queen e Sex Pistols; durante os 80, década que chegou a ser chamada no Brasil de “a década perdida” davam as caras nomes como The Cure e Michael Jackson, Queen ainda permanecia, mas já a decadência começava a demonstrar que vinha para ficar; nos 90, Nirvana e Metallica ilustravam os charts, mas já apareciam nomes nefastos como Dr. Dre; nos anos 2000, já temos Lady Gaga, Destiny´s Child, Mariah Carey, entre outros, com poucas bandas que atenuam o desastre. The Beatles era a banda das adolescentes gritonas dos anos 60; hoje temos um patético e degenerado projeto de futuro desastre chamado Justin Bieber causando gritarias por onde passa. Letras geniais foram deixadas de lado e substituídas por ritmos pobres, banais e simplórios como o hip hop americano e suas crias não menos miseráveis que assolam o resto do mundo como o reggaeton nos países hispânicos, por exemplo. O Brasil não ficou atrás e trocou décadas de domínio de gênios musicais da Bossa Nova e roqueiros endemoniados por duplinhas sem sal de almofadinhas com gel no cabelo e com o maior número de quinquilharias penduradas por seus esturricados corpos em suas roupas vergonhosamente justas. Nos anos 60 Jimi Hendrix aparecia entre os artistas com mais álbuns vendidos; nos anos 70, Neil Young; nos 80, quando começa a decadência, ainda temos Pink Floyd e Michael Jackson, mas já a partir dos anos 90 entramos na aguda desaceleraçao de nossa capacidade massiva de pensar. Temos Spice Girls e Backstreet Boys, seguidos por NSYNC, Eminem, 50 Cent e Usher nos anos 2000 e Eminem de novo e Justin Timberlake nos anos 2010.

Se passamos para a literatura, é a mesma desgraça. Hoje o que mais vende é Dan Brown, Harry Potter, 50 Shades of Gray enquanto que nos anos 60, por exemplo, o mundo consumia Salinger, Henry Miller, Philip Roth ou Mario Puzo.

Por que hoje a humanidade posta vídeos na Internet jogando-se um balde de água fria na cabeça e isso se torna uma tendência mundial? Por que agora a moda é escrever no máximo 140 letras para dizer nada? Por que agora o “cool” é publicar fotos nus? Por que agora um pais como o Brasil para e paga pay-per-view para ver uma dúzia de retardados trancados por livre e espontânea vontade em uma casa e que ainda por cima são chamados de “heróis” por outro débil mental?

E não paramos por aí. Quais foram os filmes que mais arrecadaram nas últimas décadas no Estados Unidos? Nos anos 60, The Sound of Music, The Graduate, entre outros; nos anos 70 tivemos Jaws, The Godfather, entre outros; nos anos 80 ET, Back to the future Indiana Jones, enquanto que nos 90 já nos deparamos com idiotices como Titanic, Toy Story, Jurassic Park, Independence Day e Men In Black; nos 2000, Shrek, The Pirates of The Caribbean, Spiderman e Transformers e nos anos 2010 Avengers, Iron Man, Harry Potter e de novo continuaçoes absurdas como Transformers e Velozes E Furiosos. Vale salientar que já temos OITO sessoes de Velozes E Furiosos que é um filme sobre nada, onde nada acontece e sem qualquer tentativa de contar uma história.

Hoje não queremos pensar. Lemos pouco e o que lemos, quando têm mais de 140 caracteres, é fácil, é bobagem, é auto-ajuda; queremos filmes onde podemos deixar nossos cérebros em casa, queremos monstrinhos, pouca história, muita imagem e pouco conteúdo porque depois temos que chegar em casa e jogar água fria na cabeça ou ver as fotos de alguma celebridade no Instagram onde podemos passar horas lendo reflexoes medíocres de medíocres.

Para nos sentir parte de uma tribo, nós, cidadaos normais, transformamos nossas apariçoes em redes sociais em acontecimentos pobres de uma realidade triste. Avisamos que vamos ao banheiro, publicamos fotos do que comemos, manifestamos estados de espíritos em um grito desesperado por ser visto e comentado por alguém. Somos a geraçao mais triste de todos os tempos, mais altamente capaz de se comunicar, mas mais carente e isolada. Temos medo de tudo e nos escondemos num mundinho vazio pseudovirtual para poder tentar ser quem não podemos, mas que gostaríamos de ser. Queremos, como uma criança rebelde, ser vistos e notados, senao não existimos.


Soma-se a isso o fator atual de que tudo gira em torno do dinheiro. Tiramos fotos em hoteis bregas de Miami para que todos saibam que podemos pagar uma hospedagem em tal estabelecimento e que, assim sendo, seremos “melhores” vistos em nossa pobreza social. Tiramos já fotos de nós mesmos, nem sempre nus, demonstrando que já não necessitamos de outros para tirarem nossas fotos, mas também esternando o quao tristes e solitários somos. Uma foto com alguma cara com alguma espécie de olhar vencedor para passar uma ideia de inútil poder. Nos endividamos para comprar um carro um pouco superior ao carro mais popular e nos sentimos mais poderosos, nos sentimos velozes e glamorosos e isso irá ditar a opiniao que os demais têm de nós. Eu como num restaurante mais caro, tenho um carro melhor, viajo para o éden da breguice e mediocridade de uma classe média frustrada, tudo isso para que minha personagem, meu avatar em uma sociedade doente seja o que mais pontos consegue. Nao se almeja mais ter o talento de alguém, mas sim a sua conta bancária. Tudo é dinheiro e um jogo sem regras claras de aparência. 

sábado, 10 de outubro de 2015

O Mundo das Contradições

A sociedade brasileira é das mais contraditórias do planeta. É difícil para um amante da lógica de pensamento encontrar qualquer resquício de coerência no dia-a-dia brasileiro. O mundo inteiro está chocado com a bárbara foto do menino afogado no Mediterrâneo e os brasileiros também o estão. Em uníssono grita-se por maior colaboração do planeta para com os pobres bebês que morrem afogados tentando escapar da barbárie síria e em outros países. Estas mesmas pessoas são as que criticam o governo por receber imigrantes haitianos ou médicos cubanos. Acusa-se o tal governo “comunista” de ajudar a escória enquanto já temos suficientes problemas dentro do território nacional.

Estas mesmas pessoas que clamam por justiça após ver a chocante foto do bebê morto, são contra qualquer tipo de ajuda social por parte do Estado. Bolsa-família é esmola para comprar os votos da nossa escória tupiniquim. Um bebê que é flagrado morto afogado em uma praia ensolarada choca a qualquer humano e o faz simplesmente por um motivo: pela força da imagem que, como dizem, vale mais que mil palavras.

Não creio que o governo federal brasileiro algum dia irá, em um momento de desespero, publicar fotos de crianças subnutridas dos mais variados rincões desses país. Obviamente seria totalmente contra tal ação, mas seria a única forma de convencer a elite nacional indignada pelo infante afogado de que também se “afogam” infantes dentro do país e que as migalhas que o governo de esquerda (?) do PT dá aos miseráveis é questão de humanismo.

Ainda falando em contradições, o Brasil voltou a testemunhar a famigerada “marcha da família” que não passa de um bando de delinquentes de Miami clamando pela volta da barbárie da ditadura militar que, diga-se de passagem, também afogava, não sei se crianças, mas sim pessoas que simplesmente eram contra o governo, este sim, jamais eleito pelo povo. Afogava-os em troca de informação, em uma espécie de delação não-premiada. Estes dementes defendem, como também o faz nossos gatos-pingados das manifestações fashion, o Estado mínimo, que somente deve aparecer para salvar empresas privadas. Não querem mais impostos, consideram “autodefesa” e, claro, são totalmente contra as migalhas aos menos aquinhoados, mas não se importam com os lucros exorbitantes dos bancos em tempos de crise e muito menos se importam com o dinheiro dado de lambuja pelo BNDES para os grandes agricultores e construtoras, estas mesmas que alimentam a corrupção política nesse país. E há de se dizer que estes mesmos contrários ao Estado defendem que este se intrometa nas questões de comportamento como casamentos de pessoas do mesmo sexo ou aborto, aí sim o Estado deve se meter.

No entanto a contradição não é exclusividade brasileira, se a vê todos os dias em um mundo que vive um dos seus piores momentos desde o final da Segunda Guerra. O mundo das superpotências ocidentais semeia e arma grupos de psicopatas do deserto e depois os bombardeia e lamenta o êxodo (e os afogamentos) de seus cidadãos em busca de ar em terras mais abastadas. Não me canso de me perguntar: por que os Bushes, Toni Blair e David Cameron, por exemplo, não estão atrás das grades? 

Por que o mundo inteiro aprendeu a odiar o odiável Saddam Hussein e Osama bin Laden, mas não tem o mesmo sentimento contra criminosos ainda maiores que passam por bons moços apenas porque são brancos, católicos e ocidentais, fardam Armani e falam inglês? Quem criou a besta bin Laden? 

Quem é o pai intelectual de Saddam? Quem armou o EI? Nós, os brancos ocidentais e agora não sabemos o que fazer com as consequências de erros que jamais foram punidos e que terá como consequência a diminuição da qualidade de vida de seus próprios povos que terão suas terras invadidas por milhões de desesperados.

Todos nós parecemos cair nessa absurda e falsa retórica de que vivemos uma cruzada do ocidente civilizado contra os bárbaros barbudos. Temos assim tanto espírito de busca por uma sociedade livre de facínoras? Será? O governo mais cruel do planeta é, talvez, o governo monárquico hereditário da Arábia Saudita onde mulheres são apedrejadas e homens têm suas mãos cortadas e suas cabeças decepadas em praça pública. Alguém já escutou de algum plano de bombardeio contra o rei saudita? 
Jamais, já que é um dos principais aliados do Estados Unidos e são, para completar, os credores maiores da dívida pública desse país, deixemo-nos em paz já que tem governos democraticamente eleitos como na Ucrânia, Venezuela e Egito que nos incomodam mais e vendemos como os bárbaros e dizemos que estes devem se “alinhar” aos nossos preceitos de liberdade de expressão e democracia.

Tudo segue igual. No século passado o Estados Unidos patrocinou todas as ditaduras sul-americanas enquanto que os europeus mais importantes mantinham seus sanguinários ditadores no poder de suas colônias africanas. Hoje nós, ocidente defensor do mundo “livre” patrocinou a derrubada de um presidente ucraniano democraticamente eleito, também derrubamos um presidente egípcio democraticamente eleito depois de décadas e sinto cheiro de golpes contra governos democraticamente eleitos como na Venezuela e, claro, no Brasil. São estes governos citados defendíveis por sua competência? Óbvio que não. Tanto na Ucrânia quanto no Egito, Venezuela ou Brasil, vimos ou vemos governos sendo corroídos pela corrupção e por desmandos equivocados, mas se vamos apoiar a queda de qualquer governo por corrupção ou equívocos, que isso seja válido para todos, começando pela Arábia Saudita e passando pelos criminosos de guerra mentirosos como Bush e Blair/Cameron. Nossos indignados de Miami vêm com esse absurdo argumento das tais “pedaladas fiscais” praticadas por TODOS os presidentes do Brasil desde Getúlio para exigir o impeachment de Dilma, mas com certeza não se importaram com a mentira americana de Bush para invadir o Iraque em nome das tais armas de destruição em massa que simplesmente nunca existiram.


Aumento da desigualdade mundial, crise de imigração em níveis estratosféricos, América Latina com sua sociedade fervendo na maioria dos países, mundo árabe se encaminhando para a oficialização da barbárie, aumento da cobiça soviética por suas ex-colônias, bebês morrendo afogados e uma população cada vez mais convencida de que empilhar bens e produtos vendidos como necessários por um capitalismo ávido por consumismo, o fracasso no combate às drogas, recordes e mais recordes no aumento da temperatura mundial, sem contar outros fatores, me fazem crer que fracassamos completamente como sociedade em todos os sentidos e que nosso futuro será somente pior e pior se nada for feito. E não será.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A Terra das Contradições

O Brasil não é um país sério. Esta frase conhecida por todos já gerou diferentes interpretações por parte de muitos. O que quis dizer De Gaulle? Não me interessa, mas tenho visto, nos últimos anos, uma sequência dolorosa e incessante de desaforos que fazem com que concorde com De Gaulle sem analisar a intenção do dito cujo ao usar a frase.

No atual momento da insana política nacional temos o PT, partido de direita no poder que peleia raivosamente com a esquerda do PSDB, da bancada evangélica e da bancada da bala. Soma-se ao PT o multifacetário-sempre-no-poder PMDB que assumiu o controle do poder executivo através de um golpe de estado silencioso dos presidentes da câmara e do senado. O cacique Calheiros e o vampiro evangélico pastor Eduardo Cunha são os nossos dois presidentes de fato que, através de chantagens diabólicas muito bem elaboradas, têm a presidente de quatro ao seu lado com as mãos atadas.

O PT, partido de direita que sempre esteve ao lado dos empresários e dos banqueiros desse país, POR LÓGICA, apoia a reforma das leis trabalhistas. Em terras onde as vacas tossem, o PT limita o acesso ao seguro-desemprego em um momento em que, por óbvia coincidência, há aumento galopante do desemprego no país; o PT, POR LÓGICA, escolheu, para agarrar as rédeas da economia nacional, um direitista, Lévy, que, como bom economista de direita, adora apertar a plebe em momentos de contenção de gastos. Por Lévy ser um direitista radical, é odiado pelos revolucionários cubanos ex-metalúrgicos da esquerda, humanizada pelos seus baluartes: o ex-torneiro mecânico Aécio Collor de Neves e Jair "el duce" Bolssonaro.

A esquerda radical quando estava no poder com Fernando Henrique, criou o tal do fator previdenciário que mais ou menos mantém a plebe razoavelmente bem servida quanto às suas aposentadorias. Como DEVERIA ser, a direita petista barbuda detesta a tal conta dos 85/90 e quer que os pobres trabalhadores de mãos calejadas deem mais para a turma do camarote para poder começar a parasitar o sistema. Estes petistas de gel no cabelo e de terno Armani querem algo como idade de 150 anos ou 90 anos de contribuição para aí sim merecer a aposentadoria. Justificativa? Vive-se mais atualmente e a previdência não dá lucro, Ah, os petistas de Miami sempre pensando no Estado como fonte de lucro e como devendo ser mínimo.

Dilma, em um ataque de esquerdismo agudo e inexplicável, se comporta como se alguma vez em sua vida tivesse sido uma militante de esquerda contra a ditadura militar tão adorada pelo petismo e tão detestada pelos esquerdistas como Bolssonaro ou pelos manifestantes fashion do Parcão, Barra da Tijuca ou Oscar Freire. Dilma, pasmem, defende o fator previdenciário do comunista FHC!

Os comunistas do PSDB, partido que, através do primeiro mensalão de nossa história compraram a emenda da reeleição que entrou em vigor no mesmo minuto, agora são contra a reeleição, pois temem que o grande coxinha Lula volte de Miami cheio de compras e assuma a presidência e por lá fique por dois mandatos o que os caras-pintadas do Parcão, Oscar Freire e Barra da Tijuca não aguentariam mais. Iriam acabar tendo que se exilar na Venezuela.

Falando em Reforma Política, finalmente aconteceu! Lula passou oito anos com a faca e o queijo na mão, com todos os parlamentares comprados através do terceiro mensalão de nossa história...terceiro? Qual foi o segundo? O segundo não se fala muito porque foi cometido pela esquerda mineira e todos sabemos que nesse país os meios de comunicação são dominados pelos cubanos. O mensalão mineiro aconteceu antes que o mensalão do Lula, PT, PP, PSDB e etc, tinha o mesmo publicitário valeriano como operador, julgou-se a obra petista, mas não se respeitou a ordem cronológica e o mensalão do PSDB-MG encaminha-se para acabar em pão de queijo devido a tal da prescrição. Mas enfim, Lula comprou toda a base de apoio ex-oposição, tinha os petistas na mão, algo que Dilma não tem e, mesmo assim, não se interessou em colocar em prática a reforma que pelo menos tornaria menos sistemática a corrupção que existe nesse país, corrupção esta que, quando praticada por Dilma, Lula e companhia, gera manifestação com direito a musa e presença de artistas globais, mas que, quando é cometida pela turma do PSDB, é tolerada. Pois agora sim temos reforma! A turma de Brasília escutou o clamor popular e mudou a data de posse do presidente do dia primeiro de janeiro para o dia três! Que conquista popular! Realmente a voz do povo é a voz de Deus! É a Primavera Brasileira, é uma nova era, agora nossos políticos poderão passar o Ano-Novo em Miami – ou nas ilhas Caimã - sem se preocupar com ter que voltar para endossar um presidente. Genial.

Algo mais foi aprovado na reforma política? Sim. Agora se CONSTITUCIONALIZOU as doações privadas para campanhas. Felizmente todos sabemos que o empresariado é o sub-grupo de nossa sociedade mais confiável. São homens que bebem champanhe e usam ternos e devem ser respeitados. Jamais um empresário doaria dinheiro para um político esperando algo em troca, vide as operações da Polícia Federal que nada encontraram quando investigaram os pagamentos de impostos de empresas idôneas como RBS, Gerdau, HSBC entre outros. As viagens do Lula pra Guiné-Equatorial, Angola, entre outros destinos onde conseguiu alguns bicos bilionários para a Odebrecht também foram realizadas –com dinheiro público, sim – mas por puro camaradismo. E também muitas dessas doações nem são para as campanhas senão que são para ONG´s mantidas por políticos e todos nós sabemos que ONG´s servem para ajudar criancinhas famintas e vira-latas abandonados.

Também foi mantido o esquema de voto em que políticos menos votados são eleitos por sobre políticos com mais votos. É justo, pois devemos ajudar também os mais fracos.

Por fim, após tantos elogios à coerência de nosso cenário político e SOCIAL, saliento que todas as manifestações são perfeitamente corretas. Tem gente que sai aos recantos mais nobres de nossas capitais protestar contra a corrupção de um lado, mas não se importa com a corrupção do seu lado; também defendem a liberdade de expressão e a volta da ditadura militar; e também são contra qualquer bolsa-pobre que representa 0,5% do PIB do país, mas não se ofendem com as bolsas-ricos que os juízes por exemplo se dão, como auxílio-creche ou alimentação...RETROATIVO, ou os empréstimos do BNDES que pega dinheiro da plebe e distribui a juros módicos aos grandes conglomerados nacionais como as empreiteiras que sabemos são de total confiança; outros grupos dizem que toda a vida lutaram contra a censura e a favor da mesma liberdade de expressão, mas agridem pessoas que protestam contra eles mesmos, nada mais normal e lógico.

O que fazer? Ter algum amigo juiz federal com 60 dias de férias, bolsa-alimentação e bolsa-transporte e ir ao novo xópim do Eduardo Cunha dentro do congresso e gozar.

domingo, 7 de junho de 2015

Temporada 2014-2015

Após mais uma final de Champions League, divulgo meu ranquim atualizado de clubes. Considero esta como sendo a mais qualificada entre todas as competições existentes, incluindo até mesmo a Copa do Mundo e mais uma vez tivemos uma grande final. O jogo foi o que eu esperava, parelho, mas decidido pela maior qualidade técnica de um lado. O Barcelona parecia nervoso nos primeiros movimentos do jogo, especialmente Mascherano que cometeu dois erros grosseiros em dois minutos, mas o gol relâmpago de Rakitic deu tranquilidade a um time superior tecnicamente. Posse de bola tradicional, domínio territorial, mas sem deixar de dar algumas chances aos adversários nos contra-ataques que não foram aproveitados. No segundo tempo, após o gol da Juventus, uma mudança radical no jogo. Os italianos dominavam, tinham a bola, jogavam no campo do rival e estiveram muito próximos da vitória, mas faltou o que não falta aos catalães. A Juve se confiou, deu espaços a um Barcelona que faz misérias e não perdoa quando pode. Jogada individual de Messi, Buffon talvez pudesse ter feito algo mais e gol de Suárez. O gol não abalou muito os bianconeri que seguiram sempre muito próximos do empate, mas faltou a eficácia mortal dos blaugrana. Faltou Pirlo e gol para a Juventus que teve no genial megacraque Pogba, o seu melhor homem em campo. Do outro lado Messi deixou de marcar em finais de Champions, mas foi o maestro do time, participou dos três gols e teve em Busquets e Iniesta sua melhor companhia. Neymar também foi bem, mas, como já era esperado, protagonizou a breguice do final de espetáculo com sua faixa de Jesus e sua reza teatral. Dani Alves a cada jogo nessa temporada me torna mais e mais difícil de entender a decisão da diretoria do Barcelona de não renovar seu contrato. Craque. Dito isso, divulgo o ranquim já com os pontos dessa edição de Champions contabilizado e inovo ao divulgar minha lista dos 10 maiores jogadores que vi jogar ao vivo e também uma seleção de todos os tempos, bem como os meus palpites para a Copa América que vem aí.

50 gigantes do futebol mundial: 1. Real Madrid - Espanha; 2. Bayern Münich - Alemanha; 3. AC Milan - Itália; 4. Barcelona - Espanha; 5. Juventus - Itália; 6. Peñarol - Uruguai; 7. Manchester U - Inglaterra; 8. Ajax - Holanda; 9. Boca Juniors - Argentina; 10. Porto - Portugal; 11. Inter Milan - Itália; 12. Nacional – Uruguai; 13. Liverpool – Inglaterra; 14. Independiente – Argentina; 15. River Plate – Argentina; 16. São Paulo - Brasil; 17. Benfica – Portugal; 18. Olimpia – Paraguai; 19. PSV – Holanda; 20. Santos – Brasil; 21. Celtic – Escócia; 22. Estudiantes – Argentina; 23. Olympiakos – Grécia; 24. Vélez Sarsfield – Argentina; 25. Dortmund – Alemanha; 26. Flamengo – Brasil; 27. Corinthians – Brasil; 28. Atl Madrid – Espanha; 29. Internacional – Brasil; 30. Colo-Colo – Chile; 31. Estrela Vermelha – Sérvia; 32. Palmeiras – Brasil; 33. Grêmio – Rio Grande do Sul; 34. Rangers – Escócia; 35. Feyenoord – Holanda; 36. SC Anderlecht – Bélgica; 37. Dynamo Dresden – Alemanha; 38. Steua Bucarest – Romênia; 39. Dinamo Kiev – Ucrânia; 40. Arsenal – Inglaterra; 41. San Lorenzo – Argentina; 42. Marseille – França; 43. Chelsea – Inglaterra; 44. Cruzeiro – Brasil; 45. Cerro Porteño – Paraguai; 46. Galatasaray – Turquia; 47. Vasco – Brasil; 48. Nacional – Colômbia; 49. Fenerbahçe – Turquia; 50. Saint-Etienne – França.

Seleção da temporada 2014-2015: Neuer – Alemanha/Bayern Münich; Dani Alves – Brasil/Barcelona; Sergio Ramos – Espanha/Real Madrid; Godín – Uruguai/Atl Madrid; Marcelo – Brasil/Real Madrid; Busquets – Espanha/Barcelona; Pogba – França/Juventus; Hazard – Bélgica/Chelsea; Pastore – Argentina/Paris SG; Messi – Argentina/Barcelona; Cristiano Ronaldo – Portugal/Real Madrid.

Bola de ouro: Messi; Bola de prata: Cristiano Ronaldo; Bola de bronze: Pogba.

Seleção de todos os tempos no esquema 4-4-2: Buffon (Itália); Zanetti (Argentina); Nesta (Itália); Frank DeBoer (Holanda); Maldini (Itália); Redondo (Argentina); Davids (Holanda); Zidane (França); Maradona (Argentina); Messi (Argentina); Ronaldo (Brasil).

Top 10: 1. Messi (Argentina); 2. Maradona (Argentina); 3. Ronaldo (Brasil); 4. Zidane (França); 5. Ibrahimovic (Suécia); 6. Riquelme (Argentina); 7. Romário (Brasil); 8. Henry (França); 9. Bergkamp (Holanda); 10. Figo (Portugal).

Palpites Copa América. Seleções colocadas em ordem da posição final que irão ocupar na primeira fase. A partir das quartas, a seleção que aparece à direita será a que classificará: GRUPO A: Chile – Bolívia – Equador – México; GRUPO B: Argentina – Uruguai – Paraguai – Jamaica; GRUPO C: Colômbia – Brasil – Peru – Venezuela; QUARTAS: Chile x Paraguai; Brasil x Bolívia; Argentina x Peru; Colômbia x Uruguai; SEMIFINAIS: Brasil x Chile; Argentina x Colômbia; FINAL: Argentina x Brasil; TERCEIRO LUGAR: Colômbia.

sábado, 25 de abril de 2015

Je suis coxinha


Não há, sob qualquer circunstância ou ponto de vista, como ser contra ou condenar as manifestações populares que acontecem em qualquer país do mundo. Qualquer pessoa que defende a democracia não deve se opor aos requerimentos de qualquer grupo da sociedade que sinta que deve ser ouvido pela maioria. Através das redes sociais vejo que algumas pessoas criticam e diminuem as manifestações que ocorreram em março e abril. As pessoas que às ruas foram têm seus motivos diminuídos por serem de classes sociais mais aquinhoadas o que, para mim, não deveria ser condenado. Isso é a democracia. O mesmo comentário vale para os manifestantes coxinhas que hoje estão nas ruas quando criticam qualquer comentário mais “social”, chamemos assim, quando este provem de pessoas da mesma classe deles. Adoro ver as postagens do perfil do Facebook chamado “Socialista de iPhone” que é das manifestações mais ignóbeis que rolam por aí ultimamente e que exemplifica perfeitamente meu último comentário.

O que penso eu dessas manifestações da turma do camarote que andam acontecendo pela primeira vez na história agora no quarto mandato petista? São sim aceitáveis em um regime democrático, mas expressam o que tem de pior na natureza humana

O combate à corrupção é um engodo para expressar todo o seu fanatismo direitista, porque, insisto, nunca foi tão clamorosa a diferença entre direita e esquerda no Brasil. O mesmo fanatismo que criticam dos “radicais de esquerda” existe também com a mesma intensidade cega e irracional do outro lado, dos dois lados.

Sou contra manifestações contra a corrupção? Evidentemente que qualquer pessoa é a favor; sou contra usar a corrupção como motivo para expressar o seu ódio e raiva. Por que estas mesmas pessoas não saíram às ruas após os múltiplos escândalos de governos pré-PT? O que mudou? Fácil pergunta. 

Mudaram os agentes da corrupção. Em governos anteriores a reação dos manifestantes de ocasião de hoje era diferente e, pedindo perdão pela redundância, o que existia era indiferença. A elite pensava: podem roubar a vontade, isso não altera a minha vida já que eu não necessito do Estado. Por que agora é diferente? Porque, repito, mudaram as personagens.

Vale também, antes de seguir com este raciocínio, salientar que os agentes não é que tenham mudado muito. O PT, para finalmente alcançar o poder depois de seguidas derrotas do Lula de barba preta, teve que adotar outra cara, incorporar o “lulismo paz e amor”, se afastar das alas mais radicais do partido e vender a alma para o diabo ao fazer alianças com o que tinha de pior no cenário nacional brasileiro. Devido à oposição raivosa que temos por partes destes protestantes de Miami, se faz vista (ou ouvidos) grossa (ou grossos) a locuções carimbadas como “mensalão do PT” ou “PeTrobras”. Se analisarmos a lista dos acusados pela operação Lava-Jato da polícia federal, fica escancarado que os petistas envolvidos eram minoria. A maioria era do PP, partido que, com outro nome, sempre esteve nos governos de FHC, Collor e Sarney, bem como o PMDB que sempre esteve, está e sempre estará aliado a qualquer coisa, desde o PT até o DEM passando por extraterrestres invasores imperialistas, desde que esteja, eternamente, no poder. E tem, entre os condenados, inclusive ex-presidente de partido oposicionista que lutou até o último momento com Dilma pelo poder. Ah, e tem também candidato falecido que foi a bola da vez para os protestantes da zona sul carioca, da Oscar Freire e do Parcão por alguns meses devido a ser quem poderia tirar o PT do trono. Então por que não vejo cartazes, entre aqueles que pedem intervenção militar, dizendo “fora PP” ou “fora PSDB”? Não seria a resposta fácil? Pura ideologia fanática irracional.

E as mudanças que a turma VIP pede? Eu vejo pedidos de ditadura ressuscitando, vejo “fora PT”, vejo “fora Dilma” vejo até “Dilma puta”, enfim, mas não vi absolutamente um único cartaz bradando contra o maior crime eleitoral de Dilma que foi “afrouxar” as leis trabalhistas algo que ela não faria nem que a vaca tossisse. Será que a turma do camarote não se interessa pelo bem-estar da plebe? 

Claro que não, porque em primeiro lugar, eles apoiam a precarização das leis trabalhistas e, em segundo lugar, qualquer coisa que o PT faça, mesmo que eles sejam a favor, eles simplesmente criticam ou se calam. O PT por muito tempo cortou o IPI, deu benefícios fiscais para grandes empresas, começou a ter relações pecaminosas com as privatizações de empresas públicas, colocou um neoliberal como ministro da fazenda e nada de a direita raivosa gostar. Não fica claro que é um ódio cego e insano? Por mais carinho que a Dilma faça na elite, o ódio ideológico fala sempre mais alto. Falando em cartazes, uma mulher erguia com orgulho um cartaz que dizia “sim ao feminicídio”. 

Juro que é verdade, estava na página do The Guardian. Evidente que a pessoa que defendia o assassinato de mulheres por seus parceiros, nem sabia o que significava o tal verbete, mas semanas antes Dilma havia promulgado uma lei que aumentava a pena de casos de assassinato contra mulheres por parte de seus cônjuges e se o PT fez a lei...sou contra! Dilma poderia fazer uma lei que proíbe os esquartejamentos de bebês menores de dois anos e aposto que haveria gente contra.

As causas da turminha vestida de amarelo que quer trazer de volta a sombra de marchas da família e baboseiras assim é o resultado de uma dor de cotovelo incapaz de cicatrizar. A elite não aguenta mais o PT no poder, mesmo estando este acompanhado por todos aqueles que toda a vida acompanharam os fantoches da elite. Esta turma de amarelo, que adora cantar o hino e se fantasiar de canário, não é muita afeita à democracia, isso todos sabemos e, por isso, quer retirar do cargo uma presidente eleita pela maioria que não tem qualquer crime comprovado contra a sua pessoa. Por que não esperar as próximas eleições e, com a verba triplicada do fundo partidário para os partidos aprovada pela presidente em meio a cortes de gastos para com a plebe e aumento de tarifas de eletricidade e gasolina, somada aos patrocínios lascivos que a elite dá para seus fantoches, não contratam os melhores e mais baixos marqueteiros do país e ganham as eleições? Teríamos algum jovem pleibói no comando cercado dos mesmos coveiros que temos hoje. A proibição do financiamento privado de campanhas seguirá sempre engavetada, o mensalão do PSDB não seria jamais julgado e o escândalo da Alstom tampouco. Será tão horrível esperar três anos mais? Igualmente tudo segue aparentemente funcionando da mesma forma de sempre, a única diferença é que agora alguns czares do PT também ganham o seu bocado de incentivo por parte da elite econômica do país, mas a cartas são as mesmas.

Falando em atos do nosso governo multicultural, os fantoches do poder acabam de aprovar a terceirização de todas as etapas do setor produtivo, proposta esta defendida pelo nosso suposto salvador da pátria Aécio Neves. O jogo do poder é claro. Os anões do congresso recebem suas mesadas da RBS, Gerdau, bancos, construtoras e etc e se aprova uma volta ao passado, uma volta ao período pré-Getúlio Vargas para a alegria do empresariado sanguessuga. Maiores lucros do topo da pirâmide, mais trilhões para se mandar para os paraísos fiscais e nada de cartazes da turma Mickey Mouse dizendo “fora RBS”, “fora Gerdau”, “fora Odebrecht” ou “fora banqueiros”. A elite se identifica com o gel no cabelo dos grandes executivos, ou melhor, “CEO´s” dessas nossas grandes e idôneas empresas e não se importa com a operação Zelote que desmascarou um escandaloso sistema de sonegação fiscal por parte da turminha lá de cima. Também não se importa que o Brasil seja o segundo país com mais sonegação de impostos no mundo, o quarto país com mais capital em paraísos fiscais e um país em que só plebe paga imposto. Em meio a tantas camisas amarelas, a elite raivosa brasileira, que até musa tem, diz que “sonegação não é crime” e “terceirização já” como vemos na foto adjunta e todos sorriem, inclusive os apresentadores globais com cara de anjo cansados.

Os números dos valores sonegados pelas grandes empresas brasileiras são maiores do que o valor roubado da Petrobras; o mensalão do PSDB aconteceu primeiro que o do PT; o escândalo da Alstom foi tão nocivo aos cofres públicos quanto o da Petrobras. Sendo assim, por que, caros amigos de amarelo apoiadores da ditadura, da volta da escravidão do trabalhador e a favor da sonegação de impostos não reservam sequer um cartazinho, pode até ser um post-it para vociferar contra estes? 

Fora RBS? Fora Gerdau? Fora Odebrecht? Fora o Bolsa-rico através dos empréstimos para grandes corporações pelo BNDES? Nada? Contradições e desespero, caros amigos, ódio e raiva cega e preconceituosa. 

sábado, 31 de janeiro de 2015

A Diminuição da Torta

Na semana passada me surpreendi pela falta de espaço que uma notícia, na verdade o resultado de uma pesquisa, teve, ou melhor, não teve na mídia brasileira. Não vou negar que vi a notícia em alguns meios, mas sempre pequena e escondida entre outras tantas menos importantes.

A OXFAM que é uma organização com atuação em cerca de 90 países e que tem como principal objetivo a luta contra a pobreza, divulgou, em seu último estudo, que a população 1% mais rica do planeta irá, prontamente, possuir mais riquezas do que todo o resto da população mundial. Repito: quem fez o estudo foi a OXFAM usando dados do banco Credit Suisse, não foi o governo de Cuba ou da Venezuela.

Primeiramente devo repetir pela enésima vez que considero o capitalismo a menos pior entre todas as doutrinas e o principal motivo é que o capitalismo é a única forma de pensar que considera a genética humana, mais especificamente o desejo intrínseco da maioria dos humanos por acumular propriedades. Qualquer doutrina que ignora ou tenta abafar essa característica inegável, tende a fracassar. No entanto, sou um dos primeiros a criticar a forma com que o capitalismo é gerido em grande parte de nossa sociedade. A turma de Miami que está nem aí para os 99% de baixo, de bate-pronto rebatem: “esses 1% tem o direito de estar onde estão e aí estão por méritos próprios já que todos nós temos as mesmas condições”.

O contra-argumento proveniente de Miami me faz pensar: será mesmo que temos as mesmas condições? Será que um sistema que permite que 1% possua mais do que o resto da plebe junta é assim tão perfeito? Será realmente que o Estado jamais deverá intervir nos rumos da economia globalizada mundial já que essa engrenagem é vista como perfeita e imperturbável pela elite desse planeta? Uma vez li uma declaração de Warren Buffet, um dos homens mais ricos do mundo. Dizia ele que pagava menos impostos que sua secretária. Será esse um mecanismo justo? Seguindo lendo o artigo da OXFAM e outro dado me surpreendeu ainda mais: 85 pessoas possuem mais riqueza que 50% da população mundial. São 85 pessoas contra quatro bilhões de pessoas, meus amigos. Será que esse sistema realmente é assim tão imaculado? Miami diz que um sistema não pode evitar que estas 85 pessoas brilhantes sejam prejudicadas, pois isso seria ir contra a evolução de nossa sociedade, pois impediríamos as mentes brilhantes de brindar o mundo com suas genialidades. Será?

Para mim economia é um dos temas mais complicados de entender entre tantos temas. Lendo artigos sobre a teoria da relatividade, mais ou menos entendi pelo menos o núcleo da teoria. No entanto a economia, para mim, é um mistério. Soluciono isso lendo pessoas que entendem, como quase todos os Nobel de economia dos anos recentes. Saliento aqui que o autor da pesquisa não foi o governo de Cuba ou da Coreia do Norte e não estou dizendo aqui que leio Marx ou Engels. Refiro-me aos mais recentes ganhadores dos prêmios Nobel de economia como, por exemplo, Joan Tirole, o atual ganhador, que tem como foco de suas pesquisas os monopólios. Resumindo as ideias desses caras de uma forma lúdica, dizem eles que o acúmulo de capitais é um dos fatores que impede o crescimento econômico, pois o que diz a turma de Miami de que esses capitais inevitavelmente voltam à sociedade é uma mentira. Volto ao estudo da OXFAM que diz que nos últimos anos aumentou de forma progressiva a porcentagem pertencente ao grupo dos mais ricos, ou seja, em outras palavras, a “torta” não aumenta, pois o crescimento é travado pela disparidade, mas aumenta o pedaço desse 1%. 

O resultado é cada vez menos “torta” para 99% da população mundial. Os 1% comem mais torta e deixam cada vez menos migalhas para a cachorrada.

Usando agora o método da comparação, vejamos quais são os dez países mais desiguais do planeta: República Centro-Africana, Serra Leoa, Congo, Níger, Chade, Guiné-Bissau, Guiné, Burkina Faso, Burundi, Libéria e Moçambique. Os dez com melhor distribuição de renda são: Noruega, Austrália, Holanda, Suíça, Alemanha, Islândia, Suécia, Dinamarca, Canadá e Irlanda. Pergunta difícil: onde preferiríamos morar, na Noruega ou na República Centro-Africana? Se pudéssemos escolher, gostaríamos de um mundo mais parecido a Serra Leoa ou à Austrália?

O grande problema é que os beneficiados pela desigualdade são os detentores do poder em países onde esse problema é grave e jamais mudarão esta situação, pois não lhes convém. Um dado interessante: nos últimos quatro anos, onde o mercado global padeceu com a grande crise econômica, as 80 pessoas mais ricas do mundo aumentaram suas riquezas em 600 bilhões de dólares. Se esse sistema fosse assim tão perfeito e justo como muitos defendem, não seria lógico que todos perdessem juntos nesses quatro anos em valores proporcionais? Não seria mais coerente que estivéssemos, plebeus e G80 juntos na saúde e na doença, na felicidade e na tristeza? Pois esses cidadãos que estão entre os 50% mais pobres do mundo PERDERAM 750 bilhões de dólares no mesmo período.

Outra consequência da crise econômica causada, diga-se de passagem, não pela plebe mundial e sim pelo avarento e desregulado sistema financeiro, é a tal “austeridade” imposta por muitos países europeus. Direitos milenares que sempre garantiram a altíssima qualidade de vida dos europeus estão sendo questionados em muitos destes países. A solução para a crise causada pelos abutres foi cortar benefícios dos 99% e, claro, diminuir impostos e facilitar a vida dos criminosos 1%. Vale lembrar que o governo americano em seus planos de resgates de bancos que são as organizações criminosas mais podres da Terra, fez jorrar bilhões e bilhões de dólares nas contas destes que, na maior cara de pau, com esse dinheiro pagaram bônus recordes aos seus executivos pelos “bons” trabalhos prestados, como quebrar a economia mundial e países inteiros como a Grécia e o Chipre, por exemplo. E esse mesmo governo americano não é capaz, ainda, de dar saúde grátis a sua população mesmo sendo a maior economia de todas. Premiam-se os culpados e punem-se as vítimas. Nesses momentos não posso deixar de citar o governo islandês que, após a crise de 2008, colocou na cadeia a maioria dos banqueiros de seu país por crimes financeiros e trata-se de um país que tem o sistema bancário como seu carro-forte econômico.


Obama, para dar um pouco de esperança a todos como eu que não confiam nos atos da elite, anuncia aumentos de impostos para as grandes riquezas americanas em uma tentativa de aliviar a carga cada vez mais dura que paira sobre as costas da classe média americana. Medidas como essa são prontamente rechaçadas pela elite brazuca miamista que detesta ver rico sofrer e pagar impostos. 

Acusa que tudo vai parar nos bolsos de políticos corruptos. Classe média conservadora brazuca que se preze detesta ver gente metendo o bedelho em grandes fortunas ou em grandes meios de comunicação. E também acabamos de assistir a vitória de um partido na Grécia que promete descumprir com os acordos que têm a Grécia enforcada e sua população atolada em 25% de desemprego e 50% entre jovens. O que acontecerá? Paguemos para ver.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Andando em círculos

A Bélgica, um dos países de mais alto padrão de vida do planeta possui cerca de 300 soldados de seu exército patrulhando as ruas de suas principais cidades, metade destes em Bruxelas e Antuérpia.
Guerra civil entre flamengos contra o resto? Não, nada disso. A medida de emergência é para conter possíveis futuros atentados terroristas que poderiam ocorrer nesse pequeno país de pouco mais de onze milhões de habitantes. Evidentemente que a medida foi tomada em consequência aos atentados ocorridos em território francês que deixaram 17 civis inocentes mortos.

O mundo ocidental se reuniu em Paris e, através de uma marcha pública com milhões de pessoas, clamou pelo fim da intolerância racial e religiosa. Líderes de países como Estados Unidos e Grã-Bretanha não manifestavam somente a sua fúria e indignação contra os atentados covardes e extremistas, mas ao mesmo tempo também pedia que a população ocidental, injuriada com mais esse deplorável fato, não se pusesse contra pessoas ou religiões desses supostos terroristas. Era um movimento pela liberdade e pela tolerância e contra uma possível islamofobia que já começou a ocorrer em vários países como Suécia, Alemanha, Suíça, Franca, Bélgica, entre outros.

O movimento “je suis Charlie” é interessante. Considero qualquer manifestação humanitária pela paz algo saudável, sempre, em qualquer contexto. Não é novidade para alguém que guerra somente traz destruição e caos, por isso apoio o movimento. Alguns mais ligados reclamam que em países como a Nigéria, por exemplo, os tais jihadistas fazem e acontecem com mais frequência e com mais brutalidade, chegando ao ponto de escravizar crianças, mulheres e homens em pleno século XXI. Igual, volto ao argumento de antes. O ocidente talvez esqueceu ou ignorou o que ocorre em países caóticos de outros continentes? Talvez, mas igual eles têm todo o direito de reunir mais de um milhão de pessoas para chorar a morte de 17 compatriotas.São 17 vidas que não deveriam ter sido perdidas, especialmente desta forma. Aqui contra-argumento: por que então os líderes dos países da União Africana não fizeram o mesmo? Não sei, talvez estejam acostumados com as barbáries diárias ou simplesmente são menos hipócritas e caras-de-pau que os líderes do mundo livre ocidental.

Por que os estou ofendendo logo após defender qualquer mobilização em pró da paz? Porque eles são os principais responsáveis pela existência das guerras, da miséria e do próprio terrorismo que hoje ameaça o tal “mundo livre”. Basta voltar um pouco no tempo e abrir um pouco os olhos e vamos ver que todas as guerras atrozes ocorridas nos últimos séculos nos países árabes tiveram a forte participação ocidental. E se saímos do Oriente-Médio podemos ir ao Vietnã, um país localizado há anos-luz de distância do Estados Unidos e da extinta União Soviética e que foi transformado em palco de desfiles bélicos das duas maiores potências deste então. Despejaram-se nesse pobre país mais bombas que o fizeram nas duas grandes guerras mundiais juntas. Por quê? A guerra nessa remota região do planeta não se limitou somente ao Vietnã já citado.
Também atingiu o Camboja que foi palco de uma sanguinária guerra que tirou a vida de ¼ de sua população. De onde vieram estas armas? Foram produzidas no retrógrado e miserável Camboja?

Quando me refiro aos líderes ocidentais que estavam presentes na marcha de Paris, não fecho o foco nessas pessoas; refiro-me às suas posições: presidente americano, presidente francês, primeiro-ministro britânico, entre outros. As pessoas que ocuparam estes cargos no último século, jamais conseguiram impor uma ideia verdadeiramente pacifista. O ridículo movimento hippie foi o que mais objetivos conseguiu o que comprova a falta de interesse dos poderes ocidentais para com a paz mundial. Nunca houve paz e, sendo realista, nunca haverá. Explico isso com um pouco de genética, mas também com fatos vergonhosos, mas reais. O animal ser humano, como a grande maioria dos outros, tem, em sua genética, o gene da batalha, da disputa, da guerra. Referia-me anteriormente ao último século, mas podemos voltar mais no tempo. Pobrezinhos dos índios americanos que viviam em uma tremenda paz nesse rico continente até a chegada dos assassinos europeus. Mentira. Os índios americanos, desde os do norte até os do sul do continente, sempre viveram em constante guerra entre tribos. Por quê? Por território, por poder. Incas, guaranis, astecas, maias, todos se matavam brutalmente com requintes de crueldade por ter mais poder. Ou seja, está na genética humana e da maioria dos animais a violência e isso me faz pensar que nunca estaremos em total paz.

Soma-se a isso o mais importante que é o modelo econômico que leva as rédeas do planeta e falo como defensor da ideia de que o capitalismo é o menos pior dos sistemas. Poucos possuem muito e têm todo o poder e cada vez querem mais para si mesmos e fazem da democracia e de seus políticos simples fantoches de seus interesses escusos. Esta gente não se importa se guerra gera mortes, destruição, atraso, doenças, órfãos (ou terrorismo), o que importa é que a indústria bélica é das mais lucrativas do planeta e sempre teve laços fortes com o poder. Esta indústria bélica dá grandes contribuições para campanhas eleitorais e, obviamente, quer algo de volta, bem como acontece com as empreiteiras no Brasil o que torna o financiamento público de campanhas algo que deveria ser obrigatório em qualquer país do mundo, mas bem, este é outro tema. Este mesmo grupo aquinhoado não se importa com a recente revelação de que 2014 foi o ano mais quente já registrado na Terra. O Chifre da África agoniza com a falta de água, até mesmo São Paulo sofre, para não ir muito longe e eles não se importam. Dick Cheney, por exemplo, foi vice-presidente de Bush e era um dos vice-presidentes da Halliburton, uma das maiores refinarias do mundo. Alguém acha que daí vai sair algo concreto contra o desastre que são as políticas ecológicas do planeta? Sem chances. O capital, ou o acúmulo deste, é mais importante e sempre será.

E vamos às guerras. Saddam Hussein supostamente tinha armas atômicas de destruição de massa e somente quem pode ter estas armas e usá-las de vez em quando são as potências ocidentais. O que fazer? Invadir o Iraque! As armas nunca foram encontradas e tivemos como resultado um país sem rumo e os ingredientes de sempre: violência, terrorismo, órfãos, armas químicas sendo usadas, caos humanitário, refugiados, apátridas e por aí segue. Tony Blair e Bush foram as mentes pensantes da tal operação. Onde estão eles hoje, mesmo tendo sido confirmado que o motivo do ataque não existia? Bush deve estar em um dos seus ranchos do Texas dando dicas para seu irmão que será um dos futuros candidatos à presidência; Blair vai mais além: é, hoje, um tal de “enviado” da ONU, da União Europeia e do Estados Unidos, ou seja, todo o time “je suis Charlie”, para o Oriente Médio! Por que, outra pergunta, ambos não foram sequer convocados a prestar nem que seja um depoimento de “nada a declarar” no Tribunal Penal Internacional de Haia?

Outra pérola da galera “je suis Charlie” de colarinho branco é o pobre e defenestrado Afeganistão. Para quem já leu o livro famoso “The Kite Runner” devem ter notado que o país em questão era um país decente para se viver. Aí chegaram os soviéticos. Em plena Guerra Fria o que fez o Estados Unidos? Armou uma resistência interna, assim como estão fazendo na Síria agora, para lutar contra os invasores estrangeiros. Os soviéticos se foram e os rebeldes armados que lutaram junto a John Rambo em um dos filmes da trilogia, tomaram o poder, estabeleceram um sistema semelhante ao que o EI quer estabelecer em seus “califados” e o país sucumbiu à violência extremista usando armas ocidentais com a inscrição “made in USA” e não “je suis Charlie”. E hoje, ah, como o mundo dá voltas, o mundo ocidental peleia contra os loucos da Al-Qaeda, as próprias e já conhecidas caras dos talibãs que eles armaram até os dentes outrora.

Mas o ocidente precisa intervir para não deixar que ditadores sanguinários, mesmo que estes tenham sido armados pelo próprio ocidente, destruam países como o fez Gaddafi, também apoiado pelo ocidente, Saddam e agora Assad. Ora, o argumento pode ser válido, mas por que então nunca sequer se cogitou em intervir na Arábia Saudita, por exemplo, onde mulheres são condenadas à prisão por querer dirigir um carro ou onde se cortam mãos de opositores do governo em praça pública, sem contar outras peculiaridades que podem levar à pena capital nesse tão obscuro principado? Simples, porque a família real saudita é uma das maiores credoras do governo americano assim como o era a família (saudita) de Osama Bin Laden. Mundo pequeno. E o Catar, o Bahrein...todos têm contratos com a já citada Halliburton entre outras multinacionais do mundo “je suis Charlie”. Mundo pequeníssimo.

E agora, sob o argumento de que não podemos deixar que um outro povo com outra cultura pudesse invadir nosso território livre para impor sua outra cultura, devemos agir, antes, claro, apagar dos livros de história as grandes Cruzadas, que era exatamente a mesma coisa: matar em nome de Deus para tornar cristão territórios não-cristãos. Mas enfim, já passou muito tempo, não pode mais acontecer e os responsáveis já estão mortos, o fato é que devemos agora procurar outro país que esteja injuriado com os assentamentos judaicos, que tenha um ditador demente e facínora (e burro) e atacar este país que será o bode-expiatório. A indústria bélica agradece, vamos novamente gerar órfãos, refugiados, apátridas, famintos e, claro, vamos armar algum grupo de dementes ignorantes com armas químicas que serão os nossos futuros terroristas que darão início a mais um “je suis Charlie” em algum outro idioma ocidental, se invadirá algum outro país, se surtirá armas químicas para algum outro grupo de dementes, o mundo seguirá subindo meio grau por ano e assim vamos...