quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Libertadores 2012

Com a definição de todos os participantes da edição 2012 da maior competição continental da América, deixo minhas análises de todos os grandes clubes participantes e palpites sobre os confrontos da primeira fase, mais conhecida por essas plagas aqui como “pré-Libertadores”.

Flamengo: a exceção do jogo contra o Grêmio no Engenhão, vi apenas atuações fraquíssimas do time carioca e isso não quer dizer que a atuação em dito confronto foi positiva, foi, ao invés disso, apenas aceitável. Possui um bom centroavante que luta contra sucessivas lesões que é Deivid e bons laterais, mas sofrerá com a possível perda de Tiago Neves e com a falta de jogo no meio de campo. Seu maior erro será apostar no impostor Ronaldinho como principal arma. Para completar, é um clube que, em suas últimas participações na Libertadores, acabou eliminado de forma bisonha. Não deve fazer grande coisa novamente.

Peñarol: depois de ter chegado à final ano passado, o Peñarol vem outra vez apostando na tradição e no respeito que de certa forma foi reconquistado com a boa campanha de 2011 onde eliminou adversários de mais qualidade e chegou até uma final em que perdeu no detalhe. Essa temporada o time contará com o reforço do experiente centroavante com passagens pela Juventus Zalayeta. Também segue no elenco o veterano defensor Rodríguez, capitão do time. No entanto, Martinucchio, um dos grandes nomes da temporada passada não está mais. É sempre interessante ver os Carboneros com sua incrível e imensa bandeira, a maior do mundo.

Internacional: faltam ainda reforços para a defesa que deverá perder os desserviços de Bolívar e que já perdeu Sorondo, titular do time quando estava fisicamente habilitado. Tem um meio de campo fortíssimo ofensivamente falando com D´Alessandro e Oscar, mas que tem carências quando nos referimos aos volantes. Tinga tem jogado pouco, Guiñazú, além de fraco e velho, pode ir para o Newells Old Boys e Bolatti não quer jogar. No ataque fica a dúvida quanto à plena recuperação de Damião e aí entra o único e grande reforço do time, Dagoberto. Há bons nomes, carências, mas é um time que tem que jogar mais do que jogou no ano passado.

Santos: possui o melhor jogador do continente que forma a melhor dupla ofensiva da América com Borges. No entanto, não tem defesa e aposta muito no supervalorizado Ganso. Ibson não deu certo, Elano está em má fase e faltam laterais. Possuem um excelente goleiro e um técnico experiente. Confiando no talento de Neymar podem aspirar ao quarto título continental.

Olimpia: o decano paraguaio finalmente volta a disputar a Libertadores e vem com a faixa de campeão conquistada em cima de seu tradicional rival, o Cerro Porteño. A direção está disposta a reforçar o elenco e já fez propostas pelos primos Ortigoza. Tem um grande zagueiro, o internacional Cáceres, ex-Boca que seria titular em qualquer grande clube brasileiro. No ataque o primo do Messi, de passagem pelo Flamengo, Maxi Biancucchi. No meio de campo destaco o colombiano Marín de passagens pela seleção de seu país e também Báez. Outra curiosidade do time paraguaio é a presença do irmão de Roque Santa Cruz, Julio que, se jogar 30% do que jogou o irmão, me serve. É uma camisa forte que deve dar muito trabalho.

Boca Juniors: nada é tão positivo para a Libertadores do que a volta do gigante argentino que tem sido o grande campeão do continente nas duas últimas décadas. Depois de um título invicto que quase não sofreu gols e conseguiu recuperar a mística da Bombonera, o Boca vem com tudo mesmo considerando as baixas substanciais como a aposentadoria de Palermo e a lesão de Viatri. Sempre é favorito.

Nacional (URU): o poderoso Bolso vem para essa edição com o retorno de um grande ídolo, Álvaro Recoba e um lateral argentino de passado importante, Placente. No entanto, a melhor contratação foi Boghossian, ex-Newells que estava no Salzburg. É um centroavante de área e com porte, perfeito para a disputa da competição continental ainda mais se consideramos a deficiência ofensiva do time uruguaio na edição passada. Scotti, ex-zagueiro do Colo-Colo também é outra boa novidade. Considerando a grandeza do clube, sempre há de se respeitar o Nacional.

Vasco: talvez tenha sido o Vasco o melhor time brasileiro da segunda metade do ano passado. Um bom goleiro, o melhor zagueiro em atividade no país, a volta de ícones do melhor período da história do clube, Felipe e Juninho, bem como boas incorporações como Alecsandro e Diego Souza fazem do Vasco um dos grandes favoritos à conquista do título.

Corinthians: mais uma vez o Corinthians aposta tudo e coloca todas suas fichas na busca que parece interminável por seu primeiro título internacional. Dessa vez a diferença é a ausência, pelo menos até o momento, de grandes nomes. No entanto, especulações não faltam e umas são bem audaciosas, como Douglas, Tévez e principalmente Montillo. Se não perder jogadores, pode dar briga, mas não vejo como um potencial campeão.

Cruz Azul: é sempre uma incógnita a participação de times mexicanos, pois, na maioria dos casos, jogam com times reservas o que me faz a cada ano questionar sobre a participação de clubes desse país que nem são filiados à CONMEBOL. No entanto, em caso de que joguem com força máxima, há bons nomes. Ponce, zagueiro chileno, seria titular em qualquer time brasileiro ou argentino. O capitão Torrado também é nome forte e experiente. O craque do time é o atacante ex-Boca campeão da Libertadores o argentino Gimenez que forma boa dupla com o seu compatriota Villa, artilheiro inúmeras vezes do campeonato azteca. As curiosidades do elenco são a presença do colombiano ex-Grêmio, o malemolente Perea, além do experiente Bravo e também do irmão de Vela, Alejandro.

Vélez Sarsfield: sempre tem faltado alguma coisa para o Vélez ganhar a Libertadores. Uma eliminação incrível contra o Chivas em 2009, outra injusta contra o Peñarol ano passado e sempre a ideia de que havia elenco para ser campeão. Ano passado era o melhor time, mas perdeu jogadores importantes. Moralez e Silva saíram. O segundo pode voltar. Martínez fica, assim como Ramírez e Canteros. Gareca acertou sua renovação e será o técnico de um Vélez que, mais uma vez, pode ser apontado como um dos favoritos.

Palpites primeira fase:

Arsenal x Sport Huancayo: aposto na maior tradição do futebol argentino apesar de que a campanha do Arsenal na temporada passada foi horrorosa.

Real Potosí x Flamengo: caso a tragédia nos quatro mil metros de Potosí não seja totalmente irreversível, dá Flamengo.

Peñarol x Caracas: parada dura para o maior clube do continente, pois enfrenta o melhor clube venezuelano das últimas temporadas. Assim mesmo, vou de Carbonero.

El Nacional x Libertad: outro confronto complicado. Os times equatorianos são sempre duros ainda mais quando jogam na altitude de Quito. Do outro lado o Libertad, o mais regular dos clubes paraguaios nos últimos anos. Dureza, mas vou de Libertad.

Internacional x Once Caldas: se o Inter pensa que terá facilidade, cai fora. O Once Caldas foi o melhor time colombiano no ano passado, já tem um título continental e eliminação de grandes no currículo (São Paulo, Santos, Cruzeiro, Boca). Será uma disputa ferrenha e que será decidida nos 180 minutos independentemente do resultado em Manizales. Vou de Once Caldas.

Unión Española x Tigres: considerando os pífios resultados dos times mexicanos internacionalmente e o fato de muitas vezes jogarem até em instâncias decisivas da Libertadores com reservas, aposto nos chilenos que, apesar da eliminação na primeira fase em 2010, era um bom time.