quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A Mulher Do Centroavante

Dizem por aí que o centroavante parou de fazer gols por causa de problemas com a sua esposa.

Se isso é verdade ou não, bom, vale como um rumor, boatos. Mas uma coisa é fato: por trás de todo homem arruinado há sempre uma mulher ambiciosa.

Bill Clinton abandonou o cargo mais importante do mundo por buliçosa boca feminina; Hugh Grant, o bam bam bam do momento no xou biz inglês, teve que dar explicações ruborizado sobre suas aventuras em obscuros becos, mais uma vez uma boca ardilosa como pivô da história e mais uma vez uma boca de mulher feia.

Nosso AINDA presidente do Senado Renan Calheiros teve que saracotear e apelar para os sempre benévolos colegas para livrar-se de uma jornalista-modelo, mãe de filha bastarda que o acusou.

Voltando ao xou biz inglês, David Beckham, o mais retumbante jogador de futebol inglês da década só virou jogador do lanterna do campeonato americano de futebol e aspirante a ator de Hollywood devido à sua esposa Victoria.

Finalizando a série de exemplos, tenho certeza que Eva Braun matou Hitler. E tenho certeza que foi Eva quem ofereceu a maçã a Adão. E Courtney Love? Será que ela matou ou não Kurt Cobain, ídolo esquizofrênico dos adolescentes rebeldes sem causa da década de 90?

Em menos de um mês ele foi mandado calar a boca por um rei espanhol, declarou que querem matá-lo e rompeu relações diplomáticas no grito com o país vizinho. Hugo Chávez, a mais sensacional das personagens do mundo atual, o homem mais midiático do momento também parece ter problemas com o sexo chamado de "frágil" pelos mais ingênuos.

Sua ex-mulher, uma loira nada "bolivariana" é, juntamente com a elite burra venezuelana, uma das referentes a favor do "não" na revolução constituinte no país da salsa, merengue e bananas.

Até o momento, Chavinho não respondeu às provocações da ex-mulher, sinto certo receio por parte dele que dava discursos inflamados com sua tradicional camisa rubra, mas sem tocar nesse tema conjugal. O mundo anda tão espetacularizado que não descarto ver Chvez e sua mulher no Oprah Winfrey Show.

Ela deve ter coisas a dizer, e interesses. Evidente. Será a ex-senhora Chavez tão oportunista quanto Mônica? Ocasionará ela o fim do reinado de Chavez? Vai lavar roupa suja em público?

Fico no agüardo. Temo por Chavez. Elas não são fáceis. Vou ver se a Rebeca Gusmão quer me namorar. Uma mulher geneticamente modificada a doses cavalares de testosterona é a saída para quem ainda as teme e/ou não quer se render à moda do homossexualismo. Terá Rebeca urinado sua ambição feminina? De Rose dirá!

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Partículas Elementares

Nada como um escritor maldito. As pessoas malditas sempre despertaram em mim uma grande atração e fascinação ao contrário dos politicamente corretos e insossos. Em todos os campos os dito "rebeldes", "desgraçados", enfim, os demônios são infinitamente mais interessantes que os anjos.

Qual a graça de uma entrevista de um atleta de Cristo na televisão? No entanto, quando Romário e Edmundo abrem a boca, sempre algo maldito aparece. Isso sem falar no maior jogador de futebol de todos os tempos, um típico maldito: Maradona.

Michel Houellebecq é um escritor francês. Encantou-me com sua obra "A Extensão Do Domínio Da Luta". Após lê-la, duvidei que leria algo tão espetacularmente realista e/ou pessimista, maldito.

Pois o cara escreveu "Partículas Elementares" pouco tempo depois e conseguiu o fenômeno de se autosuperar.

Ele conta a história de dois homens, irmãos por parte de mãe, desde suas adolescências conturbadas até a chegada à meia idade. Michel é um biológo de sucesso, um dos mais importantes do mundo, enquanto Bruno é um libertino insaciável na busca pelo prazer carnal, frequentador dos lugares de mais baixa e nefasta reputação.

O livro é uma auto-ajuda ao contrário. Estraga dias e semanas de leitores mais frágeis. Provoca crises existenciais passíveis de internação e longos e produtivos papos com psicólogos.

São personagens em pleno processo de deterioração, maus costumes e comportamentos animalescos e boçais.

O suicídio é outro elemento que sempre está presente, rondando as vidas medonhas e desgraçadas das personagens.

O livro sufoca e jamais dá esperanças de que algo socialmente agradável vá acontecer. Falta ar e esperança. A Morte está sempre à espreita e o fim das personagens é decadente, sombrio e úmedo.

Sobra espaço até para um desabafo ao Brasil, quando a personagem de Bruno tem um ataque de fúria ao ouvir o nome do país vizinho.

Não há otimista ou sorriso que resista à colera de Houellebecq.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Dois Excrementos, Duas Medidas

Fazia bastante tempo que não tínhamos escândalos de corrupção em órgãos públicos no Rio Grande do Sul. A fama gaúcha de estado honesto, livre dos funestos corruptos está ruindo, bem como a fama de macho. Passeta de homossexuais e demais parasitas da sociedade contou com quórum privilegiado de 30 mil pessoas na Redenção. Nome sugestivo.

Depois dos 3,3 milhões de reais desviados por Macalão e seus, até o momento, 7 ladrões, agora é a vez do DETRAN.

Pensando comigo mesmo imagino a quantidade absurda de selos, cada um vale, em média, R$0,50, para atingir tal cifra. Juntamente com os selos vieram as falcatruas com aparelhos celulares, tramóia com a empresa terceirizada de limpeza, informática, enfim, dá a entender que onde há dinheiro, há trampa na nossa Casa do Povo.

Vi gente achando que as imagens dos nobres diretores do DETRAN, todos integrantes do PP, saindo algemados de suas residências, foi um ato EXAGERADO da Polícia. Ora, tenho certeza que todos esses críticos da "virulência" da Polícia masturbam-se vendo indigentes sendo algemados e retirados das ruas e choupanas em que vivem.

Qual a diferença? Os filhos deles freqüentam a mesma escola que os teus? A pele deles é branca como a neve?

Todos eles agem sem vioência tradicional, mas são, indiretamente, fomentadores dela. O desgraçado que assalta nas ruas e sofre toda a repressão pelos seus atos é maldito.

Ao mesmo tempo, os que usam gravatas e tomam café da manhã na Padre Chagas colocam (diretamente) a integridade física de ninguém em risco, mas o dano para a sociedade como um todo é infinitamente maior.

Fala-se em rombo de R$1,3 bilhão nos cofres públicos. Tenho certeza que a otimização e o combate à corrupção nos e dos órgãos públicos já solucionaria esse problema.

Essa gente é pior que os malditos. Eles são brancos, gordos, médicos, procuradores, advogados, têm bons salários...tiveram todas as chances na vida e, apesar disso, mesmo assim, roubam, achacam a sociedade que ainda por cima paga os seus salários e suas orgias em casas de burlesco de luxo.

Agora leio que vão fazer os patifes parasitas da Assembléia devolver o valor roubado e estarão livres, leves e soltos. Ah, especula-se a perda do emprego também. Por que ao desgraçado não é oferecida a possibilidade de devolução do produto do seu roubo em troca da liberdade? No mínimo curioso.

Viva a China. Não há, assim como no Brasil, cadeia para corruptos. Há a morte.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A Carteira

Inspirado em fato real.

Fulano estava exultante pois recém recebera seu primeiro salário. Sábio, apesar da pouca idade, já não confiava na voracidade dos bancos e recebeu seu salário em dinheiro. O pôs na mochila e ia, com o cair de mais uma noite amena de São Paulo, em direção à parada de ônibus que o levaria para a universidade.

Em uma demonstração de preguiça jovial, resolveu ir por um atalho. Ao invés de seguir pela movimentada e iluminada avenida, o estudante paulistano volteou-se e seguiu caminho por uma pequena e escura via.

Antes mesmo de seguir por esse trajeto, o auspício do que iria acontecer. O distraído estudante observou a presença resoluta de um homem perto de um poste de luz.

A preguiça jovial pós-moderna vence o receio e ele seguiu seu rumo.

Cerca de 30 segundos se passam e ele escuta uma voz fatigada que lhe diz:

- Pára e dá a carteira.

A voz não era ameaçadora e tampouco nervosa. A noite era amena, aquela pequena via era uma ilha de tranqüilidade e bucolismo no coração da maior e mais caótica das metrópoles sul-americanas.

Fulano pára. Sente o peso de sua mochila nas costas somado à presença de seu violão que agarra-se às suas costas. Fita a arma à mão do homem.

Fulano sorri por dentro e começa a mensurar o quão estúpido foi. O sentimento é de aceitar a justa punição pelo seu pecado da preguiça.

Mesmo assim, encorajado pelo tom de voz amistoso e pela naturalidade da abordagem, ele faz sua última tentativa de tentar salvar aquele que foi e passaria a não ser mais o seu fugaz primeiro pagamento.

- Não tenho quase nada na carteira, menos de 50 pilas.

Mantendo a cordialidade na relação de assaltante-assaltado, o primeiro replica: mas não tem mais nada não?

- Não mesmo, cara, sou apenas um estudante. Foi mal.

Não demonstrando decepção pelo aperente fracasso, o assaltante guarda o dinheiro no bolso não sem antes devolver a carteira a Fulano e muda de assunto: tu toca violão? Que tipo de música?

A pós-modernidade realmente não poupa indivíduo algum. É o único arremedo de justiça social. Nota-se uma carência afetiva e pobreza de relacionamentos em qualquer um. Já que fracassara em sua tentativa "profissional", o homem resolveu não perder a esperança de trocar poucas palavras.

- Toco sim. Qualquer coisa.

O assaltante segue:

- Eu também toco: cavaco, violão...toda a sexta eu toco num bar lá na Zona Leste, pagode e música popular, não quer ir lá sexta que vem?

Fulano estava um pouco confuso pelo grau de surrealidade da situação, mas não estancou a conversa, demonstrando aparente interesse no convite.

- Vamos sim, me dá o endereço certinho.

- Não queres sentar aí e tomar uma cerveja? Daí combinamos bem e eu desenho um mapinha pra ti. Eu pago.

- Estou meio atrasado para a aula...

- Rapidinho. Uma cerveja e deu.

- Beleza.

Os dois dirigem-se como velhos amigos ao bar mais próximo. O assaltante educadamente oferece-se para carregar um dos pertences de Fulano. Fulano lhe dá seu violão e segue com sua mochila nas costas.

No bar os dois conversam sobre música. Fulano, embasbacado, mas sem temor, ouve curioso o seu novo amigo falar. Sente pena. Nota a vergonha no rosto dele que tenta fazer com que Fulano esqueça-se do que havia passado.

- Ó, o mapa tá aí, é bem fácil de encontrar. Vou pedir a conta, espera.

O assaltante tira as duas notas de 20 reais do bolso, que minutos antes pertenciam a Fulano e pára diante do valor da conta de R$4,00. Pensa e indaga Fulano:

- Tu me troca uma de 20 por 4 de 5, ou de repente duas de 10 também pode ser.

- Cara...tu rou...tu estás com meu dinheiro...fiquei sem nada...

- É verdade. Mas tu não tem mais nada aí mesmo, te pago lá sexta. É que não queria trocar os 20.

Fulano lembra-se de seu cartão de débito e efetua o pagamento junto ao balcão enquanto seu amigo lhe espera.

- Obrigado. Te pago lá mesmo, sem falta.

- Bom, vou indo...vou chegar bem tarde à aula...

- Bom, nos falamos lá sexta então, se quiser pode até ficar para a janta. Minha mãe cozinha muito bem.

- Vamos ver...não perguntei teu nome...

- Beltrano.

- O meu é Fulano...ó, tu poderias me emprestar uma nota de 20 para eu pegar o ônibus...é que fiquei sem nada e no ônibus não tem como pagar com cartão

Titubeante, Fulano completa:

- Te levo o troco lá sexta...

- Claro, era teu mesmo. Pega aí...ó, tu não me emprestaria o teu violão para eu ir treinando nele. Daí tocaria com ele na sexta e te devolvo depois do xou...

- ...tá bom, pega aí.

- Tchau, Fulano!

- Tchau, Beltrano.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

A Geração

Que a nossa geração é um lixo, isso é inegável. Somos fúteis, despreocupados, ignorantes, desinteressados, analfabetos, bregas, idiotas e por aí vai; no entanto, acuados, deveríamos atacar algum adversário, assim manda a índole do animal ser humano. Ataco a nossa geração anterior e os culpo pelo desastre que somos.

Essa geração intelectualóide da década de 60 se vangloria de ter sido a geração "intelectual", leitora, culta, politizada e por aí vai. Resumindo, eles acham que são os bam, bam, bans.

Pseudocelebridades com seus óculos de lente laranjas e roupas descoladas, reforçam essa imagem. Eles lêem Chico, ouvem Caetano e juram que, com suas camisas vermelhas do Che Guevara, eram heróis nacionais.

No entanto, graças a eles e sua "liberação sexual" e mudança de costumes temos que agüentar a sociedade promíscua atual. Foi-se junto com essas décadas mortas o encanto da relação humana, o encantamento feminino. O homem que aparentemente goza, agora, de toda uma liberdade sexual, virou consumidor de "sex shops" pois já não consegue ter prazer em uma relação sexual normal. É tão fácil e ordinário que há de se buscar algo mais para obter a sensação de prazer. Vítima dos mais patéticos fetiches.

As mulheres bebem como homens, agem como homens. Os seus alvos e finos pulsos já não são mais belos e desejados como antigamente. Elas têm a obsessão pela busca descontrolada pelo "sexy", deve-se ser sempre sensual, sexualizada, símbolo sexual, objeto de desejo e de lascívia, atrair o macho, provocá-lo, fazer com ele a deseje por completo, como um animal. O homem pós-moderno perdeu a admiração por mãos, pés, cotovelos, tornozelos e pescoços. O amor é brega e ridicularizado. As relações são efêmeras e fortuitas. Apenas carnais.

Hoje é a mulher masculinizada e que espera sentada no sofá da sala seu homem metrossexual se aprontar para sair. O homem feminizou-se como resposta ao vigor feminino. O homossexualismo aproveita a brecha e está em franca ascensão.

Em suma, nada devemos à geração anterior. Ao mesmo tempo que afastaram governos corruptos e ditatoriais nos fizeram escravos de mazelas sociais como drogas e alcoolismo e nos privou de encantarmo-nos pelas representantes do outrora sexo frágil e lindo. Elas seguem lindas, mas sem encanto. Antes uma ditadura que a ausência das mais belas flores.

Só as poucas mulheres encantadoras sabem o quão serão valorizadas e respeitadas por todos.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Feliz Cumple!

Feliz aniversário ao maior jogador de todos os tempos, Don Diego Maradona, Deus do futebol. El pibe de oro completa 47 anos de vida. E que vida...

A Copa Mágica

Lula e companhia foram à Suíça para testemunhar a decisão da FIFA sobre quem será o país-sede da Copa de 2014.

Há possibilidade de o Brasil ganhar é grande. Além de ser um dos um candidato, a delegação brasileira conta com a "mágica" presença do bruxo mais traduzido do mundo, Paulo Coelho que, assim como o futebol brasileiro, é um orgulho mundial.

Pelé incrivelmente está fora dessa boquinha. Sua assessoria de imprensa declarou que o ex-jogador temia ser involucrado com possíveis problemas e irregularidades que poderão vir com essa nova teta nacional.

Como sempre, Pelé foi extremamente esperto. Cada movimento, sorriso falso, frase demagógica ou escolha de gravata são friamente calculados.

Em substituição a Pelé, Paulo Coelho. Este último é o símbolo da nossa mídia e de nossa classe intelectual. Nada é tão idiotizante como esses nossos dois patrimônios. Paulo Coelho assim como Mônica Veloso, aproveitou a chance e possui conhecimento do terreno, sabe como o Brasil funciona. O primeiro apelou para o sobrenatural, algo de suma importância em um lugar onde o "natural" está por baixo; a segunda eu considero ainda mais genial. Mídia, fama, política e sexualidade, pilares da nossa sociedade espetacular, tudo junto e temos Mônica, a menina cheia de sonhos, comprando casa de 2 milhões de reais.

A partir de hoje temos mudanças no país. O homem mais importante do país é Ricardo Teixeira e o marqueteiro oficial é Paulo Coelho. O balcão de negócios já começou antes mesmo do anúncio oficial da FIFA. Aécio Neves quer que a sede da seleção brasileira seja o Mineirão. Serra quer a abertura em São Paulo, além do centro de imprensa.

Calcula-se, números oficiais, que serão gastos cerca de 20 bilhões de reais com a organização do evento. Evidentemente que será, no mínimo, 3 vezes maior esse rombo de orçamento. Pelo ralo e pelos bolsos escusos de organizadores muito dinheiro desaparece. Prioridades da população serão adiadas. Não esqueçam que teremos eleições em 2010 e 2014. Empreiteiras, interesses, marqueteiros, amantes, pensões, Playboy, muita coisa vem aí.

E a CPMF, imposto de importância vital para as contas nacionais? Será que a simples não organização do mundial já não ajudaria bastante esse "rombo" que o fim desse imposto causaria? Teixeira diz que ninguém deve se meter, é uma empreitada privada. Antes fosse. Aplaudiríamos de pé a iniciativa privada botando ordem nos aeroportos, construindo estádios, dando segurança, hospitais e etc. Isso não irá acontecer. Como toda iniciativa "privada", eles entram com as exigências e o estado paga pela infra-estrutura. E a passagem do Paulo Coelho, quem pagou?

O grande maestro de toda essa farra será, mais uma vez, a Rede Globo. Irão, mais uma vez, invocar o sentimento ultra-nacionalista-fascista do povo brasileiro que nos levará à insanidade, nos levará a colocar bandeirinhas do Brasil nos carros e janelas e apoiar, incondicionalmente a Copa do Paulo Coelho e da iniciativa privada. Logo, quem se manifestar contra a Copa no Brasil como fez o jornal britânico Financial Times será imediatamente denominado inimigo nacional, desde já conclamo o povo brasileiro a queimar bandeiras britâncias, inimigo da Nação e surrar qualquer inglês que se aproxime, assim como foi feito com os atletas que tiveram a audácia de ganhar dos brasileiros aqui na ilha dos macacos.

Voltando do almoço, descrevo a cena. Teixeira com Romário ao lado, Dunga ao fundo, Lula falando bobagem e a figura alquimística do Mago. Após os discursos furados do presidente, Romário o abraça emotivamente chorando.

No Brasil chora-se quando se perde e ganha. Por que tudo tem que acabar em choro por aqui? Eu rio. Com escárnio.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Infâmia

Ontem, dia 25 de outubro, completou-se uma década sem o maior jogador de todos os tempos. No dia 25 de outubro de 1997, Maradona, em um "superclasico" no Monumental de Núñez, deixava órfão o maior esporte da Terra, ou melhor, a Terra.

Maradona não foi apenas um jogador de futebol, o maior de todos; ele foi, também, uma personagem. Despediu-se do futebol com todos os elementos que caracterizaram sua vida, só faltou futebol.

Uma atuação triste de Don Diego, mas atitudes de fazer os seus ídolos rirem e se sentirem vivos. Diego abandonou o futebol ganhando do River de 2-1 na casa do adversário. Quando substituído, deu seu lugar e seu legado a Juan Román Riquelme, saiu fazendo gestos obscenos para a torcida adversária.

Anunciou, 4 dias depois, na véspera de seu aniversário de 37 anos, que este fora o seu último jogo como profissional. "A River se le cayó la bombacha" foi a frase do dia, mais uma para entrar na sua lista de ditos históricos. Segundo o periódico Olé, o anúncio de Maradona representaria o ano IDM, "el primer día del resto de nuestras vidas".

Depois disso muita polêmica veio. Ficou gordo a ponto de parecer que ia explodir, mais magro que quando era jogador, se separou de sua namorada de infância mãe de suas filhas, criticou João Paulo II, virou amigo de Fidel, morou em Cuba, imortalizou Che em seu braço, admitiu o vício da cocaína, alcoolismo, quase morreu, foi declarado morto, enfim, a vida de um astro como manda o figurino.

Mais além das polêmicas, vemos o gênio. O começo de sua carreira brilhante deixando Pato Fillol calado e estirado em sua pequena área depois de levar 4 gols de um tal "gordito pelotudo"; o maior gol da história das copas, o "roubo da carteira" dos ingleses naquele que foi o tento mais polêmico da história das copas; a condição de santidade em Nápoles com direito a altar na basílica, as desavenças, os gols incríveis, a magia, a técnica incomparável, atitudes, o espírito ganhador, as entradas violentas dos adversários, embaixadas com laranjas, copos, chuteiras, globo, bola de gude, grão de areia, garrafas de água, um capítulo da história do esporte mundial.

Maradona é a essência do futebol. Tem o "potrero" e fibra de um vencedor além da selvageria dos mais funestos. Encerro com uma frase extraída do Olé:

"Hoy, Diego sigue festejando sus goles en el showbol. Y vive en el slalom de Messi, en el potrero de Tevez, en la estocada precisa de Riquelme. Porque en definitiva él, Diego Armando Maradona, es el gen argentino. SOLO ASÍ ES SOPORTABLE ESTA DÉCADA INFAME".

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

An Ordinary/Unforgettable Day In London

Acordo cedo. Sempre. A cortina é branca, me diz de antemão qual o clima lá fora. Não confio em cortinas, mesmo assim a afasto e o dia está cinza. Entre 10 e 12 graus, creio eu.

Ao meu lado vestígios de minha amada. Seus pijamas de sapos...não me acostumo, tenho que rir. Se eu acordo cedo, ela acorda ainda mais. Sinto o cheiro de seu perfume, pouco, suficiente, e emaranho-me em peças de roupas que ela simplesmente deixa atiradas em cima da cama.

Ligo o rádio para ouvir as notícias matinais. Eles falam do clima, ficará entre 10 e 14 pela tarde. Acertei na mosca e hoje tem jogo em Loftus Road. C'mon QPR! Vou ou não vou? Fica na esquina de casa. O estou olhando pela janela tristemente vazio.

Lá embaixo antes de ir até a parada do ônibus que me levará até a estação de metrô, passo no indiano ao lado, no mercadinho. Tem tudo, inclusive recarga de Oyster Card. Venceu ontem o meu. Mais uma semana, ou melhor, menos uma.

Pego o 260. Mesmo que sejam menos de 5 minutos até o meu destino final, subo ao segundo andar onde posso ter uma vista exclusiva de meu bairro. Não é bonito, mas a massa multicultural de gente que o habita segue me incomodando.

A estação, como sempre, lotada. Uma linda irlandesa de olhos profundamente azuis e aparência lúdica fita o chão com seu mapinha nas brancas e magras mãos. O trajeto no tubo escuro é rápido. Desço em Marble Arch, em frente ao exuberante Hyde Park. Entro em um Pret na esquina da Oxford com a Grosvenor. Saúdo alguns conhecidos colegas e sigo em frente não sem reparar em um chinês pedindo informações com seu inglês inexistente. Não me acostumo. Ainda acho graça.

Hoje é domingo, não trabalho. Ficarei fazendo tempo nas lindas e vivas ruas de Londres até chegar a hora de ir buscar minha niña no trabalho. Vou comprar um CD. Paguei 3.99 libras. Pago em moedas que tinha no bolso.

Perto de Bond Street uma manifestação estilo britânica. Uma senhora com um megafone, um homem e uma menina de aparência triste manifestam-se a favor dos direitos dos animais. 6 policiais em volta mantendo a ordem.

Entro em um Tesco para conferir as promoções, nada compro. Entro em um Internet Café para reservar minhas passagens para a Polônia. 30 libras ida e a volta de graça.

Crianças lindas saltam felizes pelas ruas. No saguão da estação de Baker Street, um cara tocando guitarra com excelência.

Não me acostumo. Depois de tanto tempo sigo fitando a cidade maravilhado. Como tudo pode ser tão bonito?

Há manifestação em Tafagal Square contra Blair e sua guerra no Iraque. Tiro fotos do Big Ben sozinho e entro num ônibus em direção a Oxford de novo, esquina com a Poland Street. Está na hora dela sair.

Ela está sorridente como sempre e a primeira coisa que me diz é que ouviu dizer que amanhã neva e está muito feliz por isto. Seus olhos brilhavam.

Passamos por Queensway e avistamos a "casinha do parque". Quem raios é o priviliegiado que mora lá?

Antes de chegar lá o trânsito lento. Passeata de árabes mutilando-se em protesto contra a possibilidade de proibição do véu islâmico das meninas nas escolas britânicas. Tenho que rir da cara de impressionada dela. "Que miedo, Gordo". Logo ela já se destrai com a gritaria enloquecedora do "Speech Corner" sempre lembrando que se tu quiseres discursar contra a rainha, há de se subir num banquinho, jamais em território britânico.

Chegando à Shepherds Bush, movimentação de torcedores. Camisas do glorioso Queens Park Rangers por tudo. Avisto meu professor na rua, comprando some fish and chips.

Descemos em Notting Hill e damos uma passadinha por Portobello Market. Sempre lindo, interessante e agradável. Aroveito para ver os livros baratíssimos espalhados pelas livrarias da região, novos e usados.

Como uma paella e ela uma batata recheada seguida de sorvete. Na frente da estação o velho e bom jamaicano hoje tocando "Jamming". Sempre presente também o cômico entregador de "Metro". Chegamos em casa e cruzamos com Mrs Patricia Comerford chegando de seu passeio por Richmond.

Um chazinho de maçã turco comprado em Istambul, um banho eterno de banheira. Agora só falta conferir os melhores momentos da rodada da Premiership no "Match Of The Day", hoje o meu West Ham U ganhou, gol de Tévez, e mirá-la dormir escutando sua constante respiração.

Sim, sei que sou um brega saudosista. Amanhã de repente escrevo sobre as saudades dos banhos de chuva na infância e da perseguição aos tatus-bolas. Estão extintos?

Por quê?

Alguém sabe porque hoje, 24 de outubro, não é feriado enquanto que dia 7 de setembro o é?

Não consigo entender como uma derrota pode ser comemorada e uma vitória retumbante não.

Entendo nada mesmo.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Celebridades Sem Fama

De mutirão para juntar comida não-perecível e agasalhos todo mundo já está cansado. O inverno se foi, com calor ninguém sente fome ou frio.

Dou comida e dinheiro para me auto-ajudar. Comecei com drogas leves, Paulo Coelho, hoje preciso de autos-ajudas mais potentes. Dôo para benefício próprio, descarga de consciência, me sinto bem em saber que sou bonzinho e fraterno.

Quero começar um novo projeto em Porto Alegre. Quero ser assistente social na Padre Chagas. Quero dar fama a quem não tem, mas precisa dela. Todo mundo tem direito a comer e não morrer congelado, mas todas as celebridades pelo menos deveriam ter direito à fama.

Todo mundo que tiver uma câmera, pós-modernamente digital, e um bom coração e preocupação ao próximo, além do amor inerente e cafona do brasileiro pelas celebridades, por favor, à Padre Chagas!

Muitas fotos e cliques. Tem que ser de noite. Flashes. Muitos e potentes. Paparazis solidários poderia ser o título da campanha. Na coluna da Marta Medeiros e no Tele-Domingo com certeza estaríamos.

As celebridades porto-alegrenses vão à Padre Chagas. Comer um sanduíche de rabanete no Listo! E para isso, vão com suas melhores roupas e saltos altos. Flashes para cima deles!

Eles são tão dissimulados que tenho certeza que iriam fazer cara de descontentamento, colocarão as bolsas Louis Vitton na frente de nossas câmeras solidárias. Alguns tentariam nos agredir.

Nós, paparazis, estamos mal na foto. Estamos sendo acusados de ter matado a "Princesa do povo". Assim sendo, temos que melhorar nossa imagem perante o público.

Já que estamos atuando na Padre Chagas, ajudaremos, fazendo uso de nosso poder midiático e de nossas participações no Tele-Domingo e Jornal do Almoço para reivindicar.

A Padre Chagas precisa de uma Daslu! Não é possível que ainda não tenha uma! Pensei que depois de 16 anos de PT isso iria acontecer, ainda mais agora com a Yeda comandando o Estado.

Tapetes vermelhos já! Uma agência especializada em pacotes turísticos para Miami! Mais restaurantes de sushi!

E quem foi Padre Chagas? Quem sabe mudar o nome para Rua Torre Eiffel? Ou Rua Empire States, algo mais cafona, mais brega, mais Padre Chagas!

Dura existência. Gostaria de ter nascido uma alface.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Uvas Passas Do Demônio

Aceitem a velhice! Não me venham com orgias de bisturí, vocês não têm mais jeito. A época de brilhar, a época em que os holofotes poderiam estar procurando por ti já se foi.

Não conseguiram? Ótimo, eu sonho é chegar à velhice sem holofotes esquentando meu crânio. São frustradas por não tê-los atraído? Ora, desistam, tratem de ser felizes assim mesmo, aceitando o fato de sermos ordinários, mortais, números, não-celebridades.

Vocês velhas e repuxadas ficam piores. Naturalidade. Envelheçam com naturalidade e não serão motivos de choro em creches infantis quando passem em frente, seus netos e sobrinhos não terão temor e ojeriza ao rosto de vocês.

Param de comer carne, começam a comer tudo "light", contar calorias, se tranformam em alérgicas a tudo...meu Deus, aproximem-se da morte com dignidade! Lactose? Desde quando!?

Sei do problema. Assim como vocês hoje em dia e sempre adiam a dieta para começar segunda-feira, vocês adiavam o momento de deixar de ser uma pessoa medíocre, adiavam a obrigação de ser alguém interessante, adiavam a hora de realmente fazer algo.

Admito que seria um ser humano extremamente frustrado se chegasse à velhice ser ter feito algo, sem ter realizado algo, ser ter amado alguém ou ser amado. E não me refiro à "booking fotográfico", testes na RBS ou ter ido ver a Xuxa; tampouco refiro-me a entregar-se para qualquer homem. Ao contrário.

Mas o jogo já parece perdido. Espero que tenham uma velhice menos deprimente que a vida adulta e jovem de vocês.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A Barata

Todos os dias acordo as 6h40min e chego em casa, em média, as 23h20min. Ontem, já mais para a 1h do que para as 0h, fui ao banheiro pela última vez antes de entregar-me à minha cama.

Saindo do banheiro, já apagando as luzes, vi uma barata. Robusta e lépida como todas as demais, uma ordinária.

Parei por uns segundos, o cansaço dono do meu corpo, olhei para baixo, ela estática me fitando e, imagino, já planejamento a maneira que iria escapar da maldade humana. Nada fiz. Passei por ela ignorando-a. Se ela se sentiu mal, feia ou acima do peso, não sei. Apaguei a luz e fui dormir.

Hoje de manhã a primeira coisa que pensei foi a minha última ação do dia anterior. Era 6h40min de novo. Amanheci e pensei: gostaria de ter nascido uma barata.

Tenho aula até as 22h45min, matéria insuportável, 8 créditos, professores desqualificados, desânimo total. Não tinha a vontade de ver a vida de uma maneira diferente, não era isso, apenas gostaria de ter nada para fazer hoje.

Admito que as baratas vivem eternamente com a tensão de poder ser esmagadas a qualquer momento. São conscientes da ira que geram na raça humana. Por outro lado, os humanos não são muito diferentes. Muitos buscam, até pagam, para ter a sensação de medo, perigo. Além disso, o nosso dia a dia não oferece todas as condições de segurança almejadas, enfim, não somos muito diferentes das baratas com relação aos pontos negativos.

Já se analisamos os pontos positivos, sou obrigado a dizer que só os alcanço a ver nos fins de semana. De segunda a sexta é só desgosto: horários, responsabilidades, encheção de saco. E as baratas? Não têm horários; muito menos responsabilidades. Comem quando sentem fome, dormem quando sentem sono, são ágeis, resistentes à radiação atômica, personagem central de obra clássica, enfim, enquanto eu me obrigava a ir dormir devido ao cansaço e à obrigatoriedade de despertar de novo, algumas horas depois, ela estava lá, passeando por um banheiro, muito provavelmente em busca de um grande amor ou apenas de um parceiro sexual também com insônia e lascívia.

Jamais esquecerei o olhar daquela barata burlando de minhas olheiras e desespero; se a vejo de novo, não hesitarei em matá-la, somente por vingança, sentimento bem de ser humano.

Finalizo louvando as crianças e o dia delas que está chegando. Melhor fase da vida. O período onde somos tão felizes quanto as baratas.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Ontem não tive aula. Todos os alunos dos cursos de Comunicação da PUC foram mandados ao auditório para assistir ao RBS Debates.

Cheguei tarde como sempre. Lugares haviam. Muitos. Obviamente muitos alunos encararam o fato como sinônimo de "feriado". Eu deveria ter feito o mesmo, iria aproveitar mais lendo "A Revolução Dos Bichos" em casa.

Presentes no palco, Rosane Oliveira, a companheira de Ranzolim no Jornal do Almoço, um publicitário gordinho de branco que, em comportamento típico dos "premiados" da classe, falava em "chamadas", nunca mais do que duas palavras e sempre, claro, geniais e engraçadinhas arrancando gargalhadas do público presente.

O gordinho achava que estava abalando, incrível a qualidade de se acharem geniais dessa gente, me enojam.

O outro publicitário presente foi o autor de afirmações que escandalizaram o público. "O mundo mudou nos últimos 10 anos". "Não podemos prever o que acontecerá nos próximos 20 anos". "A tecnologia hoje está presente em todos os lugares", bom, não irei ficar aqui repetindo o repetido.

Daí vem o diretor de jornalismo do grupo RBS e lição de moral a vista. Diz ele que indagou, certa feita, uma platéia lotada de alunos de jornalismo sobre qual tinha sido o maior atentado terrorista com aviões do ano de 2001 e o segundo também. Obviamente os alunos responderam o esperado pelo "gênio", que, arrogantemente disse que não foi o de NYC senão um atentado no Sri Lanka com 11 aviões e um na Somália com 5. A conclusão do mestre humanitário foi que as vidas de negros miseráveis valem muito menos que vidas americanas e que a mídia reflete isso ao não dar a mesma cobertura a fatos como estes.

Por alguns minutos esperei a retratação dele, o mea-culpa em nome do grupo RBS que, se publicou as notícias do Sri Lanka e da Somália, foi em uma notinha de 5 linhas se muito. Ao mesmo tempo, entre 5 e 10 páginas diárias de cobertura sobre o 11/09, em cores, isso sem contar a repercussão na mídia TV, rádio entre outras.

Então qual é a lógica? O que ele disse? A RBS faz a mesma coisa, valoriza mais vidas brancas que pretas e então? Nada. Voltei a conversar porque a companhia era mais engraçada que as chamadas pseudo-geniais dos premiados que estavam, obviamente, em cima do palco.

Esfarrapados

Só gaúcho mesmo. Muita gente não sabe, mas a Revolução Farroupilha, esse fato que gaúcho enche a boca para dizer, que fez de sua data um feriado estadual não passou de uma guerra que acabou em derrota e que os gaúchos dizem que foi empate, e os que não têm a mínima idéia do que foi, que pensam que foi uma guerra do Rio Grande do Sul contra o Estados Unidos, ou algum jogo de futebol entre a Seleção Gaúcha contra os Amigos do Pelé dizem que foi uma vitória.

A Revolução Farroupilha só me é útil, claro, sem contar que é feriado, em nível de comparação com a stiuação macroeconômica do Brasil atual, que não sabe se é liberal, social-democrata, homossexual ou promíscuo.

Empresários são os que menos pagam e os que mais choram por diminuições na carga tributária; ao mesmo tempo são os que mais cobram deste mesmo Estado investimentos massivos e primeiro-mundistas em infra-estrutura. Melhores portos e rodovias para escoar sua produção, melhores isso, melhores aquilo, só não querem é colaborar, isso quem deve fazer é a classe média, ou seja, a classe média banca investimentos para aumentar a lucratividade das classes empresariais dominantes e faceiras, sempre roxos de raiva quando se fala em impostos.

Bom, a revolução em questão foi mais ou menos isso. Os grandes reis do gado da época estavam sofrendo com a concorrência argentina e uruguaia que tinham charque de melhor qualidade e gozavam de vistas grossas por parte do governo brasileiro que não cobrava impostos de importação, no melhor estilo liberal.

Os reis do gado se afetaram e pegaram as armas e foram para a guerra! Tsc, tsc, tsc, jamais, eles não iriam fazer isso. O que fizeram? Invocaram o regionalismo gaudério e chamaram os homens de bombacha para lutar pelo Rio Grande! Tsc, tsc, os chamaram para lutar pelos seus interesses.
Um acordo foi feito, a "guerra" acabou, os reis do gado ficaram satisfeitos, os bombachudos comeram churrasco com chimarrão felizes da vida e deu, feriado.

Eu, que estou por aqui com Brasil, gaúchos e afins, trato de me enganar, criar a minha realidade. Convicto pelo ócio no dia dos farrapos, pesquisei sobre a data e inventei meu próprio feriado. Ao invés de comemorar esse 1 ponto em jogo dentro de casa, eu comemoro a libertação do Timor Leste e a declaração de guerra (essa sim de verdade) do Bush contra o terrorismo em 2001 e tudo isso ao som de Jimi, O Hendrix, morto em 18 de setembro de 1970.

No entanto, admito, com certo rubor em minha face, que não consigo deixar de me comover com as homenagens da gaúcha-ortodoxa-xiita RBS à cultura gaúcha, mas ao mesmo tempo não consigo calar o Jimi e escutar vanerão.

Sou emotivo e algumas vezes acho que sou um idiota, mas pelo menos não perco noites de sono para descobrir a dúvida que mais angustia a nação dos idiotas: quem matou Taís? O que tem isso a ver com a Revolução Farroupilha?

Nada.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Sem Título

E aí, sua gordinha frustrada, tu achas que fumar vai te emagrecer? Pára de comer como uma porca, e pára de fumar na minha cara.

Tu acha que pircim te faz ser desejável? Um pedaço de metal como pêndulo nessa massa flácida e desprezível somente a deixa mais repugnante.

Isso, vai, fuma, bebe, ingere o câncer! Um a menos, mais esperança.

Adesivo de Punta Del Este no carro? Ou é "Conrad 2007"? Cuida-te, hein, eles estão aí, não sei onde, mas aparecem, saem dos bueiros, comem merda, moram perto de onde passa a linha de pobreza, vivem abaixo dela.

Que mais? Revolução Farroupilha? A guerra perdida pelos idiotas de plantão? Quê? Pelo menos é feriado. Ficarei em casa, o dia inteiro, sentindo meu próprio cheiro.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Aniversário

Amanhã tem julgamento do Calheiros no país dos canalhas, "cults" e bregas. Julgamento ultra-secreto no melhor estilo ditadura militar. Mônica Veloso, peladinha, a pivô do escândalo. Aqui só quem faz "escândalo" são as classes baixas: ou é motorista, caseiro ou amante. Pobre é dose. Mônica é o exemplo de mulher terceiro-mundista, mulher de sucesso, ambiciosa, atuante. O ménage-a-trois Calheiros foi tão promíscuo que caiu por terra. Caíram as bolsas, não as Louis Vitton da Sra. Calheiros, Martha Suplicy ou da mulher do Zezé dI Camargo, e sim as dos olhos do Lula, esforçando-se para salvar o aliado.

Aqueles com adesivo da Louis Vitton no carro não se importam. Só abrem a boca cheia de formigas quando sofrem com a escória. Eu não estendo minha mão pra vocês! Jamais terão minha solidariedade, só o meu escárnio.

Bin Laden, parabéns a você, 6 anos nas primeiras paradas. Mais um mega-traficante colombiano preso, enquanto que o árabe parecido com o abobado do Caetano Veloso segue lépido e faceiro.

Ivete Sangalo: até quando? Que saudades dos sucessos efêmeros.

O que mais nos espera? Nova novela das 8? Roteiro novo, original? Olimpíadas no Rio Maravilha? Absolvição/renúncia do Rei do Gado? Não sei, não quero saber, sou feio e sujo, meu tênis é falsificado e não comprei na Daslu.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Quarta

Tem jogo do Grêmio. Cansei dos velhos ricos e pobres de espírito dizendo "você", cansei dos cafonas, cansei de todas as personagens. O mundo irreal me castiga. Odeio a maquiagem e as plásticas. Há plásticas para empinar o nariz? Sim, dinheiro no bolso.

Todos estão se preparando para o feriado. O calor chegou. Vamos ficar com mais cara de Terceiro Mundo. Calor e miséria. Flanelinhas. Homossexuais. O ambiente está sujo, o meio cheira mal. O globo aquece, a Globo faz novelas, os roteiros são os mesmos.

Muitos automóveis na rua, trânsito mal-educado, falta Humanismo, sobram seres-humanos. Automóveis poluem, auto-ajudas enriquecem. Quem as escreve.

Adesivo do "The Best Jump" no carro, almeja-se sair da merda tendo ricos como ídolos. Eu torço para o P.I.M.P. da Onassis, eu vibro com o ouro do Baloubet de Rouet, eu choro com o Pan, já estou guardando meu dinheiro para comprar minha bandeirinha verde e amarela, com Ordem e Progresso, para colocar na janela do meu carro.

Vai pleibói, compra maconha para o feriado, alimente o crime, financie o caos. Eles vão te matar. O PCC vai fazer um túnel de Diadema até a sala da tua casa. Vão roubar teu "home-theater" em pleno "coffee-break", seu "cult", seu cafona. Eles vão te matar, comer teus órgãos e vomitar em cima da tua mãe.

Bem vindo, verão, o meu humor jamais esteve tão bom. Cão, o mundo está cão.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Rage

Vão todos ao inferno, com seus carros com adesivos da Puma ou da Louis Vitton. A sociedade gaúcha reinventa o cafona, dita novas regras, inova, reformula as definições de "cafona".

Eles vestem Nike e Puma falsificado e vão estourar teus miolos na sinaleira, bando de crápulas parasitas. Não adianta depilar o saco e ir na academia, vocês vão todos para a fogueira.

Rage Against The Machine de manhã, nada melhor para começar um dia. Fuck you I don't do what they tell me.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

A culpa é do governo

Mais uma vez presenciei uma deplorável cena em Porto Alegre. De dentro de um carro em uma sinaleira fechada, um jovem provavelmente de classe média alta joga pela janela com a maior naturalidade uma carteira de cigarros vazia.

O fato apenas comprova o que eu sempre defendi. A classe média adora colocar a culpa de seus fracassos na ralé. A ralé sempre tem que pagar a conta no pensamento neoliberal.

Quando há enchentes na cidade, de quem é a a culpa? Ou do PT quando ainda estes estavam na prefeitura ou, agora, da gentalha que suja as vias públicas.

Pois quem suja mesmo, quem é ruim por natureza são os integrantes cafonas da classe média gaúcha. Defecam suas bolsinhas de papel do Mc Donald´s com a maior cara de pau. Canso de ver essa cena e não me acostumo. Estes só são civilizados em Gramado ou na Padre Chagas, nossos pedacinhos de Beverlly Hills, lugar onde todos fingem ser superiores habitantes do Primeiro Mundo.

Uma sociedade em que as classes que gozam ou gozaram de "boa educação" jogam lixo na rua, em pleno século XXI, está fadada ao fracasso e a miséria eterna. Em pequenos acontecimentos podemos sacar grandes conclusões e fazer lúcidas previsões.

O jovem gaúcho de classe média e classe média alta pode ser representado na nova campanha publicitária da Rádio Atlântida, ou seja, é um idiota, um retardado, um produto final perfeito de nossa sociedade ultra-moderna.

Bom, até a próxima enchente. Já temos a quem culpar. Nada na cabeça. Jovens malditos.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

E acabou em Playboy

Há lugares em que escândalos acabam em pizza e há o Brasil em que tudo acaba em Playboy.

Se já não bastasse todo o escândalo envolvendo o presidente do Senado, seus bois falsos, suas laranjeiras abastadas e tudo mais, agora a pivô de tudo isso, uma mulher ambiciosa, redundância nos tempos pós-modernos, vai acabar nas páginas da Playboy.

Só posso aplaudir, melhor final não poderia acontecer e fico na espera da aposentadoria obrigatória com salários integrais vitalícios para os juizes mafiosos do Rio.

Já se foi o tempo em que a Playboy continha as mais gostosas da mídia. Hoje, a Playboy compila fotos de celebridades, de subprodutos da sociedade espetacular.

Mulheres, pensemos pelo lado positivo. Antigamente, se tu não fosse gostosa, não terias chance de sair da sarjeta. Pagode e futebol são coisas de homens, resta a venda do corpo, e de mulher feia ninguém gosta. Hoje isso evoluiu. A sociedade é mais pluralista e aberta (vide o caso Richarlyson), basta um escândalo ou fama efêmera e a Playboy abre suas páginas para suas pernas abertas.

A filha do Gilberto Gil, um bagulho, já pousou pelo simples fato de ser metida à negra rapper americana. Adora falar bobagens e quer dar uma de polêmica; além da filha do ministro, tivemos a juíza de futebol, ícone da covardia e inimiga número um das feministas de plantão: raivosas, incoerentes e bigodudas. Além de feias, claro.

Pois Mônica, a ex-amante espetacular, mãe da filha bastarda de Renan, o Al Capone de Alagoas, estará em breve na Playboy. Por que? Porque ela é espetacular.

Estou sorrindo sozinho. Tudo acabou em Playboy, de novo. Ainda mantenho esperanças de ver a Roseane Collor nua e mordendo a língua com seus dentinhos de coelho e, agora, espero a G-Magazine do Macalão, tapando partes íntimas de seu corpo com selos de um real. O Richarlyson, herói são-paulino, compraria. Ou não. Talvez ele prefira o Vampeta, volante da seleção brasileira de Copa do Mundo.

Tudo é assim na sociedade sem vergonha e sexualizante brasileira. Tudo acaba em bunda. Quem não tem vontade de ver a Martha Suplicy "relaxada" e "gozando" nas páginas da Playboy? Ou a dona Marisa que vai no mesmo cabeleireiros da ministra e também veste Prada?

Eu queria. Todas elas.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Chuva E Frio

Voltou a esfriar e a chover...que maravilha. Lindo dia, sem carnaval e alegria vã.
Chorem amantes dos trópicos olesosos de suor. Viva a solidão de apenas um algarismo isolado e sem companhia no termômetro!

segunda-feira, 30 de julho de 2007

"Você" um caralh...!

Alguém sabe o motivo pelo qual esses gaúchos abobados estão usando "você" ao invés de "tu"? Em tudo quanto é relação formal, de trabalho ou televisão, ouço esse chato "você" seguido de seus primos "seu", "sua" e afins.

Por que isso? Depois de ter que ouvir "ninguém merece", "fala sério" e outros vômitos globais agora eles me vêm com essa? Se a televisão manda todos serem brasileiros ultranacionalistas fãs de esgrima e hipismo, todo mundo aceita; todos repetem como crianças as gírias novelísticas; e agora é essa?

Antes de eu me auto-exilar na amada, idolatrada e saudosa Inglaterra, eram poucos os bombachudos globais. Hoje são todos! É "você" pra cá, "você" pra lá, "seu" isso, "sua aquilo". Vão todos para o inferno, seu cafonas, enquanto eu trato de sobreviver nele. Que calor!

Acabou

Finalmente o Pan chegou ao final. Passou da hora. Qualquer pessoa normal já estava farta de tanto Pan. Esses jogos Panamericanos do Rio de Janeiro mostraram algumas coisas que merecem atenção: não tivemos violência urbana grotesca na Cidade Maravilhosa como vínhamos vendo nos últimos dias pré-Pan, mas o que mais me estarreceu foi a xenofobia demonstrada pelo povo brasileiro.

Poucas vezes vi tamanha demonstração de nacionalismo irracional em uma competição meramente esportiva. Isso me assusta. O nacionalismo é bélico e violento, em qualquer situação, mas esse tema já foi abordado anteriormente.

O que merece meus sinceros elogios é a cerimônia de encerramento dos jogos. Nada mais puro e tradicional. A cerimônia de encerramento dos Jogos do Rio foi genuína, nacionalista como foi o público presente nos estádios. Mostrou-se a realidade. Faltaram somente disparos provenientes de morros tomados por sub-habitações ou aviões caindo no Maracanã, mas isso já iria pegar mal. Tivemos fanque e prostitutas, nada mais carioca e brasileiro!

Já estava de saco cheio de cerimônias metidas a intelectuais, com apresentações de povos primitivos, arte pré-colombiana ou coisas do gênero. O Rio mostrou a cara e nos brindou com a paixão nacional: mulheres sem vergonha dançando.

Viva o Rio e viva o Pan, sucesso do nosso neo-nacionalismo ignóbil, xenófobo e escapista. O meu único porém fica por conta da ausência do nosso herói nacional, Zeca Pagodinho, o Zé Carioca de carne e osso, o protótipo do brasileiro, feliz e idiota com um copo de cerveja na mão. Bom, fica como dica para o próximo mega-evento do César Maia, os Jogos de Inverno talvez, ou Olimpíadas, Copa do Mundo, sei lá, o que vier será bem recebido e contará com o apoio incondicional dos babacas de plantão que estarão chorando na vitória ou na derrota, nos jogos de futebol ou de arremesso de martelo, inclusive estarão torcendo pelos cavaleiros com passaporte europeu, habitantes da rica e esnobe Bélgica e casados com princesas e não com atrizes da Globo.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Romildo

Recomendo a compilação de contos "Romildo" do escritor italiano Alberto Moravia. Muitos dos contos que podem ser vistos no livro nunca foram publicados devido à morte do escritor. Após uma paralisia, seus últimos contos foram escritos de uma maneira muito peculiar e apaixonada. O velho Moravia, com um pincel atômico na mão, colocava seus garranchos em folhas de papel e as guardava em sua gaveta.

O resultado dessa seleção de contos publicados desde a década de 30 até a década de 80, além dos inéditos, é um livro muito interessante. Contos polêmicos, bizarrices, gente estranha, aristocracia européia, crítica social, tudo isso fluía da mente singular de Moravia, um admirador de Proust, Eliot e Edgaer Alan Poe.

O texto que abre o livro, uma história de um pai de família que recebe um homossexual em sua casa de praia, é contado em duas versões. O caso de uma enfermeira peruana que é convidada a imitar um animal dentro de uma jaula para dois homens de relação enigmática, um homem de negócios que pede a uma prostituta urinar em sua cabeça, são apenas alguns exemplos do que podemos encontrar na escrita de Moravia.

No entanto, estas histórias mais estranhas não têm um final tão bizarro quanto é esperado pelo leitor que pode frustrar-se. O escritor mantém o clima de que algo hediondo está para acontecer, mas sempre o final é a volta à cordial realidade. Os leitores acostumados com os finais retumbantes de filmes de Hollywood podem não gostar da atitude das personagens de Moravia que, no último minuto, acabam sendo salvas por ordinários comportamentos conservadores.

Obra rica, vale também pelas dicas literárias dadas pelo escitor ao longo dos contos e gera uma admiração pela pessoa de Moravia, um foragido da Itália de Mussolini que passou por inúmeros pontos, alguns inóspitos, do planeta e colocou, com máquina de escrever ou com pincel atômico, o testemunho de suas mais sinceras percepções.

Nazistas II

Mais uma atitude hostil e intolerante da torcida brasileira nos Jogos Panamericanos. Na final do Pólo Aquático Masculino, na derrota por 9-2 contra o Estados Unidos, juízes e adversários foram mais uma vez agredidos pela ultranacionalista de ocasião torcida brasileira.

Hino cantado do início ao fim com lágrimas e aos brados...vaias ao hino adversário, agressões físicas e verbais...nada de novo, somente mais um capítulo de irracionalidade.

terça-feira, 24 de julho de 2007

O Pan De Hitler

Mais que qualquer ouro, jogo de vôlei de praia, briga de espadas ou choro olímpico, o que mais me chamou atenção foram as manifestações de intolerância, selvageria, boçalidade e nacionalismo burro demonstrados nos últimos dias de jogos Panamericanos do Rio de Janeiro.

Começou com a derrota do vôlei feminino e as acusações baixas e levianas do treinador contra a república representada por um time de seis mulheres que o derrotou, NO ESPORTE, dentro de quadra. Foi esquecido que essa é uma competição esportiva - de quinta categoria - diga-se de passagem, e não uma guerra.

Depois vimos uma platéia hostil, violenta, mal-educada, desrespeitosa que provocou a delegação argentina de Rendibol, esporte este que conta com nenhum apoio e popularidade nesse país, mas que, no entanto, contou com estádio lotado e platéia furiosa em um jogo envolvendo Argentina e Brasil. Um fato marcante e que pode ser usado como resumo dessa fúria nacionalista estúpida brasileira, é a imagem do ex-jogador chorão e rei de despedidas lacrimoginosas Oscar. Absurdamente alterado, ele esbravejava palavras de ordem e de intimidação contra a delegação visitante, contra o pelotão adversário, e teve que ser contido pela segurança local. O mesmo Oscar foi convidado a se retirar das dependências do estádio de ginástica. Motivo: xingamentos contra as guriazinhas adversárias da Pátria, crianças bonitas, simpáticas e sorridentes entre 12 e 18 anos, pelo menos aparentemente.

O comportamento nazista ultra-nacionalista da mestiça população brazuca foi mais uma vez aterrorizador nas disputas FEMININAS de judô, com a delegação cubana sendo agredida nas arquibancadas e mais uma vez contando com a participação de um ex-atleta local, dessa vez Aurélio Miguel.

Além de atletas (não soldados) adversários, juízes são coagidos ao final de cada atividade esportiva. Por não ser um país esportivo, o público brasileiro entende nada de esportes e suas regras. Para essa população esportivamente leiga, esportes como ginástica, judô, esgrima, hipismo entre outros, são sempre empate. Não têm a capacidade de ver a diferença entre apresentações e, portanto, crêem que o vencedor deve sempre ser a sua pátria amada deitada eternamente em berço esplêndido. O problema é que os juízes vêem as diferenças técnicas e, infelizmente para os nazistas tupiniquins, eles têm que dar o título ao melhor, e qualquer derrota brasileira é vista como atentado ao pudor, como um erro absurdo, como roubalheira.

Roubalheira é esse país, onde se rouba até selos de assembléias por aí. A única explicação aceitável para esse comportamento criminoso do público é o escapismo, sair do inferno astral que é a vida desse povo, que se vê obrigado a amar uma pátria que lhe bate na cara e ri de sua desgraça todos os dias, amor platônico no melhor estilo novela mexicana.

O brasileiro defende a sua pátria com unhas e dentes, extravasa a sua cólera, defende a sua puta, aquela que apenas quer os seu dinheiro e lhe vira a cara na hora da doença, aquela mesma em que ele fala mal todo o tempo. Vaia Estados Unidos, nação poderosa que ousa ter mais ouros no Pan que o governo brasileiro tem no cofre. Vaia-se Cuba, o pobretão que ousa ganhar sempre do país do futuro e vaia-se o vizinho por ser vizinho e com fama de bonitão.

Espero que o Comitê Olímpico Internacional veja isso, anote, e jamais dê a chance de uma nação intolerante e perturbada receber os Jogos Olímpicos que jamais deveriam ser encarados como uma guerra étnica e sim como uma grande festa de nenhuma importância.

Em Berlim, Hitler foi saudado pelo povo que por sua vez respeitou as outras delegações. Aqui, o líder foi vaiado e os adversários são agredidos. No Rio, todos somos Hitler e todos os atletas não-brasileiros são Jesse Owens. Demência.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Governabilidade Burra

A minha hora do almoço é o momento mais esperado do meu dia comercial. É a hora em que "eles" nos abastecem para que voltemos a produzir. É como levar o carro ao posto de gasolina. Ninguém morre de amores pela tarefa de abastecer o tanque do carro, além de sem graça é caro, mas é uma obrigação.

Pois a minha hora de almoço está panamerizada. Se não é Pan é acidente aéreo. Prefiro o primeiro. A minha diversão hoje foi ver a entrevista coletiva do técnico da seleção feminina de vôlei do Brasil, um tal de Guimarães. Mal educado, arrogante, típico brasileiro, ou seja, come merda e arrota escargô. Já notaram como brasileiro gosta de tribudiar a miséria africana? Pois é, isso porque nunca ninguém jamais saiu do condomínio e foi passear no interior do Ceará, Acre ou Alagoas.

Visivelmente irritado, o treinador respondia com hilariante irritação e, em alguns momentos, tentou falar em espanhol para que os jornalistas cubanos, detentores da medalha de ouro, entendessem melhor as agressões do tal Guimarães. Bem feito que perderam.

Mas coletiva é um negócio interessante. Unindo os dois assuntos, acidente e Pan, pensei: qual seria a pergunta que eu faria ao Lula, caso pudesse somente fazer uma mísera pergunta? Tenho ela na ponta da língua apesar de não ter muitas esperanças de um dia poder fazê-la.

Quando assumiu o governo, o principal objetivo do governo Lula era a busca da "governabilidade", ou seja, unir esfoços, juntar antigos desafetos, todos em torno do Lulinha paz e amor e, assim, colocar o país para a frente, com oposição mínima.

Lula conseguiu. Jamais um governo conseguiu agregar tantas correntes e idéias políticas em um mesmo time. Duvido de que água e azeite não se misturem nas mãos do Lula. Nada é impossível depois de vê-lo abraçado a patifes do porte de ACM (que o diabo o carregue), Jáder, Renan e cia.

Governabilidade. A minha pergunta seria: Lula, será que uma atitude mais dura contra Renan Calheiros, uma posição mais firme e não essa conivência criminosa do governo não formularia uma imagem melhor do senhor e de seu governo perante a sociedade? Será que a "governabilidade" não seria mais azeitada caso a imagem do governo fosse a de um governo punitivo, atento, não conivente com a patifaria? Ou será que passar a mão na cabecinha do Renan, mantendo ele e seus parceiros em romance com o governo, em busca, de novo, da "governabilidade" é mais importante?

Resumindo: é mais vital para a "governabilidade" o apoio popular, a opinião pública ou o apoio de Renan e seus miquinhos amestrados?

Agora faço um linque com a crise aérea: o nosso ministro da Defesa, que já deu motivos para demissão mais de 100 vezes, foi mantido no cargo após o auge da crise aérea em busca de quê? Manter esses aliados. Em busca de quê? Da "governabilidade".

O acidente da TAM escancarou as feridas, colocou, de novo, a apática sociedade em cima do governo e isso é ruim para quê? Para a "governabilidade".

Assim sendo, quem é mais importante para a "governabilidade", a sociedade ou apoios de políticos de atitudes condenáveis?

Jamais perguntarei isso ao Lula e ele jamais me responderá. Então, o que me resta é eu mesmo responder a minha pergunta: Sim, o Lula está certo. Ele aposta na sociedade brasileira, ele sabe, olhando para o histórico recente, que após algumas medalhas de ouro no Pan ou após mais alguma tragédia, tudo é esquecido, zeram-se os cartões amarelos, tudo limpo e fértil para a manutenção da governabilidade de nosso país do futuro e rico por natureza. Ruim é na África.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Live Earth

Até quando os meios de comunicação nos vão oferecer esses megaeventos disfarçados de salvadores da humanidade, defensores de causas impossíveis? Até quando nossos "ídolos" farão discursos piegas sobre criancinhas e paz no mundo?

O "Live Earth" e o discurso do Dunga ao final do jogo contra a Argentina foram mais dois exemplos dessa mania de passar a responsabilidade pelo fracasso da humanidade para a população pós-moderna. Ninguém pode fazer alguma coisa para salvar o mundo do derretimento global e tampouco podemos, nós, meros telespectadores da Globo, salvar as criancinhas de Ruanda. Pelé dedicou o seu milésimo gol a elas e agora Dunga conclamou a América a salvar os pequenos ruandeses e palestinos.

Festivais de música podem ser bons eventos, o "Live Earth" teve boas apresentações como a volta do "The Police" aos palcos ou a simples presença da beleza e graça de Joss Stone com seus pés nus, mas que fique por aí. Que as pretensões dos organizadores limitem-se a cifras recordes de faturamento e que os métodos para conseguirem tais cifras não sejam a tentativa de ser algo salvador da humanidade.

Após tantos filmes, tenho certeza que o Estados Unidos nos salvará de qualquer catástrofe e/ou invasão extraterrestre, estou muito tranqüilo e seguro quanto a isso. Os efeitos especiais dos filmes são tão bons, impossível que isso seja inviável de ser realizado. É um alívio não ter mais esse peso nas costas de ter que salvar a Terra em um caso extremo.

Madonna pediu ao público de Londres: "if you want to save the planet, put your hands up". Ora, que diferença faz nossas maõs erguidas ou apalpando o indivíduo mais próximo? O mundo continuará se destruindo, gases e poluição continuarão sendo emitidos.

Dunga disse: "é um título para criancinhas de Ruanda". Ora, o que esse maldito e injusto título mudará nas pobres vidas dos desnutridos infantes de Ruanda? Ou mesmo do Brasil? Nada, como já diria Guy Debord. O único efeito, se é que será realizado, será negativo. O título pode inspirar a emergente seleção de Ruanda a jogar inspirada no tacanho time do Dunga e não no genial time da Argentina.

É muita pretensão. A nossa sociedade está tão espetacularizada que todo mundo se crê importante, crêem que são semi-deuses pelo simples fato de serem "famosos". Somos números! Qual o problema de admitir que somos meras engrenagens de uma máquina claudicante, somos nada, somos mais um. Uns.

Madonna ou Dunga são números. Os seus feitos são tão relevantes como a publicação de um texto meu, que sou tão desimportante quanto eles, em um Blog. Por que não aceitar isso?

Chega de manifestações pela paz no Rio de Janeiro! Assim os jornalistas da Globo não precisarão ir atrás de pauta nunca mais. Todos os dias alguém coloca alguma coisa nas areias de Copacabana para escancarar para o mundo quantos números morrem a cada dia.

Não podemos salvar o mundo. Se o "Live Earth" e o Dunga querem fazer algo realmente útil para "salvar o mundo" que façam esse xou e esse jogo de futebol, duas coisas de uma desimportância invejável, no rancho de George Bush no Texas ou na reunião da cúpula do G8 ou em Davos. A parcela apta e dotada de mecanismos para salvar o mundo e as nossas criancinhas são poucos, são 8.

E eu não faço parte desses 8, tampouco sou amigo deles. Sou um número. E sou feliz, consciente de minha desimportância para a maioria da humanidade e para a sociedade.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Argentina

Cada vez tenho mais certeza - se é que "certeza" tem grau de intensidade - de que não há escola de futebol no mundo mais virtuosa que a argentina e isso não são olhos de "hincha". Não gosto e falo bem do futebol argentino por ser um torcedor e sim sou torcedor por admirar o futebol jogado nesse país.

Que o Brasil tem mais Copas do Mundo, é fato, assim como Alemanha e Itália, mas futebol é muito grande para ser resumido em Copas do Mundo. Deixemos o pragmatismo de lado e vejamos o futebol jogado dentro de campo.

A minha primeira Copa do Mundo como ser humano apto para tecer comentários coerentes foi a de 94. Nenhum time jogou metade do que jogou a Argentina até a fatídica e dramática exclusão do maior de todos os tempos por dópim. Do meio para a frente a Argentina contava com nada mais nada menos que Redondo, Caniggia, Balbo, Batistuta e Ele. O futebol apresentado era do mais alto nível, enchia os olhos, gols com trocas de passes intermináveis, individualidades, a Argentina apresentava um futebol maravilhoso em uma Copa de excelente nível técnico vencida por um time regular, apenas trabalhador e competente.

Em 98 um time de novo - como sempre - com muita qualidade. Seguia Batistuta, Ortega no seu apogeu, Gallardo aparecendo, Claudio López, Verón, mais um grande elenco, no entanto, menos que na Copa anterior. A primeira Copa sem Ele acabou com um gol genial de um gênio, Denis Bergkamp e uma arbitragem falha que não anotou um pênalti claro em cima de Ortega.

Grandes elencos e grandes times são a tônica do futebol argentino. O time campeão mundial sub-20 com Saviola, D´Alessandro, Maxi Rodriguez, Romagnoli e companhia foi um dos times que mais me encheu os olhos. Futebol agressivo, ofensivo, muita técnica, muita falta de respeito pelo adversário, soberba, isso tudo só poderia acabar com um título com direito a 4-0 na final.

A Copa de 2002 trouxe alguns desses craques do ano anterior, o favoritismo e outro elenco excelente, favorito ao título. O que se viu em campo na estréia foi uma atuação digna desse favoritismo, uma belíssima atuação de futebol total do Bielsa que culminou com a única vitória argentina nesse torneio de final trágico. Nos jogos seguintes contra Inglaterra e Suécia, vimos um time nervoso, acanhado, uma atitude semelhante ao que se viu em 94 após a despedida forçada Dele. Cada um vê um motivo para tal atitude. Eu acredito que 11 seres humanos não foram capazes de levar nas costas a responsabilidade de fazer uma população de quase 40 milhões de pessoas sorrirem em meio ao maior caos social de sua história. A seleção e seu bom futebol apresentado em amistosos anteriores e nas Eliminatórias e a isso se inclui o baile dado no Brasil em Núñez não foi capaz de encarar esse desafio amargo e isso é entendível. O jogador argentino é diferente do jogador brasileiro em caráter. Todos sentiam a responsabilidade que tinham, eles não se cansavam de comentar sobre a calamitosa situação política que vivia a nação e nos semblantes podíamos notar a preocupação. O jogador brasileiro é adepto do "vamos fazer o nosso papel e deixar cada um resolver seus problemas", ou seja, é mais pós-moderno, individualista e isso é positivo nesse sentido. Não há efervescência social que altere os ânimos de boleiros brasileiro. Alegria, alegria.

Nas Olimpíadas de Atenas em 2004, mais um time avassalador, lembrando muito, pela jovialidade e qualidade o sub 20 de 2001. Espetáculo de Tevez e companhia. Goleadas, golaçõs, massacres e uma surra na Itália na final.

Copa América 2005, derrota dramática nos pênaltis para um frouxo Brasil depois de exclentes apresentações dos abusados Tevez, D´Alessandro e cia.

Copa de 2006, golaços - os dois mais bonitos da competição eleitos pela FIFA - atuação inesquecível contra a Sériva & Montenegro, grande futebol e mais uma crua derrota nos pênaltis dessa vez para a Alemanha.

A seleção argentina de futebol é o único time do mundo que ataca o tempo inteiro como se estivesse precisando de um resultado a todo o momento, vide o time atual na disputa da Copa América e o seu sub 20 avassalador com Agüero, Zarate, Banega e cia. Conta com 2 dos 4 maiores jogadores do mundo no momento: Riquelme e Messi (os outros são Kaká e Cristiano Ronaldo), por que não ganha um título com a seleção principal? Não sei. A Argentina é uma terra muito dramática, as crises e lágrimas são intensas, vive-se e respira-se futebol a cada segundo. Talvez se fosse levado menos a sério, seriam imbatíveis.

No entanto, o futebol argentino não pára de ganhar títulos. É o maior campeão de Copas América, tem o dobro de títulos do Brasil e, de 9 finais disputadas entre os dois, ganhou 8 e perdeu uma - 2005 - nos pênaltis; tem mais Mundiais Interclubes que qualquer outro país, o dobro de Libertadores que o segundo colocado, pentacampeão mundial sub 20 e, o maior título de todos, a qualidade interminável, as trocas de passes, o maior de todos os tempos, o jogar futebol como ninguém, ganhando ou perdendo, enchendo os olhos de quem vê e exibindo jogadores da mais alta técnica.

A cada jogo da Argentina eu encontro respostas que esclarecem o porque que eu gosto tanto desse esporte. Domingo, espero que o placar seja um espelho das diferenças técnicas dos dois times, ou seja, 15-0.

Copa América 2007

Vamos, vamos, Argentina...
Vamos, vamos, a ganar...
Que tu barra...quilombera...
No te deja, no te deja, de alentar!

Paliza en los macaquitos en el domingo!

terça-feira, 3 de julho de 2007

Cotas Raciais

Finalmente temos uma definição quanto às cotas para afro-descendentes na UFRGS. Resumo da ópera: mais uma coisa que é empurrada com a barriga pelo Estado. Mais um paliativo, segue-se tratando de câncer a base de aspirinas.

Inicio comparando o estabelecimento de cotas para negros com a questão dos pedágios. Máfia inserida no Rio Grande do Sul através de Britto. Máfia esta que está em pauta esta semana na Assembléia Legislativa desse estado passando por uma CPI que é contrária a proposta de nossa governadora socialaite de renovar os contratos das licitações para as empresas de pedágios, os "muros de Berlim" gaúchos que partem municípios e regiões pela metade e estancam a produção e a indústria gaúcha além de separar famílias.

Pois as cotas para negros e a instalação de pedágios são dois absurdos do subdesenvolvimento que se alicerçam no mesmo erro latino-americano que é a aceitação humilhante e vergonhosa por parte do Estado de que não é capaz, não é competente o suficiente para resolver problemas, é incompetente e covarde.

Os contribuintes, entre inúmeros outros impostos, pagam o IPVA, imposto este que deveria ser usado na administração de estradas e rodovias. O Estado fracassa ao não conseguir realizar tal função com êxito e apela para a saída mais simples: inventar outro "imposto". Agora o contribuinte paga o IPVA, ele não foi abolido, continua vigente e caro, e ainda paga o pedágio.

Pagamos impostos para termos educação de qualidade. O Estado fracassa ao não conseguir sequer que os seus alunos do ensino médio passem nos vestibulares de universidades públicas e, então, enquanto a burguesia paga o "pedágio", ou seja, paga o ensino fundamental, médio e superior privado, o Estado é obrigado a reservar cotas para que esses seus alunos, que gozam de uma educação ineficaz, consigam, pelo menos assim, e somente é possível assim, entrar em uma universidade. Em suma, o Estado admite que não é competente para oferecer um direito dos cidadãos e busca uma alternativa baseada na raça, ou seja, racismo. "Racismo" não no sentido de ser contra alguma raça, mas em dividir pessoas, cidadãos, que, idepentemente de cor, pagam os mesmos impostos, em castas.

Ser negro deixa de ser um ponto negativo e passa a ser visto como a saída, a válvula de escape.

Admito que não esperava outra coisa de um Estado sem caráter como são os estados do continente latino-americano e levanto a questão: mesmo com IPVA e pedágios, as estradas continuam horríveis. A sociedade aceitaria a criação de um novo imposto? Uma nova aspirina para curar nosso câncer terminal no cérebro e na alma?

Com o fracasso do sistema de cotas na universidade pública, o Estado lançaria um medidor de nível de melanina no corpo para que os mais negros entrassem?

Duvido de mais nada.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

A Arte De Escrever Mal

Dizia uma reportagem especial do jornal Le Monde sobre Charles Bukowski que ele teria dito, em uma entrevista concedida ao caderno "Diplomatique", que tinha consciência que escrevia mal e que o fato de saber isso era o que fazia com que seus textos fossem aceitáveis ou bons.

Não sei se é o único fator ou o determinante para uma boa escrita, mas concordo. Aliás, não acho que ele escrevesse mal e daí parte meu comentário de hoje.

As vezes penso: eu odeio cinema e literatura. Penso isso pois a maioria do que leio ou vejo é ruim, diria até que é muito ruim. O bom e o excelente são raros - e preciosos.

Nada é pior do que feia burguesa tentando parecer a mais gostosa do pedaço, a última bolachinha do pacote. Há somente uma coisa pior que é o texto pretensioso.

Refiro-me à tentativa do escritor de passar a idéia de que é um grande escritor, mais ainda, um sábio, um poço de sabedoria, um ser superior, esse maldito dogma de que quem escreve é quase que um ser metafísico.

Sou contra a "arte pela arte" na literatura, vide o Romantismo brasileiro, piegas, insuportável. Além disso, o uso de expressões e/ou opiniões, normalmente fatos ordinários do cotidiano de todos que são usados com o objetivo de arrancar um "ah, é bem assim mesmo, adoro esse escritor". Nada é mais patético que agradar ao leitor, a falta de coragem e de segurança de quem escreve, a falta de ousadia e o medo de chocar, de ser radical.

A vida é uma grande série de decepções. Decepcionamo-nos diariamente. A cada decepção vemos o quão iludidos e idiotas somos. A cada bom texto lido, nos decepcionamos e vemos o nosso grau de idiotice e com isso crescemos um pouco.

O que vale ler o relato de alguém que acordou com sono e bateu com o minguinho no pé da cama e sentiu dor lancinante? "Bah, é bem isso que acontece com a gente mesmo". Essa é reflexão com teto de cimento e barras de ferro que vamos ter. Aniquila, impede a verdadeira reflexão. Há limites.

Por isso, jovens e velhos "blogueiros" escrevam mal, por favor, agrado encontramos longe dos textos. As crianças e nossos amores seguem sorrindo sendo fonte renovável e inesgotável de agrado e prazer para qualquer um que tenha sensibilidade mínima e/ou um amor.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Reforma

Muito se fala de Reforma Política e Tributária, realmente são duas necessidades imediatas para o país melhorar um pouquinho. Mas outra reforma que deveria ser feita é na maneira com que são julgados crimes parlamentares. Não sei como se chamaria essa reforma, Judiciária não pode ser pois essa gente não é julgada como os pobres mortais, eles têm seus tribunais particulares e coniventes, mas o nome é o de menos. Poderíamos colocar um nome engraçado como estes das ações da Polícia Federal, novos e passados: Xeque-mate, Navalha, Sanguessuga, Vampiros, Anões do Orçamento, Apagão, enfim.

Renan Calheiros, presidente do Senado, está acuado. No entanto, não demonstra tanta preocupação ciente de casos passados ocorridos com amigos e desafetos.

Algo melhorou no Brasil. Antes, casos como este tinham pequena repercussão e, em muitos casos, eram abafados. Hoje não temos condenações adequadas, mas pelo menos temos a publicidade dos fatos. Infelizmente "o povo não tem memória" e por mais que vejamos difamações públicas como Collor, Sarney, Jader, Maluf, entre outros, eles são eleitos depois de alguns poucos anos.

A coisa está tão feia para Renan que ele, no desespero de justificar a origem do seu dinheiro, começou a "fabricar" notas fiscais de supostas vendas de gado. Os alegados compradores, são empresas que tiveram seus CNPJ's expedidos nas últimas semanas e não possuem sedes, donos, nada.

Até na avenida Paulista tem mais gados que na fazenda do Renan. Tudo é uma grande tentativa de escapar de um buraco obscuro e imoral que não tem saída.

O curioso da história é que, como em outros casos de nossa história corrupta, o estopim da crise foi dado por um envolvimento pessoal. Dessa vez "amoroso".

Teve um filho com uma jornalista "oportunista" e, naquela celeuma de pensões, acabou tendo os seus probleminhas. Barraco puro. Dessa vez não foi motorista, guarda-costas ou capataz e sim a amante ferida.

Há alguma chance de, após renunciar ao cargo, ele seja mandado para atrás das grades? Mais fácil o Grêmio reverter os 0-3 do Boca. Esse benefício de "julgamento especial" é o maior incentivador da corrupção política do país. Lembram dos juizes cariocas, outra classe que goza dessa diferenciação judicial? A punição foi uma "aposentadoria compulsória", ou seja, foram "obrigados" a se aposentarem recebendo salários integrais.

Esse é o próximo passo. O trabalho de investigação feito pela Polícia Federal no governo Lula é o melhor de toda a história desse Paraíso Tropical. No entanto, a minha reforma, ainda anônima, anseia pela sua aprovação.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Caxias Com Grife

Deu a lógica. Para quem tem um pouco de senso crítico, discernimento e não se deixa influenciar por discrusos acalorados e/ou papo furado da atmosfera na aldeia, o jogo ontem foi a coisa mais normal do mundo, mais previsível que final de novela.

Antes de começar o jogo resmunguei: o Boca vai ditar o ritmo, administrar a partida e fará o jogo se tornar chato. Não deu outra. O Boca com a bola, jogo chato, morno, primeiro tempo de causar sono, o Grêmio esbarrando na incapacidade individual de seus jogadores e na ampla, absurda superioridade do Caxias C.G. em todos os sentidos do rival. A defesa do Boca parece frágil, disse eu depois do primeiro jogo. Ora, cometi o erro de analisar um adversário que não vejo jogar constantemente. A defesa foi impecável e Cata Díaz foi o melhor em campo.

Acho que, com essa derrota, vamos acabar com essas paulocoelhices de "imortalidade" e mais não sei o que, essa lenga lenga de auto-ajuda. Tudo bem, o Marsiglia pela primeira falou algo que eu concordei e não tinha visto por esse lado. Segundo o ex-árbitro, a torcida estava com toda essa empolgação justamente por IGNORAR o adversário pois, se parasse para analisar o adversário, sem paixão e com o cérebro, nem iria ao estádio.

Sobre o jogo, hoje estou bonzinho, vou dar crédito a mais um midiático e agora um coirmão, Falcão. Pois o Paulinho disse que o Grêmio era a vontade tentando combater a técnica do Boca e foi essa a tônica do jogo. Segundo o mágico Mano Menezes, o Boca, com a vontade aflorada de meter gols no Grêmio na Bombonera, tornou os seus jogadores mais passíveis ao erro, enquanto que ontem, jogando com tranqüilidade, escancarou a todos a absurda diferença técnica dos elencos dos dois times. Ainda falando de Mano, ele disse: "não dava para chegar mais longe que o vice. O que acontece é que geralmete o melhor ganha e foi o que aconteceu". Aliás, jamais vi tanta coerência e frieza em uma entrevista de pós-jogo.

O Grêmio é um time médio. Convenhamos, o Mano tirou leite de pedra, pois levar um grupo sem reservas decentes (Éverton entrou no segundo tempo...) com Tcheco, Tuta, Patrício e Lúcio no mesmo time (é quase 40% dos 11 que iniciam!) até a final da Libertadores, é algo louvável. O Grêmio tem um jogador que gostaria de conhecer o seu empresário, que deve ser muito incompetente. Alguém responda: por que o Gavilán está jogando na América Latina ganhando em reais? É jogador de Europa. É, guardando as devidas proporções, o nosso Riquelme, me refiro à diferença dele em comparação com seus companheiros de time. Está em outro patamar.

O Boca sem Riquelme é muito mais time que o Grêmio; com Ele, é sacanagem. O homem é bom demais. Reclamou-se do Mano por não ter colocado marcação individual no homem. Ora, este marcador seria expulso sem sobra de dúvidas. Ele fez o certo e Riquelme foi extremamente bem marcado ontem. E Mano disse: "um craque tu podes marcar muito bem como fizemos hoje durante 80% do jogo, mas em um lance ele se livra da defesa, vai lá e decide". O cara é um monstro.

Lucas: desculpa, pessoal, mas dei prazo demais para que ele me convencesse. Vocês se aproveitaram que eu não estava na província para me venderem a idéia de que esse cara era fenômeno...e ele é fraquíssimo!

O Schiavi já completou algum jogo sem receber cartão amarelo? Não estou criticando, só uma curiosidade.

Torcida do Grêmio, foi legal a paixão cega, entendo, isso é legal, mas não caiam na onda de novo para evitar decepões. Resta o Brasileiro. A Libertadores não dava pra ganhar com esse time, mas o Brasileiro si se puede. Basta alguns arranjos. Temos a grana do Lucas e do Ânderson, dá pra montar um grupo melhor e um time forte.

Não foi pênalti. No mais, arbitragem perfeita.

Saudações tricolores.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Saudades

Ai, que saudades da civilização! Que saudades de Londres, quase 3 meses abaixo da linha do Equador já me estão matando.

Sinto falta da imponência de Londres, da diversidade, da forte identidade da cidade que aparece a cada esquina e construção.

O cheiro do inverno...o cheiro do frio chegando, as árvores secas do Hyde Park na altura de Bayswater, das promoções inacreditáveis das livrarias de Notting Hill, da elegância do povo, da beleza das mulheres e crianças, da simpatia das gordinhas roliças...

Do ruído do metrô chegando, do bafo quente, prenúncio da chegada do trem, dos avisos constantes e repetitivos de "Mind The Gap", "Can I have your attention, please", "This train is ready to depart" entre outros, a voz era sexi, eternamente irei formular no meu imaginário as feições da dama que pronuncia todos os dias sem se cansar ou se aborrecer essas simples e zelosas palavras.

Caminhar na orla do Tâmisa, programa de domingo, grátis, sentir o vento frio queimando o rosto, ver a alegria das crianças alimentando aos "flyrats", as malditas pombas gordas e saudáveis de Londres, saudades de usar o Oyster, de comer barato aos domingos em Camden Town, de conhecer gente interessante, imigrante, de escutar o sotaque inglês em uma conversa de pai pra filho no segundo andar do ônibus de manhã. O filho veste terninho e bermudas, estilo Bart Simpson e eles conversam sobre clima, futebol ou Congestion Charge.

A pompa inglesa, a fachada espetacular do Ritz Hotel, da Harrod's, a elegância de Chelsea e Kensington, as casa surreais de Hampstead, a harmonia dos parques, o futebol em Clapham domingo de manhã, o clima nostálgico e muito europeu de Portobello Market, as feiras, Greenwich e sua calma, mulheres não bonitas nem gostosas, senão espetaculares, obras divinas, alvas, deslumbrantes. Tudo. A efervescência, as novidades, as mudanças.

Alguém já se indagou se, quando se não está em algum lugar, será que esse lugar segue funcionando igual ou está congelado esperando que a gente chegue lá? Sempre tive essa dúvida que jamais será esclarecida, mas Londres eu sei que, a essas horas, ou a qualquer hora, está funcionando. É a cidade mais viva do mundo.

terça-feira, 19 de junho de 2007

O Rei De Havana

Olhem para a cara do autor na orelha do livro e já se terá uma idéia do nível da literatura a ser apresentada. A linguagem é de um calão subterrâneo, rechedada de palavrões e tenta, a todo o momento, passar a idéia de caos em um submundo de Havana.

O autor peca na insistência de atos sexuais bizarros e na repetição de ações pútridas, mas a obra é, no mínimo, interessante.

A vida de Reynaldo, "O Rei De Havana", uma vida sem a mínima esperança, perspectiva e sentido. Uma narração de suas "aventuras" nos meandros da podridão do meio ao qual faz parte.

O final do livro, o último golpe sujo do autor, lembra a devassidão do final de "O Perfume". Não é tão brilhante e tampouco surpreende tanto quanto, mas é cru, rápido, imapaciente e, claro, podre. Ânsia de vômito durante toda a rápida leitura e a certeza de que algo está fedendo perto do leitor são possibilidades que devem ser consideradas antes de iniciar a leitura.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Pan, Pan, Pan, Pan!

Pelo amor de Deus e/ou do Diabo, alguém sabe quando termina esse Pan? Qualquer tema dominante se torna insuportável. Mas, quando o tema é insuportável, a repetição dele se torna catalisador de suicídios.

A volta à Porto Alegre e ao trabalho de 8 horas diárias me puseram a par da televisão aberta. Sou, agora, compelido a ver Globo Esporte na hora de almoço. Após um almoço rápido, tonto com o tilintar de talheres das pessoas ao redor, todos na ânsia de alimentarem-se para voltar a produzir algo, saio para o segundo capítulo da tortura diária. O Globo Esporte é Pan.

A Globo quer nos convencer de que somos um povo amante dos esportes. Ora, odiamos esportes, isso é notório! Brasileiros gostam é de quem está ganhando. Se morre o Ayrton Senna e entra o Barrichello, cai audiência de Fórmula 1. Se a seleção brasileira está mal das pernas, os mangolões do vôlei ganham a atenção da Nação. E o tênis, esporte nacional? É assim. Odiamos esportes e eu mais do que todo mundo.

As Olimpíadas já são um porre, o que sobra para esse Panamericano? E para nos gaúchos, que nem participamos? Eu, só de birra, vou secar. Depois de acompanhar diariamente nordestino correndo atrás de uma tocha, eu revi meus conceitos e definições do verbete "sofrível".

O Brasil é a marionete da mídia. Todos estamos empolgados contando os dias para começar o Pan. O Pan é tudo que sempre queríamos! Imagina ver a bandeira verde e amarela no alto do pódio após o Brasil conquistar o ouro no tênis de mesa? Quanta emoção! Sem falar nos nossos fiéis representantes da Nação, os iatistas escandinavos e os jóqueis belgas. Temos que torcer por eles! São os salvadores da Nação!

Pra completar, tive que rir ao ver o Lula assinando o termo de compromisso do governo brasileiro para com a FIFA. Sim, em 2014 tem Copa do Mundo, viva o PAC e a Gautama, e o Lula assinou um documento que tinha, em seus tópicos, garantir segurança pública e, pasmem, transportes de qualidade...

Até o Haiti deve ter um sistema de transportes aéreo mais eficiente que esse caos brazuca. Temo por um festival de WO's na Copa e no Pan, com atletas que ficaram esperando vôo da VARIG em algum aeroporto fechado desse país.

Mas não há de ser nada, já faltam somente uns 15 dias, ou menos, nem sei, viva o Pan, Baloubet du Ruet e Torben Grael! E viva o Haiti, nossa colônia, irei torcer por eles no Pan!

quarta-feira, 13 de junho de 2007


Que Jogo!

Hoje vamos ver uma final de Libertadores de respeito. Final com o Inter, time covarde e regional, não é uma final clássica de Copa Libertadores, ainda mais quando o adversário da final é o São Paulo, time de bambis saltitantes

Mas já mandamos o São Paulo para casa e vamos para uma final classe A, contra o maior clube da América Latina, clube este que esteve presente em 4 finais somente na década vigente, ganhando três títulos. Vou mais além. O Boca é a maior instituição da Latrina, nada e ninguém move tantas paixões e loucura quanto o Clube Atletico Boca Juniors.

"La Bombonera no tembla, late", para os desconhecedores da língua oficial da América, "A Bombonera não balança, pulsa", essa é a idéia e o eslogam da Bombo, maior teatro do futebol mundial com sua arquitetura bizarra e com a constante presença do maior jogador de futebol de todos os tempos com seu carisma e insana loucura nos camarotes.

Grêmio e Boca são dois clubes grandes, enormes, gigantes; não são apenas grandes times como Cúcuta e Inter. O primeiro formou um time bom, mas, daqui 2 ou 3 anos, cai pra segunda divisão colombiana e sucumbe. O segundo, bem, todo mundo sabe o que é o Inter, time que, quando disputa a Libertadores, cai na primeira fase, vide 93 (classificavam 3 de 4) e 2007.

O Boca é o meu favorito. Tem o melhor time, bons jogadores em todas as posições a exceção do goleiro que é fraco e o melhor jogador do continente, Román Riquelme, gênio, plástico, artista da bola. Jogador que, não fosse sua condição de eterno guri pobre e acanhado, já teria ganho esses prêmios de melhores do mundo algumas vezes com a camisa do Barcelona, mas Román tem ojeriza e medo dos holofotes além de alergia à purpurina.

21h45min, ou na hora em que a novela acabar, vamos presenciar uma batalha campal histórica, uma final comparável a 83 quando o Grêmio enfrentou o poderoso e favorito Peñarol, uma final de dois castelhanos de fibra. E, por favor, aceitem, o Brasil está FORA da decisão da Copa Libertadores da América de 2007.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Tempo

A falta de assunto é algo que me entristece. Prefiro o silêncio aos assuntos estúpidos. Começo de estação é triste. Todo mundo sabe que esfria no outono assim como é notório e nada de espetacular o fato de termos verões insuportavelmente quentes. Por que todo mundo fala tanto do tempo?

Falta de assunto. Manhãs de 5 graus são excelentes para boas conversas, abordar assuntos interessantes. Dias chuvosos são perfeitos para uma reclusão de leitura ou Playstation, mas não falar da chuva, prospectar até quando e quantidade de chuva chovida.

Prefiro ser antipático e simplesmente aceitar as opiniões adversas, apesar de amar o frio e e a chuva. Calor é ordinário e promíscuo.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

O Papa é pop

A triunfante chegada do pontífice santíssimo salve salve Papa Bento XVI ao Brasil trouxe muitos problemas ao país. Além dos mais óbvios como o caos no trânsito das periferias em São Paulo e a fortuna gasta pelo governo, esse santo fato foi o responsável pelo assassinato da preguiça que adiava a construção do meu blogue. Tinha que escrever sobre essa comédia. A cada pós-almoço vendo as imagens, a cobertura midiática, idiótica, o fanatismo, as esperanças vendidas, propagadas, metidas goela abaixo, as declarações, os litros de pranto, aquela vontade de, meu Deus, tenho que escrever sobre isso. Posso rir, mas tenho a função como cidadão de escrever sobre isso, documentar esse momento de santíssima santidade.

Tudo bem, o alemão santo condenando o uso da camisinha, condenando o aborto, as mães solteiras, o segundo casamento e tudo mais, isso mereceria um texto, uma crítica, mas isso já está mais do que batido. Se fosse o único a relatar minhas idéias sobre o Pontífice amado de todos, obviamente abordaria esses temas, mas não é o caso. Vamos nos divertir com o xou de horror da chegada do representante de uma coisa que nem sabemos se existe na Terra. Alguém já parou para pensar e definir o que é um papa? É o representante de Deus na Terra. Ninguém sabe o que é Deus e ninguém tem certeza de sua existência e o seu representante é um dos caras mais importantes do mundo. Tudo é assim de curioso e de pitoresco no que rodeia isso tudo, essa pontificidade toda.

O Brasil é um estado laico. Bom, isso é o mínimo que se pode esperar de um país. O Lula declarou isso e depois completou: "se Deus quiser a chegada do Papa irá ser um catalizador dos nossos projetos para melhorar esse páis". Nada "laica" essa frase, mas tudo bem, o Lula só está continuando com a sua busca pela "governabilidade", não sobra nem para o Papa.
No entanto a declaração de Lula tem ecos na multidão. Multidão essa que está lá dormindo no chão, morrendo de frio, cansaço, desde as 5 da manhã em filas, tudo isso para ver esse "pop star". Sim, ele é um pop star, um Michael Jackson de 80 anos.
Vamos pensar na teoria da sociedade do espetáculo. A visita do Bento a qualquer lugar é, antes de qualquer coisa, um espetáculo. Atrai mais mídia, gente e holofotes do que qualquer pop star americano. Só Rolling Stones botou mais gente no Rio de Janeiro para vê-los e adorá-los, mas daí já é covardia. O Papa é foda, mas não é o Mick Jagger! Assim como Jesus Cristo não era tão famoso como os Beatles.

A visita do Papa ao Brasil é uma tentativa agônica da Igreja Católica de, primeiramente, criar uma boa imagem do Bento. Todo mundo abaixo do Equador o via como um cara amarrada, não tão bom velhinho como o João, seu antecessor. O papa chegou aqui todo carismático, sorrindo, falando em português, bem como já fizeram outros tantos de sua classe como Mick Jagger, Frank Sinatra, Bono Vox, esse último mais marqueteiro que o próprio Papa.
O Papa é tri legal, não há dúvidas. É alemão, mas não é chato como o Schumacher e o Kahn, por exemplo. Bom, o segundo e principal motivo da vinda do Papa ao maior país-pobre-católico do mundo, é que aqui está a salvação da Igreja como instituição.
Na Europa a Igreja Católica a cada dia que passa fica mais sem graça, mais esquecida. Suas idéias repetitivas (aborto, camisinha...) lá já encheram o saco. Aqui está a salvação, aqui é pobre e ignorante, nenhum mercado é mais receptivo do que esse. O Brasil recebe o Papa representando a América pobre e ignorante, representamos os nossos irmãos populosos e católicos México e Colômbia e também os pequenos.

Ao ver essas imagens de devoção popular em pleno século XXI, sim, cito o século como agravante pois para mim a Igreja e a religiosidade são coisas fora de moda que não consigo entender como ainda persistem existindo, me indago: será que tem alguém da classe média que ainda acredita nisso tudo?
Legal de ver a cobertura da Globo. O sorriso inebriado e "cult" de seus apresentadores com cortes de cabelo féxiom e fala mansa. Tudo muito legal, deveríamos trazer o Papa mais vezes aqui pra floresta, convidá-lo em época de carnaval, até, quem sabe, para ser samba-enredo da Beija-Flor.
Bom, agora, passado bom tempo da santíssima visita e bom tempo que eu acabei esse texto debutante, o coloco no ar inaugurando o blog.