sábado, 20 de dezembro de 2014

Ranquim 2014

Após mais uma final do Mundial Interclubes, divulgo o melhor ranquim de futebol jamais produzido. É sempre bom ver uma final entre o campeão da Libertadores e o campeão da Champions League. Atlético Mineiro e inter nos privaram dessa entretida decisão.

Vale louvar a boa postura do San Lorenzo no jogo de hoje. Admitiu sua imensa inferioridade, mas, através de uma aplicação e também contando com a falta de costume do Real Madrid de enfrentar adversários mal educados, incômodos, se viu um jogo sem chance de gol em todo o primeiro tempo que era o que o San Lorenzo queria. Infelizmente um erro bobo de passe originou o escanteio que abriu o placar para os europeus em mais uma desatenção, dessa vez por parte do veterano Yepes que se deixou atropelar pelo fenômeno Sergio Ramos.

O gol no início do segundo tempo, em mais uma entregada dos argentinos, decretou o final do jogo e deu o título aos madrilenhos que realmente são os melhores do mundo atualmente.

Dito isso, comecemos com os ranquins.

50 maiores clubes do mundo:

1.     Real Madrid – Espanha;
2.     Bayern Münich – Alemanha;
3.     AC Milan – Itália;
4.     Juventus – Itália;
5.     Barcelona – Espanha;
6.     Peñarol – Uruguai;
7.     Manchester U – Inglaterra;
8.     Boca Juniors – Argentina;
9.     Ajax – Holanda;
10. Nacional – Uruguai;
11. Inter Milan – Itália;
12. Liverpool – Inglaterra;
13. Porto – Portugal;
14. Independiente – Argentina;
15. River Plate – Argentina;
16. São Paulo – Brasil;
17. Benfica – Portugal;
18. Olimpia – Paraguai;
19. Santos – Brasil;
20. Celtic – Escócia;
21. PSV – Holanda;
22. Estudiantes – Argentina;
23. Olympiakos – Grécia;
24. Vélez Sarsfield – Argentina;
25. Colo-Colo – Chile;
26. Flamengo – Brasil;
27. Corinthians – Brasil;
28. Dortmund – Alemanha;
29. Rangers – Escócia;
30. Internacional – Brasil;
31. Palmeiras – Brasil;
32. Dinamo Kiev – Ucrânia;
33. Estrela Vermelha – Sérvia;
34. Atl Madrid – Espanha;
35. Dynamo Dresden – Alemanha;
36. Grêmio – Rio Grande do Sul;
37. Feyenoord – Holanda;
38. SC Anderlecht – Bélgica;
39. Steua Bucarest – Romênia;
40. Arsenal – Inglaterra;
41. Cruzeiro – Brasil;
42. Nacional – Colômbia;
43. San Lorenzo – Argentina;
44. Galatasaray – Turquia;
45. Cerro Porteño – Paraguai;
46. América – Colômbia;
47. Marseille – França;
48. Vasco – Brasil;
49. Rosenborg – Noruega;
50. Borussia MG – Alemanha.

Os únicos gigantes do futebol mundial que nesse momento não figuram nas divisões principais de suas ligas nacionais são: Rangers, que está na segunda divisão escocesa já que o clube quebrou e teve que disputar a quarta categoria desse país; o Dynamo Dresden disputa a terceira divisão alemã, o América de Cali colombiano se encontra na segundona deste país e o Vasco foi recém ascendido à primeira divisão do futebol brasileiro.

Os clubes com mais títulos mundiais são o Real Madri e o AC Milan com quatro cada um;

O clube com mais títulos continentais é o Al-Ahly do Egito com oito conquistas; entre os gigantes, os que mais títulos conquistaram foram AC Milan e Independiente com sete;

O clube com mais títulos domésticos é o mesmo Al-Ahly com 26 trofeus; entre os gigantes o de mais logros nacionais é o Olympiakos com 25;

O ranquim completo conta com 746 clubes de 87 países;

Considerando apenas os clubes grandes, o país com o maior número de representantes é o Brasil com nove clubes e é seguido por Argentina com seis e Alemanha com quatro;

Agora divulgo o ranquim das ligas mais competitivas do mundo:

1.     Argentina;
2.     Espanha;
3.     Brasil;
4.     Inglaterra;
5.     Itália;
6.     Alemanha;
7.     Uruguai;
8.     França;
9.     Portugal;
10. Holanda.

Falando de seleções nacionais, segue a lista com as que são consideradas, segundo o ranquim, as grandes do planeta:

1.     Brasil;
2.     Alemanha;
3.     Itália;
4.     Argentina;
5.     Espanha;
6.     França;
7.     Uruguai;
8.     Inglaterra;
9.     Holanda;
10. Rússia;
11. Ucrânia;
12. República Tcheca;
13. Croácia;
14. Letônia.

sábado, 25 de outubro de 2014

Cuba vs Miami

Ainda não havia me manifestado a respeito das eleições que já estão na antessala do segundo turno não por falta de opinião ou por falta de temas a serem comentados, senão por pura falta de tempo. No entanto o tempo deveu ser encontrado e aqui estou.

Não vou falar somente da questão eleitoral que todo mundo sabe e não parece inovar dessa vez: PT de um lado e ANTIPT do outro com erros crassos dos incompetentes – ou mal intencionados – centros de pesquisas eleitorais no meio, especialmente no Rio Grande do Sul onde mais uma vez o candidato que poderia ganhar no primeiro turno nem chega ao segundo turno e uma terceira via que aparentemente cumpria tabela aparece em primeiro lugar e, para completar, como franco favorito. Nada novo no fronte.

Como um analista de comportamento da população e da mídia por prazer, o que mais me chama a atenção nessas eleições não é nem as eleições de palhaços, jogadores de futebol ou criminosos, mas as manifestações públicas da população através das redes sociais e a cobertura que a mídia dá para os fatos.

Contrariando a grande maioria, vejo, mais acentuado do que nunca, uma disputa extremamente polarizada entre direita e esquerda, algo que muitos dizem que “não existe mais”. Os que afirmam isso confundem o fisiologismo partidário brasileiro com a ausência de duas visões de política e manejo do Estado. Concordo em gênero, número e grau que partidos políticos, com raríssimas exceções significam pouco ou nada; não obstante, a rivalidade entre direita e esquerda está em seu apogeu.

Analiso aqui algumas dessas manifestações que, em sua maioria, são simplesmente estapafúrdias e a primeira é a que dá título ao texto. A direita raivosa anti-petista brasileira tem uma obsessão por Cuba que nem a esquerda retrógrada, idealista e ultrapassada tem. Não passo um dia sem ver o nome de uma ilha quase que irrelevante para o futuro político do Brasil em pauta cibernética. A última foi bem simples, burra e marcada. Jogando com os números 45 de Aécio Neves e 13 de Dilma, construíram a seguinte pérola: o 45 formava a palavra “Brasil” e o 13 formava a palavra “Cuba”.

Em primeiro lugar, vale destacar que o Brasil do PT não tem nada de Cuba. Em Cuba não há 
liberdade de imprensa, não há eleições diretas, liberdade de mercado e a sua própria população está literalmente ilhada, pois não pode sair da ilha. Quando o fazem, é de forma ilegal. Os 12 anos de PT foram de muita paulada da mídia conservadora, tivemos eleições reconhecidas mundialmente como estando entre as mais eficientes, bancos lucrando como nunca, crescimento econômico e com a burguesia gastando quantias jamais vistas em xópins bregas de Miami.

Em segundo lugar, o modelo cubano somente é visto como exemplo para as alas mais radicais ditas “marxistas”, como o PSOL, PSTU, entre outros, em resumo, partidos sem expressão nacional que mereça tanta atenção por parte da direita e que, em sua grande maioria, jamais leram Marx.
O PT não quer transformar o Brasil em Cuba até porque a maioria dos petistas sabe que o modelo cubano parou no tempo e não funciona por inúmeros motivos que começam na genética humana predadora e gananciosa.

Mas o PT importou médicos cubanos e ajudou a construir um porto em Cuba? Sim e isso porque os médicos brasileiros que em sua maioria são filhos de famílias abastadas, não querem trabalhar nos rincões mais primitivos do país que não vão se tornar em noruegas da noite para o dia e que têm populações que não podem esperar por atendimento. Além disso, está, na cabeça da maioria dos petistas, aquele sentimento nostálgico de juventude que Cuba traz aos seus imaginários, em tempos em que o poder não era o principal objetivo do partido e quando as barbas eram ainda pretas e quando ainda podiam se intitular como os cavaleiros da moral. E, já que a ideia é comparar, durante o governo de FHC o ditador peruano Fujimori foi condecorado com o cruzeiro do sul, ou seja, cada um com seus ditadores.

Outro argumento dessa direitinha Miami brazuca é dizer: “aos esquerdistas que adoram Cuba e Venezuela, por que não vão morar nesses países? E por que criticam tanto o Estados Unidos e adoram os produtos criados lá?”

Essa é mais uma afirmação baseada na falta de argumentos e de análise. Eu me considero uma pessoa de esquerda politicamente falando, pois não confio em deixar os rumos da economia de um país nas mãos de uma elite financeira que sempre vai querer mais sem se importar com a classe trabalhadora, opinião compartilhada com o atual ganhador do prêmio Nobel de economia que colocou em seu trabalho central o estudo dos oligopólios, ou seja, não é o pensamento de Fidel Castro nem de Chávez. No entanto, não acredito no marxismo e repudio a esquerda radical e sem argumentos. O comunismo não funcionou e jamais funcionaria, sem contar que sempre foi seguido de governos inchados e corruptos, além de ineficientes e nunca geraram a qualidade de vida que sua população esperava. Ao invés de ter como consequência um governo onde todos vivessem bem, teve uma população inteira vivendo com limitações e sem chances de almejar algo diferente. Acho que o capitalismo ainda é o menos pior dos sistemas, mas defendo que só pode funcionar para benefício da maioria se há uma forte intervenção do Estado e ajudas sociais em todos os setores para não deixar o sistema ruir no depender de uma falsa meritocracia. Após dizer tudo isso, afirmo categoricamente que preferiria morar no Estados Unidos que em Cuba ou Venezuela pelo simples motivo de que se vive com liberdade de expressão e mais qualidade de vida nesses países. Não obstante, sou e serei sempre contra ações do Estado americano como invasões justificadas com mentiras a países localizados há anos-luz de distância e apoio ou vistas grossas a genocídios do século XXI como a questão palestina.
Mas a direitinha que faz tour na loja da M&M bate o pé: “deveríamos nos alinhar com as grandes potências como Estados Unidos, Japão e Europa e não criar laços com países desgraçados como a Palestina ou Cuba!” Ideia totalmente equivocada em todos os sentidos. Quando o Brasil era pátio americano, terminamos com a ditadura militar patrocinada pelos mesmos; “Mas estamos falando do mercado, da economia que é o que nos interessa!” Easy, tigers...o México foi, durante toda a sua vida um parque industrial focado no mercado e americano e teve sua economia estilhaçada com a crise financeira dos anos 80 no Estados Unidos; a Ucrânia, que fazia o mesmo com a Rússia, após o início da invasão do facínora novo Stalin, Vladimir Putin, assiste a sua economia ruir caso a União Europeia não comece a importar tudo que era produzido no país que não passa muito de chocolate e outras pequenezes; o que quero dizer com isso? Nada mais burro que focar-se em apenas um destino para seus bens e este foi um dos motivos que o salvou o Brasil de afundar na crise econômica de 2008, ter uma gama grande de pequenos novos mercados espalhados pelo mundo. Ah, e para completar, o Suécia acaba de reconhecer o estado palestino, ou seja, não são somente os adoradores do modelo cubano que o fazem.

A turma das férias na Disneilândia também adora se referir aos esquerdistas como “marxista de iPhone” ou “esquerda caviar”. Segundo esse raciocínio, eu, que poderia ter um iPhone e poderia comer caviar diariamente não posso me importar com as camadas mais pobres? Não posso querer um Estado mais atuante? Não posso criticar um sistema capitalista neoliberal descontrolado? Qual a conexão? Qual a lógica? A lógica é simples: PRECONCEITO. Quem goza das inúmeras benesses do capitalismo não pode querer que este seja mais inclusivo e humanitário; não gosta? Não usufrua dos seus benefícios. Estupidez total e falta de argumentos.

A turma da camisa Ralph Lauren em Miami também adora vir com gráficos coniventes – e também com cavalinhos bordados cada vez maiores - que, por exemplo, cruzam variantes como educação e voto e concluem que as pessoas mais “educadas” não votam no PT e sim no ANTIPT, opinião compartilhada por FHC. No entanto se analisarmos os votos por cada estado brasileiro, vemos contradições. Estados ricos como o Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro votaram mais na Dilma do que no Aécio; Roraima escolheu Aécio. Outro dado curioso é que os coronéis brasileiros sempre são eleitos em estados da região norte-nordeste, a menos “educada” do país. Em Tocantins, no Sergipe, no Amazonas, no Rio Grande do Norte, em Rondônia e no Espírito Santo, ganhou o PMDB. Em Alagoas ganhou o filho de Renan Calheiros, também do PMDB e o mesmo PMDB ganhou no deseducadíssimo Pará. Com quem? Com o filho de Jader Barbalho; a Paraíba foi de PSDB, diga-se de passagem.

Se o tema é senador, vemos mais uma vez que esta teoria furada vai rapidamente por água abaixo. O Acre foi de PP; Alagoas foi de Collor; o Amapá, Sergipe e Goiás foram de DEM; Amazonas e Bahia de PSD; o Ceará de PSDB; o Espírito Santo, Tocantins e a Paraíba foram de PMDB.
O último grito desesperado proveniente das praias artificiais de Miami é que de que o PMDB não é ANTIPT e sim aliado de Lula bem como o é Calheiros e Collor. Fato vergonhoso para o combalido PT, mas volto a insistir no fisiologismo partidário. O PMDB, por exemplo, apoia a Dilma e disputa contra o PT no Rio Grande do Sul, por exemplo, e assim acontece em outros vários casos. Ou alguém acha que o oportunista PMDB abandonará o governo federal em caso de vitória do Aécio?
Outros não ficam nem vermelhos de afirmar que tudo que aconteceu de bom nesses 12 anos foi resultado do governo de FHC e, caso Aécio ganhe agora, vai herdar, justamente agora, por pura coincidência, o fim do legado de FHC que não se pôde manter por mais de 12 anos e que explodirá, depois de passar bem pela maior crise econômica desde 1929, justamente agora, nas mãos de Aécio, pobre Aécio. A direita insiste, mas não engana a quem tem o mínimo de parte do cérebro funcionando. FHC foi feliz com o Plano Real, mas o PT soube transformar esse plano em um grande sucesso econômico com o maior êxodo de pessoas da miséria para a classe média e que termina seu terceiro governo com uma taxa de pleno emprego de menos de 5% MESMO estando o mundo em crise. A direita não se entrega e afirma que Angola cresceu mais que o Brasil como se o simples crescimento econômico fosse sinal de êxito. Se analisarmos alguns países com governos de direita como a Espanha e seus 20% de desempregados, 50% quando se trata da população menor de 25 anos, ou a Itália que tem 45% de seus jovens desempregados vemos que o Brasil não foi tão mal na área econômica. A direita quer que acreditemos que os 500 anos de governos de direita começaram a funcionar JUSTAMENTE quando o PT assumiu e consequentemente gozou deste árduo trabalho de cinco séculos. Seguindo este raciocínio, ganha o Aécio e somente colheremos resultados em 2514?
Corrupção. Talvez o mais enfadonho de tudo isso seja a ideia que muitos acreditam piamente de que o governo do PT foi o “mais corrupto da história”. Um dos primeiros atos de FHC foi criar a controladoria geral da união que foi usada simplesmente para coibir a criação de CPI´s para investigar o governo, algo que sucedeu com muita frequência no governo petista. E soma-se o escândalo do Sivam, a farra do Proer, as propinas nas privatizações de empresas lucrativas estatais como a Telebrás e a Vale, o mensalão que comprou a emenda da reeleição, a fraude de Luiz Estevão na construção do TRT de São Paulo, os ralos do DNER, a desvalorização do Real quanto ao dólar durante a madrugada com informação privilegiada para alguns amiguinhos que custou quase dois bilhões aos cofres públicos, o rombo na SUDAM de outros dois bilhões, na SUDENE outros bilhões e por aí vai. Também não nos esqueçamos da incompetente administração de FHC em relação ao tema da energia e seus “apagões” termo, esse sim, inventado nessa época que é o motivo, acho que ninguém mais lembra, de que não se tenham mais luzes de Natal em nenhum lugar do país. E vale lembrar que a São Paulo do PSDB está racionando água, sim, a cidade mais importante da América do Sul sem água. E já que o tema do momento é a PETROBRAS, vale destacar que, durante o governo de FHC, uma plataforma da petrolífera simplesmente AFUNDOU em pleno mar em um acidente causado por falhas estruturais em sua construção. Também é importante salientar que muitos dos envolvidos nos constantes e numerosos escândalos na maior empresa do continente também são de outros partidos. Um, inclusive, chegou a ser presidente do PSDB, o falecido Sérgio Guerra. E tem mais! Tem gente do PP também como o delator Costa, partido que, em muitos estados, incluindo o 

Rio Grande do Sul, apoia o ANTIPT ou também o próprio Aécio Neves.
Se atualizarmos nossa análise, temos que lembrar que no estado de Aécio, Minas Gerais, foi comprovado o primeiro mensalão do século XXI que ainda não foi julgado, diferentemente do mensalão petista que condenou muitos petistas e não-petistas à prisão. Também vale comentar sobre o AEROPORTO que Aécio Neves mandou construir nas terras de sua família no município de Cláudio, no interior do estado. Vale também falar do escândalo bilionário internacional da Alstom em São Paulo bem como o propinoduto do metrô paulista. Ah, sem dizer que Aécio foi CC de seu pai aos 17 anos e vice-presidente da Caixa aos 25 anos. Ou é um fenômeno de profissional e pego um avião para votar nele, ou gozou de certa ajudinha de família influente.

Enfim, gostaria que um dia a população brasileira pudesse escolher entre dois ou mais candidatos levando em consideração apenas a visão que cada um tem sobre o papel do Estado na vida e na economia do país e não se deixando levar por ódio ideológico vazio e enraizado. Há muitas pessoas que odeiam o Lula não por serem contra o ideal deste de Estado e sim porque ele é um analfabeto que agora tem muito dinheiro e pode fazer palestras pelo mundo cobrando 300 mil dólares já que foi, queiram ou não, presidente de uma das maiores potências econômicas do mundo. Infelizmente não são estes os pontos levados em consideração pela maioria e muito devido ao baixo e lamentável nível dos debates e das propagandas eleitorais dos dois candidatos.

Ao invés de discutir projetos, inventam artimanhas de marqueteiros políticos que me enojam, e elas são provenientes de tudo quanto é lado, desde o lado oficial dos partidos até as manifestações da população nas redes sociais. No Rio Grande o PT cortou parte de um discurso infeliz de Sartori; na esfera nacional Dilma, no melhor estilo eleição americana, acusou Aécio de usar drogas e não ter carteira; a elite que tira foto com o Mickey ADOROU as vaias incessantes a Dilma nos estádios da copa e não considerou algo desrespeitoso e sim ato de um povo politizado; Lula é constantemente acusado de ser um “pinguço” por uma direita Veijosa raivosa das redes sociais que, jogam pedra no telhado do vizinho tendo o seu telhado de vidro. Não bebem? Por que então o Lula não poderia beber caso realmente seja verdade (sinceramente, não me interessa) que ele gosta de beber? E pensemos outra vez. Cocaína é ilegal, cachaça é legal; quem está mais errado, o Aécio ou o Lula? Falando em Lula, é lamentável o comportamento agressivo e manipulador de Lula que todos os dias tem alguma acusação mais afiada e livre de argumentos contra Aécio. Por que não discutir ideias? Dilma tentou manifestar seu apoio ao aborto e, por pura covardia eleitoral, deu um passo atrás; Dilma também DEVE ser a favor da liberação das drogas, mas não manifesta por pura covardia. Aécio DEVE ser a favor de trucidar o bolsa-pobre, mas diz que simpatiza também por pura covardia.

Antes de concluir repito que não tenho partido, pois não acredito neles e considero ridículo alguém hoje, depois de todas as confusas e pornográficas relações partidárias como o PS(OCIALISTA)B apoiar o PSDB; ou o PP que já foi ARENA apoiando o PT; ou o Partido Verde apoiando o PSDB, enfim, acho descabido ver alguém com uma bandeira do PT por exemplo nas ruas, ou, os mais fanáticos, fazendo vigília e gritando o nome de políticos do partido condenados pela justiça por corrupção em uma prova cabal de cegueira fanática. Pior que isso só os antipetistas que vestem qualquer camiseta, beijam qualquer escudo e amam qualquer candidato desde que este elimine o petismo do Planalto. Cegueira fanática esta que também está do outro lado quando vemos a elite com raiva de pessoas como eu que toda a vida comi escargô, mas sou a favor de que pobre coma pelo menos arroz com feijão e que tenha justiça social. Não há que ser pobre para querer o bem das pessoas que mais precisam do Estado para ter mais chances.

O que realmente queria ver as pessoas discutindo nessa época eleitoral é:

1)      Comportamento: por que uma feminista como a Dilma que todos sabemos que apoia o aborto e o casamento homossexual não abre sua opinião sobre o tema? Covardia;

2)      Papel do Estado: prefiro eu um Estado que controle os meandros da economia ou um Estado que deixe que o mercado se auto-regule? Sou a favor ou contra das privatizações?

3)      Ajudas sociais: sou eu a favor de que o Estado ajude os mais necessitados ou sou a favor da meritocracia pura e seca, pois considero que todos têm igualdades de condições?
E assim poderíamos ter uma discussão de argumentos baseada na razão e na opinião pessoal de cada um e não na cegueira de uma esquerda jurássica ou de uma direita arrogante e raivosa que, incentivada pelas mentiras manipuladoras de uma mídia que jura que foi o PT quem inventou a corrupção, vota em quem quer que seja para tirar o PT do poder e não se importa com o que será feito no futuro, pois crê não precisar muito do Estado para triunfar. A turma da foto tomando café no Starbucks só lamenta ter que ver seu status diminuído, o seu maior afastamento em relação às elites e ter que aguentar pobre no avião e mão de obra escrava agora custando os olhos da cara. Não dá mais pra todo mundo ter empregada doméstica, que tristeza...”os PT de merda cubanos regularam a profissão dessas preguiçosas, até hora extra ganham agora”.

Para terminar, acho que o Rio Grande do Sul teve três candidatos sérios, capazes e honestos. Ana Amélia, apesar de ser totalmente contra a sua visão de Estado e por isso jamais votaria nela, é uma mulher competente, foi uma boa senadora e pecou ao focar suas acusações ao aparelhamento de Estado feito pelo PT, o que é verdade, mas que não pôde segurar já que nunca foi capaz de responder sobre seu cargo de CC de seu próprio marido em Brasília; Sartori, o novo Rigotto, é um gringo trabalhador e honesto e poderia fazer um bom governo. No entanto, parece não passar de um clichê ambulante sem propostas que se aproveita da raiva geral contra a política e usa a marqueteira “terceira via” que elegeu Rigotto como estratégia para ganhar as eleições e que sempre se esquiva quando perguntado sobre o futuro da economia e seu papel como auxiliar do privatizador Britto; e Tarso é um excelente homem público de trajetória imaculada que tem como seu principal calcanhar de Aquiles o não pagamento do piso nacional ao magistério gaúcho sendo justamente ele o autor da lei quando ministro da educação.

No lado federal temos uma Dilma baleada, que resistiu ao fiasco de organizar um evento estapafúrdio como a Copa do Mundo, sofreu com as manifestações da ultra esquerda imbecil e da classe média Miami, mas que parece ainda ter forças para encarar um Aécio Neves que ressuscitou devido ao despreparo e a covardia de Marina e que tem tudo para ganhar devido aos inúmeros apoios que receberá no segundo turno. No entanto, acho que no caso de Aécio sim teremos um retrocesso grande em todos os aspectos. Quem sempre vende uma “nova forma de governar” na política acaba entregando mais do velho versão piorada. E para terminar, uma pergunta que não espero respostas para a turma de Miami: vocês REALMENTE acreditam no Aécio? “ah, mas a Dilma é pior, ladrona, sem vergonha...” ok, a Dilma é um horror e foi quem inventou a corrupção, mas minha pergunta não é essa. Vocês realmente acreditam no Aécio? É possível acreditar nesta figura? Não seria o Collor em carapaça renovada? Bonitão, cocaína, festeiro, mulherengo, pleibói, pinta de George Clooney com Antonio Banderas, assíduo do camarote VIP, amigo de celebridades, tem apoio de gênios como Neymar e Romário, passe livre na turma global...eu sei, estou me contrariando, estou usando argumentos que não deveriam ser levados em consideração, MAS são, são levados...dá pra acreditar no Aécio? Eu sei que na Dilma não dá, ok, superado, mas vocês colocariam a mão no fogo pelo Aécio? Ai, ai...

domingo, 17 de agosto de 2014

O Futuro Colombiano

Os meus cinco anos morando na Colômbia coincidem com o aniversário de um dos ícones mais famosos do país e falo de um símbolo nefasto que é parte do grande desastre social e humano que o país vem enfrentando há 50 anos. Refiro-me às FARC.

Vou, através desse texto, analisar o que a violência gerou e ainda gera ao país bem como a influência que as negociações pela paz em Havana e as próximas eleições podem causar.

Na época do presidente anterior aqui na Colômbia, e falo de Álvaro Uribe, se criou um clima de antipatia entre dois países irmãos. Entre todas as consequências do nefasto governo de Uribe, talvez a mais marcante fosse a instalação no imaginário do colombiano comum de que a Venezuela representava “O Mal”. Uribe foi nada original. Usou uma tática já muito manjada e trabalhada por muitos déspotas como ele de criar um inimigo para justificar atos de desrespeito às liberdades políticas ou ao direito internacional. O Plano Cohen criou a tal ameaça comunista para justificar o apoio americano financeiro e ideológico aos governos militares na América, bem como a direita ucraniana pró-ocidente usa a ameaça da volta da cortina de ferro da Rússia para justificar seus golpes.

Uribe se aproveitou da estupidez de Chávez (ou talvez de sua inocência) e criou esse monstro que por muito tempo atormentou os colombianos. Chegaram ao absurdo de cogitar agressões militares entre dois países de culturas extremamente parecidas. E o pior: o povo venezuelano e o povo colombiano engoliram.

Uribe era o líder, o ídolo da direitinha Miami brasileira, que via em sua ideologia de ultradireita um exemplo do que deveria estar no poder no Brasil. Uribe seria aquele ídolo caudilho que salvaria o Brasil da mão calejada e com dedos faltando dos “comunistas”, assim como os colombianos de classe média viam Uribe como o baluarte na defesa do seu país contra os comunistas venezuelanos que estavam prestes a invadir o seu território.

Uribe é um personagem tão clichê que, no melhor estilo político republicano texano, usa o típico chapéu folclórico de sua região, tem fala sempre em tom desafiador e, para completar, se disfarçava de Rambo ou alguma das personagens de Charles Bronson ou Chuck Norris. Seu pai foi morto pelas FARC e ele usou seus dois mandatos para uma espécie de vingança pessoal embarcando toda a nação junto com ele em uma guinada afiada rumo à barbárie ao ponto de ter invadido o território de um país vizinho. Uribe fazia uso da ignorância da maioria de sua população e também do intrínseco interesse pela violência do tão cordial povo colombiano.

Quando falo desse gosto pela violência, apenas analiso fatos. A Colômbia está em guerra há 50 anos e, antes disso, penava com o derramamento de sangue por partes de liberais e conservadores e passou pela cruel guerra entre carteis de Cali e Medellín, entre outros. Qualquer sugestão de soluções pacíficas para qualquer dos tantos problemas do país é rechaçada por metade da população que tem ojeriza a qualquer aproximação com a paz. Sangue parece ser necessário para atingir os desejos dessa metade ignorante.

Uribe conquistou a maioria da população através de um discurso de guerra aberta às FARC, não ao narcotráfico, até porque a imprensa internacional demonstrou algumas pornográficas conexões do clã Uribe com grandes carteis colombianos e internacionais. Uribe tinha a classe média e a elite do país em suas mãos. 

A elite colombiana, como todas as elites mundiais, apenas se interessa pelos seus próprios interesses. Essa elite cafona vibrou com poder ir as suas casas no interior do país ou as suas fazendas sem ter que se preocupar (tanto) em ter problemas com milícias. Uribe, tendo na mão a classe dominante e os meios de comunicação extremamente conservadores, regeu o país da forma que a direitinha Miami brasileira sonha; aliás, Uribe foi, por muito tempo, o ídolo da Veja e afins no Brasil. Uribe fez o que essa elite brega brasileira mais sonha: um governo plutocrático, uma cópia latinizada do governo dos Bushes no Estados Unidos: um Estado que nada dá às camadas mais carentes do país porque “pobre tem é que trabalhar, se o Estado ajuda, não trabalham”, sim, usam esse mesmo discursinho da direitinha Miami e usam o exemplo da Venezuela a cada cinco minutos para corroborar suas estupidezes; Uribe também, no melhor estilo americano, aumentou os impostos para trabalhadores que ganham pouco e deu incentivos fiscais a multinacionais. Lembrei-me da frase de Buffet que disse que não poderia nunca entender um Estado em que a sua secretária paga mais impostos que ele.

Há de se dizer que na era Uribe houve crescimento econômico o que quer dizer muito pouco, vide os países que mais crescem ultimamente. Não é a Noruega ou a Austrália, senão economias chamadas de “emergentes”. Esse crescimento é, quase sempre, um crescimento onde os beneficiados por tal fenômeno são uma minoria, como foi por muito tempo na própria Venezuela ou no Brasil da ditadura, onde a elite tinha o poder e a segurança para fazer seus negócios, encher o bolso de dinheiro e disfrutar de uma boa vida em meio à miséria e ao analfabetismo massivo.

Juan Manuel Santos, o atual presidente recém-reeleito, deve sua primeira vitória ao apoio que recebeu de Uribe. Era o seu pupilo e seria quem iria dar o continuísmo necessário à plutocracia colombiana. Pois Santos se rebelou e resolveu fazer algo que jamais havia passado pela cabeça bélica de Uribe: negociar a paz com quem causa a não-paz: as FARC.

Antes de entrar mais a fundo nesse novo momento da política colombiana, vale destacar que atualmente as FARC não são a única forma de governo paralelo existente em território colombiano. Existem, também, as milícias de direita que Uribe sempre abertamente apoiou. Essa vertente nasceu por parte da elite para se defender dos ataques das FARC algo parecido ao que acontece nas imensidões dos latifúndios brasileiros principalmente na região nordestina. A diferença é que na Colômbia, assim como as FARC, usam fardas e possuem armamento e treinamento militar e não atuam somente em suas propriedades, senão que estão espalhados por todo o interior do país onde cobram “vacunas” que é algo que as pessoas devem pagar à guerrilha em troca de tranquilidade, ou seja, ou se paga ou se paga.

É possível um país sul-americano, do tamanho de Minas Gerais, com um governo que apoia um poder paralelo de direita que deve combater um poder paralelo de “esquerda” funcionar? Naturalmente a resposta é negativa e me faz voltar ao título desse texto: são incríveis 50 anos de guerra! Será tão descabida a ideia de Santos de acabar com essa guerra e pelo menos tentar chegar a um acordo de paz? Ou é melhor fazer como o governo sírio e jogar bombas químicas em sua própria população?

Uribe dizia que, caso ganhasse, terminaria de supetão qualquer negociação com os guerrilheiros das FARC. 

Mas, felizmente para os admiradores da democracia pacífica, ele não ganhou. O que irá acontecer? Agora é
a parte mais difícil de prever de meu texto.

Se Uribe tivesse ganhado, a guerra jamais acabaria, ou pelo menos isso não iria ocorrer nos próximos quatro anos. A elite Miami das grandes cidades não se importa pelo simples motivo de que isso já não os atinge. A violência direta gerada pela guerra já não se vê mais nas cidades mais importantes, senão nas cidades médias e pequenas. A elite Miami pensaria: a guerrilha não está mais aqui, posso ir e vir a minha casa de campo com tranquilidade, então por que ir contra esse messias? Mas a grande maioria do país sofre as mazelas de ter uma guerra eterna sugando as energias de seus cidadãos e também há de se dizer que a elite Miami é tão burra que não se dá conta de que a violência urbana que sofre é muito devida ao deslocamento de famílias que fogem do interior do país em busca de segurança nas grandes cidades. São pessoas sem qualquer forma de preparo e muitos acabam caindo no mundo da delinquência estorvando a paz idílica dos miamistas.

Ganhou Santos. O que poderá acontecer no futuro se Santos consegue acabar com a guerrilha? Vale antes destacar que quando se diz que ele acabará com a guerrilha não significa que esses cerca de quatro mil combatentes simplesmente irão para as suas casas como se nada tivesse acontecido, longe disso. A ideia é torná-los parte do sistema, colocá-los na legalidade, ou seja, deixá-los formar um partido político o que tornaria pelo menos possível que estes pudessem um dia administrar um município, um departamento ou o país.

O que isso causaria ao país? Eu tenho uma visão bem negativa da direita colombiana bem como tenho da direita brasileira. Para simplificar, os considero limitados intelectualmente, ou seja, burros. Além disso, são gananciosos, demonstram o mesmo fervor por possuir bens nos xópins de Miami quando estão no poder, ou seja, se dá nada a população que precisa, somente se aumenta os ganhos de quem tem mais e assim se mantem o status-quo histórico. Se a direita Miami não muda, pelo menos um pouco, nem precisa dar muito, mas pelo menos disfarçar, é bem provável que o efeito Venezuela ocorra na Colômbia. A que me refiro? 

Por mais que os meios de comunicação elitistas façam o seu papel com suas novelas de pobres felizes, haverá um momento que a maioria da população se cansará do pouco que recebem e de seu abandono por parte do Estado e vai querer uma mudança. Aconteceu no Brasil, na Argentina, no Peru, no Equador, no Uruguai, no Chile, nos países árabes, entre outros e isso acontece pelo simples motivo de que, apesar das diferenças culturais, todos querem uma vida melhor e um Estado que atendas as suas necessidades.

Pois na Venezuela o resultado foi mais radical e muito devido ao fato de que o país apresentou sempre baixíssimos níveis de qualidade de vida e um altíssimo contraste social o que gerou a escolha de pessoas que impuseram uma mudança drástica e radical. Os futuros ex-guerrilheiros das FARC acredito que terão um pensamento parecido e sim, caros amigos, serão eleitos, mais cedo ou mais tarde, se a elite não cede um pouco, serão eleitos. Por que partidos de extrema esquerda brasileiros não têm chances nas eleições? 

Porque o partido que está no poder DOSA as coisas e ajuda os mais necessitados, bem como faz a elite lucrar cada vez mais. Meio-termo. O pobre esbalda-se com as mixarias do Bolsa-Família, mas os banqueiros lucram como nunca o tinham feito antes e, devido ao inchaço da classe média, todo o sistema vende mais e gera mais dividendos  à classe empresária.

Pois na Colômbia não. Não se dá nada a quem precisa, pelo contrário, se cobra e cobra cada vez mais. Assim sendo, não descartem um partido de ex-combatentes das FARC ganhando o poder nos próximos vinte anos e a Colômbia poderá se transformar em uma nova Venezuela que é outro sistema que está longe de ser o ideal, pois o contrário ocorre: tudo às camadas mais pobres e um ódio contra a classe média e à elite empresária o que resulta em um país rachado de uma forma em que o sistema vem ruindo paulatinamente.

Mais abaixo a elite Miami brasileira vocifera nas redes sociais que “vai ter copa” e realmente teve, algo que nunca desconfiei, num claro exemplo da ainda fortíssima disputa entre ideologias de direita e esquerda. A direita radical considera que deu um tapa de luva nos rostos da esquerda radical brasileira, pois teve copa, ou seja, deixem o sistema trabalhar em paz e não reclamem, o capitalismo não precisa de controle, “laissez faire, laissez passer” que é o grito de guerra de quem acredita que o menos pior dos sistema é perfeito e não deve ser sequer observado com olhos desconfiados.

Ganhou Santos, a elite o odeia, teve copa e as negociações seguem em Havana. Acabará em pizza? Acabará em arepa? Não sei, mas como é bom ver a história se desdobrando mais rápida e jovial do que nunca.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Resumo Copa do Mundo 2014

Sempre escrevo um texto final quando uma copa do mundo se termina e dessa vez não será diferente. Ainda amargado pela copa que dessa vez escapou por pouco das mãos do verdadeiro país do futebol, decidi terminar com qualquer tema relacionado à melhor copa do mundo que já vi hoje mesmo e, naturalmente, começo pelo fim, pela grande final protagonizada pelo justo campeão Alemanha e pela Argentina, bravo vice-campeão que, apesar de ser um time inferior à Alemanha, teve as chances mais claras e, se jogadores como Higuaín, Messi e Palacio estivessem em uma tarde mais inspirada, a história poderia ter sido outra.

Começo jogando confetes sobre minha calva cabeça. Desde as quartas-de-final acertei todos os classificados incluindo o campeão. Meu retrospecto nessa copa foi invejável: acertei 10 dos 16 classificados para as oitavas, seis dos oito classificados para as quartas e, a partir desse derradeiro momento, acertei tudo, incluindo o campeão.

Vale destacar que, pela segunda vez consecutiva o melhor time ganhou a copa. A Espanha era o melhor time na África do Sul e agora a Alemanha na terra da choradeira.

Ainda crivando meu crâneo de confete, eu defendi, antes do jogo, que seria uma final muito parelha, com uma Alemanha trabalhando mais com a bola e com uma Argentina esperando e saindo em contra-ataques rápidos aproveitando-se da última linha alemã que, perdão pela redundância, joga em linha e muito adiantada. Dito e feito. E, vendo pelo meu lado de torcedor fanático da albiceleste, deu certo, o que faltou foi a definição, o último toque. Primeiro Higuaín, após receber um presentão de Kroos, se equivocou e depois, falando apenas dos lances mais evidentes, Messi e, a melhor de todas, Palacio que, diga-se de passagem, já havia perdido uma chance claríssima contra a Holanda. Uma pena.

A Argentina conseguiu controlar muito bem a Alemanha e em poucos momentos realmente sofreu no jogo. 

Vale também destacar o curioso fenômeno que aconteceu com a seleção argentina que antes do mundial era acusada de ter um ataque letal, o melhor da competição, mas ao mesmo tempo ter um goleiro que nunca jogava e uma defesa vulnerável. Tudo pelo contrário. A defesa, desde a saída de Fernández e da entrada de Demichelis (que falhou hoje no gol alemão) foi impecável enquanto que o ataque deixou a desejar. Agüero não foi ao mundial e Higuaín não esteve preciso nas finalizações assim como não estiveram os demais atacantes argentinos que participaram. Falando nisso, Sabella hoje errou ao tirar Lavezzi que vinho sendo um dos melhores do time e colocando Agüero que não tinha feito uma jogada sequer em todas as suas participações. Copa do mundo é momento, regra básica; não há tempo para recuperar má fase de jogador.

A entrada de Biglia também foi fundamental para fortalecer o sistema defensivo argentino que teve em Mascherano seu principal nome. Enzo Pérez entrou muito bem no lugar de Di María que vinha fazendo uma excelente copa e tudo funcionou melhor do que a maioria esperava.

Do outro lado o melhor time, algo que já dizia desde que se começou a falar em copa do mundo assim como o fiz com a Espanha anos antes da copa anterior. A Alemanha tem um goleiro excelente, um Lahm que, quando joga na lateral, é fenomenal, três zagueiros de alto nível, daí vem um meio de campo que é difícil de encontrar qualidade parecida em qualquer outra seleção mundial e um ataque diferente, moderno, criativo, eficiente, uma criação de Löw que sabe, como ninguém, jogar com as suas armas. Joga com Klose na área, joga sem o Klose, coloca o Müller avançado, coloca o Müller mais atrás, manda o Götze entrar, adianta o Khedira...emfim, Löw é genial, um verdadeiro técnico.

Para os críticos oportunistas da Espanha, vale destacar que esse futebol tão criticado (agora) pelos oportunistas, influenciou e muito no funcionamento do time alemão. Posse de bola, muito toque, aproximação, todos atacam todos defendem, ausência de atacantes natos. Dedo de Löw, evidentemente, mas também dedo de Guardiola que influenciou muita gente e que atualmente influencia grande parte desses jogadores no Bayern Münich. Venceu o melhor time, apesar de que a Argentina teve as melhores chances.

Sobre a competição num modo geral, o que mais me agradou foi a mudança radical de proposta por parte das seleções grandes e pequenas, passando pelas médias. Atacar. Na primeira fase da copa passada, gol era raridade, todos os times pareciam ter medo de perder e se esqueciam de querer ganhar; quatro anos passaram e tudo mudou: a Itália queria jogar e jogou bem, a Inglaterra também, a Austrália, a Espanha, a Bósnia, a Croácia...eliminados na primeira fase? Sim, mas jogaram bom futebol, queriam jogar bom futebol e perderam por motivos diferentes, mas respeitaram o jogo. Apenas três seleções me enojaram em todas as suas participações na competição: Honduras, que apenas batia e jogava absolutamente nada, Camarões, um grupo de mal caráteres sem nenhum respeito à competição que lá estavam somente por dinheiro e o Brasil, a maior potência mundial em nível de seleções que EM NENHUM MOMENTO, quis jogar futebol. Ligação direta através de balões de seus técnicos zagueiros diretas para um ataque inoperante com jogadores de baixo nível como Hulk e Fred. Surpreendeu-me os 1x7? Claro que sim, mas acho que chegaram longe demais tendo em vista o que (não) jogavam.

A maioria da população vai na onda da asquerosamente nojenta imprensa brasileira. Foi minha primeira copa em território nacional desde 2002 e fiquei surpreso. Desde os programas não relacionados a futebol até os ditos especialistas (sempre excetuando a ESPN Brasil) todos vendiam uma mentira com fins lucrativos a uma massa que “compra” qualquer ideia, começando por chamar esse grupo de jogadores de “nossos craques”. O único craque é Neymar e mesmo assim jogou bem apenas contra a Croácia comprovando o que disse após sua primeira temporada na Europa, ou seja, jogando entre os melhores: não rende, falta muitíssimo para estar no grupo seleto dos craques mundiais, mas sim, é um craque. O resto, tirando a dupla de zagueiros de primeiro nível, é um goleiro de hóquei do Canadá chorão, um lateral direito reserva na Roma e acima do peso, um lateral esquerdo reserva do Real Madrid, um volante reserva no Tottenham há três temporadas que, mesmo com a saída de Modric, não consegue lugar num tique pequeno, um Fernandinho reserva no Manchester City, um Oscar reserva no Chelsea, um Hulk que joga numa liga russa e um Fred rebaixado no horroroso Campeonato Brasileiro, esses eram os “nossos craques”. No banco de reservas, sem comentários.

Soma-se a isso um técnico ultrapassado que não passa de um motivador e que entende nada de futebol. 

Todas as “mudanças” de Scolari durante a competição foram de jogador por jogador, da mesma posição, algo que me parece o maior exemplo do fracasso e da falta de conhecimento tático, vide o que eu falei de Löw e que também pode ser dito de Sabella que construiu um sistema defensivo em 30 dias. Scolari chegou ao cúmulo de ignorar o peso de Neymar no time e simplesmente colocou um jogador esdrúxulo sem nenhuma condição de disputar uma competição de alto nível em sem legar, já, feito, nada mais, jogador por jogador e a consequência foi o maior vexame da história das copas.

Soma-se aos motivos do fracasso também essa pantomima RIDÍCULA, ESTAPAFÚRDIA que se criou começando pela entrada dos jogadores em campo, passando pelo hino até os momentos de entrevistas chorosas que mais pareciam discursos de novelas sem sal da Rede Globo. Mão no ombro como escoteiro, choro compulsivo durante o hino, um hino que significa absolutamente nada e remete a coisa nenhuma devido à nulidade de feitos históricos do país, o canto aos brados em capela, a choradeira antes, durante e depois dos jogos, todo esse teatro foi uma das coisas mais sem sentido que já vi na minha vida em relação ao esporte. Para que? Para ilustrar essa bizarrice, na última coletiva de imprensa do Brasil antes do enterro, o assessor de imprensa pegou o microfone e disse que ia colocar tal vídeo que o Neymar fez para “motivar” o resto do grupo...e dê-lhe emoção barata e choro. Criou-se um ambiente que vendia a falsa ideia de que isso faria a diferença dentro de campo, ignorando que ganha quem faz melhor as coisas DENTRO de campo. Vi uma mídia desesperada em aproximar um elenco fraco do público e como não podia fazer através do talento dos jogadores, fazia através de uma espécie de “humanização” de estrelas, com seguidas historinhas de doenças e de pobreza em uma época longínqua na vida dos jogadores e sim, todo mundo se emocionou e ai de quem achasse essa obra de teatro cafona uma encenação que beirava ou ultrapassava o limite do bizarro/ridículo que era escorraçado.

Guardei também balas para o comportamento da torcida brasileira na competição. Apesar do governo negar, todos sabemos que quem estavam nos estádios era a famosa “elite branca” com seus pobres cânticos de gincana de apoio à paupérrima seleção brasileira e sua tradicional ignorância e falta de educação demonstrada em atos de ódio raivoso como na vaia ao hino de outros países e à presidente da república. 

No mais, um público que ia ao estádio pela primeira vez e que se preocupava mais em fazer palhaçadas para aparecer nos telões do que em ver o futebol. Infelizmente a FIFA transformou a copa do mundo em um xou teatral onde tudo é de laboratório, desde o comportamento da torcida até a celebração de título dos jogadores.

A imprensa também bateu nessa tecla de que esta era a copa dos sul-americanos, mas ignoraram, como sempre, os números. Nesta edição foram cinco os classificados, mesmo número da edição passada e, entre os quatro finalistas, apenas os dois maiores do continente, Brasil e Argentina.

Tenho que defender mais uma vez a proposta de jogo da Inglaterra, um time extremamente técnico, mas muito jovem que aposto que, se um bom trabalho for feito, pode brigar pelo título europeu em 2016, pois é era um dos times mais talentosos da competição. Sobre os sul-americanos, destaco o Chile e a Colômbia que não conseguiram ganhar do Brasil mesmo sendo times superiores. O primeiro teve muito azar e o segundo pagou o preço de ter se apavorado no primeiro tempo.

Os asiáticos foram horrorosos e o mesmo valeu aos africanos. Apesar de que Gana e Costa do Marfim tinham bons times, não conseguiram vencer a fase de grupos; a Argélia o fez e o fez muito bem protagonizando um dos melhores jogos das oitavas quando deu um sufoco ao futuro campeão em Porto Alegre.

A pior Holanda desde 1994 acabou como um time muito sólido atrás e contou com um Robben que, aos seus 31 anos de idade, joga de uma forma impressionante aliando habilidade com uma velocidade a uma capacidade física de impressionar e foi, para mim, o melhor jogador do torneio.

Tenho que destacar também a França que perdeu no detalhe para a Alemanha e que já tinha alertado antes da copa que chegava comendo por fora e que poderia ir longe, bem como a Bélgica que é o segundo time mais completo da copa depois da Alemanha, mas que tem um elenco juvenil o que é negativo nesse momento, mas positivo pensando-se a futuro.

Dito isso, aqui divulgo minha seleção da competição em um esquema 4-4-2:

1.      Neuer (Alemanha);

2.       Debuchy (França);
3.       Hummels (Alemanha);
4.       Garay (Argentina);
6.       Blind (Holanda);

5.       Mascherano (Argentina);
8.       Matuidi (França);
10.   Kroos (Alemanha);
11.   James (Colômbia);

7.       Robben (Holanda);
9.       Müller (Alemanha).

Bola de ouro: Robben (Holanda);
Luva de ouro: Neuer (Alemanha);
Melhor jovem: Pobga (França);

Gols mais bonito: James Rodríguez (Colômbia) contra o Uruguai.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Palpites Copa 2014

Seguem os meus palpites:

GRUPO A: Brasil – Croácia – México – Camarões;

GRUPO B: Espanha – Holanda – Chile – Austrália;

GRUPO C: Colômbia – Japão – Grécia – Costa do Marfim;

GRUPO D: Itália – Inglaterra – Uruguai – Costa Rica;

GRUPO E: França – Suíça – Equador – Honduras;

GRUPO F: Argentina – Nigéria – Bósnia – Irã;

GRUPO G: Alemanha – Portugal – Gana – Estados Unidos;

GRUPO H: Bélgica – Argélia – Rússia – Coreia do Sul.

OITAVAS:

Brasil 1x2 Holanda;

Colômbia 0x1 Inglaterra;

Espanha 1x0 Croácia;

Itália 1x0 Japão;

França 2x0 Nigéria;

Alemanha 2x1 Argélia;

Argentina 1x0 Suíça;

Bélgica 1x2 Portugal.

QUARTAS:

Inglaterra 1x0 Holanda;

Alemanha 2x1 França;

Espanha 1x0 Itália;

Argentina 2x0 Portugal.

SEMIFINAIS:

Inglaterra 0x2 Alemanha;

Espanha 1x0 Argentina.

FINAL:

Alemanha 1x2 Espanha.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Copa do Mundo 2014

Com a Copa do Mundo na esquina tentarei ser o mais breve possível em uma análise do que pode acontecer no que é o maior evento esportivo da terra. Há que se começar destacando que a Copa do Mundo será em um ambiente diferente. Por ser um país continental, será uma copa com variação climática e, o pior de tudo, onde as seleções não farão todos os seus jogos da fase de grupos em uma mesma cidade, ou seja, viajarão bastante desde o princípio. Também deve ser considerado que uma das grandes seleções do planeta será a dona da casa, o que lhe dá, antes de sequer começar a analisar a parte física e técnica das seleções, o rótulo de favorita. Se analisarmos as 14 seleções que eu considero “grandes”, oito delas já foram sedes de copas. O Brasil sediou em 1950 e perdeu; a Alemanha foi sede duas vezes e ganhou uma e perdeu a outra; a Itália foi duas vezes sede e também ganhou uma e perdeu a outra; a Espanha em 1982 não ganhou; a Argentina em 1978 levantou o caneco mesmo sem Maradona; a França, assim como Alemanha e Itália, obteve 50% de aproveitamento; o Uruguai, assim como a Argentina, organizou uma vez e papou, o mesmo aconteceu com os inventores do esporte, a Inglaterra que, diga-se de passagem, já passou da hora de ser sede outra vez. A conclusão pode ser que, na América do Sul, quando uma grande seleção organizou a festa, terminou campeã. Um aspecto que pode ser negativo para o Brasil é que, nas copas do Uruguai em 1930 e Argentina em 1978, se sentia mais o fator América do Sul. Os estádios eram acanhados, a pressão da torcida era maior. Atualmente as arenas da FIFA no Brasil são teatros muito parecidos aos estádios europeus e com um público que é mais familiar e elitizado devido aos preços dos ingressos. Obviamente que a mídia demente brasileira vai querer criar aquele clima de fanatismo insano estilo “ame-o ou deixe-o”, mas ainda assim digo que é diferente, vivemos em um momento de padronização do futebol. Evidentemente que contarão também os aspectos de clima e distâncias. Outro grande problema dessa copa serão as lesões. Mais de 50 jogadores foram cortados ou nem puderam ser convocados devido a lesões. O Brasil, que sempre tem muita sorte em épocas de copas, escapou ileso e é a única grande seleção, juntamente com a Argentina, que não terá baixas por lesão. A Alemanha perdeu um dos seus melhores jogadores, o craque Reus. Também antes já havia perdido outros jogadores e chega com baluartes do time como Lahm e Schweinsteiger em recuperação. A Itália perdeu Montolivo e, mais importante ainda, perdeu Rossi, o seu único atacante que jogaria por fora, pelas laterais; a Espanha perdeu Navas, mas, devido ao excesso de talentos do meio de campo para frente, talvez não sinta muito apesar de que a alternativa aguda de jogada pelos costados que dava Navas, nenhum outro jogador do elenco espanhol dá; A França perdeu o seu melhor jogador, o bola de bronze Ribèry, mas acho que conseguirá armar um bom ataque com os outros tantos talentos que conta em seu elenco; o Uruguai também se pode dizer que escapou, mas seu melhor jogador, o melhor jogador da temporada eu diria, chega com poucas esperanças de jogar os primeiros jogos que serão dificílimos tratando-se de um grupo tão disputado; a Inglaterra perdeu Townsend e Walcott, um de seus melhores atacantes, apesar de que também conta com muitas alternativas no elenco; a Holanda perdeu Strootman, um dos melhores jogadores na excelente campanha da Roma no Calcio e também Van der Vaart. Além desses dois, Van Persie chega caindo aos pedaços além de ter recebido uma pranchada em pleno mar carioca; a Rússia perdeu dois jogadores, sendo que um deles era o capitão do time e a Croácia perdeu meio elenco além de que não poderá conta com Mandzukic na estreia já que este foi expulso no segundo jogo da repescagem contra a Islândia. Outro ponto que não é menos importante, é que o Brasil conta com meio time titular que não é titular em seus clubes, o que representa uma média de 20-30 jogos a menos na temporada que um jogador de alto nível. Júlio César não joga há décadas, Marcelo é reserva no Real Madrid, Paulinho é reserva no Tottenham, Luís Gustavo reserva no Wolfsburg, Oscar reserva no Chelsea, Neymar não jogava há três meses, Fred joga no Brasil, ou seja, recém teve férias e Hulk joga na Rússia onde não há futebol durante o inverno e jogam menos jogos na liga doméstica que os demais, ou seja, o time brasileiro não teve lesões por motivos que podem estar relacionados a esse fato e isso pode fazer, também, a diferença já que os titulares de outras grandes seleções chegam com 60 jogos nas costas. Sobre os grandes, seguem meus comentários: Brasil: tem a melhor e mais sólida defesa e também o melhor sistema defensivo como um todo. É um time que pode carecer de criatividade e que apostará tudo em Neymar que, jogando no Barcelona, ou seja, entre os melhores, ainda não conseguiu se destacar. Sempre aposto na excelência dos laterais brasileiros e nos sólidos zagueiros como são Tiago Silva e David. O meio de campo é combativo e o centroavante é uma incógnita; Alemanha: é o melhor time e o que joga melhor no momento. Não joga com atacantes lembrando algumas escalações de Del Bosque na Espanha que ganhou a Euro onde o centroavante era Fábregas. Leva somente Klose como atacante e que deverá ser reserva e apostava em Reus como a conexão de seu meio de campo recheado de talento com o ataque. A defesa possui um grande zagueiro que é Hummels, mas não confio em Mertesacker e acho que é vulnerável o sistema; Itália: eu sempre coloco a Itália entre as favoritas. Possui uma defesa sólida que, em sua maioria, joga junta na Juventus. No meio de campo conta com grande talento por parte do eterno Pirlo, Marchisio e Motta. Falta aquele elo que era Totti ou Del Piero em outros casos. No ataque várias opções com os matadores Cerci e Immobile, por exemplo, além de Balotelli que é uma incógnita; Espanha: muitos dão por terminado o ciclo dessa Espanha, mas ainda acho que, do meio pra frente, é uma sinfonia. Perdeu muito atrás com a queda de nível de Piquet e com o fim de Puyol, mas ganhou na lateral direita com a aparição de Juanfran. No meio, um excesso de talento como Busquets, Xabi Alonso, Silva, Cazorla, Fábregas, Mata e, ele, Iniesta. Xavi é um ponto negativo do time já que não tem mais nível nem para estar entre os 23. O ponto negativo foram as más escolhas de Del Bosque para o ataque. Deveria ter levado Soldado e Negredo, mas preferiu o finalizado Torres e apostou em Diego Costa que chega assolado por lesões. Villa está e pode acontecer qualquer coisa; Argentina: um quarteto ofensivo cinematográfico com Di María, de excelente final de temporada, Agüero que também chega, como dizem os argentinos “entre algodones” e Higuaín. Soma-se a eles, o maior da história, Messi que suspeito estava se poupando para a Copa do Mundo. Se Messi joga 50% do que é capaz, a Argentina pode chegar a qualquer lugar. O problema, mais do que a defesa que ainda é pouco confiável, é o meio de campo. Eu apostaria numa reformulação e jogaria com Enzo Pérez e Ricky Alvarez. Gago não jogou durante todo o semestre e, quando o fez, foi péssimo, chegando a ser escolhido o pior jogador do campeonato argentino. Salva a pátria Mascherano em excelente fase. O resto são apostas. França: sou dos poucos que dá atenção à França. Para mim pode chegar muito longe e é uma das minhas favoritas ao título. O problema é a demência como greves durante uma copa, mas, analisando o time, é sensacional. Benzema, Pobga, Matuidi, Cabaye, abundam os bons jogadores que são fisicamente impressionantes o que contará quando se trata de uma copa na América. A defesa sim é fraca individualmente com jogadores como Sacko e o horroroso Koscielny; Uruguai: tudo depende de Suárez. Se o melhor da temporada não se recuperar, o Uruguai chega a lugar nenhum já que não tem reposição para essa posição. Cavani seria o único jogador de alto nível. A defesa pode preocupar já que Lugano é um ex-jogador e o meio de campo aposta tudo em Forlán que é um ex-atleta. O conjunto e o entrosamento uruguaio podem ser o que levantará a Celeste desde que, claro, Suárez jogue; Inglaterra: repito o de sempre: falta é um técnico decente e espírito ao time inglês. Do meio pra frente conta com jogadores sensacionais como Wilshere, Gerrard, Welbeck, Rooney, Chamberlain, Sterling, Barkley e, o melhor da última temporada, Sturridge. Se a Inglaterra tivesse Rodgers como técnico, um cara que sabe trabalhar com jovens e com talento, seria um dos favoritos. Hodgson é vergonhoso e pode arruinar o trabalho de um elenco brilhante em talento; Holanda: se passa da primeira fase pode ser tornar uma seleção que pode aspirar ao título. Come pelas beiradas, tem entrosamento em sua espinha dorsal, falta um goleiro e uma zaga mais experiente, mas compensa com a grande presença de Van Gaal que conhece bem o seu elenco. Um ataque fulminante caso Van Persie esteja bem fisicamente para fazer companhia a Robben; Rússia: conta com um elenco descansado devido ao calendário peculiar do futebol russo e todos seus jogadores se conhecem, jogam na mesma liga. Tem um técnico defensivista, mas experiente e pode chegar a complicar a vida de muita gente caso passe da primeira fase; Croácia: o ex-iugoslavo de maior sucesso desde que o país entrou no mapa do futebol em 1998, foi assolado por inúmeras lesões; no entanto, é um time técnico, joga bem, tem espírito e conta com jogadores em grande fase como Modric e Mandzukic. Pode complicar e muito a vida do Brasil na sua estreia na copa; Outros times: o México chega depois de umas eliminatórias lamentáveis onde quase fica fora e teve que ser salvo pelo Estados Unidos; o resultado disso foi o afastamento de seus principais nomes do time e ainda por cima perdeu o bom jogador Montes lesionado. O ponto positivo é que sempre complica a vida dos brazucas e espero que o façam outra vez; Portugal chega com um Cristiano também na UTI o que seria, assim como comentei sobre o Uruguai, o fim antes de começar de sua participação na copa;A Bósnia tem um bom time, técnico e com bons nomes como Dzeko e Pjanic. Pode complicar e muito a vida argentina em uma complicada e nervosa estreia; A Bélgica tem talvez um dos melhores times da copa, lhes falta camisa e experiência. Perdeu Benteke, mas tem Lukaku, o fenomenal Hazard, uma defesa impressionante com Courtois no arco, Kompany, Vermaelen e Van Buyten, tem Meertens, tem Felaini...enfim, um elenco espetacular que pode surpreender na copa; O Chile pode perder Vidal, seu principal nome junto com o craque Alexis. É um time que cresceu muito desde que Sampaoli assumiu e que vai dar muita briga na fase de grupos. Se passar pega o Brasil e perde nas oitavas como sempre; A Colômbia é outro sul-americano que pode surpreender apesar das várias perdas por lesão como Falcao, por exemplo. Tem excelentes laterais com Zúñiga e Armero, um meio forte com talento como James Rodríguez e um ataque que conta com um espetacular Cuadrado que fará companhia a Teo Gutiérrez e outro mais que devera ser Jackson Martínez ou Ramos. O ponto fraco é o miolo defensivo; O Estados Unidos cada vez evolui mais e disputará cada ponto em um grupo onde os quatro têm chances de classificar. Vai sem seu principal nome dos últimos tempos, Donovan; A Suíça, assim como a Bélgica, não tem muita camisa, mas também tem um elenco respeitável, menos brilhante e talentoso que os belgas, mas com jogadores em bom nível e também pode incomodar. Vale lembrar que a Suíça não sofre gols há duas copas do mundo; A Grécia apostando na defesa e no talento de Mitroglu tentará passar de fase e depois apostaria em sua tática asquerosa para seguir nas fases seguintes; Camarões chega como sempre com problemas tipicamente africanos e aposta em alguns bons nomes como Ekotto, Webo que chega lesionado e Song, além, claro, do eterno Eto´o; A Coreia do Sul sempre pode incomodar pela sua velocidade; A Nigéria conta com seus problemas de sempre, mas tem bons nomes como Moses e Obi Mikel; O Equador tem um craque, Valencia e muitos bons jogadores. Pelo clima, pode ter vantagem em um grupo que brigará com França e Suíça por uma vaga; O Japão chega com o que é talvez a sua seleção mais qualificada da história com vários jogadores jogando na Europa, como Nagatomo, Honda e Kagawa; Gana é a seleção africana que tem menos polêmicas e africanismos, pode complicar qualquer um já que também tem bons jogadores e alguns experientes como Essien e Muntari; A Costa Rica é limitada e inocente. Perdeu dois de seus jogadores que atuam na Europa e tem em Brian Ruíz seu principal talento no meio e conta com um acima da média que é Campbell, do Olympiakos com passagem pelo Arsenal; A Argélia não perde há mais de dez jogos, conta com bons jogadores, joga de maneira ofensiva e me surpreendeu nos últimos tempos. Pode classificar; A Costa do Marfim se estabiliza em suas participações em copas e tem craques fenomenais como Yaya Touré e o bom e velho Drogba. Além disso, tem Gervinho, Kalou, o outro Touré, entre outros bons nomes. Se conseguir solidez defensiva, é um páreo duro para qualquer um; A Austrália não existe. Pode complicar um jogo pelo seu poder físico e sua defesa organizada, mas não passa disso; Honduras é horroroso. Tem a mínima chance; O Irã tem poucos jogadores de experiência em clubes aceitáveis, não deve oferecer muita dificuldade. Alguns números: Os países com mais jogadores que estarão na copa são: Inglaterra: 110; Itália: 83; Alemanha: 77. Entre os países que não participarão da copa, o que mais jogadores convocados de sua liga tem é a Turquia com 26. Falando de clubes, o Bayern Münich e o Manchester U são os que mais cederam jogadores, 14 cada um; são seguidos pelo Barcelona com 13.