terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ranquim de Clubes

Como sempre, após cada decisão de Mundial Interclubes eu divulgo o meu ranquim de clubes atualizados para quem interessar possa.

1. Bayern Münich – Alemanha
2. AC Milan – Itália
3. Real Madrid – Espanha
4. Peñarol – Uruguai
5. Juventus – Itália
6. Boca Juniors – Argentina
7. Manchester U – Inglaterra
8. Ajax – Holanda
9. Barcelona – Espanha
10. Nacional – Uruguai
11. Inter Milan – Itália
12. Independiente – Argentina
13. Liverpool – Inglaterra
14. Porto – Portugal
15. River Plate – Argentina
16. São Paulo – Brasil
17. Benfica – Portugal
18. PSV – Holanda
19. Santos – Brasil
20. Olimpia – Paraguai
21. Estudiantes – Argentina
22. Estrela Vermelha – Sérvia
23. Flamengo – Brasil
24. Vélez Sarsfield – Argentina
25. Palmeiras – Brasil e Internacional – Brasil
27. Dynamo Dresden – Alemanha e Dortmund – Alemanha
29. Grêmio – Rio Grande do Sul
30. Celtic – Escócia
31. Feyenoord – Holanda
32. Arsenal – Inglaterra
33. Steua Bucarest – Romênia
34. Colo-Colo – Chile
35. Vasco – Brasil
36. Rangers – Escócia
37. Sparta Praga – República Tcheca
38. Marseille – França
39. Corinthians – Brasil
40. Borussia MG – Alemanha
41. SC Anderlecht – Bélgica
42. Atl Madrid – Espanha
43. Partizan Belgrado – Sérvia
44. América – México
45. Hamburg – Alemanha
46. Cruz Azul – México
47. Saint-Etienne – França
48. Rosario Central – Argentina
49. LDU – Equador
50. Lyon – França

River Plate, Dynamo Dresden e Rosario Central são os três clubes entre os grandes do futebol mundial que atualmente não fazem parte da elite em seus países. Tanto o River quanto o Central estão na segunda divisão enquanto que o glorioso Dynamo se encontra na terceira divisão germânica.

O clube com mais conquistas mundiais é o AC Milan, com quatro; os clubes com mais conquistas continentais são o Independiente e o AC Milan outra vez com sete títulos cada; já o clube com o maior domínio nacional é o Bayern Münich com 21 títulos alemães.

Na lista com todos os clubes ranqueados se encontram 210 clubes de 23 países diferentes.

Os países com mais representantes em todo o ranquim são Brasil e Alemanha com 17 clubes cada seguidos pelo México com 16; considerando apenas os gigantes ranqueados até o quinquagésimo posto, os países com mais representantes são Brasil com oito, seguido de Argentina com seis e Alemanha com cinco.

No ranquim brasileiro é líder é o São Paulo seguido por Santos e depois Flamengo.

Na análise de ligas nacionais, a mais competitiva é a argentina, seguida pela brasileira e com a italiana em terceiro lugar.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Oitavas UCL

Depois de uma primeira fase recheada de surpresas, restaram 16 clubes somente que irão seguir na luta pelo mais importante torneio entre clubes do mundo. Dessa vez, muito devido às enormes zebras, acertei 10 de 16 classificados.

Antes de ir aos palpites das oitavas, vale salientar a incrível eliminação do Manchester U para o Basel na Suíça no que foi o fato mais inesperado da primeira fase. No caso do seu rival de cidade o City, a eliminação foi aceitável tratando-se do mais difícil dos grupos. Outros grandes clubes também foram embora para a casa mais prematuramente como o Ajax, que entrou praticamente classificado na última rodada, mas foi prejudicado pelo baixo nível dos croatas do Dínamo que levaram sete gols do Lyon dando a última vaga aos franceses. O Dortmund é outro grande clube que não seguirá na Champions League, teve azar de cair num grupo muito disputado com Arsenal, Olympiakos e Marseille. Para completar, o Porto, que conseguiu fracassar em um grupo bem acessível e está fora. Agora os palpites:

Lyon vs Apoel: mais surpreendente que a eliminação do poderoso Manchester U na primeira fase foi a classificação do time cipriota como primeiro do seu grupo. No entanto vale ressaltar a polêmica classificação do time francês que teve que golear o Dinamo Zagreb por 7x1 para conseguir sua vaga dada como impossível antes do início da última rodada. Aposto ainda no Lyon para seguir adiante, mais pela sua grandeza do que pelo fraco futebol que vem apresentando.

Leverkusen vs Barcelona: sem comentários.

Zenit vs Benfica: depois de uma primeira fase brilhante onde venceu um grupo que tinha o poderoso Manchester U, aposto no gigante português que, comandado pelos argentinos Aimar e Gracián tem tudo para seguir adiante e ainda dar trabalho ao Porto no campeonato nacional.

AC Milan vs Arsenal: um dos dois confrontos que envolvem dois gigantes do futebol mundial e um dos mais parelhos. O AC Milan vem sólido desde o princípio da temporada, arrancou um empate contra o Barcelona na Catalunha e, considerando que em fevereiro já terá muitos de seus lesionados de volta, é forte adversário para qualquer time. Do outro lado o Arsenal que vem em recuperação na Premier League e que apostará na sua velocidade e na fase extraordinária de Van Persie para deixar o gigante italiano pelo caminho. É duro, mas aposto no time de Ibrahimovic.

CSKA vs Real Madrid: o time russo conseguiu uma classificação inesperada na última rodada e baterá de frente contra o segundo melhor time do mundo atualmente e não deve ter chance alguma.

Napoli vs Chelsea: outro confronto de grande paridade, um jogo que é muito complicado de se escolher um favorito. O Chelsea de Villas-Boas vem oscilando muito na temporada, mas tem como seu grande trunfo a volta do monstro Drogba ao time titular e em excelente fase. O Napoli aposta em seu tridente ofensivo com Lavezzi, Cavani e Hamsik que vem dando certo. Se tiver que escolher um, fico com o time londrino.

Basel vs Bayern Münich: não acredito que o Basel terá forças e talento para mandar pra casa mais um gigante do futebol mundial. É sim um muito bom time, com alguns bons valores, mas o Bayern é um dos três melhores times da competição, um dos favoritos a chegar à final e perdê-la contra o Barcelona.

Marseille vs Inter Milan: outro confronto duro considerando a má fase do velho time milanês. O que ajuda o time de Ranieri é que o Marseille vai também mal na liga doméstica e não apresentou grande coisa na primeira fase da Champions. Aposto no time de Milão.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Barcelona, Messi E Companhia vs Ninguém

Antes de começar a falar da estapafúrdia comparação entre Messi e Neymar e do jogo entre Barcelona e Ninguém (Santos) preciso introduzir comentando sobre dois fatos, duas características desse país. O primeiro fato é apenas de se lamentar. A classe de jornalista esportivo brasileiro é a classe profissional mais incompetente desse país. Explico. Um médico especialista em cirurgias do dedão do pé direito, por mais que sua especialidade seja essa, ele saberia sim, operar um dedão do pé esquerdo e até o dedo indicador de uma mão canhota. Esse mesmo médico acompanha o que acontece no mundo de sua profissão, não somente no que ocorre no consultório do vizinho, mas em novos estudos provenientes de diferentes continentes do planeta.

No entanto, o jornalista gaúcho sabe apenas o que anda acontecendo em dois recintos: Olímpico e Aterro. Os jornalistas de São Paulo, por mais que achem que vivem numa cidade cosmopolita, sabem apenas fatos e fofocas dos quatro grandes clubes do estado e por aí vai. Evidentemente que não exijo que os cidadãos normais e comuns sejam como eu que assiste uma média de 15 jogos por semana, mas sim exijo essa atitude dos profissionais, dos jornalistas esportivos. Tiro o chapéu para os profissionais coerentes e bem informados da ESPN, mas, fora eles, nada, um deserto de profissionalismo que gera situações bizarras como é a que deu motivo para esse texto que já irei analisar mais profundamente, as comparações de Barcelona e Santos e Messi e Neymar.

A outra característica que anunciei é o ufanismo. Se o Brasil fosse um país de passado e/ou presente bélico, estaríamos em grande perigo. Excetuando-se terras pitorescas e bizarras como Líbia e Coreia do Norte (RIP Kim), por exemplo, não há país no planeta e agora me refiro ao mundo ocidental democrático, que ainda tenha uma sociedade imersa em um ufanismo nojento e que até perigoso seria em outras circunstâncias sociais. Aliás, no Pan-Americano do Rio de Janeiro eu confirmei o meu temor e vimos cenas doentias de agressões físicas a delegações adversárias que ousaram ganhar do Brasil “Ame-o ou deixe-o”. Não me esqueço das agressões contra o time de handebol argentino ou contra o grupo de judocas cubanos. Ambos cometeram um simples crime: ousar ganhar do Brasil em território tupiniquim.

Esse ufanismo galvaobuenístico somado à ignorância da mídia e ainda ao fato de que brasileiro não vê futebol que não seja do seu próprio time, gerou esse movimento débil mental que se divide em duas partes: o período pré-final do Mundial Interclubes e o de agora, essa ressaca depois da surra-treino de Yokohama.

Desde que cheguei aqui a imprensa ufanista e aí não me refiro somente à paulistada e cariocada, mas também a imprensa gaúcha que cada vez mais veste e vende a ideologia “Santos é Brasil” e afins, discutia sobre quem era melhor, Messi ou Neymar. O tema da discussão é tão estapafúrdio que fica difícil de entender como pode ser sustentado, mas sim, eu consigo entender. O futebol brasileiro estava em crise desde os princípios dos anos 70 até 1994 quando o Brasil ficou 24 anos sem ir a uma final de copa. Após a conquista, todo o mercado da bola no país se aqueceu: melhores salários, mais audiência, mais público nos estádios, tudo, relacionado ao futebol, melhorou com o título de 94. Quê conclusão se tira disso? O futebol, como mercado, depende do desempenho do Brasil em copas, não há dúvidas.

Depois de 94 o Brasil vem tendo excelentes desempenhos em copas e muitos craques foram aparecendo. No entanto, desde a lesão do Kaká, o Brasil ficou órfão de craques de nível internacional e hoje o seu único grande talento lá fora é Dani Alves, um lateral. Isso dá prejuízo quando se analisa o futebol como um produto midiático. Necessitam-se ídolos para que o futebol dê audiência e gere mais lucros e a Globo, a grande madrinha do futebol brasileiro, a responsável por muitas coisas como jogos em “horário de boate” e direitos de transmissão do campeonato sem licitação, precisa vender o produto “futebol brasileiro” e para isso precisa de ídolos. Não os há. É um momento de crise. E em momentos de crise se inventam ídolos como Massa, Barrichelo, vôlei, Popó, Robinho, Ganso, Guga, e agora, para completar e tocar o fundo do poço, os boçais do UFC. Não importa se o esporte é do gosto do povo, o que importa é ter ídolos que depois a mídia/Globo “populariza” o esporte e o vende.

Neymar é o nome da vez. Ao que parece, é um excelente jogador. Até aí tudo bem. No entanto, ser um jovem excelente jogador não vende e por isso criou-se a campanha “Neymar Melhor do Mundo”, uma das maiores campanhas propagandísticas brasileiras de mídia do século. Desde já afirmo que gosto de Neymar, acho um grande potencial, MAS ainda é jogador em formação. Não está entre os melhores, não se pode afirmar nada a respeito dele enquanto não estiver jogando entre os melhores. E a mídia seguiu. Começou a compará-lo com Messi, o maior jogador do mundo e que só pode gerar discussões sobre se ele é o maior de todos tempos, se está entre os três maiores, entre os quatro, se é melhor que Maradona e etc. Não há comparação. Nunca houve comparação. É sem sentido compará-los. Comparar o Messi com o Neymar é como dizer que a criança que é a melhor da aula de ciências na quinta série é mais genial que o prêmio Nobel de física. É outro patamar. É outra realidade. Neymar joga numa região em que o melhor time do continente não toca na bola jogando contra o melhor do continente do Messi. Não estou dizendo que o guri da quinta série craque em ciências tem nenhuma chance de ganhar um Nobel, assim como não posso afirmar que Neymar não será um craque mundial. Ambos podem vir a ser, apesar de que, opinião pessoal, isso é impossível, mas podem ser sim. Não obstante, nesse momento, a comparação é descabida, bisonha, patética, criminosa, pornográfica.

Messi joga e faz mais que Neymar jogando entre os melhores. Neymar faz menos que Messi jogando contra adversários sumamente inferiores aos que Messi enfrenta. E por que isso não é opinião de todos, só minha e de outros poucos? Porque a grande maioria da população, inclusive a classe de jornalistas esportivos viu o Barcelona jogar ao vivo pela primeira vez. Todo mundo sabia que o time era bonzinho, mas poucos o tinham visto jogar. Tratando-se da população civil, não é problema, mas inaceitável quando me refiro à mídia que não se cansava de repetir que seria um jogo entre iguais e para isso se montavam nessa teoria furada e ufanista de que aqui se joga melhor que em qualquer outro lugar. O Barcelona era visto apenas em cinco ou dez segundos em programas esportivos quando se mostra alguns gols do time e, somando-se a arrogância brasileira de se achar o melhor em tudo, o povo e os jornalistas que se igualam ao povo em conhecimento tinham a ideia de que era algo falso, enganação que aqui sim é que se joga futebol, eles fazem outra coisa.

Aí entra a segunda etapa, o pós-jogo. Todos esses ignorantes e isso não é ofensa são simplesmente pessoas que ignoravam o Barcelona jogando futebol, estão pasmas. Demoraram quase quatro anos para ver um fenômeno que não acontece todos os dias. Mais uma vez salvo os civis, mas jornalistas esportivos que pagam suas contas com o futebol demoraram QUATRO anos para ver esse time mágico jogar! Deixaram de ver mais ou menos uns 300 jogos de um time que, pelo menos para mim, é a maior formação futebolística de todos os tempos! E eles vivem disso! Azar o deles, tenho pena de quem, gostando de futebol, começou a ver essa maravilha semana passada, pena. Entendo a paixão clubística, tenho a minha, mas tenho pena de gente que gosta de ver futebol passando a vida toda vendo dupla GRE-nal jogar e afins e perdem uma chance única de encher os olhos duas vezes por semana.

O mais engraçado é que nem ruborizam agora, todos falando sem falar sobre a tal maravilha recém descoberta. Reportagens e mais reportagens sobre como o Barcelona chegou nesse patamar. Ignorantes que nem sabiam quem era o Iniesta falando sobre o trabalho e a filosofia Barcelona. Não ficam nem vermelhos.
Chega, não quero mais. Fica a lição, fica a lição de humildade e de profissionalismo.

Felizmente vou-me embora pra Pasárgada em janeiro e me livro de escutar tanta asneira e conviver com tamanha incompetência. Não posso terminar sem dar minha opinião sobre como eu, como técnico do Santos, entraria para essa decisão. Muricy errou, entrou com todo o time atrás para não perder. É erro. A atuação do Santos foi absurda. O placar é totalmente aceitável, mas a atitude e o erro de Muricy não o são. Contra o Barcelona se aperta a saída de bola enquanto há fôlego, isso dificulta. Muricy preferiu esperar e viu uma máquina imparável passar 80% do tempo em volta de sua área. O Santos não fez faltas, faltou sangue. O Estudiantes quase bateu o Barcelona fazendo faltas, parando o jogo, tentando tirar o grupo de jogadores mais concentrado e focado da história do sério. Apertou a saída. Evidentemente que iria perder igual, mas de outra forma.

Agora sim para terminar, por mais que ache que há times melhores que o Santos na América como a Universidad de Chile que é o melhor, Vasco, Boca e até o Vélez, o Santos, mal ou bem, era, pelo menos oficialmente, o melhor time do continente. E, contra o Barcelona, fiquei com a certeza de que o melhor time do continente sul-americano disputaria rebaixamento em qualquer grande liga europeia.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ranquim Sul-Americano

Após a visita a Caracas, atualizo meu ranquim de viagens sul-americanas. Para os marinheiros de primeira viagem, esse é um ranquim em que avalio, em diferentes quesitos, as capitais de todos os países do continente que já visitei. Opa, alto lá! Medellín não é capital! Eu sei, mas prefiro trocar Bogotá por Medellín porque pouco tempo expendi na verdadeira capital colombiana e optei por colocar Medellín, onde moro, para representar o país. No entanto destaco que são cidades bem diferentes entre elas, apesar de estarem no mesmo país, mas enfim.

Assim sendo, estão no páreo: a já citada Medellín, Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, Buenos Aires, capital argentina, Santiago, capital chilena, Montevidéu, capital charrua, Caracas, capital venezuelana, Lima, Peru e Quito representando o Equador. Ainda me falta conhecer três capitais sul-americanas: Brasília, capital do gigante vizinho do norte, Assunção, capital paraguaia e La Paz ou Sucre, capitais bolivianas.

Agora explico os quesitos. O primeiro e mais importante: mulheres. Esse é fácil, mas não é uma análise tão rasa. Além de beleza, entra em jogo o comportamento das fêmeas de cada uma dessas cidades. Vale lembrar que as gaúchas são muito bonitas, mas ao mesmo tempo insuportavelmente bagaceiras e vulgares o que faz com que percam pontos.

Comida: bom, esse é simples e não exige maiores explicações. Vale ressaltar que não se leva em consideração apenas pratos típicos, senão toda a gastronomia que as cidades oferecem.

Clima: essa eu devo destacar para os que não me conhecem muito bem que tenho um gosto excêntrico com relação a clima. Para que tenham uma ideia, amava os invernos ingleses com pouca luz solar e com bastante chuva.

Transporte: refiro-me ao transporte público: ônibus, metrô e afins.

Hospitalidade: é a relação simples entre pessoas em cada cidade. Não analiso somente a recepção ao turista, senão o trato comum e diário entre os habitantes de cada cidade.

Beleza: esse item é complicado porque é evidente que uma cidade como Buenos Aires tem mais atrativos arquitetônicos que as demais. No entanto a ideia é analisar não somente a presença de prédios passíveis de serem fotografados, mas também a organização, limpeza e simpatia da cidade como um todo, não somente de seus pontos turísticos.

Trânsito: essa é simples, não merece maiores explicações.

Preços: também não me baseei em números, pois aí a vitória seria, pasmem, da socialista Caracas, terceira cidade mais cara do continente atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro e presente entre as 100 cidades mais caras do planeta. É um pouco difícil de acreditar. Claro, eu esperava tudo barato, pois é a Venezuela do pai dos pobres Chávez, mas não é; ao mesmo tempo, como uma cidade com gasolina vendida a R$0,04 o litro pode ser a mais cara, tendo em vista que o preço da gasolina influi em toda a economia? Vá entender.

Nível cultural: essa se sente no trato com as pessoas. Uma pessoa amável não necessariamente tem melhor nível intelectual que alguém mais grosso.

Futebol: essa é mais abstrata, mais subjetiva. É óbvio que Buenos Aires seria a campeã isolada se estivéssemos analisando simplesmente qualidade do futebol local. Não é isso. Analiso a importância do futebol e sua presença na sociedade, o dia a dia de cada uma dessas cidades. Isso se nota através de muitos fatores: frequência com que se fala em futebol, oferta de produtos relativos ao esporte no comércio, presença na televisão aberta e por aí vai.

Bom, segue o ranquim.

MULHERES: realmente as mulheres de Medellín não deixam muita margem de discussão. Podem até não ter a beleza favorita da maioria do mundo, louras deslumbrantes brancas de 1,80m, mas tampouco são indígenas como muita gente pensa, em absoluto. São, além de muito bonitas, mulheres mais educadas, mais vaidosas, mais femininas que todas as outras do continente.

1. Medellín
2. Porto Alegre
3. Buenos Aires
4. Santiago
5. Montevidéu
6. Caracas
7. Lima
8. Quito

COMIDA: Porto Alegre tem mais variedade, mais criatividade do que suas duas vizinhas platenses, mas é indiscutível a superior qualidade de queijos, doces, pães, tortas, massas e afins. Eu prefiro o churrasco gaúcho, é melhor que o gaucho apesar de não ter tanta grife internacional, mas, como um tudo, dá Baires e Monte.

1. Buenos Aires
2. Montevidéu
3. Porto Alegre
4. Santiago
5. Lima
6. Quito
7. Caracas
8. Medellín

CLIMA: elegi Quito porque nunca faz calor, algo que detesto. Todas as noites de Quito por mais quente que tenha sido o dia. Sempre a temperatura está menos de 10 graus quando o sol se põe. Infelizmente Quito não tem temperaturas bem frias como eu gosto como tem Buenos Aires, Montevidéu e Porto Alegre, por exemplo. Mas vale à pena, pois é insuportável o calor úmido dessas três capitais durante os meses de verão.

1. Quito
2. Santiago
3. Buenos Aires
4. Montevidéu
5. Porto Alegre
6. Medellín
7. Lima
8. Caracas

TRANSPORTE: Santiago tem nível de Europa. Metrô melhor que a maioria dos países da Europa, ônibus modernos e ônibus intermunicipais abundantes, confortáveis e pontuais. Sem comparação.

1. Santiago
2. Quito
3. Buenos Aires
4. Caracas
5. Porto Alegre
6. Montevidéu
7. Medellín
8. Lima

HOSPITALIDADE: o número “2” de Lima na verdade é “12”. As 10 primeiras são Medellín, cidade mais amável em que já estive, especialmente para estrangeiros. O trânsito apresenta alguns sinais de brutalidade, mas, no mais, é pura cortesia e educação.

1. Medellín
2. Montevidéu
3. Lima
4. Porto Alegre
5. Santiago
6. Buenos Aires
7. Quito
8. Caracas

BELEZA: aqui, apesar de todos os problemas que vêm assolando a capital da América do Sul, Buenos Aires, ainda assim, sua arquitetura e clima europeus fazem com que os defeitos como sujeira e vandalismo fiquem, ainda, em segundo plano.

1. Buenos Aires
2. Santiago
3. Lima
4. Medellín
5. Montevidéu
6. Porto Alegre
7. Caracas
8. Quito

TRÂNSITO: Montevidéu tem trânsito de cidade do interior mesmo sendo uma capital com quase dois milhões de habitantes. A calma e lentidão típicas do povo uruguaio também são fatores que devem ser considerados.

1. Montevidéu
2. Quito
3. Porto Alegre
4. Lima
5. Santiago
6. Caracas
7. Buenos Aires
8. Medellín

PREÇOS: em Quito se vai para qualquer ponto da cidade por módicos USD 0,25 e se almoça bem por USD 1,80. Um café da manhã para liberar o turista da obrigação de ter que parar para almoçar vale menos que 1 dólar. Restaurantes bons na melhor parte da cidade oferecem pratos por sete ou oito dólares, enfim, imbatível.

1. Quito
2. Lima
3. Caracas
4. Medellín
5. Buenos Aires
6. Montevidéu
7. Santiago
8. Porto Alegre

NÍVEL CULTURAL: a semelhança com os europeus fala mais alto nesse quesito. Enquanto mais europeus, mais cultos, com o destaque para a indígena Lima.

1. Buenos Aires
2. Santiago
3. Montevidéu
4. Porto Alegre
5. Lima
6. Quito
7. Caracas
8. Medellín

FUTEBOL: “en Argentina todo es fútbol”. Ouvi essa frase muitas vezes e sim, define bem a relação doentia dos argentinos com o futebol. Tudo é futebol. Todos os filmes de sucesso internacionais falam de futebol, todas as pessoas falam de futebol todo o tempo, os direitos do Campeonato Argentino pertencem ao estado e são dados de graça para o povo, os estádios estão sempre cheios, demência pura. No Uruguai é parecido, mas lá tudo é mais calmo.

1. Buenos Aires
2. Montevidéu
3. Porto Alegre
4. Quito
5. Lima
6. Medellín
7. Santiago
8. Caracas

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Venezuela

A primeira impressão de quando se chega ao aeroporto de Caracas (que não fica em Caracas) é de que se está chegando à Coreia do Norte devido ao excesso de propaganda política que pode ser notado desde a chegada ao saguão de desembarque/imigração.

Nesse espaço há uma imensa foto que enche toda uma parede com Chávez no meio rodeado por rostos infantis sorridentes. Nas intermináveis horas de espera, os olhos escapam das garras do corpo cansado e buscam frases propagandísticas e, talvez, mentirosas.

Exemplos: quinto país do mundo em matrículas universitárias; melhor distribuição de renda da América do Sul e por aí vai. Abaixo desses títulos um dos eslogans de Chávez: “hecho por el socialismo!”.

Essa impressão de que estamos chegando a um país fechado dominado por um tirano vai acabando aos poucos e, após algumas horas na cidade, percebe-se que a Venezuela está longe de ser uma Cuba de Fidel ou uma Coreia do Norte de Kim Il-Sung. É apenas um país governado por um líder popular/populista/demagogo/pai dos pobres, enfim, titulem da forma que acharem melhor.

Todas minhas viagens são, além de turismo, viagens sociológicas. Tento sempre penetrar nas mentes e estilos de vida dos cidadãos locais com o intuito de entender a realidade que se vive. No caso da excêntrica Venezuela de Chávez, o interesse era ainda maior.

A convivência com muitos venezuelanos em Londres praticamente matou a xarada que, aliás, qualquer cidadão bem informado sabe: na Venezuela as classes dominantes, podemos até ir mais além e dizer que os brancos, abominam Chávez enquanto que os pobres, ou pelo menos a maioria, o idolatra. Minha estadia no país apenas me fez ver esse comportamento in locus.

Caracas é a terceira cidade mais cara do continente e está entre as 100 mais caras do mundo. Uma contradição quando se trata de um país que está “construindo o socialismo”. Chávez, devido ao seu amor ao poder e à sua visão política, dá tudo aos pobres. Há que ir à Escandinávia para ver um estado tão colaborador para com as classes menos aquinhoadas. Em um bairro popular da capital venezuelana, vi um grande número de lan houses grátis para o público. Há também mercados, sem nomes e nem logos, sem qualquer identificação visual ou apelo comercial que comercializam produtos do governo, sem rótulos atrativos nem nada. Farinha está em sacos brancos escrito “farinha”. Produtos que não são produzidos no país são importados e recolocados nas prateleiras desses estabelecimentos sem qualquer acréscimo, sem atravessadores. O resultado são preços baixíssimos e acessíveis a todos. Caso a situação seja dramática ao ponto de não poder consumir nem nesses estabelecimentos, basta colocar o nome na lista e recebem-se cestas básicas sem qualquer custo.

Outro projeto muito bacana do governo de Chávez são os institutos de música. Mais uma vez: sem qualquer custo. Qualquer criança pode entrar, recebem instrumentos musicais de altíssimo nível e são instruídos por músicos consagrados. Muitos dos participantes se tornam músicos profissionais e, em caso que isso ocorra, devem sim “pagar” pela especialização recebida gratuitamente. A moeda de pagamento é dedicar parte de seu tempo, não importando se esse músico rege a orquestra sinfônica de Oslo ou Londres, ao ensino de crianças e sem cobrar. É uma saudável troca de favores de espírito socialista no bom sentido do termo.

O transporte público também é dado praticamente de graça aos cidadãos. Caracas conta com uma rede de metrô de boa qualidade, vagões amplos, ar condicionado e alta frequência de trens que não demoram mais do que um minuto para passar. O custo? 1 bolívar, mais ou menos R$0,30. Por fim, parques e museus, todos a la inglesa: grátis.

Mas como o governo financia todas essas benesses ao povo? Através do lucro do petróleo. A grande ideia de Chávez foi usar os lucros exorbitantes do petróleo para benefício do povo. Falando em petróleo, vale destacar o preço dos derivados do ouro negro dentro do país. Um litro de gasolina vale o equivalente a R$0,04. Para os mais fracos em matemática, isso significa não quarenta, mas QUATRO centavos por litro!

Enche-se um tanque médio de 50 litros com parcos R$2,00. Incrível.
No entanto nem tudo são flores. Chávez, ao longo do seu governo, estatizou inúmeras empresas privadas e quando digo empresas privadas não me refiro a prestadoras de serviço público ou ex-empresas públicas lucrativas como a Vale, por exemplo. Refiro-me a pecuaristas e agricultores. Terras foram tiradas de seus donos e entregues aos funcionários. O resultado dessas ações foi o encarecimento dos alimentos no país já que tais medidas diminuíram a produção interna e isso ocorre pela falta de acompanhamento e capacitação dos ex-funcionários hoje empresários que recebem mais do que terras e animais: recebem empresas.

Outro problema desse chavismo é a atitude do povo que começa a não se preocupar com manter-se nos empregos ou em buscá-los. Recebem educação para seus filhos de qualidade, assistência médica, alimentação, pagam quase nada por moradia quando não as ganham do estado, tudo isso gratuitamente. Vale destacar que escandinavos recebem serviços e benefícios ainda mais numerosos e de mais qualidade, mas a grande diferença é a educação do povo e sua cultura. Nessa região do mundo é vergonhoso viver à custa do governo, não há nada mais humilhante para um cidadão europeu do que ir pedir auxílio desemprego ao estado o que não ocorre na sempre malandra mentalidade sul-americana.

Esse assistencialismo do estado é tão forte e notório que é difícil encontrar mendigos em Caracas e muito menos limpadores de para-brisas ou malabaristas de sinaleiras. Não há porque fazer tais coisas considerando que o estado toma conta de seus cidadãos através de programas já citados custeados pelo petróleo.

Outra bizarrice venezuelana é a questão do câmbio, da cotação da moeda local, o bolívar, com o dólar. Antes de chegar à Venezuela fui alertado de que deveria cometer um crime que todos cometem no momento de trocar moeda estrangeira pela local. As casas oficiais de câmbio pagam 4 bolívares por cada dólar. No entanto, qualquer taxista oferece o valor real da moeda americana na Venezuela, que é de 8 bolívares, ou seja, o dobro. Indaguei muitos cidadãos locais para entender a lógica dessa disparidade tão brutal e a explicação foi que faz parte da propaganda política do governo: Chávez pode dizer para a comunidade internacional que paga um salário mínimo de x dólares, baseando-se numa premissa falsa de que o dólar vale o que as casas oficiais de câmbio pagam no país. Essa é lógica estapafúrdia.

Ao saber que nas ruas poderia receber o dobro do valor pago de maneira oficial, pensei em abandonar tudo e viver desse negócio. Pego mil dólares. Troco nas ruas de Caracas e fico com oito mil bolívares. Na hora de sair do país, no aeroporto mesmo vou a uma casa de câmbio e troco esses mesmos oito mil bolívares e fico com quanto? Dois mil dólares, ou seja, a cada dólar que eu levo ganho o dobro. Evidentemente isso não funciona, e o motivo é surreal: a Venezuela não vende dólares. É proibido comprar a moeda americana em território venezuelano.

No entanto a Venezuela é mais do que um país socialista, mais do que o país de Chávez. Há muitos chineses, talvez devido às boas relações do seu mandatório com a futura maior economia do mundo. O mais legal é que muitos possuem seus próprios negócios espalhados pela cidade e me senti um pouco na saudosa Chinatown londrina.

A música que o povo escuta é o mesmo lixo escutado na Colômbia. Fisicamente, os venezuelanos são mais da cor do pecado, quase não há brancos como há em Medellín e outra diferença é a quantidade de obesos, algo que quase não se vê na Colômbia. O motivo eu não sei, talvez seja a comida que é um pouco melhor e deve dar vontade de comer. Há uma presença ainda notável da cozinha italiana, mas os pratos típicos são bem parecidos aos colombianos e até a alguns pratos típicos da culinária brasileira.

A “bandeja paisa” colombiana tem sua versão bem parecida, mas o feijão é preto como o brasileiro e é mais bem temperada deixando a Colômbia como a detentora da pior cozinha que já vi, ganhando apenas dos escandinavos e britânicos. Há também boas padarias e bons chocolates. Uma curiosidade é o tamanho das taças de café com leite que se vendem nas padarias. Os ditos “grandes” são do tamanho de uma xícara de cafezinho e os pequenos são como tampas de garrafas de plásticos e, para completar, são caros.

Voltando à população, aquela mística da mulher venezuelana que se sustenta devidos aos logros nos concursos internacionais de beleza não se confirma. As mulheres são feias e, em toda minha estadia, vi apenas duas que poderia considerar bem bonitas. Não há tantas mulheres deslumbrantes como na Colômbia, mas pelo menos há uma lógica: toda a população é feia, homens, mulheres e crianças enquanto que na Colômbia as mulheres são lindas enquanto que os homens são horrorosos. Em áreas mais decadentes da cidade eu me sentia rodeado de Hugo Chávez, mestiços gordos em demasia.

Outra grande diferença entre os dois países vizinhos é quanto à amabilidade do povo. Acostumado com o trato sempre cordial dos colombianos, estranho sempre a forma brusca, mal humorada e mal educada de outros povos, começando pelos caraquenhos. Chegam ao ponto de não responder a cumprimentos e, até em estabelecimentos comerciais, tratam os clientes com total desprezo ao ponto de nem dizer o valor de uma compra no supermercado. Sentia falta de ser tratado de “meu amor” por desconhecidas...

Mais curiosidades. Caracas deve ser a cidade com mais Jeeps Cherokees do mundo. Em três dias contei mais de 200. A única explicação que tive é de que a elite venezuelana é extremamente americanizada e adora ter esse tipo de carro, um símbolo ianque.

O futebol não é ainda um esporte tão popular como é nos demais países do continente, mas me disseram que o crescimento do esporte é imenso. Nas lojas apenas produtos da seleção e do clube Caracas, nada mais. Nas ruas, troquei algumas palavras sobre futebol e se pode sentir o que se sente nos demais países: muito respeito e admiração por Argentina e Brasil, inclusive muitas camisetas de ambos os países pelas ruas.

Outro ponto muito curioso é a necessidade de se identificar para efetuar qualquer compra dentro do país. Compra-se um copo de água e se tem que deixar o número da identidade e nome completo. Perguntei a alguns comerciantes o motivo e não me souberam dizer. Nas instalações do metrô outro fato que me chamou a atenção: a ausência de publicidade. Há, como em outros metrôs do mundo o espaço com aqueles painéis onde se colocam os cartazes dentro, mas cerca de 90% estão vazios e os 10% ocupados possuem propagandas do governo.

Dicas de lugares para se conhecer: o passeio pelo teleférico que é impressionante passa-se por sobre um espaço selvagem no meio de Caracas e chega-se até um ponto tão alto que se pode ver o Mar do Caribe no que é uma imagem espetacular considerando que é uma junção de montanha, céu e oceano; o centro histórico é muito bonito, não o mais bonito do continente, mas muito provavelmente o mais bem conservado. O Paseo de los Próceres também é um lugar que não pode deixar de ser visitado, uma avenida gigante repleta de símbolos e monumentos pátrios que termina ao pé da montanha no que é uma espécie de sambódromo usado para desfiles militares, aliás, ao longo dessa avenida se pode ver o poderio do poder militar venezuelano. Há “brinquedos” de Chávez expostos em todos os lados e, por fim, para quem vá até a cidade vizinha de Miranda, há a que é muito provavelmente a melhor loja de artesanatos que já fui. E, antes de subir ao avião, uma volta pelas praias que circundam o aeroporto.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Champions League 2011/2012

Com a chegada do início da maior competição de clubes do planeta, segue uma análise dos grandes clubes que irão disputar essa edição 2011/2012 da Champions League que será uma batalha de todos contra a soberania absoluta do Barcelona. Outra vez Manchester U e Real Madrid são apontados como os principais times que podem estragar mais uma festa catalã. Segue então uma análise dos gigantes que participarão de mais essa edição da Champions e meus palpites para a fase de grupos.

Bayern Münich: o único reforço de destaque foi Rafinha que vem demonstrando que tem condições de jogar no maior clube do mundo. A linha ofensiva que começa com Schweinsteiger e Lahm, passa por Müller e termina com o tridente poderoso formado por Robben, Ribery e Gómez é maior arma dos bávaros que devem melhor seu desempenho defensivo. A contratação de Neuer é um reforço defensivo a ser considerado.

Inter Milan:
após cinco títulos sucessivos no Calcio e a conquista de tudo na temporada célebre de Mourinho, sente-se a decadência interista. Chegaram ao cume e agora vem a queda. Alguns jogadores já não rendem como rendiam em temporadas vitoriosas, como por exemplo Maicon, Lúcio, Júlio César, Milito e Cambiasso. Saiu Eto´o, a principal arma ofensiva nos milaneses, mas chegaram excelentes reforços, como Zarate, Forlán e a promessa argentina Rick Alvarez.

Manchester U:
como sempre o gigante britânico passa desapercebido no mercado de passes com apenas contratações cirúrgicas muito bem estudadas pelo velho escocês Ferguson. A afirmação de Hernandez com a genialidade de Rooney seguem sendo o ponto mais forte dos diabos vermelhos, bem como a experiência de Giggs. O início de temporada brilhante é promissor.

Benfica: o gigante português finalmente está de volta à maior competição de clubes do continente e aposta forte no talento argentino. Além de Saviola e Aimar, chegaram Enzo Pérez e Gaitán na temporada passada e ambos vêm respondendo com excelentes atuações. Soma-se aos argentinos o atacante paraguaio Cardozo, ex-Newells Old Boys que é a referência de gols lusitana.

Real Madrid: os escoltas do Barcelona cada vez evoluem mais em seu jogo, há o grande achado de Mourinho, Benzema que vem sendo a referência ofensiva dos madrilenhos depois de Ronaldo, soma-se o talento de Özil, Di Maria, a volta de Kaká e etc. Sem novos grandes nomes, mas com um estilo de jogo que funciona cada vez melhor.

Lyon: desde que os franceses viram seu reinado de sete anos consecutivos na liga local chegar ao final, jamais puderam recuperar o nível das épocas douradas de Juninho Pernambucano e companhia. Há de se ressaltar as seguidas eliminações contra o poderoso Real Madrid, mas ainda assim é um time que sente falta de referência de renome.

Ajax: há muito tempo que o maior clube holandês não consegue colocar em prática o peso de sua camiseta e história. A saída precoce de jogadores para o exterior e a aposta nas categorias de base tornou o time de Amsterdã uma espécie de coadjuvante no cenário europeu. No entanto, camisa é camisa e sempre o futebol brinda surpresas.

Arsenal: outro grande clube em franca decadência. Sinto que é a hora de uma mudança radical no gigante londrino caso se almeje grandes conquistas. As apostas de Wenger rendem, mas não o suficiente para chegar a conquistas. Mais uma vez somente foram contratados jogadores jovens e sem a mínima experiência internacional. Para completar o quadro complicado dos Gunners, saíram dois de seus três principais nomes: Nasri e Fabregas. Segue Van Persie, fazendo um gol por jogo, mas dono de tornozelos de vidros. Faltam também referências na coluna vertical do time além da eterna falta de caráter de um time juvenil.

Marseille:
em um grupo equilibrado, o gigante francês campeão europeu em 1993 pode chegar a conquistar a vaga. Possui bons jogadores como Lucho Gonzalez, Valbuena e Rèmy e, considerando a força de sua torcida e de sua camisa, pode chegar mais além da primeira fase.

Dortmund: no último terço do campeonato alemão conquistado na temporada passada já se pode notar uma franca decadência em um time que a Bundesliga arrasador e que contava com um centroavante letal, o argentino Lucas Barrios. A Bundesliga foi conquistada muito devido à fantástica campanha inicial e hoje o time está confuso e Barrios já é questionado. Vejo muita dificuldade no caminho do time da Westfalia.

Porto: apesar da perda de Falcao o Porto segue sendo um time forte que manteve o mesmo time que ganhou tudo em nível doméstico na temporada passada além da Europa League. No entanto o mentor do time saiu, o jovem técnico português Villas-Boas migrou para o Chelsea seguindo os passos de Mourinho que também foi do Porto para o time londrino após ganhar uma competição europeia.

Barcelona: na máquina que parecia perfeita, novas peças de grande valor chegaram. Fabregas pôs fim a uma novela eterna e retornou a casa e além dele o chileno Alexis Sánchez é outro nome que deve ser levado a sério. Sem querer dizer o óbvio, mas já dizendo, o quadrado Xavi, Iniesta, Messi e Villa segue sendo a máquina mais mortal do futebol mundial com destaque para o argentino que, aos poucos, vai se tornando o maior jogadores da história do maior dos esportes.

AC Milan:
poucas modificações no time milanês, saiu Pirlo, segue Seedorf. Considerando a ótima campanha da temporada passada é coerente a manutenção do mesmo elenco. No entanto, acho que um meio-campista deveria ter sido contratado já que Seedorf não é mais criança e dificilmente suportará jogar todos os jogos da longa temporada que virá.

Grupo A: Manchester City e Bayern Münich;
Grupo B: Inter Milan e Trabzonspor;
Grupo C: Manchester U e Benfica;
Grupo D: Real Madrid e Lyon;
Grupo E: Chelsea e Valencia;
Grupo F: Arsenal e Marseille;
Grupo G: Porto e Shakhtar Donetsk;
Grupo H: Barcelona e AC Milan.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O Norueguês E Os Vândalos


Nos últimos dias basicamente três temas vem dominando os meios de comunicação internacionais: a redução da qualificação financeira americana, depois o demente norueguês que matou 69 pessoas em Oslo e em uma ilha do país e agora mais recentemente os distúrbios iniciados em Londres que já se espalham por toda a Inglaterra e até em Glasgow, na Escócia. Antes de começar a expor minhas ideias sobre a correlação dos dois últimos temas citados, vale salientar que nenhum desses fatos é mais revoltante que a desgraça no Chifre da África que vive a pior crise alimentícia da história, mas enfim, quem está morrendo são miseráveis africanos e todos nós sabemos que as 69 vidas norueguesas valem mais quando o assunto é mídia.

Ironias à parte, começo pelo atirador bizarro. É evidente que o ato em si e os métodos utilizados para espraiar suas ideias devem ser condenados. No entanto, começo o texto dizendo que concordo com muitas das ideias defendidas pelo dito cujo. Segundo o próprio atirador, ele sente uma desagradável conivência do Estado do país nórdico com o fenômeno da imigração desenfreada que atinge a Noruega. Por ser contra essa leniência governamental, ele decidiu metralhar jovens partidários de quem está no poder. Repito: a reação é condenável, brutal, desumana e incoerente com os valores de países como a Noruega; não obstante, os fatos e motivos que o levaram a tamanha demência são aceitáveis e corretos por diversas razões.

A Noruega é o país de melhor qualidade de vida do planeta e conta com uma das sociedades mais pacíficas e avançadas da Terra. Assim como outros países escandinavos, conta com um estado extremamente atuante e assistencialista. Vale destacar que toda essa direita fascista brasileira que morde os lábios quando ouve falar das bolsas petistas para amenizar a pobreza absoluta, volta maravilhada de viagens pela Europa com as histórias contadas sobre como atua um estado europeu: educação grátis para todos, seguros desemprego, bolsa-filho, bolsa-animal de estimação, ajuda a jovens casais a comprarem sua primeira casa, benefício para tudo quanto é coisa. Um cidadão dinamarquês, por exemplo, recebe mais em seu bolsa-animal de estimação do que o estado brasileiro paga mensalmente em bolsa-família. Mas não importa. Os estados europeus devem ser essas mães de coração enorme para seus cidadãos, mas aqui não. Está com fome? Espera um emprego porque assim deve ser. Estado assistencialista jamais! Ajuda somente a bancos falidos e empresas multinacionais.

Enfim, o resumo da ópera é que o estado norueguês é assim e por assim ser atrai cada vez mais imigrantes, principalmente de repúblicas miseráveis africanas dominadas por tiranos como os já citados habitantes do Chifre Africano: somalianos, etíopes, eritreus, sudaneses e etc. Atraídos por qualidade de vida e assistência a imigrantes inigualáveis, esses povos invadem anualmente a Noruega. Imediatamente tomam conhecimento das bolsas-famílias e afins norueguesas e começam a reproduzir-se como ratos. Cada filho significa mais ajuda estatal e mais um para trabalhar. A atitude não pode ser condenada, é legal, assim como o excessivo número de animais domésticos que esses imigrantes possuem...

Agora olhamos para o outro lado, para os nativos. Esses nativos pagam os impostos mais altos do mundo. E não reclamam. Por que não reclamam quando são obrigados a deixar em torno de 50% de suas ganâncias nãos mãos do Estado? Porque recebem serviços de excelente nível em troca, ou seja, vale o investimento. Quando falo em “serviços” me refiro à educação, saúde, transporte. Dificilmente um cidadão norueguês faz uso de suas “bolsas” pelo simples motivo de que não há a necessidade. Devido à alta qualidade de vida, com seu trabalho podem manter seu número normal de filhos e obviamente seu cachorro ou gato. Ou passarinho. É, para um cidadão escandinavo, vergonhoso pedir auxílio extra ao Estado mesmo sendo parte de seus direitos como cidadão.

Seguimos. Esses cidadãos então se deparam com um povo que chega, que não fala o seu idioma, que não respeita suas tradições e que, obviamente, não possui os mesmos códigos e princípios que são a base da sociedade do país, vide as ameaças provenientes de imigrantes muçulmanos na Dinamarca contra o cartunista que “desenhou/desdenhou” de Alá. Eles têm isenção de impostos, usufruem mais benefícios que os nativos e ainda têm uma população em crescimento muito mais elevado que a população local o que já faz com que o termo “minoria social” seja posto em dúvida.
Qual a reação dos europeus contra tudo isso? Passividade, aceitação, braços abertos.

É clichê dizer que os sul-americanos são mais humanos que os europeus, mais carinhosos, mais abertos e tal; mas duvido que a situação que vive a Europa seria aceita dessa maneira. São muito mais comuns os casos de racismo na Argentina contra as minorias de paraguaios e bolivianos do que casos de racismo entre escandinavos e a comunidade somali. São muito mais frequentes os casos de racismo em países europeus latinos como Itália e Espanha, do que em países nórdicos como Alemanha, Áustria ou escandinavos. No entanto, volta e meia aparece esse rancor.

Na França se acompanha com medo o crescimento de partidos de extrema direita anti-imigracão. Le Pen e agora sua filha Marie causam calafrios na sociedade passiva francesa com suas ideias chamadas de xenófobas. O mesmo acontece na Áustria, país que será eternamente acusado por ser a terra natal de Hitler (e de Schwarzenegger).

Quando algum partido austríaco manifesta o temor de perda cultural causada pela imigração, logo são acusados de quê? Neonazistas.

Cruzando a fronteira e indo da Áustria para a Alemanha, é importante ressaltar que a seguinte declaração: “a multiculturalidade na Alemanha fracassou” não foi exposta por um partido de extrema direita alemão que obviamente seria acusado de neonazista e sim por Angela Merkel, uma política de centro-esquerda.

O fato é que nos países nórdicos europeus a população é extremamente cabeça aberta com relação aos fluxos imigratórios e, por ideias contrárias serem tão combatidas, governos passam e nada é feito para controlar um fator que está transformando o berço da civilização ocidental. Há estudos que dizem que no Reino Unido, por exemplo, em menos de 10 anos terá a primeira cidade de maioria muçulmana. Essa cidade seria Leicester. Também em menos de 10 anos poderíamos ter a primeira capital europeia de maioria islâmica: Bruxelas que, para completar, é a capital da União Europeia.

Pessoalmente posso comprovar tal estudo: fui tanto à Leicester quanto à Bruxelas e sim, é impressionante o número de árabes nessas cidades. Ah, também esbanjei minha simpatia em Oslo e sim, é cheio de somalis, o psicopata tem razão.

Deixo a reação criminosa do norueguês insano e passo aos distúrbios que começaram no chamado “multicultural” bairro de Tottenham em Londres. Tudo começou com a morte de Mark Duggan pela polícia de Londres. Mark Duggan é o cidadão que aparece na foto acima. Não se precisa ter um tino muito aguçado de investigador para saber que boa coisa o senhor Mark não poderia ser. Muitos o qualificavam como um injustiçado pais de quatro filhos como se o fato de ter filhos livrasse qualquer cidadão de ser um criminoso. Agora, para completar, a polícia inglesa divulga o laudo da investigação da arma que tinha Mark quando foi assassinado e chegaram à conclusão de que jamais saiu qualquer disparo de tal arma. Isso muda alguma coisa? Para mim em nada.

Primeiro: quem tem arma na Europa é bandido porque nem a polícia comum as possui em países como o próprio Reino Unido. A Europa não é o Estados Unidos onde ter uma arma é tão comum como ter um carro. Compram-se armas antes de pagar a conta na caixa de um Wall-Mart. Na Europa não. Em dois anos vi somente os guardas do castelo de Buckingham e do parlamento levando armas, ninguém mais. Ou seja, o senhor Mark boa coisa não era. Para aumentar minhas suspeitas contra o estopim do caos, alguns vizinhos declararam: era um pai de família, bom rapaz; no entanto, se meteu em problemas com gangues de drogas. Ora, repito: boa coisa não era.

Para completar: precisa que alguém atire em um policial para que este possa reagir? Por favor, isso é um absurdo. Parte do instinto animal do Homem a autodefesa em situações em que vêem sua vida ou de seus entes queridos posta em risco. Não se pode condenar um policial que dispara em alguém que ameaça sacar uma arma. Qual seria o comportamento ideal? Esperar que o cidadão disparasse para depois, caso sobrevivesse, disparar de volta? Por favor. A vizinhança de Tottenham não gostou do ocorrido e cerca de 50 pacíficos moradores do bairro foram até a delegacia local protestar pelo ocorrido. Até aí perfeito, liberdade de expressão e de manifestação, algo que deve ser aceito em qualquer democracia. Até que, em determinado momento, outros habitantes do bairro resolveram tirar proveito da situação e, utilizando a morte de Mark como motivo, começaram uma baderna digna dos piores arruaceiros das periferias de Paris.

Evidentemente que muito europeu metido a sociólogo veio que o argumento de que era o povo reprimido vociferando por justiça social, por direito iguais; eram as minorias londrinas pedindo espaço, mostrando seus ideais, até chegaram a comparar a baderna inglesa com a Revolução do Jasmim que segue com tudo no mundo árabe e que tem o meu apoio, pois é baseada em ideais dignos. Ora, somente para acabar de uma vez por todas com essa ideologia barata de partidário de esquerdista hippie europeu: 1) com exceção dos 50 vizinhos da manifestação de repúdio pela atuação da polícia inicial, ninguém mais estava “revoltado” com a morte do dito cujo. As arruaças chegaram a Birmingham, Liverpool, Manchester e até em Glasgow! Será que em Glasgow tinha gente que tinha tantos sentimentos pelo cidadão morto ao ponto de colocar sua liberdade em cheque e ir às ruas manifestar seu dolo? 2) essas ditas “minorias” europeias, tanto os turcos na Alemanha, passando pelos árabes na França e chagando aos caribenhos, árabes e africanos na Inglaterra, todos têm sim todas as condições de conquistar seu lugar na sociedade de maneira digna e falo isso por experiência própria. Eu e muitas outras pessoas que conheci nos meus dois anos de Londres lá chegamos com um mísero visto de estudante que autorizava apenas 20 horas semanais de trabalho remunerado e assim mesmo trabalhamos, vivemos bem, pagamos nossas contas e não encontramos maiores problemas. Tudo isso com direito a nada: nem educação nem saúde. Como esses imigrantes, a maioria já estando no país a mais de uma geração, cidadãos britânicos, contando com todo o suporte do Estado, vale lembrar que muitos vivem em propriedades “emprestadas” pelo estado, algo que nunca precisei em dois anos, outros gozam de seguro-desemprego, mais uma vez destaco que, se quisesse, trabalharia 138 horas por dia, trabalho não faltava, então resumindo, por que essas “minorias” não conseguem “vencer” podendo trabalhar legalmente, falando o idioma local e ainda com acesso a todas as facilidades do estado, tanto as básicas como educação e saúde até as mordomias já citadas? Desculpem-me, mas é vagabundagem, tentativa de viver eternamente tirando benefícios do estigma falso de coitadinhos, de injustiçados, de minorias reprimidas.

Além dos argumentos de que são desprezados, reprimidos e tal, muitos usam o argumento de que os estados europeus têm contas pendentes com as ex-colônias e, consequentemente, com seus habitantes. Muitos podem até dizer que o British Museum e o Louvre, por exemplo, são o resultado de “arruaças” de europeus nas colônias e é fato, a maioria dos artigos que lá estão expostos são frutos de pilhagens europeias pelo mundo afora. Ou então podem dizer que muitos jamaicanos foram usados como escudos humanos nos frontes de batalhas europeus durante a Segunda Guerra e que nem nos filmes aparecem. Caso aceitemos esses argumentos, chegaremos ao seguinte impasse: o mundo ficará eternamente em guerra devido a essa filosofia olho por olho dente por dente. O que os países europeus fizeram no passado não pode servir de motivo para as badernas internacionais continuarem. Não é a forma correta de a sociedade internacional comportar-se em pleno século XXI. Há outras formas de reparar esses danos causados. Não podemos alimentar a revanche de pagar na mesma moeda. Os israelenses, por exemplo, utilizam o argumento de que o território onde atualmente estão instalados e de onde expulsaram os palestinos recentemente os pertence porque era deles o mesmo território na Idade Antiga. Qualquer dia chega um índio, bate na nossa porta e diz que o terreno de nossa casa era local de sua oca há séculos atrás.

Comparações bizarras ou nem tanto à parte, repito: a dívida dos estados europeus para com as ex-colônias deveria ser tratada de outra forma. Se existisse um órgão internacional decente, este deveria retirar, sem choro nem vela, verbas dos países ex-colonizadores e utilizá-los em investimentos no mundo que hoje é miserável muito devido aos saques europeus do passado. Evidentemente que nesse mundo perfeito, esses países miseráveis não seriam governados pelos tiranos que lá – ainda – estão.

A imigração simples e barata não resolve o problema e sim causa outro. É inegável a perda da cultura milenar europeia, perda da raça, do idioma. Uma amiga inglesa foi obrigada a mandar a filha de três anos a uma escola mais longe porque a escola do seu bairro era dominada por imigrantes, muito não falavam inglês, e a mãe ficou temerosa de que sua filha aprendesse um inglês que não o normal. A ideia deveria ser melhorar de fato o Terceiro Mundo e não igualar o mundo em uma mesma merda. O crápula Berlusconi, por exemplo, está desesperado tentando manter as fronteiras da bota fechadas da invasão de norte-africanos e, claro, é acusado de fascista por isso. Não há governante mais execrável na Europa do que Berlusconi, mas, nesse caso, está apenas defendendo a paz em seu país.

A população europeia contemporânea não pode pagar pelos pecados de seus ancestrais da forma em que estão pagando atualmente. Sim parte de seus impostos deveriam ir para as colônias com o objetivo já comentado de melhoramento do mundo pobre; no entanto não se pode interferir na qualidade de vida de lugares que a têm, como os países europeus. Faço uma simples metáfora. Precisamos abrigar cinco famílias de cinco membros cada. Construímos cinco casas. Uma casa é de excelente qualidade enquanto que quatro são deficientes e mal param em pé. Qual a solução simplista? Colocar os 25 na casa que está boa e abandonar as outras quatro ao relento. A solução correta? Que as pessoas que construíram a casa de alta qualidade ajudem imediatamente a corrigir os defeitos das demais casas e sigam com a manutenção até que essas outras 20 pessoas tenham condições e meios de manterem suas casas.

Enfim, sei que essas soluções não serão tomadas e dificilmente haverá um território com tamanha qualidade de vida como o são os países europeus atualmente dentro de algumas décadas. Dificilmente meus netos, caso os tenha, terão a chance de desfrutar de uma Europa civilizada. O mundo se encaminha para uma sociedade mista e pior, onde imigrantes que detestam o país para onde migram tomarão conta e formarão uma sociedade nova em que não quero estar vivo para presenciar.

domingo, 31 de julho de 2011

Chega

Minha vida mudou em alguns segundos. Saio de meu local de trabalho e avisto um homem com seus 28 anos com um desses cachorros minúsculos que mais parecem roedores na coleira, acho que era um pincher, desses que ignoram sua estatura ridícula crendo ser rotweillers e ao mesmo tempo utilizando um patinete desmotorizado como seu meio de transporte. Até esse instante suportei a dita sociedade convencional. Deu. Depois dessa, não quero mais. Usando uma expressão do inglês que expressa bem o meu sentimento, “I´ve had enough”.

Hoje vivo numa casa branca de madeira no Texas. Desisti de compartilhar uma vida ao lado de uma mulher, pois a vida que estou vivendo e que terei até os meus últimos dias (e espero que não falte muito) não é possível de se compartilhar, a não ser que a mulher em questão saia das páginas de alguma obra de Charles Bukowski. Comparto essa residência módica com meu irmão em igual situação de descrença na Humanidade e, principalmente, na sociedade convencional. Passo a maior parte do tempo sentado em minha cadeira de rodas fitando os campos de milho, acompanhado por meu eterno e depressivo amigo e por duas garrafas de uísque barato que são o aditivo que tornam os últimos dias de nossas existências menos insuportáveis. Ao fundo soa “Mary had a little Lamb” de Steve Ray Vaughan e a cada meia hora o calor perto do insuportável para a raça humana é interrompido por uma rajada de bafo que faz com que meu cabelo de índia velha no melhor estilo Roberto Carlos se mova e arranhe minha pele amarrotada. Outro verbo que conjugo é blasfemar. Blasfemamos todos os dias.

Insultamos os infantes de cor negra que gritam em demasia quando correm atrás de animais repugnantes como galinhas e porcos. Blasfemamos contra as cada vez menos frequentes passeatas de membros da Ku Klux Klan que insistem em se disfarçar de saleiros para expressar suas ideias. Concentro-me em um galho de árvore que insiste em apegar-se a vida e não desiste de parasitar a árvore ao qual pertence. Não mais, fazemos nada mais.

Evidentemente que não foi um eterno adolescente dono de um pincher e usuário de patinete que me fez desistir. Uma série de acontecimentos foi acumulando-se até que minha resistência transbordou. Vi de tudo; injuriei-me com quase tudo. Vi homens de sunga. Vi homens de sunga tomando banho de sol. Vi homens fazendo aulas de danças em academias. Acompanhei o domínio gradativo do mundo por feministas e homossexuais.

Acompanhei a degradação da raça homem em todos os sentidos. Sofri com o aumento do ciclo de vida da adolescência, pior classe de ser humano, que atualmente é dos seis aos 40 anos e que ainda pode ameaçar em voltar com o divórcio. A diminuição da melhor época da vida, a infância, e o aumento da pior, a adolescência, são agravados se considerarmos que os homens estão mais afeminados e as mulheres mais masculinizadas.

Essa sociedade tão consumidora de entretenimento colocou o homossexualismo em voga. No entanto, o fenômeno do feminismo é mais longevo. A incompetência masculina não sentiu os sinais que foram dados desde os anos 60 e hoje o homem é um animal secundário. Começaram com o direito a votar, permissão para dirigir, a trabalhar, a roubar cargos públicos e hoje são presidentes de repúblicas. O resultado: desemprego e fim da única instituição saudável da terra, a família.

Emos, rebeldes sem causa, música sertaneja, aquecimento global, passeatas guei, sucesso de livros de auto-ajuda, consumo de entorpecentes, homens usando coletes e bolsas da Louis Vitton, sungas brancas na plataforma de Atlântida enquanto jogam frescobol, calças Capri, excesso de vampiros na televisão, excesso de novos ricos paulistas viajando para Dubai com seus filhos asquerosamente obesos, excesso de mulheres divorciadas competindo famintamente com suas filhas no mercado do sexo e da futilidade, homens escrevendo como guriazinhas adolescentes na Internet: “obrigadoooooo”, “oiiiiiii”, “vamos certooooo”, tudo isso e mais um pouco e menos outro pouco (ou bastante) foram somando até o dia em que vi um cidadão, repito, da minha idade, com um pincher ou seja lá o que for em cima de um patinete. O pior? Guiava o seu cão em cima de seu patinete sem nem ruborizar-se, achando que é normal e sim, é normal em uma sociedade em que homens fazem bronzeamento artificial.

Crise. A sociedade está em crise. Multiplicam-se os cabeleireiros de cachorros ao mesmo ritmo em que se multiplicam o número de acessórios e o número de estabelecimentos que comercializam brinquedos eróticos. Crise. A incompatibilidade social é tão grande que o ser humano está partindo para os animais em uma espécie de ataque esquizofrênico zoofílico. Atualmente ama-se um cachorro. Ninguém quer ter filhos, mas todos amam seus cachorros. Cachorro não é o melhor amigo do homem; cachorro não tem sentimentos; cachorros amam ninguém; cachorros são animais, como ratos, moscas, lesmas ou estrelas do mar, em resumo, não são gente! Mas a crise é tão grande que os amamos, damos beijos de língua, os vestimos de Barbie e os levamos no coração.

Fantasias de bombeiros e de enfermeira para despertar a lascívia de parceiros sexuais? Quando, pelo amor do terrível Satanás, uma mulher não é suficiente para atrair um homem? O contrário ainda entendo, pois deve ser realmente complicado sentir-se atraída por um homem considerando a quantidade de imperfeições e vicissitudes físicas dessa espécie, mas ainda assim, será que uma fantasia de encanador faz com que todas essas falhas sejam transformadas em atributos afrodisíacos? Bons tempos em que uma mulher, e não um personagem eram motivos suficientes para levar um homem à loucura.

Poderia ter substituído meu espectro desgastado e meu órgão sexual deficiente por uma Harley Davidson ou um carro conversível e tornar-me mais um patético homem de meia idade divorciado em busca de mulheres com metade de suas idades em um comportamento deveras deprimente: ir a discotecas com o cabelo cuidadosamente penteado para disfarçar a falta deste, camisa pólo da Ralph Lauren para dentro das calças beges e copo de uísque na mão, mas não, simplesmente desisti.

Abraços calorosos do Texas, de minha parte e de Ângelo Moura Tergolina, um malfeitor, um maldito, um desgraçado como eu, um verdadeiro e admirável anti.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Copa América 2011

Devido à minha falta de tempo, novamente me atrasei para com a publicação de meus palpites para a Copa América, competição mais antiga entre seleções do mundo. Até o momento vi apenas dois jogos, a decepcionante e confusa estreia argentina e o insosso empate do Brasil com a seleção mais fraca do continente.

Antes de expor meus palpites, uma pequena análise desses dois jogos.

A Argentina parece que está longe de tirar proveito de suas incessantes levas de brilhantes gerações de jogadores. É, disparado, o melhor elenco da competição, mas ainda é um sistema que não funciona. A ideia dos três atacantes é interessante, mas ficou notório que falta o elo de ligação entre os três volantes (que sabem jogar) com o ataque. Em alguns momentos do jogo se via Messi, Tévez e Lavezzi em seu campo de defesa indo buscar a bola que jamais chegou o que é inaceitável. Por mais qualidade que tenham esses jogadores, é quase impossível que possam fazer algo partindo de seu próprio campo de defesa.

Os três volantes são muito qualificados. Tanto Macherano quanto Cambiasso e principalmente Banega sabem jogar, mas têm limites. Não entendo a não escalação de Pastore, de fantástica temporada no futebol italiano que poderia funcionar como essa conexão entre os três volantes qualificados com os dois atacantes brilhantes e com Messi, o melhor do mundo.

No jogo de estreia também há de se ponderar sobre o nervosismo. O público argentino está cansado de ter sempre os melhores elencos, mas ao mesmo tempo sempre conviver com o fracasso, alguns retumbantes como a eliminação contra a Alemanha na última copa. Há a obrigação de conquistar o título e estreia é pressão extra. Considero que, apesar de muito mais qualificada, a seleção colombiana será tarefa menos difícil para os argentinos que acho que não encontrarão um adversário tão retrancado e sim um time com jogadores de ataque qualificados que irão querer jogar.

O esquema de toque de bola semelhante ao do Barcelona vinha sendo bem aplicado e pode ser visto em prática em alguns amistosos, especialmente contra Espanha e Estados Unidos. No entanto, o que vimos na estreia foi um jogo de individualidades que mais pareciam peladeiros tentando ganhar o jogo sozinho. Sinto falta também de uma referência de área como poderia ser Higuaín. Para terminar, na estreia, considero que Messi e Banega foram os únicos que tiveram boas atuações. Messi é prejudicado por um time que na prática não existe e Banega, apesar da atitude bizarra no lance do gol boliviano, teve uma grande partida.

Sobre o Brasil serei mais sucinto. Enfrentou o mais fraco de todos, mas que, diferentemente dos bolivianos, não entrou tão atrás, ou seja, deu espaços e, mesmo assim, o Brasil não conseguiu marcar sequer um gol o que é condenável.

O primeiro tempo foi bom, domínio total dando a impressão de que o gol era questão de tempo. No entanto, faltam jogadores do cacife de um Kaká, Ronaldo, Luís Fabiano, Rivaldo que decidem, que fazem gols, que dão medo. Robinho faz gol em ninguém enquanto que Pato é um jogador facilmente anulável e Neymar ainda sente a diferença de ritmo de jogos internacionais e acaba sucumbindo à marcação. No meio de campo dois volantes que fazem nada mais do que o básico e um meia, Ganso, que não é nem sombra de um Kaká.

Agora os palpites para cada grupo:

Grupo A:

Argentina
Colômbia
Bolívia
Costa Rica

Grupo B:

Paraguai
Brasil
Equador
Venezuela

Grupo C:

Uruguai
Chile
Peru
México

domingo, 3 de julho de 2011

Cidades do Futebol

Sempre baseado no melhor ranquim de clubes do mundo, ou seja, o meu, resolvi ir um pouco mais além e analisar quais são as cidades mais futeboleiras do mundo.

Evidentemente que, na prática, sem análise de dados e sim por experiência própria in locus, as cidades mais doentes por futebol são as argentinas e uruguaias onde se vive o futebol durante 100% do tempo e onde há as torcidas mais fanáticas. Dou uma certa vantagem aos argentinos, pois há o fator de existir muitos e fanáticos torcedores de times insignificantes enquanto que no vizinho Uruguai o país se divide basicamente entre os dois gigantes Peñarol e Nacional.

No entanto, a minha ideia foi levar isso aos números e ver quais são as cidades mais vitoriosas no futebol e com mais representatividade. Obviamente utilizei o fator população de cada cidade para ter uma proporção mais justa. Por exemplo: Londres tem um clube grande que é o Arsenal, mas é uma cidade de população que quase atinge os oito milhões, ou seja, é um fracasso. Ao mesmo tempo uma cidade como Porto tem uma população de menos de 300 mil habitantes e um clube campeoníssimo como o Porto o que a torna em um caso de mais sucesso do que o de Londres.

Simplesmente dividindo a população de cada cidade pelo número de pontos conquistados pelos seus clubes em meu ranquim, eis aqui as mais vitoriosas:

1. Avellaneda, Argentina: Independiente e Racing;
2. Monaco, França: Monaco;
3. Porto, Portugal: Porto e Boavista;
4. Eindhoven, Holanda: PSV;
5. La Plata, Argentina: Estudiantes;
6. Manchester, Inglaterra: Manchester U e Manchester City;
7. Liverpool, Inglaterra: Liverpool e Everton;
8. Milão, Itália: AC Milan e Inter Milan;
9. Montevidéu, Uruguai: Peñarol e Nacional;
10. Assunção, Paraguai: Olimpia, Cerro Porteño, Libertad, Guaraní e Nacional.

Trazendo para a realidade brasileira, as cinco cidades melhor pontuadas são:

1. Santos, São Paulo: Santos;
2. Porto Alegre, Rio Grande do Sul: Internacional e Grêmio;
3. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo;
4. São Paulo, São Paulo: São Paulo, Palmeiras e Corinthians;
5. Belo Horizonte, Minas Gerais: Cruzeiro e Atlético Mineiro.

Santos, a melhor cidade brasileira, aparece em 16ª no ranquim geral enquanto que Porto Alegre é a 34ª.

Se ignorarmos o fator proporcionalidade, as cidades com mais pontos no ranquim são as seguintes:

1. Buenos Aires, Argentina: Boca Juniors, Independiente, River Plate, Vélez Sarsfield, San Lorenzo, Argentinos Juniors, Ferro Carril, Lanús e Banfield;
2. Montevidéu, Uruguai: Peñarol, Nacional, Defensor, Danubio, Central Español, Progresso e Bella Vista;
3. Milão, Itália: AC Milan e Inter Milan;
4. Madri, Espanha: Real Madrid e Atl Madrid;
5. Munique, Alemanha: Bayern Münich;
6. São Paulo, Brasil: São Paulo, Palmeiras e Corinthians;
7. Turin, Itália: Juventus e Torino;
8. Manchester, Inglaterra: Manchester U e Manchester City;
9. Avellaneda, Argentina: Independiente e Racing;
10. Liverpool, Inglaterra: Liverpool e Everton.

Considerando apenas o número de clubes ranqueados, as cinco cidades com mais representantes são:

1. Buenos Aires, Argentina: 9;
2. Montevidéu, Uruguai: 7;
3. Santiago, Chile: 6;
4. Assunção, Paraguai: 5;
5. Rio de Janeiro, Brasil e Praga, República Tcheca: 4.

Agora usando o fator proporcionalidade, as cidades com mais clubes ranqueados por habitantes são:

1. Avellaneda, Argentina;
2. Monaco, França;
3. Trnava, Eslováquia;
4. Jena, Alemanha;
5. Assunção, Paraguai.

Agora analisando apenas clubes grandes, as cidades com mais representantes são:

1. Buenos Aires, Argentina e São Paulo, Brasil: 3;
2. Montevidéu, Uruguai, Glasgow, Escócia, Belgrado, Sérvia, Milão, Itália, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Brasil, Madri, Espanha e Cidade do México, México: 2.

Por fim, cidades com mais clubes grandes com fator proporcionalidade:

1. Avellaneda, Argentina;
2. Brugge, Bélgica;
3. Saint-Etienne, França;
4. La Plata, Argentina;
5. Eindhoven, Holanda.

domingo, 26 de junho de 2011

Libertadores 2011

Não dei palpite sobre quem sairia vencedor da final da Libertadores por falta de tempo, mas sim apostava na vitória dos asquerosos paulistas. Para mim esta foi a final de menor qualidade da história, com dois times que jamais demonstraram qualidades suficientes para serem considerados o melhor time do continente.

Ambos se classificaram de maneira injusta. O Santos mereceu perder para o bravo Cerro Porteño sendo que o jogo de volta no Paraguai foi um dos de mais garra e valentia que já vi, com um Cerro amassando o seu adversário apesar das adversidades do placar. Mostrou que tinha mais time que o seu rival.

O Peñarol tampouco deveria estar na final da Libertadores, pois enfrentou o melhor time disparado da América na semifinal e se classificou sem merecer, sendo amplamente superado pelo excelente toque de bola do Vélez na semifinal que, infelizmente, com o pênalti desperdiçado pelo matador Silva, ficou de fora. Gostaria muito de ver uma decisão de Mundial entre Barcelona e Vélez, dois times que priorizam o bem jogar do futebol, com muito toque de bola e qualidade técnica.

A final foi, então, entre um time que depende única e exclusivamente de seu grande talento, Neymar e soma-se a esse fator um goleiro extraordinário que levou o time nas costas junto ao craque durante toda a competição.

Do outro lado um bravo Peñarol, o maior clube do continente que voltou com louvor à Libertadores e chegou à final e tudo isso apostando em sua garra e organização tática. No entanto, quando enfrentando a necessidade de marcar gols, se complica e encontra muitas dificuldades. Mesmo assim fez frente ao seu adversário que acabou construindo a vitória através de uma falha defensiva de posicionamento e a consequente ajuda do goleiro uruguaio que poderia tranquilamente ter defendido a conclusão mal feita por Neymar.

Como sempre vale salientar a demonstração clássica de bravura uruguaia que não aceita uma derrota e/ou eliminação e sempre fecha o espetáculo com uma apresentação retrô do futebol sul-americano, pancadaria para todos os lados com direito a tática de briga. Excelente.

sábado, 11 de junho de 2011

Convocações Copa América

Com a proximidade da Copa América, competição entre seleções mais antiga do mundo, divulgo o que seriam minhas listas de convocados para as duas seleções mais importantes do continente: Argentina e Brasil.

Argentina:

Romero (AZ Alkmaar – Holanda)
Carrizo (River Plate)
Andújar (Catania - Itália)

Samuel (Inter Milan – Itália)
Milito (Barcelona – Espanha)
Burdisso (Roma – Itália)
Coloccini (Newcastle – Inglaterra)
Domínguez (Vélez Sarsfield)

Banega (Valencia – Espanha)
Cambiasso (Inter Milan – Itália)
Heinze (Marseille - França)
Mascherano (Barcelona – Espanha)
Pérez (Estudiantes)
Pastore (Palermo - Itália)
Belluschi (Porto - Portugal)
Zanetti (Inter Milan – Itália)
Di María (Real Madrid – Espanha)
Montillo (Cruzeiro – Brasil)

Agüero (Atl Madrid – Espanha)
Messi (Barcelona – Espanha)
Higuaín (Real Madrid – Espanha)
Martínez (Vélez Sarsfield)
Tévez (Manchester City – Inglaterra)

Brasil:


Júlio César (Inter Milan – Itália)
Victor (Grêmio – Rio Grande do Sul)
Rafael (Santos)

Dani Alves (Barcelona – Espanha)
Maicon (Inter Milan – Itália)
David Luiz (Chelsea – Inglaterra)
Thiago Silva (AC Milan – Itália)
Luisão (Benfica – Portugal)
Lúcio (Inter Milan – Itália)
Marcelo (Real Madrid – Espanha)
Maxwell (Barcelona – Espanha)

Ramires (Chelsea – Inglaterra)
Anderson (Manchester U – Inglaterra)
Lucas (Liverpool – Inglaterra)
Elano (Santos)
Kaká (Real Madrid – Espanha)
Hernanes (Lazio – Itália)
Ganso (Santos)
Lucas (São Paulo)

Neymar (Santos)
Luís Fabiano (São Paulo)
Robinho (AC Milan – Itália)
Pato (AC Milan – Itália)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dilma x Lula

Depois de meio ano de governo Dilma Roussef, já posso lançar minha primeira comparação entre o governo anterior de Lula e o atual. Uma comparação não seria a palavra, mas sim já podemos notar novas ou velhas atitudes do governo atual em relação a temas importantes nacionais e internacionais.

Começo pelo que aparentemente está igual. Mais uma eleição vitoriosa do PT com o apoio incondicional do PMDB, maior partido do país e que necessita estar no poder como se fosse uma adição desesperadora.

Em qualquer país normal soaria bizarro que o maior partido não tivesse candidato próprio para o principal cargo executivo de seu território. No Brasil já nos acostumamos com essa situação tendo em vista que, pela terceira eleição consecutiva, nada de peemedebistas na disputa. Dessa vez a mala que foi destinada para Dilma carregar por quatro ou oito anos foi o mordomo com ares vampirescos Michel Temer, cacique histórico do PMDB.

A principal função de Temer não é a de substituir a presidente em períodos de ausência e sim manter os “aliados” satisfeitos e apoiando o governo federal incondicionalmente e isso inclui dar boa-noite cinderela para os mais chatos como Pedro Simon que, já que estamos falando nele, se tornou uma das figuras mais inexplicáveis do cenário político nacional, uma criatura que vive em contradições e ainda se defende com uma mística de incorruptibilidade outrora usada até a exaltação pelos petistas.

Pois Temer evidentemente teve e segue tendo problemas para acomodar toda a tribo de seu partido nos departamentos do governo petista. Atritos volta e meia aparecem, mas o trabalho é bem feito e o PMDB segue sendo uma ferramenta forte do PT. O quê Dilma deveria fazer em um belo dia em que acorda com aquele humor insuportável que ataca as mulheres invariavelmente sem aviso prévio? Pois Dilma, num desses dias deveria exclamar aos compadres peemedebistas: se vocês querem mais cargos no governo, sejam governo! Candidatem-se! Ganhem uma eleição e poderão colocar quem e quantos companheiros quiserem! Mas Dilma não pode fazer isso em nome da almejada “governabilidade”.

O quê mais está igual? O descaso com a ecologia.

Já deixou de ser assunto de “ecochatos” o aumento da temperatura da Terra e todas as suas nefastas consequências. Muitas reuniões internacionais para debater o tema foram realizadas sem sucesso algum, basta considerar que nunca tantos gases CO2 foram emitidos como no ano vigente. Eu defendo que esses congressos com cara de sorteio da FIFA só servem para uma coisa: viagens com tudo pago para pessoas importantes, vide alguns lugares insólitos escolhidos para essas reuniões como Cancun, por exemplo. O resultado são documentos com milhares de páginas e planos que jamais serão cumpridos, pois prejudicam o crescimento econômico.

Trazendo o tema para o âmbito tupiniquim, a floresta amazônica registrou recorde de desmatamento esse ano, mas o ponto mais chamativo quando o tema é ecologia foi a aprovação no novo código florestal nacional que dará clemência a desmatadores e que estipulará a livre ação de criminosos do campo contra a fauna e flora nacional. Para completar o momento totalmente descabido do governo nacional, finalmente saiu a confirmação de que uma usina hidrelétrica gigantesca e grotesca será construída no meio da Amazônia. Segundo os “ambientalistas” do governo, nenhum impacto será causado já que muitos estudos foram feitos. Onde terão sido esses encontros de vários “estudiosos ambientais”, em Cancun, Dubai, Miami ou em Las Vegas.

O resumo da ópera é de que o governo Dilma vai à contramão, visa somente à manutenção do crescimento econômico que realmente tem sido forte nos últimos nove anos, mas que ignora fatores maiores a qualquer economia terrestre que é a manutenção da qualidade de vida no planeta.

O quê melhorou? Considero o governo Dilma um fiel seguimento do governo Lula, mas em um fator Dilma mostrou mais coragem e menos hipocrisia que o governo anterior e interfere na postura internacional do país. Dilma cortou o excesso de afago de Lula para com ditadores e facínoras mundiais como e principalmente, com o demente presidente iraniano, Ahmadinejad. Além desse caso mais notório, se vê menos a presença de figurinhas antipáticas mundiais como Chávez no cenário brasileiro. Dilma não cortou laços, simplesmente os afasta lenta e gradualmente e de vez em quando os condena na frente de todo mundo. Estou louco para ver se Dilma sim irá receber a vencedora do Nobel da paz, a iraniana de nome que me dá preguiça procurar que foi obrigada a deixar o seu país devido às ameaças do atual governo e que está no país e deseja ser recebida por Dilma. O governo iraniano já se manifestou através de sua embaixada contra esse possível encontro considerando que a jornalista iraniana é persona non grata em seu próprio país. Pago para ver se Dilma irá, depois de ter manifestado que organismos internacionais deveriam designar uma pessoa para cuidar dos assuntos escabrosos do Irã o que causou mal estar nas relações Brasília-Teerã, ter culhões de receber a premiada no palácio. Dilma sempre foi faca na bota, vamos ver se a faca segue afiada. Para terminar, Dilma cortou aquelas inexplicáveis visitas de Lula a republiquetas africanas dominadas por facínoras em que o governo brasileiro se oferecia a ajudar humanitariamente em obras de infra-estrutura que possivelmente não serão realizadas ou, caso seja, renderão dividendos que irão diretamente aos bolsos desses repugnantes ditadores negros.

Para terminar a análise, abordarei o que está pior no governo Dilma e nem precisamos pensar muito considerando que a cada o dia o chefe da casa civil, ninguém mais ninguém menos, se afunda mais em acusações cada vez mais fortes contra a sua conduta política.

Quando os primeiros escândalos envolvendo Palocci que incluíram contas de caseiros, divisão de divisas escusas em festas regadas a champanhe francês em casas alugadas somente para esse fim em Brasília, francenildos, mensaloes e etc, a atitude de Lula foi de afastar o ministro. Não tenho dúvidas que o afastamento “voluntário” do dito cujo virá prontamente, mas Dilma perdeu uma chance de ouro para mostrar que é uma petista à moda antiga, intolerante quando o assunto é corrupção. Dilma deveria ter tomado uma atitude imediata que remediaria pelo menos um pouco a reação negativa da sociedade que assiste boquiaberta a sucessão de escândalos que enterram cada vez mais na lama da podridão um mafioso de carteirinha que infesta o governo do PT.

Para finalizar, Dilma também poderia ter ido para a cama sem essa palhaçada do quiti contra homofobia que, queira ou não, foi um investimento federal que foi abortado devido à reação negativa da sociedade e também devido a todo um auê causado pelo debilóide do Bolssonaro.

Espero que Dilma reveja alguns pontos sendo que o principal ainda creio que seja a área ambiental. Em um momento em que todo o mundo começou a olhar para o Brasil e muito disso devido ao carisma e ao trabalho do ex-presidente, Dilma deveria dar o exemplo e conquistar ainda mais a admiração internacional ao bater o pé contra a destruição de áreas amazônicas e impedir os “novos ruralistas” que são coordenados por um cidadão chamado Aldo Rebelo de ganharem terreno para catalisar a devastação das áreas verdes desse país em nome da “evolução”.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Palpites Semifinais Libertadores 2011

Dessa vez obtive ¾ de aproveitamento, apenas fui traído pela desastrada atuação da zaga chilena no jogo de ida contra o Peñarol no Centenário. Um erro grosseiro do zagueiro e do goleiro que jamais se comunicaram e depois um erro bizarro do mesmo arqueiro deram uma grande vantagem a um Peñarol que não ataca, apenas espera seus adversários mesmo quando o jogo é em terras orientais.

Belo confronto entre o fraco Santos e o Once Caldas e devo dizer que o time aba reta conseguiu uma classificação deveras injusta. Primeiro, não foi assinalado um pênalti de concurso no final do jogo em Manizales e depois faltou o gol para os colombianos em jogo que dominaram em São Paulo. Mais uma vez Neymar levou o time paulista nas costas.

Um brilhante Vélez destruiu o Libertad e mostrou que é, com sobras, o melhor time do continente e completa o quarteto o Cerro Porteño, time que poderia dar mais do que demonstra, mas que teve sorte de enfrentar um Jaguares débil.

Palpites semifinais:

Santos x Cerro Porteño: aposto em Neymar. Astrada não solta a rédea de um time com bons jogadores como Julio Dos Santos, Iturbe que não sai do banco nunca, Nanni, Fabbro, entre outros. Além disso, possui uma defesa claudicante que sofrerá com o gênio Neymar. Aposto nos abas retas;

Vélez Sarsfield x Peñarol: um gol apenas do Vélez no Centenário darão a classificação aos argentinos tendo em vista que esse resultado obrigaria os uruguaios a sair para o jogo em Buenos Aires e o Peñarol não sabe atacar. Além disso, enfrentam o melhor time disparado da competição que ganhou os quatro confrontos das oitavas e quartas de final. Vou sem titubear de Fortín.

domingo, 29 de maio de 2011

Final Temporada 2010/2011

A final da Champions League encerra a temporada do futebol e é motivo de uma das minhas duas publicações anuais do ranquim dos maiores clubes do mundo.

Falando na final, realmente não adianta. Enquanto o Barcelona tiver Messi e seguir tendo mais de 60% de posse de bola por jogo, são imbatíveis.
Ferguson, homem que dedicou sua vida ao futebol, afirmou que o Barcelona é o maior time que já enfrentou. Guardiola diz que Messi já é o maior jogador da história. Está difícil de não concordar com os dois técnicos dos dois melhores times do mundo na atualidade.

No meu entender o Barcelona é o maior time de todos os tempos, não há dúvidas; sobre Messi, cada vez fica mais difícil postergar essa decisão. Com a idade que ele tem, nenhum jogador havia conseguido nem metade do que ele conseguiu. Houve jogadores que ganharam copas do mundo muito jovens e muitos usam o argumento de que a falta de sucesso com a selecao argentina não permite que Messi, pelo menos por agora, seja considerado o maior de todos em todos os tempos. O argumento poderia ser válido há algumas décadas atrás, mas atualmente, com os times europeus sendo verdadeiras seleções do mundo e considerando que o Barcelona ganharia com tranquilidade qualquer confronto contra qualquer selecao do mundo, Messi cada vez mais impede que esse título, mais um, seja conquistado por ele, um gênio, autor de dois gols em duas finais de Champions contra nada mais nada menos do que o Manchester U e que consegue ser o melhor jogador do mundo há muito tempo e com muita vantagem em relação aos demais.

Não perderei muito tempo falando do jogo, pois todo mundo viu o que foi: nada de novo. Seja o Almería ou o Manchester U, o Barcelona joga igual, domina igual, e ganha igual. Os primeiros 10 minutos, com o time de Ferguson marcando a defesa catalã, deram uma impressão de que algo poderia passar, mas assim que o Barca começou a ter a posse da criança, o jogo acabou. O golaço de Rooney levantou suspeitas, mas era evidente que o Barcelona iria ganhar, foi uma das finais com menos emoção de todos os tempos tamanha a superioridade de um time em comparação com seu adversário.

Bom, chega de Barcelona e Messi e segue o ranquim, mas antes a selecao da temporada:

Van der Sar (Manchester U – Holanda)

Dani Alves (Barcelona – Brasil)
Vidic (Manchester U – Sérvia)
Puyol (Barcelona – Espanha)
Marcelo (Real Madrid – Brasil)

Xavi (Barcelona – Espanha)
Nasri (Arsenal – Franca)
Iniesta (Barcelona – Espanha)

Messi (Barcelona – Argentina)
Rooney (Manchester U – Inglaterra)
Cristiano Ronaldo (Real Madrid – Portugal)

Bola de ouro: Messi (Barcelona – Argentina)
Bola de prata: Rooney (Manchester U – Inglaterra)
Bola de bronze: Cristiano Ronaldo (Real Madrid – Portugal)

Mencoes honrosas
: Eto´o (Inter Milan – Camaroes), Seedorf (AC Milan – Holanda), Valencia (Manchester U – Equador), Giggs (Manchester U – País de Gales), Nani (Manchester U – Portugal), Sneijder (Inter Milan – Holanda), Falcao (Porto – Colômbia), Bale (Tottenham – País de Gales), Van der Vaart (Tottenham – Holanda), Wilshere (Arsenal – Inglaterra), Cavani (Napoli – Uruguai), Tévez (Manchester City - Argentina) e Pastore (Palermo – Argentina).

Ranquim dos 50 gigantes do futebol mundial atualizado:

1. Bayern Münich (Alemanha) – 445
2. AC Milan (Itália) – 405
3. Real Madrid (Espanha) – 395
4. Peñarol (Uruguai) – 327
5. Juventus (Itália) – 315
6. Manchester U (Inglaterra) – 305
7. Boca Juniors (Argentina) – 300
8. Ajax (Holanda) – 282
9. Inter Milan (Itália) – 270
10. Liverpool (Inglaterra) e Independiente (Argentina) – 265
12. Nacional (Uruguai) – 263
13. Porto (Portugal) – 250
14. Barcelona (Espanha) – 248
15. River Plate (Argentina) – 230
16. São Paulo (Brasil) – 225
17. Benfica (Portugal) – 184
18. PSV (Holanda) – 156
19. Olimpia (Paraguai) – 147
20. Santos (Brasil) e Estudiantes (Argentina) – 135
22. Flamengo (Brasil) – 127,5
23. Estrela Vermelha (Sérvia) – 121
24. Palmeiras (Brasil) e Internacional (Brasil) – 110
26. Vélez Sarsfield (Argentina), Dynamo Dresden (Alemanha) e Dortmund (Alemanha) – 105
29. Grêmio (Rio Grande do Sul) – 95
30. Celtic (Escócia) – 94
31. Feyenoord (Holanda) – 93
32. Arsenal (Inglaterra) – 90
33. Steua Bucarest (Romênia) – 88
34. Colo Colo (Chile) – 84
35. Vasco (Brasil), Sparta Praga (República Tcheca) e Rangers (Escócia) – 80
38. Marseille (Franca) – 76
39. Borussia MG (Alemanha) – 75
40. SC Anderlecht (Bélgica) – 72
41. Atl Madrid (Espanha) – 69
42. Partizan Belgrado (Sérvia) – 68
43. América (México) – 67,5
44. Hamburg (Alemanha) – 65
45. Cruz Azul (México) – 64,5
46. Saint-Etienne (Franca) – 64
47. Corinthians (Brasil) e Rosario Central (Argentina) – 60
49. LDU (Equador) – 58
50. Lyon (Franca) – 56

Dynamo Dresden e Rosario Central são os únicos dois clubes grandes que não disputam, nesse momento, a divisão principal de seus países. O clube de Dresden milita atualmente na terceira divisão alemã enquanto que os canallas disputam a segunda divisão argentina.

O clube com mais títulos mundiais é o AC Milan (4); os clubes com mais conquistas continentais são o AC Milan e o Independiente (7); o maior campeão nacional de todos é o Bayern Münich, com 21 conquistas locais.

Em toda a lista estão ranqueados 210 times de 23 países diferentes.

Os países com mais clubes ranqueados são o Brasil e a Alemanha, com 17 clubes cada; são seguidos pelo México com 16. No entanto, entre os gigantes do futebol mundial, o país com mais representantes é o Brasil isolado com oito, seguido por Argentina com seis e Alemanha com cinco.

No ranquim brasileiro, o líder é o São Paulo seguido por Santos e Flamengo.

No ranquim de ligas, a mais competitiva é a argentina, seguida pela liga italiana e, em terceiro lugar, a liga brasileira.

domingo, 15 de maio de 2011

Final Wembley

Bom, não preciso me gabar por ter acertado a final da Champions League. Era mais do que óbvio que Barcelona e Manchester U iriam eliminar sem tantos problemas a Real Madrid e Schalke respectivamente.

No clássico espanhol, decepção, mas entendo a situação. Pouco futebol foi visto nos dois confrontos e muito devido à imensa rivalidade mais aflorada do que nunca. Mourinho abriu um pouco mais o seu time no jogo de ida, pois necessitava a vitória e o Barcelona não perdoou. Com dos gols do gênio, matou a série ali mesmo. Para completar, a precoce expulsão do desequilibrado Pepe, xodó de Mourinho que depois foi mal perdedor e levantou patéticas teorias de conspiração.

O Manchester U acabou com os 15 minutos de glória do bravo, mas limitado Schalke. Uma saraivada na ida jogando na Alemanha garantiu um jogo de volta tranquilo em Manchester, em um jogo que Sir Ferguson se deu ao luxo de usar quase que um time inteiro de reservas, preservando até o brilhante Rooney.

Por tratar-se de apenas 90 ou 120 minutos, uma final oferece uma variada gama de possibilidades, mas, analisando time por time, o Barcelona é mais, é mais genial, é mais brilhante, tem a posse de bola por mais de 60% do tempo e tem um dos maiores jogadores de todos os tempos. Estou curioso para saber qual o time que Ferguson irá colocar em campo. Aposto em alguém jogando aberto pela ponta esquerda, provavelmente Giggs, para fazer com que um dos principais parceiros de Messi, Dani Alves, seja obrigado e guardar mais posição, assim como o fez contra o Real Madrid quando teve que ficar atrás devido à presença de Di Maria.

A jogada aérea pode ser outra opção. A defesa do Barcelona é baixa, Mascherano vem jogando nessa região no lugar do lesionado Puyol e uma arma búlgara chamada Berbatov poderia ser usada. No entanto, a grande questão, já abordada por Ferguson, é não deixar Messi respirar. Jogará Park em cima do argentino todo o tempo? Pago para ver.

Do lado inglês a principal arma é Rooney. Wayne começou mal a temporada, mas vem em um crescente fantástico e hoje é o segundo melhor jogador do mundo. No entanto, aposto que Valencia pode ser a peça chave do esquema de Ferguson devido à sua velocidade e habilidade pelo flanco direito onde ainda é um mistério sobre quem jogará por esse lado do campo no time adversário. Abidal está voltando aos poucos de sua doença, Maxwell está lesionado, Puyol vem jogando improvisado por lá, enfim, é um ponto forte do time britânico contra um ponto duvidoso dos catalães.

Sou obrigado a apostar em alguém e vou de Barcelona, mas ponho os dois times quase que em igualdades de chances. Grande jogo.

sábado, 7 de maio de 2011

Quartas-de-final Libertadores 2011

Como sempre, antes de dar palpites sobre os confrontos das quartas, analiso o que deixou as oitavas de final.

O mais surpreendente de tudo foi a eliminação de quatro dos cinco clubes brasileiros. Realmente já esperava as eliminações de Fluminense e Grêmio devido à ruindade de seus times, mas a eliminação do Cruzeiro, time de melhor campanha na primeira fase e do Inter, elenco mais caro do continente, realmente me chamaram a atenção.

Havia alertado que o Cruzeiro não era tudo isso. Teve muita sorte no primeiro confronto contra o Estudiantes e depois seguiu com sorte no segundo confronto contra o mesmo adversário que usou reservas.

O Internacional, novo rico do futebol continental, por mais que não jogasse nada, mantinha a postura de favorito por ser o atual detentor do título e por seu grupo de jogadores que conta com atletas acima da média como D´Alessandro, Tinga e Bolatti.
Não deu. Enfrentou o clube mais vitorioso da América e foi derrotado em casa com requintes de crueldade em cinco minutos.

Mas o que realmente me alegrou foi ver uma teoria minha cair por água. Vinha dizendo que, com o poderio econômico crescente do país e consequentemente dos clubes brasileiros, a Libertadores iria ficar difícil de arrancar das mãos tupiniquins.

Haveria uma mudança na competição que já é notada nos últimos anos. No passado, os times argentinos ganhavam praticamente todos os seus jogos até matarem-se nas instâncias finais contra os grandes uruguaios, os grandes brasileiros ou entre eles.

Nos últimos anos, com o terrível empobrecimento dos times e da economia desse país, os seus jogadores craques, muito bons, bons e mais ou menos, saem para o exterior antes mesmo de completar duas temporadas nos clubes. Além de perder jogadores para os clubes europeus, a decadência econômica argentina faz com que os clubes argentinos percam jogadores até para adversários do continente, como é o caso de Conca, Montillo, D´Alessandro, Bolatti, Cavenaghi, Farías, entre outros. E não é só o rico mercado brasileiro que absorve os talentos argentinos. Os principais clubes de países como Chile, Equador e Paraguai também atacam. Barcos na LDU, Fabbro e Nanni no Cerro Porteño, Cañete e Pratto na Universidad Católica e etc. Casos passados: Lucas Barrios, do Colo Colo para o Dortmund e o próprio Montillo, da Universidad de Chile para o Cruzeiro.

Esperava, então, um cenário da seguinte maneira: o Brasil esbanjando dinheiro, com o seu poder econômico que contratou nos últimos anos nada mais nada menos do que Ronaldo, Deco, Brandao, Adriano (duas vezes), Roberto Carlos e agora Luís Fabiano (na Argentina o máximo que os clubes locais conseguem “recuperar” do exterior é Schelotto com 37 anos contratado pelo modesto Gimnasia provenentes das gramas sintéticas do Estados Unidos) contra argentinos dependendo de sua mística e de suas férteis categorias de base que não param de revelar jogadores e os mais fortes clubes dos demais países em iguais ou melhores condições que os argentinos que sao os mais vencedores da América. Os demais países conseguem essa espécie de equiparação devido a que seus mercados domésticos não são tão cobiçados pelos europeus o que faz com que seus melhores talentos permaneçam mais nos clubes locais. Fora da disputa os bolivianos, peruanos e venezuelanos, apesar de que o Oriente Petrolero merecia ter passado às oitavas.

Agora os confrontos:

Acertei apenas três dos oitos confrontos.

Cruzeiro x Once Caldas: não havia e sigo sem ter visto, jogo algum do time colombiano. Devido à sua queda de rendimento no torneio doméstico e seus problemas, pensei que o Cruzeiro bam bam bam iria classificar. Faltou camisa. Um clube grande não perde uma vaga dessa forma em casa para um rival médio.

América x Santos: não assisti ao jogo de volta, mas foi realmente decepcionante a inoperância mexicana e o fato de não poder jogar em seu místico estádio por um xou do palhaço salvador do universo Bono e seus miquinhos amestrados. Pelo menos acertei.

Junior x Jaguares: grande surpresa, aliás, o resultado que mais me surpreendeu. No entanto, vi nenhum dos dois confrontos.

Cerro Porteño x Estudiantes: esse era parada dura. O Estudiantes da temporada passada classificaria sem maiores problemas, mas a decadências do time desde a saída de Sabella é notória. Dois jogos de dar sono e vitória nos pênaltis dos paraguas.

Libertad x Fluminense: os cariocas nem mereciam ter classificado. Não vi os jogos, mas já esperava uma vitória paraguaia apesar do primeiro jogo.

LDU x Vélez Sarsfield: felizmente me equivoquei e o melhor time disparado da competição segue vivo. Uma atuação notável na ida e um brilhantismo poucas vezes visto na volta. 5x0 no geral contra a LDU não é qualquer um. Rick Alvarez, mais um jovem talento argentino, ainda oscila entre a reserva e a titularidade: craque. Não me surpreenderia que estivesse na Copa de 2014, é um jogador brilhante. Aliás, o grupo, o elenco do Vélez impressiona. Quem entra joga igual ao titular que saiu, vide as participações de Alvarez, Canteros e Ramirez no jogo em Quito e em tantos outros. Mesmo sem seu tanque Silva, fez dois gols onde todo mundo é goleado, vide o Peñarol que tomou cinco.

Internacional x Peñarol: disse que a camisa do Peñarol era a minha esperança para ver o Inter cair fora. Além dessa camisa, que suportou uma pressão de sair perdendo antes do jogo começar, ir buscar, fazer dois gols e manter o resultado, valeu a qualidade individual de alguns jogadores, com destaque para o argentino Martinuccio.

Universidad Católica x Grêmio: deu o que eu tinha certeza que daria. O bom time chileno, comandado pelos argentinos Eluchans, Cañete e Pratto, encaminhou a classificação com uma boa vitória em Porto Alegre e depois administrou um jogo contra um Grêmio em frangalhos que apostou em Lins e Viçosa para fazer dois gols como visitante, ou seja, missão impossível.

Agora sim os prognósticos das quartas, se é que ainda tenho moral para tal ato:

Once Caldas x Santos: o time aba reta ainda não me convenceu. Tem quem talvez seja o melhor jogador do continente em atividade, mas ainda depende muito de suas genialidades que podem deixá-los na mão. Do outro lado um virtuoso Once Caldas que vem de moral elevada e pode dar trabalho e eliminá-los novamente como o fez no ano em que se consagraram campeões. Com muita dúvida, aposto no Santos.

Jaguares x Cerro Porteño: vou pela maior tradição copeira dos paraguaios mesmo não tendo jogado bem em ambos confrontos contra o Estudiantes.

Vélez Sarsfield x Libertad: é o melhor jogo da série. O Vélez é, para mim, o melhor time do continente disparado, mas divide seu fôlego entre duas competições enquanto que os paraguaios priorizam a Libertadores. Esse fator pode jogar contra o time de Liniers, mas não consigo apostar contra o melhor. Vou de Vélez.

Peñarol x Universidad Católica: no confronto entre carrascos de gaudérios, vou de Católica. É mais time. No entanto, há o fator covardia chilena ainda mais quando enfrentam o maior clube sul-americano. Confronto dificílimo.