domingo, 24 de abril de 2011

Oitavas-de-final Libertadores 2011

Antes de começar a palpitar sobre os emocionantes confrontos que virão na fase quente da Libertadores, palmas para meu brilhante desempenho. Acertei 13 dos 16 classificados e os três que me decepcionaram oferecem desculpas aceitáveis.
Comecemos pelo começo:

Grupo 1: apostei em Once Caldas e Libertad. Deu o inverso, mas, considerando que o que importa são os classificados, perfeito. Sobre esse grupo, sou obrigado a confessar que assisti a NENHUM jogo, então pouco posso falar.

Grupo 2: fui de Grêmio e Junior RESSALTANDO a possibilidade de que o Junior fosse o primeiro. Aliás, a campanha do Grêmio deve ser destacada pelo sofrível que foi. Se o Tricolor estivesse em um grupo um pouco mais complicado, não passaria e, se bobear, nem nesse grupo deveria ter obtido o êxito. Foi dominado pelo Oriente Petrolero na estreia e só conseguiu a vitória após um pênalti inexistente e depois uma entregada do goleiro adversário. No Peru também merecia ter perdido. Para completar, no jogo final fez o Oriente Petrolero parecer o Barcelona. O Junior mostrou ser um time muito interessante, com destaque para o 10 Giovani Hernández apesar de estar mal no campeonato local.

Grupo 3: apostei em Fluminense e Nacional e acabou entrando o América no lugar do Bolso. Aí preciso salientar uma das atuações mais COVARDES da história do futebol. O tradicional Nacional, jogando em casa, com um Centenário com quase 60 mil pessoas, jogou de forma mesquinha em busca de um mísero empate com o América que lhe daria a classificação caso o outro jogo, Argentinos Juniors x Fluminense, terminasse empatado ou com vitória carioca por não mais que um gol de diferença. Como começou mais tarde o jogo em Baires, o Fluminense fez o quarto gol e eliminou o Nacional que já estava de banho tomado no vestiário. Eliminação merecida. No mais, um América razoável, e um Fluminense carioca, ou seja, fraco, claudicante, defesa vulnerável e que aposta em seus talentos individuais. Não deve ir longe e merecia a eliminação caso justiça tivesse sido feita e não tivessem anulado um gol legítimo do Argentinos no Engenhão.

Grupo 4: mandei de Vélez Sarsfield e Universidad Católica e foi o que deu, invertendo as posições de classificação. O que justifica meu erro foi o jogo incrível em Liniers em que o Vélez, depois de estar ganhando de 3-1, deixou que os chilenos virassem e ganhassem de 4-3. No entanto, destaco o Vélez como um dos fortes candidatos ao título. É, disparado, o melhor time da Argentina e tem, além do entrosamento por manter o mesmo time e técnico nas últimas temporadas, belas individualidades como o tanque Silva, Martínez, Moralez e as jovens promessas que oscilam entre a reserva e a titularidade, Canteros e Rick Alvarez.

Grupo 5: fui de Santos e Colo Colo e errei. Entrou o Cerro Porteño no lugar do Colo Colo e ainda por cima ganhou o grupo. Bom, me desculpo mais uma vez, pois esse “erro” foi fruto do melhor jogo da competição até o momento em que os chilenos, após estarem ganhando de 2-0 em casa contra os paraguaios, permitiram a virada do time treinado por Astrada. Grande atuação de Fabbro, meio-campista argentino que destaco há várias temporadas e ainda sem chances em clubes grandes. Vale salientar a tradicional covardia chilena ao entregar um jogo ganho em casa. Vale lembrar a patética eliminação da Universidad de Chile ano passado contra o Chivas também em casa. O Santos foi uma decepção. Apesar da genialidade de Neymar e de alguns bons valores como Zé Eduardo, jogou sempre mal e só não ficou de fora, pois o Cerro jogou confuso e perdeu em casa para os abas retas da Baixada Santista.

Grupo 6: apostei no Internacional juntamente com o Emelec, mas acabou entrando o Jaguares, lanterna do campeonato mexicano. Esse grupo me dava apenas uma certeza: o Inter ganharia brincando. Não fizeram a quantidade de pontos que eu esperava, mas classificaram em primeiro. Em um grupo com um time da segunda divisão da Bolívia e outro lanterna no México, esperava mais pontos. O Emelec foi a grande decepção. Conseguiu ficar de fora mesmo estando em um grupo fácil. Vi nenhum jogo do Inter, mas sei que jogaram mal quase sempre. No entanto, considerando que o Inter tem o elenco mais caro do continente, é sim um dos candidatos.

Grupo 7: fui de Estudiantes e Cruzeiro, e deu o inverso. Apesar do excelente futebol do time mineiro, vale salientar que os confrontos contra o Estudiantes foram um pouco enganosos. Em Minas tivemos um Estudiantes começando melhor, mas contra um Cruzeiro que não errava, seus ataques eram todos gols. Em La Plata o Pincha começou muito forte mesmo jogando com time misto, perderam duas ou três chances claras e no primeiro ataque mineiro, gol. O Cruzeiro, se não faltar camisa, é um dos meus favoritos também.

Grupo 8: aí também fui traído por um fator não previsto por mim. Apostei em LDU e Independiente, mas quem ganhou a segunda vaga foi o gigante do continente, o Peñarol. Devido aos seus problemas com os “promedios” no campeonato argentino, o time de Avellaneda estava priorizando o torneio local e utilizou times mistos na competição continental. Começou bem, mas depois caiu. Mesmo assim, na última rodada bateu o Peñarol com Centenário lotado e ficaram lamentando os dois pontos desperdiçados jogando em casa contra a LDU quando ganhavam de 1-0 e, através de um gol contra, cederam o empate. Era mais time que o Peñarol que apostará mais na mística de ser o maior clube do continente do que no seu time. Há que se destacar alguns bons jogadores como o símbolo Pacheco e o habilidoso atacante Urretaviscaya.

Palpites para as quartas:

Cruzeiro x Once Caldas: não vejo chance de os mineiros não classificarem. O Once Caldas passa por graves problemas financeiros, cerca de três meses de atraso salarial e essa situação já fez com que seu desempenho excelente de início de campeonato colombiano caísse.

América x Santos: vou de Santos, mas abro chances de vitória mexicana. Jogam na altura e enfrentam um adversário que ainda não conseguiu jogar bem e que depende muito de jogadas individuais de Neymar, Zé Eduardo ou Elano.

Junior x Jaguares: aposto em uma tranquila classificação do Junior.

Cerro Porteño x Estudiantes: ano passado diria que o Estudiantes classificaria sem maiores dores de cabeça, mas é inquestionável a queda de desempenho do time de La Plata mesmo não tendo perdido muitos jogadores, mas com troca de técnico. Será uma disputa muito complicada, o Cerro vem com moral alta após a aguerrida e histórica classificação obtida em Santiago, mas ainda vou de Pincha.

Libertad x Fluminense: outro páreo duro. Não vi jogos do Libertad, mas fizeram uma bela campanha e é um clube que vem crescendo muito ultimamente. Do outro lado um Fluminense errático que mostrou pouco ou nada na primeira fase. Dou leve vantagem aos paraguaios.

LDU x Vélez Sarsfield: o Vélez é mais time. No entanto, a LDU tem o fator altura e quase sempre goleiam no jogo de ida. Além disso, os equatorianos estão poupando seus principais jogadores no torneio nacional enquanto que o time de Liniers segue com força máxima em ambas as competições. Considerando todos esses pontos, vou de LDU.

Internacional x Peñarol: outro confronto complicado. O Inter tem um elenco mais rico, infinitamente superior ao do Peñarol, mas é um grupo de jogadores que ainda não encontrou sua melhor forma, não há um time com nível nem perto do que esse grupo poderia alcançar. Para piorar, houve troca de técnico e o que chegou é um profissional novato. Se Falcão não conseguir arrumar o time, há chances para o Manya. Mas apostaria no meu arqui-rival.

Universidad Católica x Grêmio: jogando o que jogou, o Grêmio deve dar graças de estar nas oitavas. Do outro lado terá um time que oscilou dentro da competição, mas jamais colocou sua classificação em risco. Uma grande vitória de virada em Buenos Aires contra o Vélez mostrou que o time treinado por Pizzi, tem atributos para eliminar um grande clube como o Grêmio. Infelizmente, acho que os chilenos passam.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Semifinais UCL

Evidentemente que dessa vez o meu acerto foi de 66,66%. Todos os quatro confrontos das quartas-de-final da Champions League eram de fácil previsão de resultados, mas imagino que todos ficaram embasbacados com a facilidade com que o modesto Schalke despachou o atual detentor do título e campeão mundial, Inter Milan.

O Real Madrid passeou pelo Tottenham, foi quase tão fácil quanto a conquista da vaga pelo time alemão contra os milaneses, a única diferença foi que o resultado folgado do jogo de ida foi em casa. O Manchester U atropelou o Chelsea. Não foi tão fácil quanto os outros dois confrontos já citados, mas igualmente a ideia de que jamais o Manchester perderia a vaga para o Chelsea era forte. Duas vitórias contundentes e demonstração de muita superioridade de um time que não brilha, à exceção de alguns lances individuais de Nani, mas que é de uma objetividade e funcionalidade tática assustadora. Palmas para o velho Sir Ferguson.

No último confronto, bem, Barcelona contra quem seja sempre é quase impossível de esse “quem seja” ganhar, e não foi diferente. Não foi tão fácil como o resultado global de 6-1 aparenta, mas mesmo assim foi mais uma classificação cômoda catalã.

Agora as semis:

Barcelona x Real Madrid: não quero acreditar que mais uma vez o Barcelona vai golear o Real Madrid como vem fazendo nas últimas temporadas tanto em Barcelona quanto na capital espanhola. Nos últimos meses o Barcelona vem demonstrando uma maior dificuldade em ganhar seus jogos e muito isso eu considero devido ao sentimento de superioridade tão intenso que é impossível de tirar da cabeça do grupo de jogadores. No entanto, assim era no início do ano, eu me deixei levar e apostava em uma vitória madrilenha, mas daí veio a saraivada de 5-0 em pleno Bernabeu. Quando precisa, o Barcelona sabe e joga tudo que sabe e ganha, goleia, massacra. Dá Barcelona.

Manchester U x Schalke: o Barcelona e o Arsenal são os times que mais bem jogam futebol no mundo; no entanto, o time mais sólido e objetivo taticamente falando é, sem dúvidas, o time de Ferguson. É impressionante o momento vivido por duas legendas do futebol, Giggs, 37 anos, 21 anos de Manchester U e Van der Sar, 40 anos, melhor goleiro do futebol mundial nessa temporada até o momento.

Soma-se a isso a incrível capacidade de rotação de jogadores sem jamais perder sequer um parafuso de uma engrenagem quase perfeita. O Manchester lidera a Premier, está na semifinal da Copa da Inglaterra e na semifinal da Champions jogando com pelo menos 20 titulares. Berbatov, o artilheiro do time, é reserva na maioria dos jogos.

Nani de um lado e Rooney do outro, estão cada vez melhores. Quando entra Valencia, é mais problema para os adversários. Voltando a Rooney, está em uma temporada de poucos gols e isso não o abala. Segue em um crescente, jogando cada vez mais e sendo cada vez mais importante ao time fazendo gols que são sinônimos de pontos diretos.

Soma-se a essa mecânica ofensiva uma defesa comandada por um monstro, “the beast” como dizem os torcedores dos diabos vermelhos, Nemanja Vidic. Do outro lado um time que segue surpreendendo, e vem sem pressão e embalado comandado pelo experiente e maior artilheiro da história das Champions, Raúl. Dá Manchester com certa facilidade
para uma reedição da final de 2009.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Legalização

O tema das drogas jamais saiu de moda aqui na Colômbia. Evidentemente que as coisas melhoraram, mas esse passado sombrio ainda está presente. Em termos de mídia, quase todas as novelas e séries colombianas têm no narcotráfico seu principal tema. Soma-se a essa realidade a “transferência” do problema ao México. Os colombianos dizem que o México de hoje, com suas chacinas a atrocidades diárias, é a Colômbia de ontem, das décadas de 80 e 90, dos cartéis de Medelín e de Cali, dos “capos” Pablo Escobar e companhia.

O tema é constante e nunca sai de cena. Nos últimos dias o tema do aumento hediondo da violência causada pelas drogas no México me chamou muito a atenção e venho madurando uma mudança radical de opinião que foi definida após uma entrevista de Mario Vargas Llosa e após assistir uma reportagem sobre crianças mexicanas radicadas recentemente no Texas que, em trabalhos escolares onde deveriam desenhar suas famílias e amigos, o fizeram com desenhos que apenas configuravam cenas de violência: cadáveres, tiros, armas, corpos mutilados e, o que mais me comoveu, todas as personagens dos trabalhos tinham caras tristes e choravam.

Não posso ser considerado uma metamorfose ambulante, mas sim mudo rotineiramente de opinião desde que novos fatos surjam ou novos argumentos me impressionem. Posso dizer que, a partir de 2011, sou a favor da legalização das drogas.

O principal fator que me fez mudar tão radicalmente de opinião foi que desisti. É humanamente impossível controlar o tráfico de drogas. Há um programa no canal National Geographic que mostra o dia a dia dos patrulheiros das mais variadas fronteiras americanas. Na costa oeste americana, o fluxo de veículos que ingressam provenientes do México é de mais de 80 mil diariamente. Cada revista dura quase uma hora e os lugares onde a droga é escondida são os mais variados e inesperados. É possível parar 80 mil carros por dia? Não preciso responder.

Outro fato alarmante: a cada mega apreensão de drogas realizada, nada acontece com o preço da droga no mercado, ou seja, mesmo as grandes operações antidrogas com sucesso, são irrisórias se considerarmos a grandiosidade desse mercado ilícito.

As drogas ilícitas fazem tanto mal quanto a bebida alcoólica que é lícita. Por quê, então, a bebida alcoólica é lícita ou a droga é ilícita? Não saberia responder nada diferente a que bebida alcoólica paga imposto. Mesmo assim, se analisarmos mais profundamente, é um tremendo de um mau negócio para qualquer estado. Se gasta mais com os problemas causados pelo consumo de bebidas alcoólicas do que se arrecada com os tributos pagos por estas empresas. Violência, vandalismo, acidentes de trânsito, degradação da saúde, lotação de hospitais, tratamento médico, centros de reabilitação, enfim, é mau negócio se visto com olhos mais atentos. Em países mais desenvolvidos os governos já se deram conta dessa contradição há muito tempo e cobram impostos altíssimos em cima de bebidas alcoólicas e tabaco.

Nunca podemos esquecer-nos da Lei Seca no Estados Unidos do início do século passado. De um dia para o outro o álcool foi colocado na clandestinidade. A proibição gerou os grandes criminosos dessa época, alguns até míticos como Al Capone e resultou na desistência por parte do Estado que assumiu rapidamente a impossibilidade do controle dessa nova tendência criminosa. Então por que o Estado atual demora tanto para assumir o seu fracasso? O mundo tem que aceitar que fracassou e procurar alguma alternativa e eu não vejo outra saída do que a legalização. Muitos podem alegar que, com o avanço tecnológico, seria possível se fazer mais do que vem sendo feito; mas há de se considerar que o avanço tecnológico joga para os dois lados. Duvido que Al Capone transportasse bebidas dentro de submarinos ou nos estômagos de hipopótamos ou que fosse capaz de mudar o estado da
matéria para driblar a polícia.

O benefício imediato para o Estado seria a cobrança de impostos sobre um produto de muito sucesso mundo afora. Dá lucro ao Estado? Não, porque os gastos indiretos são muito mais onerosos; no entanto, pelo menos ajuda a pagar a conta.

Diria que os impostos obtidos através das drogas hoje ilícitas deveriam ser 100% destinados à saúde, uma espécie de CPMF tendo em vista que é o setor da saúde o que mais é onerado pelo mal das drogas.

Ainda falando sobre saúde, como as drogas passariam a ser legais, um controle de qualidade idêntico ao usado para qualquer outro produto seria ferrenho. Todos sabem
que, por mais incrível que possa soar, há drogas de “baixa” e de “alta” qualidade.

Alguns narcotraficantes utilizam caco de vidro, bicarbonato e outras porcarias para “fazer render” mais a droga e isso é ainda mais nocivo aos seus usuários. Com um forte controle sanitário e de qualidade, esse problema poderia ser fortemente diminuído. Vale a pena destacar alguns programas realizados em países desenvolvidos que oferecem gratuitamente drogas injetáveis aos seus usuários. Muitos bradam sobre o quão absurdo é a população pagar, através de seus impostos, drogas para viciados.

O argumento desses estados é de que se deixa de desperdiçar dinheiro e vagas de hospitais com pessoas infectadas por doenças ou com danos causados pelo abuso de drogas que acabam sendo extremadamente onerosos à máquina pública, e esses problemas são causados por overdoses ou consumo de drogas de baixa qualidade algo que é evitado quando o estado assume o papel de controlador e regulador dessa prática.

Outro projeto de lei meu considerando que essa ideia fosse levada adiante seria o uso de toda a verba trilionária destinada ao combate às drogas em propaganda massiva contra o abuso de entorpecentes. Não podemos deixar de lado o sucesso da campanha americana antitabagismo que reduziu nas últimas décadas o consumo de cigarro no país em números fantásticos. Hoje um fumante no Estados Unidos é visto praticamente como um demente ou criminoso, longe de todo aquele patético glamur dos anos 50.

Mais benefícios: como as produções teriam que ser legais, seriam controladas e isso evitaria a degradação massiva de bosques e florestas principalmente nos três países maiores produtores que são Colômbia, Bolívia e Peru que possuem uma riqueza natural incalculável e que a vê sangrar a cada fumigação realizada.

No entanto o maior ganho da Humanidade seria o fim da violência, o fim dessa guerra que tira mais vidas do que qualquer tragédia natural ou qualquer epidemia. Muitos podem argumentar dizendo que sempre haveria o tráfico assim como há “tráfico” de roupas falsificadas. A grande diferença é que o combate às drogas é muito mais ferrenho e resulta em gigantes apreensões. Os traficantes resistentes à nova realidade não poderiam competir com os produtores e comerciantes de drogas que não seriam importunados pela polícia e que jamais sofreriam apreensões de seus produtos, jamais teriam que subornar o poder público e etc.

Além de todos esses benefícios diretos, aparecem os “benefícios” culturais. Sendo a droga legalizada, acabaria a glamorização da figura patética do traficante que deixaria de ser esse personagem mítico inspirador de inúmeros filmes e personagens inesquecíveis e seria então mais um yuppie homem de negócios de terno e gravata esturricados desesperado pelo humor das variações cambiais.
Livraríamos-nos dos bregas traficantes latinos, nos livraríamos dos rapppers metidos a bandidos e vivendo em Taj Mahals hollywoodianos e eu, que vivo aqui, me livraria do reggaeton e de ver mulato vestido de Dolce & Gabbana e Emporio Armani dos pés à cabeça e com mais brilho no corpo do que qualquer constelação imaginável.