quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A Farra Dos Cartões

Lula vai do calor da Guiana para o frio da Antártida. No primeiro país foi visitar o pleibói Sarkozy que até convite para enfiar o Brasil no G-8 fez. Na Antártida Lula vai visitar pesquisadores brasileiros. Esse processo de pausterização do presidente soa mais como uma fuga do epicentro do incêndio que assola a Capital do Poder.

A farra dos cartões corporativos é o mais simbólico fato que explicita o abuso do dinheiro público em Brasília. Mecanismos como esses cartões ou as diárias da Assembléia Legislativa, são aberturas legais que o Estado proporciona para uma corrupção disfarçada, "legalizada"

É legal retirar R$500,00 por dia de viagem ao interior no Rio Grande do Sul bem como é legal usar os cartões do Governo pagos pelo povo sem ao menos prestar contas.

Esse novo escândalo apenas me faz voltar a defender o que já defendo há anos. Sou a favor do fim de vales no Brasil. Vale-transporte, vale-refeição, vale isso, vale aquilo, são artifícios que apenas evidenciam que aqui pagam-se baixos salários. Dar ônibus grátis para velhos é assumir publicamente que os velhos recebem salários miseráveis que impossibilitam até o uso do transporte público.

Em Brasília e em qualquer esfera política passa o mesmo, mas é uma versão chique, uma versão Beverlly Hills. Sou a favor do aumento dos salários de todos os políticos e o digo sem ironias nebulosas escondidas por trás de minhas palavras. Evidentemente, sou, também, a favor de um enxugamento no número de representantes do povo, mas acho sim que eles deveriam ganhar bons salários. No entanto, sem vales.

Sem ajuda à moradia, sem ajuda a vestimentas, sem ajuda de gasolina, sem cartão corporativo, sem nada, apenas salário bem pago e em dia e deu.

Um político que recebe em torno de 15 mil reais mensais não precisa de auxílio moradia; há gente que ganha nada e mora.

Ganhando 15 mil reais não há necessidade de auxílio-vestimenta; há gente que ganha nada e veste.

Por que o Estado tem que arcar com os custos de escritórios e idas e vindas de políticos de Brasília para suas bases eleitorais? Se oferecem um posto de trabalho a qualquer trabalhador normal em outra cidade, estado ou país, este aceita se quiser, já sabendo do ônus de morar longe de sua terra. Se aceita, bom, está de acordo.

Assim sendo, defendo salários altos para políticos de importância até porque exercem uma função de alta responsabilidade e relevância. Se alguns não o fazem, bom, cabe ao povo fazer uso de sua tão querida democracia e não eleger esta classe de políticos, mas é inegável que é profissão de grande importância para qualquer país.

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