sábado, 7 de maio de 2011

Quartas-de-final Libertadores 2011

Como sempre, antes de dar palpites sobre os confrontos das quartas, analiso o que deixou as oitavas de final.

O mais surpreendente de tudo foi a eliminação de quatro dos cinco clubes brasileiros. Realmente já esperava as eliminações de Fluminense e Grêmio devido à ruindade de seus times, mas a eliminação do Cruzeiro, time de melhor campanha na primeira fase e do Inter, elenco mais caro do continente, realmente me chamaram a atenção.

Havia alertado que o Cruzeiro não era tudo isso. Teve muita sorte no primeiro confronto contra o Estudiantes e depois seguiu com sorte no segundo confronto contra o mesmo adversário que usou reservas.

O Internacional, novo rico do futebol continental, por mais que não jogasse nada, mantinha a postura de favorito por ser o atual detentor do título e por seu grupo de jogadores que conta com atletas acima da média como D´Alessandro, Tinga e Bolatti.
Não deu. Enfrentou o clube mais vitorioso da América e foi derrotado em casa com requintes de crueldade em cinco minutos.

Mas o que realmente me alegrou foi ver uma teoria minha cair por água. Vinha dizendo que, com o poderio econômico crescente do país e consequentemente dos clubes brasileiros, a Libertadores iria ficar difícil de arrancar das mãos tupiniquins.

Haveria uma mudança na competição que já é notada nos últimos anos. No passado, os times argentinos ganhavam praticamente todos os seus jogos até matarem-se nas instâncias finais contra os grandes uruguaios, os grandes brasileiros ou entre eles.

Nos últimos anos, com o terrível empobrecimento dos times e da economia desse país, os seus jogadores craques, muito bons, bons e mais ou menos, saem para o exterior antes mesmo de completar duas temporadas nos clubes. Além de perder jogadores para os clubes europeus, a decadência econômica argentina faz com que os clubes argentinos percam jogadores até para adversários do continente, como é o caso de Conca, Montillo, D´Alessandro, Bolatti, Cavenaghi, Farías, entre outros. E não é só o rico mercado brasileiro que absorve os talentos argentinos. Os principais clubes de países como Chile, Equador e Paraguai também atacam. Barcos na LDU, Fabbro e Nanni no Cerro Porteño, Cañete e Pratto na Universidad Católica e etc. Casos passados: Lucas Barrios, do Colo Colo para o Dortmund e o próprio Montillo, da Universidad de Chile para o Cruzeiro.

Esperava, então, um cenário da seguinte maneira: o Brasil esbanjando dinheiro, com o seu poder econômico que contratou nos últimos anos nada mais nada menos do que Ronaldo, Deco, Brandao, Adriano (duas vezes), Roberto Carlos e agora Luís Fabiano (na Argentina o máximo que os clubes locais conseguem “recuperar” do exterior é Schelotto com 37 anos contratado pelo modesto Gimnasia provenentes das gramas sintéticas do Estados Unidos) contra argentinos dependendo de sua mística e de suas férteis categorias de base que não param de revelar jogadores e os mais fortes clubes dos demais países em iguais ou melhores condições que os argentinos que sao os mais vencedores da América. Os demais países conseguem essa espécie de equiparação devido a que seus mercados domésticos não são tão cobiçados pelos europeus o que faz com que seus melhores talentos permaneçam mais nos clubes locais. Fora da disputa os bolivianos, peruanos e venezuelanos, apesar de que o Oriente Petrolero merecia ter passado às oitavas.

Agora os confrontos:

Acertei apenas três dos oitos confrontos.

Cruzeiro x Once Caldas: não havia e sigo sem ter visto, jogo algum do time colombiano. Devido à sua queda de rendimento no torneio doméstico e seus problemas, pensei que o Cruzeiro bam bam bam iria classificar. Faltou camisa. Um clube grande não perde uma vaga dessa forma em casa para um rival médio.

América x Santos: não assisti ao jogo de volta, mas foi realmente decepcionante a inoperância mexicana e o fato de não poder jogar em seu místico estádio por um xou do palhaço salvador do universo Bono e seus miquinhos amestrados. Pelo menos acertei.

Junior x Jaguares: grande surpresa, aliás, o resultado que mais me surpreendeu. No entanto, vi nenhum dos dois confrontos.

Cerro Porteño x Estudiantes: esse era parada dura. O Estudiantes da temporada passada classificaria sem maiores problemas, mas a decadências do time desde a saída de Sabella é notória. Dois jogos de dar sono e vitória nos pênaltis dos paraguas.

Libertad x Fluminense: os cariocas nem mereciam ter classificado. Não vi os jogos, mas já esperava uma vitória paraguaia apesar do primeiro jogo.

LDU x Vélez Sarsfield: felizmente me equivoquei e o melhor time disparado da competição segue vivo. Uma atuação notável na ida e um brilhantismo poucas vezes visto na volta. 5x0 no geral contra a LDU não é qualquer um. Rick Alvarez, mais um jovem talento argentino, ainda oscila entre a reserva e a titularidade: craque. Não me surpreenderia que estivesse na Copa de 2014, é um jogador brilhante. Aliás, o grupo, o elenco do Vélez impressiona. Quem entra joga igual ao titular que saiu, vide as participações de Alvarez, Canteros e Ramirez no jogo em Quito e em tantos outros. Mesmo sem seu tanque Silva, fez dois gols onde todo mundo é goleado, vide o Peñarol que tomou cinco.

Internacional x Peñarol: disse que a camisa do Peñarol era a minha esperança para ver o Inter cair fora. Além dessa camisa, que suportou uma pressão de sair perdendo antes do jogo começar, ir buscar, fazer dois gols e manter o resultado, valeu a qualidade individual de alguns jogadores, com destaque para o argentino Martinuccio.

Universidad Católica x Grêmio: deu o que eu tinha certeza que daria. O bom time chileno, comandado pelos argentinos Eluchans, Cañete e Pratto, encaminhou a classificação com uma boa vitória em Porto Alegre e depois administrou um jogo contra um Grêmio em frangalhos que apostou em Lins e Viçosa para fazer dois gols como visitante, ou seja, missão impossível.

Agora sim os prognósticos das quartas, se é que ainda tenho moral para tal ato:

Once Caldas x Santos: o time aba reta ainda não me convenceu. Tem quem talvez seja o melhor jogador do continente em atividade, mas ainda depende muito de suas genialidades que podem deixá-los na mão. Do outro lado um virtuoso Once Caldas que vem de moral elevada e pode dar trabalho e eliminá-los novamente como o fez no ano em que se consagraram campeões. Com muita dúvida, aposto no Santos.

Jaguares x Cerro Porteño: vou pela maior tradição copeira dos paraguaios mesmo não tendo jogado bem em ambos confrontos contra o Estudiantes.

Vélez Sarsfield x Libertad: é o melhor jogo da série. O Vélez é, para mim, o melhor time do continente disparado, mas divide seu fôlego entre duas competições enquanto que os paraguaios priorizam a Libertadores. Esse fator pode jogar contra o time de Liniers, mas não consigo apostar contra o melhor. Vou de Vélez.

Peñarol x Universidad Católica: no confronto entre carrascos de gaudérios, vou de Católica. É mais time. No entanto, há o fator covardia chilena ainda mais quando enfrentam o maior clube sul-americano. Confronto dificílimo.

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