quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dilma x Lula

Depois de meio ano de governo Dilma Roussef, já posso lançar minha primeira comparação entre o governo anterior de Lula e o atual. Uma comparação não seria a palavra, mas sim já podemos notar novas ou velhas atitudes do governo atual em relação a temas importantes nacionais e internacionais.

Começo pelo que aparentemente está igual. Mais uma eleição vitoriosa do PT com o apoio incondicional do PMDB, maior partido do país e que necessita estar no poder como se fosse uma adição desesperadora.

Em qualquer país normal soaria bizarro que o maior partido não tivesse candidato próprio para o principal cargo executivo de seu território. No Brasil já nos acostumamos com essa situação tendo em vista que, pela terceira eleição consecutiva, nada de peemedebistas na disputa. Dessa vez a mala que foi destinada para Dilma carregar por quatro ou oito anos foi o mordomo com ares vampirescos Michel Temer, cacique histórico do PMDB.

A principal função de Temer não é a de substituir a presidente em períodos de ausência e sim manter os “aliados” satisfeitos e apoiando o governo federal incondicionalmente e isso inclui dar boa-noite cinderela para os mais chatos como Pedro Simon que, já que estamos falando nele, se tornou uma das figuras mais inexplicáveis do cenário político nacional, uma criatura que vive em contradições e ainda se defende com uma mística de incorruptibilidade outrora usada até a exaltação pelos petistas.

Pois Temer evidentemente teve e segue tendo problemas para acomodar toda a tribo de seu partido nos departamentos do governo petista. Atritos volta e meia aparecem, mas o trabalho é bem feito e o PMDB segue sendo uma ferramenta forte do PT. O quê Dilma deveria fazer em um belo dia em que acorda com aquele humor insuportável que ataca as mulheres invariavelmente sem aviso prévio? Pois Dilma, num desses dias deveria exclamar aos compadres peemedebistas: se vocês querem mais cargos no governo, sejam governo! Candidatem-se! Ganhem uma eleição e poderão colocar quem e quantos companheiros quiserem! Mas Dilma não pode fazer isso em nome da almejada “governabilidade”.

O quê mais está igual? O descaso com a ecologia.

Já deixou de ser assunto de “ecochatos” o aumento da temperatura da Terra e todas as suas nefastas consequências. Muitas reuniões internacionais para debater o tema foram realizadas sem sucesso algum, basta considerar que nunca tantos gases CO2 foram emitidos como no ano vigente. Eu defendo que esses congressos com cara de sorteio da FIFA só servem para uma coisa: viagens com tudo pago para pessoas importantes, vide alguns lugares insólitos escolhidos para essas reuniões como Cancun, por exemplo. O resultado são documentos com milhares de páginas e planos que jamais serão cumpridos, pois prejudicam o crescimento econômico.

Trazendo o tema para o âmbito tupiniquim, a floresta amazônica registrou recorde de desmatamento esse ano, mas o ponto mais chamativo quando o tema é ecologia foi a aprovação no novo código florestal nacional que dará clemência a desmatadores e que estipulará a livre ação de criminosos do campo contra a fauna e flora nacional. Para completar o momento totalmente descabido do governo nacional, finalmente saiu a confirmação de que uma usina hidrelétrica gigantesca e grotesca será construída no meio da Amazônia. Segundo os “ambientalistas” do governo, nenhum impacto será causado já que muitos estudos foram feitos. Onde terão sido esses encontros de vários “estudiosos ambientais”, em Cancun, Dubai, Miami ou em Las Vegas.

O resumo da ópera é de que o governo Dilma vai à contramão, visa somente à manutenção do crescimento econômico que realmente tem sido forte nos últimos nove anos, mas que ignora fatores maiores a qualquer economia terrestre que é a manutenção da qualidade de vida no planeta.

O quê melhorou? Considero o governo Dilma um fiel seguimento do governo Lula, mas em um fator Dilma mostrou mais coragem e menos hipocrisia que o governo anterior e interfere na postura internacional do país. Dilma cortou o excesso de afago de Lula para com ditadores e facínoras mundiais como e principalmente, com o demente presidente iraniano, Ahmadinejad. Além desse caso mais notório, se vê menos a presença de figurinhas antipáticas mundiais como Chávez no cenário brasileiro. Dilma não cortou laços, simplesmente os afasta lenta e gradualmente e de vez em quando os condena na frente de todo mundo. Estou louco para ver se Dilma sim irá receber a vencedora do Nobel da paz, a iraniana de nome que me dá preguiça procurar que foi obrigada a deixar o seu país devido às ameaças do atual governo e que está no país e deseja ser recebida por Dilma. O governo iraniano já se manifestou através de sua embaixada contra esse possível encontro considerando que a jornalista iraniana é persona non grata em seu próprio país. Pago para ver se Dilma irá, depois de ter manifestado que organismos internacionais deveriam designar uma pessoa para cuidar dos assuntos escabrosos do Irã o que causou mal estar nas relações Brasília-Teerã, ter culhões de receber a premiada no palácio. Dilma sempre foi faca na bota, vamos ver se a faca segue afiada. Para terminar, Dilma cortou aquelas inexplicáveis visitas de Lula a republiquetas africanas dominadas por facínoras em que o governo brasileiro se oferecia a ajudar humanitariamente em obras de infra-estrutura que possivelmente não serão realizadas ou, caso seja, renderão dividendos que irão diretamente aos bolsos desses repugnantes ditadores negros.

Para terminar a análise, abordarei o que está pior no governo Dilma e nem precisamos pensar muito considerando que a cada o dia o chefe da casa civil, ninguém mais ninguém menos, se afunda mais em acusações cada vez mais fortes contra a sua conduta política.

Quando os primeiros escândalos envolvendo Palocci que incluíram contas de caseiros, divisão de divisas escusas em festas regadas a champanhe francês em casas alugadas somente para esse fim em Brasília, francenildos, mensaloes e etc, a atitude de Lula foi de afastar o ministro. Não tenho dúvidas que o afastamento “voluntário” do dito cujo virá prontamente, mas Dilma perdeu uma chance de ouro para mostrar que é uma petista à moda antiga, intolerante quando o assunto é corrupção. Dilma deveria ter tomado uma atitude imediata que remediaria pelo menos um pouco a reação negativa da sociedade que assiste boquiaberta a sucessão de escândalos que enterram cada vez mais na lama da podridão um mafioso de carteirinha que infesta o governo do PT.

Para finalizar, Dilma também poderia ter ido para a cama sem essa palhaçada do quiti contra homofobia que, queira ou não, foi um investimento federal que foi abortado devido à reação negativa da sociedade e também devido a todo um auê causado pelo debilóide do Bolssonaro.

Espero que Dilma reveja alguns pontos sendo que o principal ainda creio que seja a área ambiental. Em um momento em que todo o mundo começou a olhar para o Brasil e muito disso devido ao carisma e ao trabalho do ex-presidente, Dilma deveria dar o exemplo e conquistar ainda mais a admiração internacional ao bater o pé contra a destruição de áreas amazônicas e impedir os “novos ruralistas” que são coordenados por um cidadão chamado Aldo Rebelo de ganharem terreno para catalisar a devastação das áreas verdes desse país em nome da “evolução”.

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