sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Infâmia

Ontem, dia 25 de outubro, completou-se uma década sem o maior jogador de todos os tempos. No dia 25 de outubro de 1997, Maradona, em um "superclasico" no Monumental de Núñez, deixava órfão o maior esporte da Terra, ou melhor, a Terra.

Maradona não foi apenas um jogador de futebol, o maior de todos; ele foi, também, uma personagem. Despediu-se do futebol com todos os elementos que caracterizaram sua vida, só faltou futebol.

Uma atuação triste de Don Diego, mas atitudes de fazer os seus ídolos rirem e se sentirem vivos. Diego abandonou o futebol ganhando do River de 2-1 na casa do adversário. Quando substituído, deu seu lugar e seu legado a Juan Román Riquelme, saiu fazendo gestos obscenos para a torcida adversária.

Anunciou, 4 dias depois, na véspera de seu aniversário de 37 anos, que este fora o seu último jogo como profissional. "A River se le cayó la bombacha" foi a frase do dia, mais uma para entrar na sua lista de ditos históricos. Segundo o periódico Olé, o anúncio de Maradona representaria o ano IDM, "el primer día del resto de nuestras vidas".

Depois disso muita polêmica veio. Ficou gordo a ponto de parecer que ia explodir, mais magro que quando era jogador, se separou de sua namorada de infância mãe de suas filhas, criticou João Paulo II, virou amigo de Fidel, morou em Cuba, imortalizou Che em seu braço, admitiu o vício da cocaína, alcoolismo, quase morreu, foi declarado morto, enfim, a vida de um astro como manda o figurino.

Mais além das polêmicas, vemos o gênio. O começo de sua carreira brilhante deixando Pato Fillol calado e estirado em sua pequena área depois de levar 4 gols de um tal "gordito pelotudo"; o maior gol da história das copas, o "roubo da carteira" dos ingleses naquele que foi o tento mais polêmico da história das copas; a condição de santidade em Nápoles com direito a altar na basílica, as desavenças, os gols incríveis, a magia, a técnica incomparável, atitudes, o espírito ganhador, as entradas violentas dos adversários, embaixadas com laranjas, copos, chuteiras, globo, bola de gude, grão de areia, garrafas de água, um capítulo da história do esporte mundial.

Maradona é a essência do futebol. Tem o "potrero" e fibra de um vencedor além da selvageria dos mais funestos. Encerro com uma frase extraída do Olé:

"Hoy, Diego sigue festejando sus goles en el showbol. Y vive en el slalom de Messi, en el potrero de Tevez, en la estocada precisa de Riquelme. Porque en definitiva él, Diego Armando Maradona, es el gen argentino. SOLO ASÍ ES SOPORTABLE ESTA DÉCADA INFAME".

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