quinta-feira, 21 de junho de 2007

Caxias Com Grife

Deu a lógica. Para quem tem um pouco de senso crítico, discernimento e não se deixa influenciar por discrusos acalorados e/ou papo furado da atmosfera na aldeia, o jogo ontem foi a coisa mais normal do mundo, mais previsível que final de novela.

Antes de começar o jogo resmunguei: o Boca vai ditar o ritmo, administrar a partida e fará o jogo se tornar chato. Não deu outra. O Boca com a bola, jogo chato, morno, primeiro tempo de causar sono, o Grêmio esbarrando na incapacidade individual de seus jogadores e na ampla, absurda superioridade do Caxias C.G. em todos os sentidos do rival. A defesa do Boca parece frágil, disse eu depois do primeiro jogo. Ora, cometi o erro de analisar um adversário que não vejo jogar constantemente. A defesa foi impecável e Cata Díaz foi o melhor em campo.

Acho que, com essa derrota, vamos acabar com essas paulocoelhices de "imortalidade" e mais não sei o que, essa lenga lenga de auto-ajuda. Tudo bem, o Marsiglia pela primeira falou algo que eu concordei e não tinha visto por esse lado. Segundo o ex-árbitro, a torcida estava com toda essa empolgação justamente por IGNORAR o adversário pois, se parasse para analisar o adversário, sem paixão e com o cérebro, nem iria ao estádio.

Sobre o jogo, hoje estou bonzinho, vou dar crédito a mais um midiático e agora um coirmão, Falcão. Pois o Paulinho disse que o Grêmio era a vontade tentando combater a técnica do Boca e foi essa a tônica do jogo. Segundo o mágico Mano Menezes, o Boca, com a vontade aflorada de meter gols no Grêmio na Bombonera, tornou os seus jogadores mais passíveis ao erro, enquanto que ontem, jogando com tranqüilidade, escancarou a todos a absurda diferença técnica dos elencos dos dois times. Ainda falando de Mano, ele disse: "não dava para chegar mais longe que o vice. O que acontece é que geralmete o melhor ganha e foi o que aconteceu". Aliás, jamais vi tanta coerência e frieza em uma entrevista de pós-jogo.

O Grêmio é um time médio. Convenhamos, o Mano tirou leite de pedra, pois levar um grupo sem reservas decentes (Éverton entrou no segundo tempo...) com Tcheco, Tuta, Patrício e Lúcio no mesmo time (é quase 40% dos 11 que iniciam!) até a final da Libertadores, é algo louvável. O Grêmio tem um jogador que gostaria de conhecer o seu empresário, que deve ser muito incompetente. Alguém responda: por que o Gavilán está jogando na América Latina ganhando em reais? É jogador de Europa. É, guardando as devidas proporções, o nosso Riquelme, me refiro à diferença dele em comparação com seus companheiros de time. Está em outro patamar.

O Boca sem Riquelme é muito mais time que o Grêmio; com Ele, é sacanagem. O homem é bom demais. Reclamou-se do Mano por não ter colocado marcação individual no homem. Ora, este marcador seria expulso sem sobra de dúvidas. Ele fez o certo e Riquelme foi extremamente bem marcado ontem. E Mano disse: "um craque tu podes marcar muito bem como fizemos hoje durante 80% do jogo, mas em um lance ele se livra da defesa, vai lá e decide". O cara é um monstro.

Lucas: desculpa, pessoal, mas dei prazo demais para que ele me convencesse. Vocês se aproveitaram que eu não estava na província para me venderem a idéia de que esse cara era fenômeno...e ele é fraquíssimo!

O Schiavi já completou algum jogo sem receber cartão amarelo? Não estou criticando, só uma curiosidade.

Torcida do Grêmio, foi legal a paixão cega, entendo, isso é legal, mas não caiam na onda de novo para evitar decepões. Resta o Brasileiro. A Libertadores não dava pra ganhar com esse time, mas o Brasileiro si se puede. Basta alguns arranjos. Temos a grana do Lucas e do Ânderson, dá pra montar um grupo melhor e um time forte.

Não foi pênalti. No mais, arbitragem perfeita.

Saudações tricolores.

2 comentários:

Silvio Pilau disse...

Acho que tua análise toda tá correta, Ed. Só acho que tu erra ao escrever algo assim: "se parasse para analisar o adversário, sem paixão e com o cérebro, nem iria ao estádio".

O papel do torcedor não é o de analisar o jogo com o cérebro, mas com paixão mesmo. QUalquer um que conhece futebol sabia que o time do Boca era melhor e que o Riquelme era muito acima da média. Mas a gente tinha que acreditar, tinha que achar que dava pra ganhar deles. Não dá pra criticar isso.

E quanto ao Lucas, tu tem razão de acordo com o que tu viu. Ele não jogou nada esse semestre. Mas dá mais um tempo. Dá um tempo pra ele se adaptar ao Liverpool que tu vai ver que o cara joga bola mesmo.

Ci disse...

Exagerou no "arbitragem perfeita", no que o Pilau também já criticou e em achar que o Gavillan é espetacular.

Cobranças de laterais longuíssimas, tiro de meta de mais de um minuto e meio, faltas inventadas e o pênalti. Perfeição não é isso.

E o Gavillan é muito inconstante, talvez por isso não tenha minha admiração ainda.

Quanto ao Lucas, o Grêmio fez um baita negócio, vendendo o guri por muito mais do q ele realmente vale.

Beijo