segunda-feira, 8 de junho de 2009

Aushwitz

Ir à Aushwitz é um estilo único de turismo que eu nomeio de “turismo depressivo”. À época que eu fui os campos se viam ainda mais tristes. Totalmente brancos, neves por todos os lados.

Antes de começar a citar as aberrações que nos são apresentadas dentro dos galpões do campo de concentração, sou obrigado a falar sobre a maneira com que a estrutura é conservada e sobre a fauna, sim, a fauna.

O clima de Aushwitz é tão pesado que a fauna é composta exclusivamente por abutres, sim aquelas aves negras e macabras. Elas se localizam por todos os cantos do campo.

É interessante também notar que o lugar foi mantido em sua aparência original ao máximo, ou seja, se encontram ainda as placas em alemão espalhadas por todo o campo.

Para quem não sabe, o campo é composto por vários galpões. Em cada um deles, uma “atração” diferente. Em uma visita à Aushwitz, há de se contabilizar em quantos galpões cada visitante será capaz de encarar. Cada um é pior que o outro. Há um com apenas montanhas de cabelos em uma vitrine; outro com utensílios pessoais dos prisioneiros; outro com roupas e, o pior de todos: um que possui apenas roupas de crianças.

É bizarro e ao mesmo tempo impressionante a forma com que os nazistas utilizavam os campos de concentração. Além de serem usados para aniquilar as raças ditas inimigas e inferiores, os campos eram usados como uma fonte de materiais para alimentar a guerra. Os ossos dos mortos eram utilizados para a fabricação de armas; os cabelos para fazer colchões, travesseiros, cobertores e afins e por aí vai. Uma perfeita indústria da morte.

Uma amiga polonesa me disse que seu avô, habitante de uma cidade próxima à Aushwitz, sentia o cheiro podre de morte dependendo de como o vento estava. Além disso, disse que o mesmo avô escutava os gritos dos prisioneiros a cada vez que passava perto do campo e nada podia dizer, qualquer manifestação de repúdio era seguida de retaliações a pessoa que se manifestou de maneira contrária às técnicas utilizadas pelos nazistas bem como à sua família.

Quem estiver por perto deve fazer parada obrigatória em Aushwitz. Um museu real e detalhe: de graça. As organizações judias que sustentam o museu fazem questão de que todas as pessoas possam entrar e ver o que passou. Enfim, um turismo para quem tem estômago.

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