terça-feira, 3 de julho de 2007

Cotas Raciais

Finalmente temos uma definição quanto às cotas para afro-descendentes na UFRGS. Resumo da ópera: mais uma coisa que é empurrada com a barriga pelo Estado. Mais um paliativo, segue-se tratando de câncer a base de aspirinas.

Inicio comparando o estabelecimento de cotas para negros com a questão dos pedágios. Máfia inserida no Rio Grande do Sul através de Britto. Máfia esta que está em pauta esta semana na Assembléia Legislativa desse estado passando por uma CPI que é contrária a proposta de nossa governadora socialaite de renovar os contratos das licitações para as empresas de pedágios, os "muros de Berlim" gaúchos que partem municípios e regiões pela metade e estancam a produção e a indústria gaúcha além de separar famílias.

Pois as cotas para negros e a instalação de pedágios são dois absurdos do subdesenvolvimento que se alicerçam no mesmo erro latino-americano que é a aceitação humilhante e vergonhosa por parte do Estado de que não é capaz, não é competente o suficiente para resolver problemas, é incompetente e covarde.

Os contribuintes, entre inúmeros outros impostos, pagam o IPVA, imposto este que deveria ser usado na administração de estradas e rodovias. O Estado fracassa ao não conseguir realizar tal função com êxito e apela para a saída mais simples: inventar outro "imposto". Agora o contribuinte paga o IPVA, ele não foi abolido, continua vigente e caro, e ainda paga o pedágio.

Pagamos impostos para termos educação de qualidade. O Estado fracassa ao não conseguir sequer que os seus alunos do ensino médio passem nos vestibulares de universidades públicas e, então, enquanto a burguesia paga o "pedágio", ou seja, paga o ensino fundamental, médio e superior privado, o Estado é obrigado a reservar cotas para que esses seus alunos, que gozam de uma educação ineficaz, consigam, pelo menos assim, e somente é possível assim, entrar em uma universidade. Em suma, o Estado admite que não é competente para oferecer um direito dos cidadãos e busca uma alternativa baseada na raça, ou seja, racismo. "Racismo" não no sentido de ser contra alguma raça, mas em dividir pessoas, cidadãos, que, idepentemente de cor, pagam os mesmos impostos, em castas.

Ser negro deixa de ser um ponto negativo e passa a ser visto como a saída, a válvula de escape.

Admito que não esperava outra coisa de um Estado sem caráter como são os estados do continente latino-americano e levanto a questão: mesmo com IPVA e pedágios, as estradas continuam horríveis. A sociedade aceitaria a criação de um novo imposto? Uma nova aspirina para curar nosso câncer terminal no cérebro e na alma?

Com o fracasso do sistema de cotas na universidade pública, o Estado lançaria um medidor de nível de melanina no corpo para que os mais negros entrassem?

Duvido de mais nada.

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