terça-feira, 24 de julho de 2007

O Pan De Hitler

Mais que qualquer ouro, jogo de vôlei de praia, briga de espadas ou choro olímpico, o que mais me chamou atenção foram as manifestações de intolerância, selvageria, boçalidade e nacionalismo burro demonstrados nos últimos dias de jogos Panamericanos do Rio de Janeiro.

Começou com a derrota do vôlei feminino e as acusações baixas e levianas do treinador contra a república representada por um time de seis mulheres que o derrotou, NO ESPORTE, dentro de quadra. Foi esquecido que essa é uma competição esportiva - de quinta categoria - diga-se de passagem, e não uma guerra.

Depois vimos uma platéia hostil, violenta, mal-educada, desrespeitosa que provocou a delegação argentina de Rendibol, esporte este que conta com nenhum apoio e popularidade nesse país, mas que, no entanto, contou com estádio lotado e platéia furiosa em um jogo envolvendo Argentina e Brasil. Um fato marcante e que pode ser usado como resumo dessa fúria nacionalista estúpida brasileira, é a imagem do ex-jogador chorão e rei de despedidas lacrimoginosas Oscar. Absurdamente alterado, ele esbravejava palavras de ordem e de intimidação contra a delegação visitante, contra o pelotão adversário, e teve que ser contido pela segurança local. O mesmo Oscar foi convidado a se retirar das dependências do estádio de ginástica. Motivo: xingamentos contra as guriazinhas adversárias da Pátria, crianças bonitas, simpáticas e sorridentes entre 12 e 18 anos, pelo menos aparentemente.

O comportamento nazista ultra-nacionalista da mestiça população brazuca foi mais uma vez aterrorizador nas disputas FEMININAS de judô, com a delegação cubana sendo agredida nas arquibancadas e mais uma vez contando com a participação de um ex-atleta local, dessa vez Aurélio Miguel.

Além de atletas (não soldados) adversários, juízes são coagidos ao final de cada atividade esportiva. Por não ser um país esportivo, o público brasileiro entende nada de esportes e suas regras. Para essa população esportivamente leiga, esportes como ginástica, judô, esgrima, hipismo entre outros, são sempre empate. Não têm a capacidade de ver a diferença entre apresentações e, portanto, crêem que o vencedor deve sempre ser a sua pátria amada deitada eternamente em berço esplêndido. O problema é que os juízes vêem as diferenças técnicas e, infelizmente para os nazistas tupiniquins, eles têm que dar o título ao melhor, e qualquer derrota brasileira é vista como atentado ao pudor, como um erro absurdo, como roubalheira.

Roubalheira é esse país, onde se rouba até selos de assembléias por aí. A única explicação aceitável para esse comportamento criminoso do público é o escapismo, sair do inferno astral que é a vida desse povo, que se vê obrigado a amar uma pátria que lhe bate na cara e ri de sua desgraça todos os dias, amor platônico no melhor estilo novela mexicana.

O brasileiro defende a sua pátria com unhas e dentes, extravasa a sua cólera, defende a sua puta, aquela que apenas quer os seu dinheiro e lhe vira a cara na hora da doença, aquela mesma em que ele fala mal todo o tempo. Vaia Estados Unidos, nação poderosa que ousa ter mais ouros no Pan que o governo brasileiro tem no cofre. Vaia-se Cuba, o pobretão que ousa ganhar sempre do país do futuro e vaia-se o vizinho por ser vizinho e com fama de bonitão.

Espero que o Comitê Olímpico Internacional veja isso, anote, e jamais dê a chance de uma nação intolerante e perturbada receber os Jogos Olímpicos que jamais deveriam ser encarados como uma guerra étnica e sim como uma grande festa de nenhuma importância.

Em Berlim, Hitler foi saudado pelo povo que por sua vez respeitou as outras delegações. Aqui, o líder foi vaiado e os adversários são agredidos. No Rio, todos somos Hitler e todos os atletas não-brasileiros são Jesse Owens. Demência.

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