domingo, 20 de junho de 2010

Impotência Africana

Paraguai 2x0 Eslováquia: o time sul-americano apenas cumpriu tabela no primeiro jogo do dia de hoje. Do outro lado um time muito pobre e sem pretensões dentro da competição. O gol relativamente cedo feito por Vera depois de um excelente passe de Barrios deu a tranquilidade necessária para que o time de Tata Martino apenas administrasse o jogo e jamais sofresse qualquer ameaça de seu adversário.

Hamsik, o principal atacante do time europeu, quase não participou do jogo. Do lado paraguaio, surpreende a escalação de três atacantes em um selecionado conhecido por sua forte defesa. Pois Tata começou o jogo com Valdez, Barrios e Santa Cruz. Poderiam ter feito mais, o problema é que, no futebol atual, entre quase todas as seleções, faltam jogadores de meio de campo que cadenciem o jogo, como Kaká, por exemplo.

No entanto, o principal que era essa vitória que encaminha a classificação guarani foi alcançado, e creio que o Paraguai irá dar trabalho nas fases subsequentes.

Fatos curiosos da transmissão patética da televisão colombiana: o narrador e os comentaristas jamais aparecem e hoje a melhor de todas as pérolas escutadas até esse momento. Quando Santa Cruz foi substituído, o comentarista largou essa: agora o
Paraguai irá jogar num 4-4-2 ou num 4-4-1 (?).

Para completar, disse que a Eslováquia em sua estreia empatou no final do jogo
contra a Nova Zelândia. Até uma mulher sabe que foi ao contrário. Ninguém o corrigiu. O pior é que esse jogo foi semana passada, não foi uma estatística da Copa de 1930. Lamentável.

Outra boa ontem foi a estatística sobre a participação de Uruguai e África do Sul na Copa de 2006. Detalhe: ambas as seleções não disputaram essa Copa.

Melhor em campo: Vera (Paraguai).

Itália 1x1 Nova Zelândia: não vi.

Brasil 3x1 Costa do Marfim: por mais que o Brasil tenha ganhado e feito três gols em uma Copa que gol é artigo de luxo, não consigo mudar minha opinião. O time brasileiro é muito pobre, uma pobreza que algumas vezes assusta como no primeiro tempo do jogo de hoje.

O jogo começou com ampla supremacia africana. A posse de bola era totalmente da Costa do Marfim, o Brasil praticamente não tocava na bola. O que faltou para os africanos abrirem o marcador foi técnica. Nos últimos 35 metros do campo, por mais que tenhas posse de bola, chega o momento de aparecer qualidade, e isso a Costa do Marfim não tem. Kalou esteve como de costume, frágil e escondido. Drogba, que é o jogador que pode fazer a diferença está abatido por seu braço quebrado e joga isolado no meio da melhor defesa da Copa. Sem esse toque de qualidade nos últimos metros do campo, fica difícil de chegar ao gol.

Esse toque de qualidade poderia ter sido dado por Gervinho, que foi o melhor jogador dos Elefantes na estreia na Copa. No entanto, com a volta de Drogba, Eriksson o mandou para o banco. Quando entrou, já com o time em grande desvantagem, mostrou que é o mais técnico do time. Não dá para entender.

Pois essa qualidade que faltava na definição, o Brasil tem. Mesmo sendo um time que produz quase nada, que depende exclusivamente de um arrebato de Robinho ou de uma genialidade de um combalido Kaká, há Luís Fabiano, um centroavante espetacular que é difícil de entender como segue jogando em um clube pequeno.

Luís Fabiano marcou dois golaços. O primeiro, na única jogada de Kaká no jogo, suficiente para deixar o centroavante ex-São Paulo na cara do gol. O que seguiu foi uma definição de alto nível, um foguete, semelhante ao gol de Donovan contra a Eslovênia.

O segundo contou com a enorme ajuda da arbitragem que fez vistas grossas para os dois toques de mão do atacante. Ajudas da arbitragem ao Brasil em copas do mundo não é novidade, mas dessa vez o mais curioso foi que o juiz deixou bem claro que percebeu o toque, mas preferiu não marcar. Vá entender.

Pois isso era o que faltava à Costa do Marfim, o jogador diferente que pode resolver, ganhar um jogo numa jogada e o Brasil tem dois, Luís Fabiano e Kaká. Os africanos têm apenas Drogba, de braço quebrado e isolado entre os formidáveis Juan e Lúcio. Complicado.

Falando em Lúcio, que jogador! Não há como tirar o título de melhor em campo do atacante do Sevilla, mas Lúcio foi o segundo melhor homem em campo. Incrível a experiência de Lúcio ao marcar Drogba por trás forçando o cotovelo do atacante do Chelsea.

Não havia comentado sobre a bola da Copa, motivo de tantas declarações e polêmicas, mas, depois de tantos jogos, é curioso que tenha saído nenhum gol de chute de longa distância. O único foi o da Eslovênia contra os Estados Unidos, mas esse foi um disparo colocado e não um chute potente. Aí tem, boa coisa essa Jabulani não é. Boa mesmo é a Shakira dançando waka waka.

A lesão de Elano (em língua espanhola seu nome soa interessante, “El Ano”, ou seja, “O Ânus”) pode ter um resultado positivo, pois entra Dani Alves que, para mim, depois de Kaká e Luís Fabiano, é o jogador mais qualificado do elenco tecnicamente falando.

Sobre a perda de Kaká nessa injusta expulsão, não é grande coisa tendo em vista que perderá somente o último jogo da primeira fase que não valerá muita coisa para o Brasil. Como foi injusta, não há risco de punição maior por parte da FIFA.

O quê aconteceu com o Robinho? Não o vi durante todo o segundo tempo. Apareceu somente quando o Brasil começou um patético e desnecessário cai-cai no fim do jogo.
Detalhe da patética transmissão colombiana: disse um dos profissionais que Demel, lateral de Costa do Marfim, joga no futebol alemão, no Manchester City.

Melhor em campo: Luís Fabiano (Brasil).

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